quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Saiba qual tática empresas estão adotando para forçar demissões

 

CUSTÓDIO COIMBRA/AGÊNCIA O GLOBO

No cenário corporativo atual, um novo fenômeno ganha destaque: o “Quiet Cutting“, ou “corte silencioso“, uma estratégia adotada por empresas que buscam forçar os trabalhadores a pedirem demissão.

Essa prática surge em resposta a tendências como o Quiet Quitting e o Quiet Ambition, que refletem diferentes abordagens dos funcionários em relação ao ambiente de trabalho.

O “Quiet Cutting” envolve uma série de táticas que evitam custos de demissão para a empresa, ao mesmo tempo que buscam preservar sua reputação.

Essas estratégias incluem a transferência de funcionários para setores onde não têm experiência, aumento da carga de trabalho sem o correspondente aumento salarial, ou até a redução drástica de responsabilidades.

As consequências dessas ações podem variar. Em alguns países, a baixa taxa de demissão é vista como um atributo positivo, que pode melhorar o renome da empresa.

No entanto, esse método pode enfrentar barreiras legais, como é o caso do Brasil, onde a legislação impede o rebaixamento direto de cargos.

Nos Estados Unidos, as leis trabalhistas são mais flexíveis, o que pode facilitar a adoção dessa prática.

Pesquisas indicam que o “Quiet Cutting” é uma realidade preocupante.

De acordo com um estudo da Monster, cerca de 58% dos funcionários nos EUA afirmaram ter sido afetados por essa prática, e 77% observaram o fenômeno acontecendo com colegas.

Especialistas em relações trabalhistas, como Jim Moore da Hamilton Nash Chris Preston da The Culture Builders, reconhecem que, embora muitas empresas não admitam, reduzir custos com pessoal através do descontentamento dos funcionários é uma realidade.

“No fim das contas, trata-se de reduzir os custos com pessoal, deixando os funcionários ‘miseráveis’ para que eles peçam demissão, embora nenhum empregador jamais admita usar tal prática”, destacou Moore a People Management.

No entanto, alertam para os riscos associados, como danos à reputação da empresa e possíveis litígios judiciais por práticas abusivas ou falta de ética.

O “Quiet Cutting” levanta um debate importante sobre a ética nas relações de trabalho e sugere uma reflexão sobre as práticas corporativas que priorizam a economia de recursos em detrimento do bem-estar dos funcionários.

Redação:
    
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