quinta-feira, 20 de abril de 2023

STF tem dois votos para substituir o atual mecanismo de correção do FGTS e adotar taxa igual ou maior que a da poupança

 

Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

 


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta-feira (20) para derrubar a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pela Taxa Referencial (TR). Segundo o ministro, que é relator da ação, a remuneração do FGTS não pode ser inferior à da caderneta de poupança. Ele foi acompanhado pelo ministro André Mendonça.

O julgamento foi interrompido com o placar 2 a 0 e será retomado no dia 27.

A TR é uma taxa que serve para compor alguns valores na economia, entre eles a correção do FGTS. A TR atualmente está em 0,32% ao mês, mas o índice pode mudar, pois é formado por uma série de variáveis. A poupança está em cerca de 0,6% ao mês.

Barroso afirmou em seu voto que a eventual mudança na correção do FGTS deve ser aplicada só a partir do julgamento do Supremo. Perdas do passado, se a taxa for alterada, devem ser resolvidas pelo Legislativo ou por negociação coletiva com o Executivo, segundo o ministro.

O FGTS foi criado em 1966 com o objetivo de proteger os empregados demitidos sem justa causa.

A ação foi apresentada em 2014 ao STF pelo partido Solidariedade. São questionados trechos de duas leis que determinam a correção dos depósitos pela TR.

O partido alega que as normas violam o direito de propriedade, o direito ao FGTS e a moralidade administrativa.

A ação diz que a TR, a partir de 1999, sofreu uma defasagem em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que medem a inflação. Argumenta ainda que as perdas só se agravaram com o decorrer do tempo.

Segundo o partido, o crédito dos trabalhadores na conta do FGTS precisa ser atualizado por “índice constitucionalmente idôneo”.

Voto do relator

Em seu voto, Barroso, que é o relator, disse que o FGTS se assemelha a uma poupança forçada, de titularidade do trabalhador, mas com rendimentos e liquidez (rapidez para sacar) inferiores aos da caderneta de poupança.

O ministro argumentou que é relevante o uso de recursos do FGTS para fins sociais, como financiamento habitacional, saneamento e infraestrutura urbana, mas que isso não pode significar um entrave para uma atualização mais justa com o trabalhador.

“Não se pode impor os custos de uma política pública de interesse geral da sociedade exclusivamente aos trabalhadores, grupo composto pelos estratos mais vulneráveis e hipossuficientes da população, sem violar o direito à igualdade", afirmou o ministro.

Em seu voto, Mendonça disse que é "inconstitucional a utilização da TR para fins de correção monetária".

Ações na Justiça

O Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT) diz que mais de 200 mil ações estão suspensas e aguardando o julgamento do STF.

A Advocacia-Geral da União afirmou ao STF que o impacto do julgamento é de R$ 661 bilhões, sendo que a Caixa teria cerca de R$ 118 bilhões disponíveis em caixa para o fundo. A PGFN fala em um impacto de R$ 400 bilhões.

“A diferença entre o potencial impacto ao FGTS (R$ 661 bilhões) e o seu patrimônio líquido poderia resultar na necessidade de aporte da União em aproximadamente R$ 543 bilhões”, diz a AGU

Justiça vai decidir se correção do FGTS por índice abaixo da inflação é legal
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Justiça vai decidir se correção do FGTS por índice abaixo da inflação é legal

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Diária extra na segurança escolar renderá até R$ 534 para guardas municipais

 


Projeto de lei que autoriza essa medida foi aprovado pela câmara nesta terça-feira, em primeira discussão

Por Rodrigo Alonso

19 de abril de 2023, às 11h51

Adesão é voluntária, e os guardas e vigias interessados não podem fazer mais do que dez diárias por mês - Foto: Divulgação

A Prefeitura de Americana vai pagar até R$ 534,45 por diária extra para guardas municipais atuarem fora da jornada normal de trabalho, com prioridade para a segurança escolar. O projeto de lei que autoriza essa medida foi aprovado pela câmara nesta terça-feira, em primeira discussão.

A proposta institui a Deje-Gama (Diária Especial por Jornada Extraordinária da Guarda Municipal de Americana), que corresponde a cinco, oito, dez ou 12 horas contínuas de atividades fora da jornada normal.

O texto estabelece uma remuneração de R$ 222,69 para uma diária de cinco horas, R$ 356,30 para oito horas, R$ 445,38 para dez horas e R$ 534,45 para 12 horas. Autora do projeto, a prefeitura usa como base de cálculo a Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), que aumenta de um ano para o outro.

A propositura também prevê diária extra para os vigias da Gama, com pagamento de R$ 128,47 para cinco horas, R$ 205,56 para oito horas, R$ 256,95 para dez horas e R$ 308,34 para 12 horas. A diária por atividade realizada no período noturno será acrescida de 20%.

A adesão é voluntária, e os guardas e vigias interessados não podem fazer mais do que dez diárias por mês. A realização da Deje fica condicionada a autorização anual da prefeitura, a depender da disponibilidade financeira.

O Legislativo aprovou o projeto com 16 votos favoráveis e duas abstenções, dos vereadores Thiago Martins (PV) e Professora Juliana (PT), que afirmaram necessitar de mais informações sobre a proposta. O texto ainda passará por mais uma votação na próxima terça antes de ir para a sanção do prefeito Chico Sardelli (PV).

Vejam o vídeo do resumo da reunião SITSESP e servidores da Fundação CASA

 

Foi realizado nessa quinta-feira na sede do sitsesp uma reunião entre servidores e direção do sitsesp, onde foi discutido estratégia de mobilização, caso a instituição não venha com uma proposta de benefícios que agrade a categoria. 


SITSESP promoveu nesta quinta-feira (20) uma reunião híbrida entre a direção sindical e várias lideranças da categoria, entre eles, delegados sindicais, lideranças independentes e representantes da AFCESP, todos unidos no intuito de promover ações articuladas e conjuntas para preparação e mobilização da categoria para a assembleia que acontecerá no dia 29 de abril e a possível deflagração de Greve Geral no dia 3 de maio.

Os servidores que participaram presencialmente e online tiveram a oportunidade de manifestar suas opiniões em relação a assembleia e a organização do movimento grevista, fizeram propostas estratégicas para a realização de atos públicos, campanhas de conscientização diárias nos Centros, campanhas de efeito moral, como usar camisetas e adesivos, publicações nas redes sociais, ações combinadas de articulações com os parlamentares e propostas de ação de enfrentamento durante os dias que a greve perdurar.

Convidamos a categoria a se fazer presente na assembleia, participar da luta, procurar as lideranças de sua preferência, mobilizar em seus respectivos locais de trabalho para assim preparar psicologicamente e estrategicamente os servidores que ainda se encontram desmotivados para participar da greve, pois para atrairmos a atenção deste governo para as pautas de reivindicação da categoria, a QUANTIDADE de servidores aderindo ao movimento é um fator primordial.

Participaram da reunião a diretoria do SITSESP, Laércio Narciso – presidente da AFCESP, José Venâncio – liderança, Maria Helena Machado – liderança, Enivaldo de Lima – liderança e os delegados sindicais Aline Alonso – Lins, Fernando Ferreira – Sorocaba, Márcia Trigo – Guarujá, Francisco Alves – Leopoldina e Jusimar Oliveira – Itaquaquecetuba.

Decisão do CNJ cria ‘distância’ entre saúde de juízes e servidores

 



19/04/2023 - Helcio Duarte Filho
Sintrajud questiona decisão do Conselho que aumenta a assistência à saúde dos magistrados e ignora servidores.

A saúde de um magistrado vale mais do que a de um auxiliar, técnico ou analista do Judiciário? O bom-senso e a moralidade gritam que não. Porém, uma recente decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) parece dizer o contrário.

 

A pedido da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), o CNJ aprovou alteração da Resolução nº 294/2019 que cria um piso e, na prática, aumenta os valores do benefício de assistência à saúde dos juízes, enquanto se omite quanto ao conjunto dos servidores e servidoras do Poder Judiciário.

 

A medida tenta consolidar uma diferenciação entre o valor da saúde de servidores e magistrados que já vinha se delineando em alguns tribunais. É alterada a redação do terceiro parágrafo do artigo 5º da Resolução 294 do CNJ, que passa a vigorar assim:

 

“Na hipótese de o tribunal optar pelo reembolso de despesas, previsto no inciso IV do art. 4º, no caso dos Magistrados, poderá adotar a mesma sistemática do § 2º do art. 5º, observado o mínimo de 8% (oito por cento) e o máximo de 10% (dez por cento) do respectivo subsídio do magistrado”.

 

O texto aprovado, publicado no Diário da Justiça de 3 de abril de 2023, indica ainda que os tribunais têm até o “exercício financeiro seguinte ao da publicação” da resolução para adotar o piso fixado para os juízes. Para os servidores mantém-se o teto, mas nada se fala quanto ao piso que prevê um patamar mínimo.

 

“A decisão do CNJ é muito ruim porque ao criar um piso somente para juízes acaba por normatizar uma diferenciação que não tem respaldo legal e não existia. Isso é inaceitável e imoral”, afirma o servidor Tarcísio Ferreira, diretor do Sintrajud.

 

A Direção do Sindicato vem pautando a luta pela valorização do subsídio à saúde na perspectiva de que o custeio seja equivalente aos preços dos planos. Repudia o tratamento desigual num tema tão delicado. Também defende o oposto do que simboliza esta medida – isto é, que haja mais recursos para saúde de quem mais precisa e não o contrário, enquanto não houver garantia de custeio integral para todos.

 

E vai atuar pela reversão dessa desigualdade que vem se estabelecendo, pela garantia, ao menos, de que os servidores e servidoras tenham no mínimo o mesmo benefício assegurado aos magistrados.

 

A Diretoria do Sintrajud observa que não há base moral ou jurídica para o tratamento diferenciado. Ressalta que o orçamento é fixado em valores médios per capita, sem distinguir magistrados de servidores. Trata-se de parcela de natureza indenizatória amparada no estatuto dos servidores e não se confunde com os salários.

 

“Há uma disputa por recursos orçamentários e o CNJ adota uma lógica inversa à que deveria, com um auxílio maior a quem menos precisa. Saúde de magistrado não vale mais que saúde de servidor. A política correta seria ter um auxílio maior para quem mais precisa, uma lógica inversa ao que eles adotaram”, afirma Fabiano dos Santos, diretor do Sintrajud e da coordenação da federação nacional da categoria (Fenajufe) – ao defender a necessidade de a categoria se mobilizar em torno desta luta.

 

A Resolução 495, de 29 de março de 2023, pode ser acessada aqui.

quarta-feira, 19 de abril de 2023

O total de 2.539 adolescentes em atendimento na Fundação CASA e servidores de 75 centros socioeducativos em todo o Estado de São Paulo





O total de 2.539 adolescentes em atendimento na Fundação CASA e servidores de 75 centros socioeducativos em todo o Estado de São Paulo participaram de 167 práticas na semana do Dia Mundial da Atividade Física, celebrado em 06 de abril. O balanço foi divulgado pela Gerência de Educação Física e Esporte (Gefesp) da Instituição nesta quarta-feira (19).


A proposta da data foi sensibilizar sobre a importância da adoção de um estilo de vida mais ativa e saudável por meio da prática diária de exercício físico pelo período de 60 minutos, consecutivos ou acumulados. O tema de 2023 foi “Divirta-se, seja ativo!”.


Na Fundação CASA, as atividades ocorreram entre os dias 03 e 06 de abril. Neste ano, houve aumento de 16,8% no número total de participantes em relação à edição de 2022, quando 2.174 jovens atendidos e servidores de 67 centros socioeducativos se envolveram.


Desde o futevôlei adaptado do CASA Arcebispo Dom Hélder Câmara, em Franca, ao futebol americano no CASA São Bernardo II, em São Bernardo do Campo, o rol de práticas foi variado, pois a ideia orientada pela Gefesp foi promover ações diversas da rotina de esporte que os adolescentes já têm nos centros socioeducativos – ao menos duas vezes na semana profissionais de Educação Física da Fundação CASA aplicam atividades.


“A prática esportiva impacta positivamente na saúde física e mental do ser humano, em especial entre aqueles que estão privados de liberdade”, afirma o presidente da Fundação CASA, João Veríssimo Fernandes. “Iniciativas temáticas como essa ajudam a enriquecer a agenda pedagógica dos adolescentes e incentivam a participação dos servidores.”


Em 2023, o Dia Mundial da Atividade Física completou sua 26ª edição da iniciativa desenvolvida em conjunto pela Secretaria de Estado da Educação em parceria com o Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (CELAFISCS), com apoio da Secretaria de Estado da Saúde.


Na Fundação CASA, todos os anos, a equipe da Gefesp incentiva os profissionais de Educação Física e o setor pedagógico a realizar a ação nos centros de atendimento, estimulando a busca por uma vida mais saudável.


#diamundialdaatividadefísica