sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Governo de SP fecha contrato com agência da ONU para montar PPP da Fundação Casa

 

A agência foi contratada para prestar assistência técnica à gestão estadual e fazer um diagnóstico do sistema socioeducativo

Foto: Agência Brasil

Redação Jornal de Brasília

20/02/2025 23h18

THIAGO BETHÔNICO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O Governo de São Paulo assinou nesta quinta-feira (20) um contrato com a Unops, escritório da ONU especializado em infraestrutura, para começar a modelar a PPP (parceria público-privada) da Fundação Casa, Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente, antiga Febem.

A agência foi contratada para prestar assistência técnica à gestão estadual e fazer um diagnóstico do sistema socioeducativo. O objetivo é levantar soluções, que devem passar por modelos de concessão.

De acordo com a SPI (Secretaria de Parcerias em Investimentos), o contrato com a Unops vai até agosto de 2027, com possibilidade de prorrogação. O governo vai desembolsar R$ 21,6 milhões pelo serviço.

Na primeira fase, a agência vai analisar aspectos como infraestrutura das unidades, quantidade de funcionários, eficiência de gastos e metodologia das medidas socioeducativas.

Após essa etapa, a Unops fará propostas de melhorias no sistema, o que deve passar por projetos de parceria público-privada. No entanto, outros formatos também podem ser apresentados ao governo.

“O diagnóstico vai apontar falhas e possíveis soluções. Obviamente, vamos estar sempre testando a hipótese de PPP como possível solução”, afirma Bernardo Bahia, gerente de projetos do Unops Brasil.

“O estado de São Paulo, com essas sugestões de melhoria em mãos, passa por um processo de tomada de decisão para entender quais caminhos seguir”, acrescenta.

Com a direção apontada pela gestão estadual, a agência passa então a estudar a pré-viabilidade dos modelos de gestão, detalhando custos das medidas e fazendo estudos pré-licitação.

“Na fase três, avançaremos nos estudos de PPPs, com as modelagens detalhadas de infraestrutura, custos, parte jurídica, documentos licitatórios”, diz Bernardo.

A Unops tem experiência com o assunto no Brasil e apoiou os governos de Minas Gerais e Santa Catarina na modelagem de PPPs do sistema socioeducativo.

Rafael Benini, secretário da SPI, diz que o projeto visa entender o que da Fundação Casa deve ser atribuição do poder público e o que pode ficar na mão de um parceiro privado.

“Comparando com o projeto Campos Elíseos [nova sede do governo paulista], eu diria que estamos formulando o concurso de arquitetura. Juntando números e desenhando o que que vai ser de cada um”, afirma.

Em 2023, o Governo de Sâo Paulo incluiu a Fundação Casa na lista de projetos que integram o PPI (Programa de Parcerias e Investimentos).

A gestão de Tarcísio enxerga grandes ineficiências no sistema, com gastos altos e espaços subutilizados.

A Fundação Casa responde pela terceira maior folha de pagamentos de São Paulo, atrás apenas do metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Em 2024, despesas com pessoal e encargos somaram R$ 1,3 bilhão.

Atualmente, a Fundação Casa tem 96 unidades no estado, atendendo cerca de 4.300 adolescentes. Segundo a instituição, há aproximadamente 8.000 servidores ativos.

Tarcísio já reclamou da instituição em eventos públicos, se queixando de centros que teriam apenas dois internos e espaço para 30.

Questionada sobre quais unidades são essas com tão poucos adolescentes, a Fundação Casa disse que, ao longo dos anos, diversos prédios foram desativados gradativamente como parte de um processo de readequação planejada. “Bem como unidades de semiliberdade que tiveram as atividades suspensas por baixa demanda, como a de Marília, que chegou a atender apenas três adolescentes, e as de São Bernardo do Campo e Franca, que atenderam cinco.”

Outro problema enxergado pela gestão estadual é a proporção entre adolescentes e servidores. Uma apresentação sobre a Fundação Casa no site do governo destaca que a instituição tem quase dois servidores por interno.

Neemias de Souza, presidente do Sitsesp (Sindicato da Socioeducação do Estado de São Paulo), questiona os números apresentados pelo governo estadual.

Ele diz que boa parte dos funcionários da Fundação Casa trabalha hoje em área administrativa. “O número de servidores que trabalham no chão de fábrica e têm contato direto, 24 horas, com o adolescente é baixo.”

Descontando funcionários que estão afastados, ele estima que há cerca de 2.000 servidores para as 96 unidades, divididos em quatro plantões diferentes. “Isso dá uma média de dois, três funcionários por unidade”, afirma.

O líder sindical vê o projeto de PPP da Fundação Casa com preocupação e diz que esta não é a primeira tentativa. Segundo Neemias, no passado, o governo tentou colocar ONGs pra cuidar da socioeducação no estado e também não deu certo.

“Temos muitos problemas, mas precisa resolver sem vender a administração. O governador não tem que fugir da raia, ele foi eleito para governar São Paulo com todos os problemas -que ele não conhece- e com todas as vantagens”, diz.

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    quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

    Profissionais de educação física da Fundação CASA participam de capacitação paralímpica

     


    Curso do Governo de São Paulo amplia conhecimentos em esportes adaptados para inclusão e desenvolvimento de adolescentes em medida socioeducativa

    • Data: 19/02/2025 16:02
    • Alterado: 19/02/2025 16:02
    • Autor: Redação
    • Fonte: Fundação CASA
    Profissionais de educação física da Fundação CASA participam de capacitação paralímpica

    Capacitação paralímpic

    Crédito:Fundação CASA

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    A edição de 2025 do programa traz duas novidades na programação: basquete em cadeira de rodas e goalball. Além dessas, os profissionais recebem treinamento técnico e prático em atletismo, natação, halterofilismo, futebol de cegos, vôlei adaptado e tênis de mesa. Antes da fase presencial, os participantes concluíram uma formação EaD sobre os fundamentos do Movimento Paralímpico, com carga horária de 46 horas.

    Para a gerente de Educação Física e Esporte da Fundação CASA, Janaina de Brito Asprino, “a capacitação dos profissionais é essencial para que possamos oferecer um atendimento de qualidade e, acima de tudo, inclusivo aos nossos adolescentes. Por meio deste curso, estamos ampliando nossas habilidades para garantir que todos os jovens, independentemente de suas limitações, tenham acesso ao esporte e aos seus benefícios”.

    Atualmente, cerca de 170 profissionais de educação física atuam nos 97 centros socioeducativos da Fundação CASA em São Paulo, onde os adolescentes têm direito a práticas corporais, esportivas e recreativas, com um mínimo de três horas semanais de atividades. Além disso, a instituição promove competições esportivas anuais, como a Copa CASA de Futebol, torneios de vôlei e xadrez, Festival Ginástica Para Todos, entre outros.

    “A capacitação dos nossos profissionais de educação física é fundamental para ampliar o acesso ao esporte paralímpico, oferecendo aos jovens em medida socioeducativa a oportunidade de participar de atividades que valorizam a inclusão. Fortalecemos, assim, nosso compromisso com o desenvolvimento integral desses adolescentes, promovendo cidadania, autoestima e respeito às diferenças, essenciais para sua reintegração social”, destacou a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.

    Ao longo do ano, novas turmas de profissionais da Fundação CASA devem participar das etapas do programa em diferentes regiões do estado.

    quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

    Plano de saúde por menos de R$ 100? Saiba mais sobre a nova modalidade proposta pela ANS

     

    Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar, a criação do produto busca ampliar o acesso dos brasileiros ao serviço

    Por Júlia Galvão/Folhapress
    Publicado em 17 de fevereiro de 2025 | 21:03
    Novo plano de saúde, caso seja posto em prática, terá algumas limitaçõesFoto: Freepik

    A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a abertura de uma consulta pública para avaliar a criação de um tipo de plano de saúde que cubra apenas consultas eletivas e exames, sem direito a internações, atendimento de pronto-socorro e terapias.

    O diretor de normas e habilitação de produtos da agência, Alexandre Fioranelli, diz que esse plano deve ser vendido por menos de R$ 100. Em casos de emergência, o consumidor continuará dependente do Sistema Único de Saúde (SUS).

    Pela proposta, a ANS não definirá um limite para o reajuste dos preços desse tipo de plano de saúde, como ocorre hoje com os convênios individuais e familiares.

    "Vai entrar a lei do mercado. Eu não consigo imaginar, de maneira alguma, que a operadora vai querer dar reajustes exorbitantes, já que, se ela fizer isso, a população não ficará nesse sistema", afirma o diretor.

    Segundo a ANS, a criação do produto busca ampliar o acesso dos brasileiros aos planos de saúde. Hoje apenas 25% da população tem esse serviço. Em entrevista à reportagem, Fioranelli afirma que a modalidade poderia beneficiar cerca de 80 milhões de brasileiros, o que desafogaria os setores de atenção primária e secundária do SUS.

    Período experimental 

    Ainda de acordo com a ANS, a modalidade passará por um período experimental de dois anos. As operadoras que desejarem participar deverão registrar um novo plano, no formato coletivo por adesão, com limite de 30% de coparticipação.

    O novo plano prevê consultas em médicos de entrada, como clínico geral, ginecologista, pediatra, ortopedista e geriatra. Quando necessário, o paciente também poderá ser encaminhado para um especialista.

    Segundo a ANS, os dados dos consumidores do plano estarão integrados ao SUS Digital para que todas as informações sobre um paciente possam ser concentradas em uma única plataforma. Os consumidores também terão acesso a exames de baixa complexidade.

    Durante o período experimental, não será possível que os consumidores realizem portabilidade entre modalidades (quando é possível trocar de plano de saúde sem ter que cumprir carência).

    Assim, não será possível que aqueles que adquirirem o novo plano passem a contratar um plano completo via portabilidade ou que quem hoje utiliza o plano completo passe à nova modalidade.

    Com o fim do período de experimentação, a ANS deverá definir se o modelo será mantido ou encerrado.

    O presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Gustavo Ribeiro, afirma que a proposta não deve gerar impactos negativos aos planos já existentes.

    "O objetivo desse novo modelo não é substituir os planos tradicionais, mas sim complementar a oferta de produtos de saúde suplementar e atender um público específico que hoje não tem acesso a planos de saúde e que, muitas vezes, recorre a cartões de descontos sem qualquer tipo de regulamentação ou proteção", diz.

    Segundo Fioranelli, a cobertura do novo tipo de plano será superior à oferecida pelos cartões de benefício. "A partir de uma mensalidade bem mais acessível, a modalidade garantirá que o brasileiro possa contratar a cobertura de consultas em todas as especialidades médicas e assistenciais, além de exames definidos", afirma.

    Claudia Nakano, advogada do Nakano Advogados, afirma que os problemas dos consumidores com relação a custos altos continuarão existindo, uma vez que o novo plano não cobre os serviços de maior gasto, como internações e cirurgias.

    "Atualmente, uma grande parte da população precisa de terapias com psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros. Sendo que, esse modelo de plano não abraçaria essa prestação de serviço. Para consultas e exames, desafogaria o SUS, mas o paciente ficaria descoberto ao precisar do tratamento e não ter como fazer pelo plano de saúde", diz a especialista.

    O Procon-SP destaca que é necessário que a ANS garanta que o consumidor entenda as limitações do novo produto, por não haver a integralidade prevista pela saúde suplementar.

    "É importante que a venda do produto seja feita de forma clara, com informações detalhadas e que seja explicado que o plano não garantirá o acesso ao tratamento de doenças diagnosticadas", diz a diretora de Assuntos Jurídicos do Procon-SP, Patricia Dias.

    Gustavo Soares Giordano, advogado de direito empresarial, indica que a nova modalidade pode ser uma boa opção para pessoas jovens ou para aqueles que têm histórico de pouca utilização de atendimento médico.

    "O importante é que o consumidor sempre avalie bem o produto que está adquirindo, a abrangência da cobertura, a rede de conveniados para utilização dos serviços, as cobranças adicionais previstas e as regras de reajuste dos valores", diz.

    Novo plano 

    Segundo a ANS, o novo sistema conseguirá prevenir e reduzir doenças identificáveis a partir do diagnóstico precoce, com a diminuição da incidência de doenças como hipertensão e diabetes, por exemplo.

    "Tudo isso vai gerar uma economia de recursos, pois um diagnóstico precoce está diretamente relacionado a uma sobrevida maior, a um prognóstico maior e a um tratamento mais barato", afirma Fioranelli, diretor da agência.

    Com relação à necessidade de recorrer ao SUS em casos de emergência, o diretor diz que o público-alvo do novo plano já depende integralmente da rede pública. Assim, ao aderir à nova modalidade de plano de saúde, o indivíduo passaria a contar com a oferta de diagnósticos rápidos.

    "Com a detecção precoce de doenças e acompanhamento preventivo, espera-se uma redução na necessidade de atendimentos emergenciais e internações. Isso beneficia tanto os cidadãos brasileiros, que terão acesso a um cuidado contínuo de saúde, quanto ao próprio sistema público, que poderá concentrar seus recursos nos casos mais graves e complexos", diz o presidente da Abramge.

    Comunicado da Fundação CASA aos Servidores


     Governo do Estado de São Paulo

    Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente

    Expediente do Gabinete

    PORTARIA NORMATIVA Nº 480/2025

     

     

    A PRESIDENTE da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao

    Adolescente - Fundação CASA-SP, no uso de sua competência,

     

     

    R E S O L V E:

     

     

    Art. 1° Fica alterada a Portaria Normativa nº 253/2013, publicada no Diário

    Oficial do Estado de 30 de novembro de 2013, que estabelece os deveres dos servidores e os

    procedimentos administrativos afetos às sindicâncias e processos administrativos disciplinares,

    nos termos desta Portaria.

    Art. 2° Acrescenta-se a alínea “a”, ao inciso XI do artigo 2º, com a seguinte

    redação:

    “Artigo 2º ...............................................................................................

    XI- ...........................................................................................................

    a) Nas situações em que haja o comprometimento da integridade física ou

    mental de adolescentes, o registro formal é obrigatório, devendo ser utilizados

    os meios institucionais disponíveis.” (NR)

    Art. 3° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

    Dê-se ciência.

    Publique-se.

     

    São Paulo, na data da assinatura digital.

     

    Ana Claudia Carletto

    Presidente

    Documento assinado eletronicamente por Ana Claudia Carletto, Presidente, em

    17/02/2025, às 19:23, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no Decreto

    Estadual nº 67.641, de 10 de abril de 2023.

    Portaria Normativa nº 480/2025 (0056615846)         SEI 161.00041117/2025-11 / pg. 1


    A autenticidade deste documento pode ser conferida no site

    https://sei.sp.gov.br/sei/controlador_externo.php?

    acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0 , informando o código verificador

    0056615846 e o código CRC 03CBDF97.