A acusação é contra a direção e a coordenação da unidade. O caso já foi apresentado ao MP à Justiça
Matéria e foto: Ana Carolina Godoy
Servidores da Fundação Casa de Marília denunciam a direção e a coordenação da unidade por violência física contra adolescentes apreendidos. O caso já foi apontado para a instituição, em São Paulo, para o Ministério Público e a Justiça.
Agora a acusação chega ao Jornal da Manhã. Uma das agressões teria ocorrido no dia 23 de dezembro, mas trabalhadores afirmam que o fato já se repetiu várias vezes nos últimos anos.
De acordo com os servidores, a violência ocorre principalmente nos dormitórios, onde não há câmeras de segurança, evitando registros no circuito interno de imagens.
Os servidores contam que fizeram ligações à direção regional do serviço e à ouvidoria da Fundação Casa em São Paulo. No entanto, não teria dado resultado.
Por conta dessas denúncias, os menores G.L.S; R.T.; e C.S.L.N chegaram a comparecer no Fórum no dia 3 de dezembro para serem ouvidos, mas teriam sido ameaçados de transferência para São Paulo caso mencionassem as agressões.
Uma mãe também teria presenciado o filho com sinais de agressão e mencionou ao diretor que iria até a imprensa, mas, da mesma forma, recebeu ameaça de transferência do filho.
“Toda vez que ocorre uma agressão, os meninos são coagidos a dizer que se machucaram de outra forma”, relatou um dos trabalhadores. A acusação mencionou que as agressões têm acontecido nos últimos três anos, no mandato do atual diretor, Marcelo Gil Capelloci, por parte dele próprio e de coordenadores.
Os servidores temem uma rebelião na unidade por conta da revolta entre os adolescentes. Em novembro do ano passado as denuncias foram formalizadas ao MP e ao juiz da Vara da Infância e Juventude, José Roberto Nogueira, que chegou a comparecer à Fundação Casa para apurar as denúncias. No entanto, o silêncio teria prevalecido por parte dos envolvidos.
No dia 23 de dezembro os servidores afirmam que as agressões voltaram a acontecer, dessa vez contra os menores de iniciais J.L.M.; N.M.O.; J.C.B.; e K.C.L. Os denunciantes mantêm seus nomes em sigilo por conta do receio em haver retaliações.
A reportagem do Jornal da Manhã tentou contato ontem com o juiz José Roberto Nogueira e com o promotor da Vara da Infância e Juventude, Gustavo Henrique de Andrade Cordeiro, mas até o final desta edição não conseguiu encontrar nenhum dos dois.
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