segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

À espera da liberdade, jovens usam medicamentos controlados


Segundo levantamento da Seas, em três anos, mais de sete mil adolescentes foram privados de liberdade. A reportagem acompanhou inspeção realizada pelo Poder Judiciário no Centro Socioeducativo Canindezinho, na Capital

Jovens que cumprem medida socioeducativa veem no Enem chance de mudar


Mais de 46 mil pessoas farão exame terça e quarta em todo o país

Publicado em 08/12/2019 - 16:00
Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil São Paulo
Fundação Casa da Vila Leopoldina
Em todo o Brasil, 46.163 internos em centros de atendimento socioeducativo farão, nesta semana, o Exame Nacional do Ensino Médio para adultos que cumprem penas privativas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa (Enem PPL).
Adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Fundação CASA prestam ENEM.
Jovem que cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa prepara-se para o Enem - Rovena Rosa/Agência Brasil
Em São Paulo, sonhando mudar de vida e alcançar o ensino superior, 336 adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa vão fazer as provas do Enem PPL, terça e quarta-feira próximas (10 e 11).
“O Enem é uma porta a mais para eles [internos] chegarem ao ensino superior”, afirma a vice-presidente da Fundação Casa, Ana Paula Bandeira Lins.
Vitória*, de 17 anos, interna da Fundação Casa Chiquinha Gonzaga, vai prestar o Enem PPL pela primeira vez. “É uma grande oportunidade para mim”, afirmou Vitória, que pretende se formar em medicina veterinária, embora goste também de música e literatura.
“O Enem [PPL] pode me ajudar a conseguir boa parte da nota [que é necessária para entrar na universidade]. Espero que eu passe e consiga. Estou com um pouco de medo [da prova], mas estou tentando me preparar o máximo possível. Meu futuro está somente em minhas mãos”, disse Vitória à Agência Brasil.
Já Ricardo*, de 18 anos, que cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa Ouro Preto e quer estudar engenharia mecânica, além do Enem PPL, faz neste domingo (8) a prova da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec). “Estou estudando bastante, pegando muita redação. Quero ir bem na prova e ter um bom resultado”, afirmou o jovem, que diz ter dificuldades em matérias da área de ciências. “Mas, em Português e Matemática, tenho muita facilidade.”
Para Ricardo, fazer o Enem PPL é uma chance de “mudar tudo” na vida. “Muda tudo, completamente. Muda meu futuro. Por meio do Enem, se eu tiver um resultado bom na prova, posso fazer uma faculdade e me tornar uma pessoa diferente.”

As provas

As provas, realizadas desde 2010, têm o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A diferença é que elas são aplicadas dentro de unidades prisionais e socioeducativas, como é o caso da Fundação Casa.

O Enem PPL avalia o desempenho do participante que concluiu o ensino médio e, com base em critérios usados pelo Ministério da Educação (MEC), permite o acesso ao ensino superior por meio de programas como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Além disso, o Enem PPL contribui para elevar a escolaridade da população prisional brasileira, destaca o MEC.
O exame é constituído de redação e de quatro provas objetivas com 45 questões de múltipla escolha.
No primeiro dia do exame, são aplicadas as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. Os estudantes têm cinco horas e meia para resolver as questões.
No segundo dia, os candidatos fazem provas de ciências da natureza e matemática, com cinco horas de duração.
*Os nomes são fictícios
Edição: Nádia Franco

domingo, 8 de dezembro de 2019

Agente penitenciário é flagrado tentando entrar com cordão de ouro, perfumes, relógio e roupas em presídio


Por CAROLINA HERINGER
 | Atualizado: 
O material encontrado com o agente penitenciário FOTO:
O agente penitenciário Rodrigo de Lima Rodrigues foi flagrado tentando entrar no Instituto Penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio, na manhã deste sábado, com um cordão de ouro, roupas, relógio e dois perfumes dentro de uma bolsa. O material não é permitido dentro da cadeia. De acordo com informações da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), os objetos seriam repassados pelo inspetor aos presos.
O carro de Rodrigo foi revistado e nele foram encontrados telefones celulares, inclusive um deles já embrulhado junto com carregadores e revestido com espuma. Há suspeitas de que o aparelho seria lançado pelo agente para dentro do presídio. A ação deste sábado foi realizada após o recebimento de denúncias de que inspetores penitenciários tentariam entrar com materiais ilícitos no Vicente Piragibe e faz parte da Operação Iscariote. Rodrigo de Lima Rodrigues e o material apreendido foram encaminhados para a 35ª DP (Campo Grande), onde o caso foi registrado.
De acordo com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil, Rodrigo prestou depoimento na delegacia e foi liberado. O caso vai ser encaminhado ao Juizado Especial Criminal. O agente penitenciário não foi preso em flagrante.
Os celulares que estavam no celular do agente