Novos servidores de estatais perderão plano de saúde: começará pelo BB
Edital do concurso do Banco do Brasil é o primeiro a seguir nova regra do Ministério do Planejamento. Caixa Econômica deverá ser a próxima
Concurseiros de todo o país foram pegos de surpresa ao lerem o edital do novo concurso do Banco do Brasil, divulgado semana passada. Segundo o documento, os 60 candidatos aprovados no processo seletivo não terão direito ao plano de saúde que, atualmente, beneficia os demais trabalhadores do BB. O banco é a primeira instituição federal a adotar a medida determinada pelo Ministério do Planejamento.
Com a exigência da pasta, outras instituições também deverão suprimir de suas publicações o direito ao plano de saúde. O Metrópoles apurou que o mesmo deverá acontecer no próximo concurso da Caixa Econômica Federal. Além dos bancos públicos, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Petrobras, Eletrobras, Telebras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também são instituições federais obrigadas a seguir a determinação do Ministério do Planejamento.
Nós estamos fazendo uma mobilização para conseguir derrubar o corte da assistência à saúde. Os novos funcionários merecem esse direito também. Temos certeza que esse edital [do Banco do Brasil] saiu com um único intuito: pressionar os servidores das demais empresas a se calar e a parar de lutar pelos seus direitos"
Correr enquanto dá tempo
Quem está estudando para o concurso do Banco do Brasil tenta manter o otimismo e não perder o foco. Para o concurseiro Alex Ramos, 34 anos, os cortes de benefícios estão acontecendo também na iniciativa privada, portanto é hora de correr contra o tempo. Ele quer ser aprovado e convocado antes que outros atrativos sejam suprimidos dos editais. “É uma realidade dos trabalhadores brasileiro. Com a reforma trabalhista, estamos perdendo direitos a cada dia que passa”, afirmou.
Quem está estudando para o concurso do Banco do Brasil tenta manter o otimismo e não perder o foco. Para o concurseiro Alex Ramos, 34 anos, os cortes de benefícios estão acontecendo também na iniciativa privada, portanto é hora de correr contra o tempo. Ele quer ser aprovado e convocado antes que outros atrativos sejam suprimidos dos editais. “É uma realidade dos trabalhadores brasileiro. Com a reforma trabalhista, estamos perdendo direitos a cada dia que passa”, afirmou.
Carlos André Nunes, advogado e especialista em concursos, não vê candidatos abandonando os livros devido à redução de benefícios. Proprietário de um curso preparatório para quem busca aprovação em estatais, ele garante que, apesar da diminuição de vantagens, o setor público ainda é atrativo. “A estabilidade e a remuneração um pouco maior do que na iniciativa privada são fatores importantes. Mas o próprio concurseiro sabe que está havendo uma diminuição de regalias, ainda mais neste governo [do presidente Michel Temer]”, comentou.
O Metrópoles questionou o Ministério do Planejamento se a determinação de retirar os planos de saúde dos editais dos concursos públicos será estendida aos demais órgãos ou se seguirá obrigatória apenas para as estatais federais. No entanto, até a publicação desta reportagem, a pasta não havia se pronunciado.
Outros cortes
Também no início de 2018, o Planejamento determinou que um sistema paritário de contribuição relativo ao pagamento dos serviços de assistência à saúde seja implementado nas estatais, em no máximo quatro anos. Isso significa que os servidores já trabalhando nesses locais terão de dividir, em partes iguais com as empresas, os custos com a manutenção dos planos de saúde.
Também no início de 2018, o Planejamento determinou que um sistema paritário de contribuição relativo ao pagamento dos serviços de assistência à saúde seja implementado nas estatais, em no máximo quatro anos. Isso significa que os servidores já trabalhando nesses locais terão de dividir, em partes iguais com as empresas, os custos com a manutenção dos planos de saúde.
Os funcionários dos Correios deflagraram greve nacional por esse motivo. Em nota, a estatal afirmou que contempla, além de empregados, dependentes e cônjuges, além de pais e mães dos titulares, e isso significaria um alto custo mensal à instituição
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