PMs são enterrados no Rio; estado tem 1 policial morto a cada 54 horas em 2018
Soldado Tiago Chaves da Silva foi atingido durante operação na Rocinha nesta quinta. Sargento Flávio dos Santos da Cunha morreu após ser baleado na cabeça em patrulhamento na Av. Brasil.
Por G1 Rio e TV Globo
Dois PMs foram enterrados na tarde desta sexta-feira (26), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Chegou a dez o número de policiais militares mortos no estado desde o início de 2018. Um delegado da Polícia Civil também foi executado. No total, são 11 assassinatos em 25 dias (até quinta-feira, 25): um a cada 54 horas.
O soldado Tiago Chaves da Silva, do Batalhão de Choque, morreu após ser atingido no abdômen durante confronto com criminosos na Rocinha, na tarde da quinta-feira (25). A família diz que Thiago sempre sonhou em fazer parte do grupo de elite. Tinha 37 anos, era casado e tinha um filho.
"O policial militar não tem que morrer. O civil também não. Mas, infelizmente, isso é resultado de confronto (...) O número de marginais cresce e os nossos recursos são finitos, mas estamos fazendo o papel de defender a sociedade", declarou o comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias Ferreira.
O sargento Flávio dos Santos da Cunha, do Batalhão de Policiamento em Vias, morreu após ser baleado na cabeça durante patrulhamento na Avenida Brasil, na noite de domingo. Ele chegou a ficar internado, em estado grave, mas morreu na quinta-feira. Também era casado e tinha 41 anos.
"Uma cara trabalhador, um cara que tava executando o seu trabalho. Um herói, o meu herói. Assim, é um cara que era advogado, ele era comerciante, ele era enfermeiro. Contra tudo e contra todos, estudou. Teve as mesmas oportunidades que as outras pessoas têm. Mas eu acho que as oportunidades pra se fazer o bem têm que ser ampliadas pelos nossos governantes, pra não acontecer isso. Mais um PM morto? Tá muito errado", lamentou o amigo Paulinho Serra.
O secretário de Estado de Segurança, Roberto Sá, prestou solidariedade aos familiares dos dois policiais militares. Sá determinou que as estruturas da Secretaria, das polícias Civil e Militar "respondam de forma apropriada e legal para que os criminosos sejam identificados e presos". "O secretário reitera sua indignação com as mortes dos policiais, pois quando um policial é atacado toda a sociedade é atingida".
Rocinha
A Rocinha teve 34 mortos em ações da polícia nos últimos 4 meses. O porta-voz da PM do Rio disse que operações na Rocinha vão continuar para retirar os fuzis da comunidade.
A morte dos PMs ocorre após um dia de muita tensão e tiroteio nas comunidades do Vidigal e da Rocinha, onde a polícia fez operações.
Um cachorro também foi baleado e ao menos cinco pessoas ficaram feridas. Quatro suspeitos foram presos e um ônibus foi incendiado.
Nesta sexta, o Batalhão de Choque da PM chegou à Rocinha, com apoio de outras unidades, por volta das 9h. Por volta das 10h, disparos podiam ser ouvidos na região. Drogas foram apreendidas na comunidade por cães farejadores do Batalhão de Ações com Cães.
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