23/10/2019 - 17:23
Durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara desta quarta-feira (23), o deputado Alexandre Leite (DEM-SP) criticou a atuação do governo na análise do Projeto de Lei 3723/19, sob sua relatoria. A proposta, do Poder Executivo, amplia o direito ao porte de armas e está pronto para ser votado no Plenário.
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Comissão de Constituição e Justiça reunida nesta quarta-feira
Segundo Leite, o centro e a base do governo têm atuado de forma a permitir que a oposição seja bem-sucedida em procrastinar a análise do texto. “Nós temos uma pauta no Plenário que é uma bandeira eleitoral do presidente Jair Bolsonaro e da base de sustentação do governo. Desde agosto, nós estamos, a gosto de Deus, tentando votar este projeto. Com o centro fragilizado e a base do governo desorientada, o PSL está fragilizado, não se mobiliza e, enquanto isso, a esquerda se mobiliza”, afirmou.
“Na primeira reunião do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder, ele pediu para retirar o projeto da pauta, para dar preferência para a votação da reestruturação dos militares. Eu não estou aqui para fazer papel de palhaço nem para cumprir promessa do presidente, porque, se aprovar o texto que nós queremos, quem vai levantar a bandeira lá na frente e falar 'aprovamos' é o senhor presidente” continuou Leite.
Ele também afirmou que o mesmo teria acontecido por ocasião da votação da reforma da Previdência, que teria sido capitaneada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e, posteriormente do Senado, Davi Alcolumbre, com o governo se “vangloriando de tudo”.
O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), prestou solidariedade ao colega. “Concordo integralmente. É um projeto muito importante, que está na pauta há tempos. Sou contra qualquer tentativa de desidratação do seu relatório”, afirmou. “Eu também passo isso na comissão e vejo outros projetos aqui na Casa. Eu vejo deputados - não falo do governo, falo do geral - achando que é bonito ir ao Plenário gravar videozinho para postar no Facebook, mas na hora da construção é preciso uma ajuda maior”, completou. Francischini também se comprometeu a conversar mais com os partidos para construir acordo para a votação do projeto das armas.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) defendeu o governo. “Afirmo o meu total apoio ao projeto. Tenho trabalhado por isso também. Penso que nosso líder Eduardo Bolsonaro tenha feito essa retirada para dar prosseguimento - nós sabemos como funciona aqui, são acordos - e teve também a proposta da Base de Alcântara, que precisava ser aprovada. Com relação à Previdência, é óbvio que houve todo um trabalho de construção feito na Casa, mas todos os dias em todas as sessões o governo estava presente, na figura do secretário Rogério Marinho, do ministro Paulo Guedes, muitas vezes, e toda a equipe econômica que acompanhou de perto”, garantiu.
Fonte: https://www.camara.leg.br/noticias/603615-relator-do-pl-que-amplia-porte-de-armas-critica-atuacao-do-governo/
Reportagem - Paula Bittar
Edição - Ana Chalub
Edição - Ana Chalub