O desenho do jovem ilustrará o capítulo sobre implementação dos direitos da criança durante a adolescência. Além dele, outros 10 internos também tiveram ilustrações escolhidas.

Por g1 São Carlos e Araraquara

 


Desenho de interno da Fundação Casa de São Carlos irá ilustrar comentários traduzidos da ONU — Foto: Fundação Casa
Desenho de interno da Fundação Casa de São Carlos irá ilustrar comentários traduzidos da ONU — Foto: Fundação Casa

Um interno da Fundação Casa de São Carlos (SP) teve um desenho escolhido para ilustrar os Comentários Gerais do Comitê dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidades (ONU) e recebeu uma carta de agradecimento pela participação e seleção de sua obra no concurso promovido em conjunto com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE-SP).

O desenho do jovem interno ilustrará o capítulo sobre implementação dos direitos da criança durante a adolescência.

Além dele, outros 10 internos, entre meninos e meninas das fundações de São Paulo, São Bernardo do Campo, Limeira, Jacareí, Cerqueira César, Lins, Marília e Franco da Rocha também tiveram desenhos escolhidos e foram homenageados.

A publicação da ONU foi traduzida para o português pelo Núcleo Especializado de Infância e Juventude (NEIJ) e o Núcleo Especializado de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH), ambos da Defensoria, e pelo Instituto Alana, a partir dos documentos publicados pelo Comitê dos Direitos da Criança da ONU.

Homenagem

Internos da Fundação Casa que tiveram desenhos escolhidos são homenageados — Foto: Marcelo Machado/Fundação Casa
Internos da Fundação Casa que tiveram desenhos escolhidos são homenageados — Foto: Marcelo Machado/Fundação Casa

Os jovens internos que tiveram os desenhos selecionados foram até a Sede da Fundação Casa na capital paulista para serem homenageados. A cerimônia foi transmitida internamente de forma on-line.

A defensora pública Gabriele Estábile Bezerra, coordenadora-auxiliar do NEIJ, ressaltou a qualidade e expressão das mensagens nos desenhos, cuja seleção entre 121 enviados foi uma tarefa complexa.

“Infelizmente temos apenas 24 comentários do Tratado dos Direitos da Criança e do Adolescente da ONU, que são objeto da publicação, e nos deu um aperto no coração ter de fazer as escolhas de alguns desenhos em detrimento de outros por causa do número limite que tínhamos. A qualidade técnica superou as nossas expectativas, que já eram altas. Estamos orgulhosos de sair do tradicional, de nomes já esperados, e trazer os adolescentes para contribuir no tema que é deles”, contou a defensora pública.

Durante a cerimônia, o presidente da Fundação CASA destacou o estigma social que acompanha os adolescentes que cometeram ao infracional. “Esses 25 desenhos escolhidos são apenas uma amostra, que refletem a capacidade dos adolescentes, de superar a adversidade momentânea que passam (ao estar internados)”, afirmou João Veríssimo. Ao se dirigir diretamente aos jovens presentes, ressaltou: “Vocês precisam ter isso na cabeça de vocês: eu posso e eu vou conseguir”.

O presidente da Fundação Casa, João Veríssimo Fernandes, destacou o estigma social que acompanha os adolescentes que cometeram ao infracional.

“Esses 25 desenhos escolhidos são apenas uma amostra, que refletem a capacidade dos adolescentes, de superar a adversidade momentânea que passam (ao estar internados)”, afirmou.

Ilustração nos comentários

Desenho coletivo feito por internos da Fundação Casa de Atibaia irá ilustrar capa — Foto: Fundação Casa
Desenho coletivo feito por internos da Fundação Casa de Atibaia irá ilustrar capa — Foto: Fundação Casa

Ao todo, 120 adolescentes de 20 centros socioeducativos participaram do concurso de desenhos da Fundação Casa e da Defensoria Pública, que teve como tema central “O que é ser criança/adolescente para você?”. Os jovens em internação enviaram 121 desenhos, elaborados individualmente ou de forma coletiva.

Dos 25 escolhidos, um resultante de obra coletiva de jovens do CASA Atibaia irá ilustrar a capa, enquanto os outros 24 estarão no interior da publicação. A publicação conta com 24 comentários traduzidos, que abordam questões como os direitos infanto-juvenis no sistema de justiça juvenil, crianças e adolescentes em situação de rua, dentre outros.