Menor foi levado para uma unidade de internação provisória da Fundação Casa; sua presença acendeu alerta para risco de revoltas no sistema
atualizado
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São Paulo — O adolescente de 16 anos que matou a família na última sexta-feira (17/5) em São Paulo foi transferido nesta nesta quinta-feira (23/5) para uma unidade de internação provisória da Fundação Casa na região central da capital. Até então, ele estava abrigado em um centro de atendimento inicial.
A transferência para a internação provisória é um procedimento protocolar para infratores e costuma acontecer até cinco dias depois da apreensão. Nos casos menos graves, após ser ouvido pelo Judiciário, um menor pode, por exemplo, ser colocado em liberdade.
Não foi o que aconteceu com o adolescente que matou os pais e a irmã. No novo centro de acolhimento, ele deverá permanecer por cerca de 45 dias, período em que a Justiça deve determinar qual tipo de internação é mais adequado para seu perfil.
Considerado um menor infrator “de alto risco” em razão da brutalidade do crime que cometeu, o adolescente já causa desconforto no sistema. O Metrópoles apurou que existe o temor de que sua presença possa alimentar um clima de revolta entre os internos e até fazer eclodir uma rebelião, colocando em risco sua segurança, a de outros menores e a de servidores.
O acolhimento do adolescente é tratado com o máximo de cautela na Fundação Casa, mas fontes ouvidas pelo Metrópoles apontam que existe um “tensionamento” em relação ao caso devido à repercussão do crime.
Além disso, dizem as fontes, como o menor infrator não passou por exames médicos e psiquiátricoss, não se sabe a extensão de possíveis distúrbios — não sendo possível, portanto, determinar a melhor abordagem em sua internação.
Após o período de 45 dias, a Justiça deve definir a pena do menor, que então será transferido para uma das unidades de internação permanente da Fundação Casa no estado.
Como foi o crime
Isac Tavares Santos, de 57 anos, Solange Aparecida Gomes, de 50 anos, e Letícia Gomes Santos, de 16 anos, foram encontrados mortos na residência da família depois que o adolescente ligou para a PM confessando o crime na madrugada de segunda-feira (20/5).
Em depoimento à Polícia Civil, o menor afirmou que já havia pensado em matar os pais anteriormente e que decidiu colocar o plano em prática após eles “confiscarem” seu aparelho celular.
Segundo o relato do adolescente, o pai e a irmã foram mortos por volta das 13h da sexta-feira. Depois, ele foi até a cozinha, almoçou ao lado do cadáver do pai e foi até a academia. A mãe foi morta horas depois, por volta de 19h, quando chegou do trabalho.
Durante o final de semana, convivendo com os corpos dos familiares, o garoto manteve sua rotina normalmente.
No sábado (18/5), um dia após as mortes, o adolescente pegou uma faca na cozinha e cravou nas costas da mãe. Ele disse que fez isso porque ainda estava com raiva dela por ter ficado sem o celular.
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