terça-feira, 4 de setembro de 2018

Equipes trabalham pra salvar peças do museu

Equipes trabalham para salvar peças do Museu Nacional; desabamentos ocorrem na área interna

Peças recuperadas são levadas para um laboratório que serve de acervo em um anexo que também fica na Quinta da Boa Vista. Risco de desabamentos internos ainda é iminente.

Por Fernanda Rouvenat, G1 Rio
 
Bombeiro retira peça de dentro do Museu Nacional (Foto: Bárbara Carvalho/ GloboNews)Bombeiro retira peça de dentro do Museu Nacional (Foto: Bárbara Carvalho/ GloboNews)
Bombeiro retira peça de dentro do Museu Nacional (Foto: Bárbara Carvalho/ GloboNews)
Um prédio anexo do Museu Nacional, destruído em incêndio no domingo (2), virou laboratório para tentar recuperar peças retiradas dos escombros e das cinzas. Cada item precisa ser limpo antes da recatalogação. O trabalho é feito na própria Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio.
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Museu Nacional ainda tem focos de incêndio e está interditado
Na manhã desta terça-feira (4), novos desabamentos foram registrados na área interna do museu. De acordo com a Defesa Civil, o risco de quedas desse tipo ainda é iminente. Durante a madrugada, uma das estátuas da fachada do prédio também caiu.
Bombeiros ainda trabalham para combater pequenos focos de incêndio que surgem na manhã desta terça (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)Bombeiros ainda trabalham para combater pequenos focos de incêndio que surgem na manhã desta terça (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)
Bombeiros ainda trabalham para combater pequenos focos de incêndio que surgem na manhã desta terça (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)
Mais de 40 horas após o início da destruição no Museu Nacional, pequenos focos de incêndio continuavam a aparecer na manhã desta terça. A chuva que caiu durante a madrugada ajudou a apagar chamas que persistiam.
A Polícia Civil e a Guarda Municipal determinaram um perímetro de segurança ao redor do Museu Nacional. O objetivo é preservar os visitantes no entorno e as equipes técnicas que trabalham no local. Ainda existe a possibilidade de itens de valor estarem dentro do prédio atingido pelas chamas.
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Pequenos desabamentos na área interna e focos de incêndios persistem no Museu Nacional
A vice-diretora da instituição, Cristiana Serejo, afirmou que cerca de 10% do acervo não foi destruído após as chamas. Ela afirmou ainda que o detector de fumaça do museu não estava funcionando e que serão necessários, a princípio, R$ 15 milhões para a recuperação do museu.

A EXTINÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL?

A  EXTINÇÃ DA GUARDA MUNICIPAL?

Data: 03/09/2018 - 18:09 | Categoria: Política |   Bookmark and Share
A extinção da Guarda Municipal?
Entenda como a falta de atitude do prefeito pode comprometer o futuro da instituição
No ano de 1987 foi promulgada a Lei 1370, criando a Guarda Municipal sendo uma estrutura autárquica. Através de concurso público levado a efeito recebeu em 05 de maio de 1994, um total de 120 guardas municipais. Posteriormente foram feitos mais três concursos. A 2ª turma formou 100 homens, a 3ª formou 32 mulheres e 66 homens e a 4ª turma formou 15 mulheres e 35 homens. O último concurso foi no ano de 2003.
Ao longo dos anos a autarquia transformou-se em secretaria através da Lei 2.362. Foi criada a Secretaria Municipal de Cooperação para Assuntos de Segurança Pública. Em 2013, através da lei 4.069, de 14 de fevereiro, passou a ser denominada Secretaria Municipal de Segurança Pública.
Até ai tudo certo. Com o passar dos anos, vários servidores foram deixando o serviço publico municipal, alguns após passarem em outros concursos, aposentarem-se ou por exoneração a bem do serviço publico ou falecimento. Hoje a instituição conta com 251 agentes sendo que o último concurso foi há 15 anos.
Aposentadoria especial
A novidade é que em tribunais superiores várias ações de pedido de aposentadoria especial estão sendo providas, aposentando guardas municipais que tenham 25 anos de efetivo trabalho na função. Voltando para a realidade da Guarda Municipal de Foz do Iguaçu, no ano que vem aproximadamente 100 GMs passarão a ter este direito.
O efetivo que hoje não é o suficiente para desenvolver os serviços a que a Guarda Municipal tem a obrigação, imagina daqui a menos de um ano que a instituição terá menos de 100 guardas.
Olhando um pouco mais adiante, dentro de menos de dois anos outros também passarão a ter direito a se aposentar, reduzindo o efetivo a aproximadamente 50 guardas municipais.
Ficam os questionamentos:
O atual gestor municipal tem em mente a extinção da Guarda Municipal? Ou colocará a procuradoria municipal para questionar as ações judiciais dos guardas? E a população como ficará sem este serviço essencial para a segurança dos munícipes e dos turistas que nos visitam?
Fonte: 
http://www.jtribunapopular.com.br/uploads/publicacoes/jornal-tribuna-popular-edicao-243-pdf.pdf   

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Atenção

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Superamos os 4 milhões de acessos



Venho humildemente agradecer a todos que acessam o meu blog AGENTES NA NET, hoje o blog ultrapassou a histórica marca dos 4 milhões de acessos.
Diariamente o blog AGENTES NA NET, mantém o público informado sobre noticias do sistema socioeducativo, sistema penitenciário, segurança pública, política, atualidades e notícias em geral.
Independente do local, aconteceu, no blog AGENTES NA NET, de imediato virou notícia.
Meu muito obrigado a todo público em geral, que todos os dias nos prestigiam, e o reconhecimento não poderia ser diferente, hoje veio o reconhecimento de tudo que é informado, veio muitas visualizações, e que esses 4 milhões não pare por aqui, o público do blog AGENTES NA NET, não e só nacional, alcancamos essa marca de 4 milhões não só no Brasil, assim como muitos seguidores pelo mundo estão acompanhando as notícias do dia a dia.
Fico feliz de ter a honra em contribuir pra que o público se mantenha informado do nosso cotidiano, a cada dia que passa tento me aperfeiçoar pra que as notícias chegue o mais breve possível a todo público que estão nos acompanhando, mais uma vez, meu muito obrigado.


ELEIÇÕES sindicais já, venham todos dia 5 de setembro


VENHAM TODOS DIA 5 DE SETEMBRO, AS 20:00 HORAS, NA RUA ENGENHO VELHO, NÚMERO 111, UMA TRAVESSA DA CELSO GARCIA, PRÓXIMO AO CARREFOUR E AVENIDA SALIM FARAH MALUF, NA SEDE DO SÍNDICATO.
VENHAM TODOS, VOCÊ FILIADO OU NAO, SUA PRESENÇA SERÁ MUITO IMPORTANTE PRA QUE TENHA A ELEIÇÃO SÍNDICAL.

Vamos todos comemorar, até que enfim o presidente omisso falou em reunião, agora categoria, o futuro das eleições SINDICAIS dependem de vcs, eu estou como Diretor sindical e falo sem sombras de dúvidas essa gestão não nos representa, nunca ganhou nada pra nós, só nos fez perder, só nos deu prejuízo, o presidente vendeu patrimônio sem consultar a categoria, sem consultar nós diretores, pegou empréstimos sem ao menos convocar uma assembléia pros trabalhadores explicando pra qual fim seria usado o dinheiro.
No sindicato entra de 140 a 160 mensais no mínimo, fora isso o presidente omisso aínda quer mais empréstimos e não está prestando conta pros servidores.
Por tanto aqueles que querem se livrar dessa gestão, essa é a hora, chegou o grande dia, chegou o momento de tirar todos de lá, dia 5 de setembro compareçam em peso as 20 horas na sede do sindicato, esse dia e horário eles planejaram pra não ir ninguém, pois sabem que os servidores que vão, saem do trabalho às 19 horas, pegam um trânsito infernal, e a idéia do omisso é que não vá ninguém.
Por tanto categoria esse circo tem que ser desarmado, e está nas suas mãos, se o presidente quisesse mesmo que fossem os servidores pra essa reunião, ele e os diretores que aceitaram esse absurdo, faria num sábado de manhã, traria os servidores do litoral, capital e interior em vans.
Mas como ele e os diretores que estão apoiando esse golpe, decidiram fazer no dia 5 as 20:00 horas pra que ninguém fosse, detalhe, os servidores vão ter que arcar o transporte com dinheiro do próprio bolso.
Já não chega pagar uma mensalidade caríssima pra um bando de omisso, que não nos representa, agora não temos direito de ir com vans paga pelo sindicato.
Por tanto categoria, essa é a hora de nos fortalecer, vamos abandonar as redes sociais e vamos agir presencialmente, vamos todos pra sede do sindicato e pedir pra que saia essa gestão que não nos representa.

Contamos com o apoio da categoria pra tira-los de lá.
Venham todos!!!


Nessa reunião que vá o máximo de servidores possível, porq esse horário numa quarta feira, as 20:00 horas, é pra não ir ninguém, porém vamos mostrar força, vamos em peso pra lá, independente de vc servidor, ser filiados ou não, o que está em jogo é a eleição síndical, e isso é de extrema importância pra nossa classe trabalhadora, chegou a hora de tirarmos essa gestão de lá, o Aldo diz num áudio que o sindicato é só nosso, isso é uma farsa, se fosse só nosso, nós já tínhamos chamado uma eleição faz muito tempo, o Aldo diz que o sindicato é democrático, nesse caso ele está mentindo, nunca houve democracia, nunca escutou os servidores pra comprar algum patrimônio, nunca chamou uma assembléia pra saber se a categoria está de acordo ou não do sindicato pegar empréstimos.
Por tanto esqueçam essa história de democracia, e reforçando, vão todos servidores pra sede do sindicato, dia 5 de setembro às 20 horas, vamos exigir a saída do Aldo e dos diretores que estão apoiando esse golpe.

Servidores do Estado têm de encarar fila para agendar exames

Servidores do Estado têm de encarar fila para agendar exames

Centenas de funcionários públicos estaduais tiveram de madrugar e enfrentar fila quilométrica para tentar marcar exames na Santa Casa pelo Iamspe; antes, agendamentos eram feitos pelo telefone


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Funcionários públicos em fila do lado de fora da Santa Casa(Fotos: Tatiana Pires 20/2/2018)
Centenas de funcionários públicos do Estado de São Paulo tiveram que enfrentar uma fila para conseguir marcar exames de cardiologia, nesta terça-feira, dia 20, na Santa Casa de Rio Preto - único hospital credenciado para fazer exames na região pelo Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). A fila dobrava a esquina da entrada para o hospital, na rua Tiradentes. A Santa Casa informou que foram atendidos 318 pacientes e agendados 1.120 exames.
Os pacientes reclamavam que o agendamento, que antes era feito por telefone ou pessoalmente em qualquer dia, passou a ser realizado a cada dois meses somente nos dias 20. A Santa Casa, no entanto, informou que o problema era pontual e que ocorreu em razão de um equívoco de uma funcionária terceirizada que faz o agendamento. Na manhã desta segunda-feira, somente duas funcionárias estavam atendendo as centenas de pacientes. A espera durou cerca de seis horas.
Moradora de Riolândia, a professora aposentada Tercilia Carvalho de Jesus Narassi, de 76 anos, chegou na fila por volta das 6h30. Ela veio preparada: trouxe um banquinho e um guarda-chuvas. "Ano passado aconteceu a mesma coisa, mas consegui marcar exames. Dessa vez, trouxe o banquinho porque sabia que a espera seria longa. E mesmo com o guarda-chuvas, molhei as costas", conta a aposentada que pretendia marcar dois exames: doppler de safena e doppler de carótidas e vertebrais bilateral. Ela estava indignada. "Trabalhei por dois períodos para ter um dinheirinho, mais a aposentadoria defasada, aí quando precisamos de atendimento é esse pouco caso. Pedem para todo mundo vir no mesmo dia e numa hora só".
Com dor nas costas e problemas circulatórios, a professora Marilde de Fátima Toninatto, 52 anos, permanecia na fila para agendar exames de esteira, ecocardiograma e doppler. Ela mora em Estrela d'Oeste e precisou viajar 220 quilômetros e "perder o dia de serviço. Antigamente agendava por telefone. Hoje, temos que ficar na fila, debaixo de chuva, sujeito a ficar doente. Com fome, sede, sem lugar para ir no banheiro. Para o Estado, primeiro morre, depois faz o exame." Ela se queixa: "tenho pressão alta, problema circulatório, dor na perna direita. Olha o nervoso que a gente passa e podia estar trabalhando".
A professora Evanir Euzébio Fernandes, 57 anos, que encarou a fila para marcar exames para a mãe dela, Arlinda Lima da Silva, 79 anos, pretende recorrer ao SUS em busca de mais agilidade. "Ela passou pelo médico no dia 2 de maio e ainda não conseguimos marcar os exames. Se não conseguir uma data hoje, vou tentar o SUS para ver se é mais rápido. Uma senhora da idade da minha mãe não pode esperar tanto assim".
A demora no agendamento também perturba o professor aposentado Job Tenório de Lima, 59 anos. Ele conta que há seis meses tem tentado marcar os exames de doppler e esteira. "É um absurdo porque temos o desconto em folha. Se marcar hoje, vão fazer o exame daqui uns dois meses. Bom, se marcar ainda estamos gratos".

Erro de funcionária, diz Santa Casa

A grande fila que se formou em frente à Santa Casa para agendamento de exames foi "um problema pontual", segundo o administrador da Santa Casa, Valdir Furlan. "Foi um equívoco da funcionária terceirizada do setor de cardiologia, que orientou de forma errada os pacientes a virem todos hoje", alegou. "Criou-se uma fila desnecessária, com pessoas de várias regiões, como Araçatuba, Barretos, Jales, Araraquara".
Em nota, a assessoria de imprensa do Iamspe confirmou a alegação. "A direção do Instituto entrou em contato com o provedor da Santa Casa de São José do Rio Preto, que informou tratar-se de um problema pontual nas marcações de procedimentos cardiológicos e que não deverá ocorrer novamente".
O comunicado diz ainda que a "Santa Casa é um dos prestadores com maior remuneração do Estado de São Paulo. O valor atual está de acordo com a capacidade de atendimento do hospital. Nos últimos três anos, foram repassados para instituição mais de R$ 45 milhões".
Questionada sobre as medidas que pretende adotar para melhorar o atendimento aos beneficiados, o Iamspe afirmou que recentemente publicou editais de credenciamento para ampliar a oferta de exames no município. "Ao todo, foram selecionados três novos prestadores, que iniciam os atendimentos em março. Com essa adequação, o Instituto investe na cidade mais R$ 1,25 milhão neste ano".
Para marcação de consultas e de exames, a orientação é de que os usuários entrem em contato diretamente com o Ceama de Rio Preto através dos telefones: (17) 3235-4055 / 3414/ 3425. Na região, o Iamspe está presente em 12 municípios. (TP)

domingo, 2 de setembro de 2018

Delação: PCC teria pago propina a agente do governo de SP

Delação: PCC teria pago propina a agente do governo de SP

  • Desde 2008, autoridades ligadas ao governo de São Paulo são acusadas de receber propina para liberar presos. Investigações foram abafadas
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) dos governos José Serra e Geraldo Alckmin teria abafado por pelo menos dez anos uma investigação sobre um esquema irregular de concessão de benefícios penais a lideranças presas do Primeiro Comando da Capital (PCC). O esquema envolveria o pagamento, entre 2006 e 2008, de 50 000 reais ao então coordenador dos presídios da Região Oeste, José Reinaldo da Silva, por cada criminoso favorecido. Silva teria beneficiado pelo menos cinco líderes da facção com pareceres favoráveis a transferências para presídios menos rígidos e progressão do regime fechado ao semiaberto. Na época, ele era subordinado a Antônio Ferreira Pinto, ex-homem forte da área de segurança dos governos tucanos – foi secretário da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) entre 2006 e 2009 (governo de José Serra) e secretário da Segurança Pública entre 2009 e 2012 (governo de Geraldo Alckmin).
A primeira vez que alguém falou formalmente ao Ministério Público sobre a existência de um esquema para favorecer líderes do PCC foi em 2013, mas a relação heterodoxa entre Silva e a facção já era de conhecimento da SAP desde 2008. No dia 30 de agosto de 2013, o detento Orlando Motta Júnior, conhecido como Macarrão — então uma das principais lideranças do PCC ao lado de Marcos Herbas Camacho, o Marcola — sentou-se diante de representantes do Ministério Público Estadual de São Paulo disposto a contar tudo o que sabia. Sua delação teve como consequência a maior denúncia apresentada pelo MP até agora contra a facção. Além de citar 175 criminosos, o depoimento de Macarrão frustrou um ambicioso plano de fuga que vinha sendo arquitetado pelo PCC para tirar Marcola da prisão. Outras informações valiosas, no entanto, foram desperdiçadas, como a que dizia que, para conseguir benefícios na execução penal dos criminosos e sua transferência para presídios com segurança menos rígida, o PCC subornava dirigentes da SAP do governo de São Paulo.
Citado como beneficiário do pagamento, José Reinaldo da Silva, na qualidade de coordenador das unidades penitenciárias da Região Oeste era o responsável por gerenciar os presídios onde está encarcerada a cúpula do PCC. A intermediação entre o PCC e o órgão chefiado por Silva, afirmou Macarrão, era feita pela advogada Maria Odete Haddad, que já trabalhou na defesa Marcola. Todo esse trecho envolvendo o PCC e autoridades da SAP ficou de fora das investigações que se seguiram.
Um ano depois, porém, o mesmo esquema foi relatado ao MP pelo delegado Ruy Ferraz Fontes. Atual diretor do Denarc (delegacia de Narcóticos do Estado de São Paulo), ele afirmou em um depoimento prestado no dia 20 de agosto de 2014 ter ficado sabendo, por meio de uma advogada ligada ao PCC, que a facção pagava propinas a autoridades do sistema penitenciário para favorecer membros da cúpula. Trechos desse documento constam do livro A Guerra, recém-lançado pela editora Todavia e escrito por Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias. Ao informar o caso a dirigentes da SAP, Fontes diz que passou a ser retaliado pelo então secretário Ferreira Pinto, que o afastou da delegacia de Roubo a Bancos do Deic, a elite da Polícia Civil, e o colocou em delegacias da periferia. Fontes também foi alvo de um processo administrativo, acusado de fazer investigações paralelas de assaltos a agências bancárias que estavam fora da jurisdição de sua delegacia. Este processo posteriormente seria arquivado, mas na época que veio à tona custou seu emprego de professor em uma universidade particular. Segundo seus relatos aos investigadores, as investidas foram uma vingança de Ferreira Pinto pelo fato de ele ter relatado o esquema de propinas do PCC à SAP e por ter feito operações contra venda de drogas dentro dos presídios.
“Ele [Fontes] passou a notar certa hostilidade por parte de dirigentes da SAP, notadamente do secretário Antônio Ferreira Pinto (…). Acredita que por ter revelado irregularidades à Secretaria (transferência ilegal de presos e introdução ilegal de cocaína nos presídios) tornou-se alvo de perseguição”, anotou o promotor José Carlos Blat, em relatório.
Ferreira Pinto, cuja trajetória na administração pública foi marcada pela caçada a policiais civis corruptos, afirmou a VEJA que o delegado Fontes é um “desafeto pessoal” e negou que tenha sido “omisso” ou protegido “quem quer que seja, principalmente bandido”. “Na minha carreira, o que eu mais fiz foi intervir nas coisas erradas. Eu jamais receberia informações que têm fundamento, e não são só rumores, e não as levaria adiante”, disse o secretário.
Sobre o seu subordinado, o suposto beneficiário da propina, Pinto disse que ele foi retirado do cargo por “uma série de questões administrativas”. De fato, no mesmo período em que a denúncia chegou ao delegado Fontes, Silva foi transferido de posto. Só que a mudança não foi uma punição e, sim, uma espécie de promoção. O suspeito de receber propinas do PCC assumiu o controle das penitenciárias da Região Central, que recebem a maior fatia do orçamento da secretaria. Silva ficou no cargo até 2011, quando foi exonerado após a descoberta de fraudes em licitações sob sua responsabilidade. Hoje, trabalha como agente penitenciário especial na penitenciária de Itirapina (SP), onde recebe um salário de 13 000 reais.
Ferreira Pinto e o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (Agência Brasil/.)
No depoimento dado em 2014, o delegado Fontes descreve como funcionava o esquema de propinas na SAP citando o exemplo do preso Eduardo Lapa dos Santos. Mesmo sendo apontado como braço direito de Marcos Herbas Camacho e condenado por crimes graves como roubo e sequestro (este hediondo), Lapa conseguiu ganhar na Justiça, em 2009, a progressão para o regime semiaberto, que lhe dava direito a saídas temporárias. O benefício só pode ser concedido por um juiz, que toma a decisão com base em relatórios sobre o comportamento do preso elaborados pela direção do presídio. Ocorre que a documentação da SAP informava ao juiz que Lapa havia sido um preso exemplar de 2001 a 2009, desconsiderando, por exemplo, o fato de ele ter cometido faltas graves no período (entre elas, incitar tumulto e outra por porte ilegal de celular), num caso de fraude ou incompetência. “Tal informação levou o juiz a erro “, disse o delegado ao Ministério Público.
Em janeiro de 2009, o secretário Ferreira Pinto recebeu um ofício do novo coordenador de presídios, Roberto Medina, relatando sua estranheza pelo fato de Lapa ter conseguido a transferência, mesmo sendo líder do PCC. Novamente, nenhuma medida foi tomada. Em dezembro daquele ano, Lapa conseguiu o direito da “saidinha temporária” de fim de ano, prevista no semiaberto. E fugiu da cadeia.
Desde 2008, alguns indícios da existência do esquema já eram de conhecimento da cúpula da SAP. Naquele ano, José Reinaldo da Silva foi alvo de um procedimento administrativo com base na acusação de um preso chamado Claudionor Bispo de Souza, que trabalhou por quatro anos como faxineiro e copeiro na coordenadoria. Segundo ele, a “advogada de Marcola” (Maria Odete Haddad) mantinha “conversas constantes” com Silva, a quem presenteava com cestas de chocolate. No processo, o detento reproduz uma conversa em que a advogada dizia a um assessor de Silva: “Se você mandar estes dois presos para onde eu pedir, você sabe que não irá perder comigo, pois eu sempre chego com você”. O procedimento administrativo contra Silva foi arquivado.
Já os depoimentos de Fontes e o de Macarrão, por envolverem um secretário do governo, seguiram para a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), então chefiada por Márcio Elias Rosa. A PGJ decidiu pelo arquivamento da acusação de perseguição envolvendo Ferreira Pinto. As acusações contra José Reinaldo da Silva foram remetidas novamente à promotoria de primeira instância – onde estão tramitando ainda sem nenhuma conclusão. Procurado por VEJA, Márcio Elias Rosa, hoje integrante do governo Alckmin como secretário de Justiça, preferiu não se manifestar. O delegado Fontes também não quis se pronunciar sobre o depoimento que prestou ao MP e sobre a briga com Ferreira Pinto. Procurado por meio de sua advogada, José Reinaldo da Silva não respondeu ao contato feito por VEJA