quinta-feira, 8 de agosto de 2024

Conselho do FGTS aprova e governo vai distribuir R$ 15,2 bilhões do lucro de 2023 a trabalhadores; veja regras

 

Por Alexandro MartelloThiago Resende, g1 e TV Globo — Brasília

 

Distribuição dos lucros do FGTS será feita até o fim do mês de agosto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Distribuição dos lucros do FGTS será feita até o fim do mês de agosto — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou nesta quinta-feira (8), em reunião extraordinária, a distribuição de R$ 15,2 bilhões aos trabalhadores relativos a parte do lucro registrado em 2023. A decisão foi unânime.

No ano passado, o FGTS registrou um lucro recorde de R$ 23,4 bilhões. Mas, pela proposta do Ministério do Trabalhosomente parte desse valor, cerca de 65%, será destinado aos trabalhadores (veja vídeo abaixo).

Em 2023, 99% do saldo positivo de 2022 foi distribuído, o equivalente a R$ 12,7 bilhões.

  • A divisão dos R$ 15,2 bilhões do lucro do ano passado será feita entre os 130,8 milhões de trabalhadores que tinham conta no FGTS no fim de 2023.
  • Para saber quanto cada um vai ganhar, é preciso consultar o valor registrado no saldo do FGTS em 31 de dezembro do ano passado. A partir daí, é possível calcular o valor a ser depositado até o fim do mês.
  • O Conselho informou ainda que, após essa distribuição de lucro, o FGTS irá registrar um rendimento real (acima da inflação) de 3,16%.

Decisão do STF

O FGTS é corrigido pela Taxa Referencial (TR) mais 3%. A TR é usada como referência para algumas aplicações financeiras.

O novo sistema prevê corrigir o FGTS pelo IPCA quando, no mês, o valor da inflação for maior do que o da correção atual do fundo.

Nos últimos anos, o Executivo já vinha distribuindo parte dos lucros, com vistas a promover a correção dos valores pela inflação. Simulações apontam, entretanto, que o novo formato será mais benéfico ao trabalhador.

💸 De acordo com a pasta, os valores serão distribuídos ainda neste mês. O g1 separou as principais perguntas e respostas sobre o tema. Veja:

1. Poderei sacar esse valor depositado?

De acordo com o governo, as possibilidades de saque do saldo do FGTS permanecem as mesmas, ou seja, não haverá mudanças em relação às regras atuais.

O FGTS serve como uma reserva financeira para profissionais em regime CLT, que pode ser usada em caso de demissão sem justa causa, compra de imóvel e outras situações, como:

  • Aposentadoria;
  • Término do contrato por prazo determinado;
  • Falecimento do empregador individual ou decretação de nulidade do contrato de trabalho;
  • Falecimento do trabalhador;
  • Outros casos específicos, como calamidade e doenças graves. Veja todas as situações aqui.

2. Quem tem direito a receber parte do lucro?

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, todas as pessoas com contas (ativas ou inativas) vinculadas ao FGTS em 2023, com saldo em dezembro, terão direito a receber uma parcela dos lucros.

3. Quando o depósito vai ser feito?

A divisão de parte do lucro do último ano aos trabalhadores será feita até o dia 31 de agosto, segundo informou o Ministério do Trabalho.

4. Como posso consultar meu saldo?

A consulta pode ser realizada no site da Caixa ou pelo aplicativo do FGTS no celular, a partir do cadastro do trabalhador.

5. Por que o conselho não distribui 100% do lucro?

Conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), nos anos em que a correção do fundo não acompanhar a inflação, caberá ao Conselho Curador determinar a forma de compensação.

Neste ano, aproximadamente 65% do resultado positivo do fundo serão repartidos aos trabalhadores, o equivalente a cerca de R$ 15,1 bilhões.

No ano passado, na avaliação das contas de 2022, o conselho distribuiu 99% dos rendimentos – em um total de R$ 12,7 bilhões.

Segundo técnicos do governo, a redução na fatia a ser dividida com os trabalhadores se deve ao fator extraordinário do lucro de 2023.

O FGTS registrou um lucro recorde de R$ 23,4 bilhões no ano passado, sendo que R$ 6,5 bilhões foi por causa de um investimento envolvendo o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

Como esse recurso não é recorrente, o governo quer usar os R$ 6,5 bilhões para guardar como uma reserva de segurança – um recurso técnico que poderá ser usado nos próximos anos, conforme previsto na legislação sobre o tema.

MEC oferta formação continuada para coordenadores pedagógicos

 


O curso tem carga de 200 horas e mais de 530 inscritos, de todo o Brasil. Objetivo é ampliar capacidade de análise e resolução de problemas, bem como de elaboração e desenvolvimento de projetos e atividades, para organização do trabalho pedagógico
Publicado em 07/08/2024 16h50Atualizado em 07/08/2024 16h51
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Banco de imagem/Freepik
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Fernanda Medeiros, coordenadora pedagógica na Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Norte. Foto: Divulgação/MEC
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Steófanes Candido, coordenador pedagógico na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Pilar (AL). Foto: Divulgação/MEC

OMinistério da Educação (MEC), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), oferece o curso de Aperfeiçoamento em Coordenação Pedagógica, com carga horaria de 200 horas. A formação visa promover a ampliação das capacidades de análise e resolução de problemas, assim como de elaboração e desenvolvimento de projetos e atividades, no âmbito da organização do trabalho pedagógico e do processo de ensino-aprendizagem nas secretarias de educação e unidades educativas do País. 

O curso está presente em 27 unidades da Federação, 224 municípios, com 534 alunos matriculados, sendo que 94 atuam nas redes estaduais e 440 nas redes municipais de ensino. 

Para Kátia Schweickardt, secretária de Educação Básica do MEC, a formação continuada precisa atingir todos os profissionais da educação. “O esforço da SEB [Secretaria de Educação Básica] é sempre na perspectiva de promover o regime de colaboração e com foco no processo de aprendizagem. Quando pensamos nas etapas e modalidades da educação básica, sabemos que, da educação infantil ao ensino médio, contamos com diversos profissionais, então, além dos professores, precisamos pensar numa proposta de formação ampliada”, argumentou. 

O diretor de Formação Docente e Valorização dos Profissionais da Educação do MEC, Lourival Filho, destacou que o Ministério oportuniza não só a formação continuada oferecida pela Ufamhá também dez cursos voltados à prática das equipes pedagógicas das escolas, por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec) 

Atualmente esses cursos contam com 603 mil cursistas. As temáticas abordadas discutem o projeto político-pedagógico, a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os desafios da gestão escolar na contemporaneidade.  

“Merece destaque que diversas redes de ensino, a partir dos conceitos e temáticas oportunizadas pelos cursos do Avamec, realizam encontros de formação presencial, ou seja, as redes reconhecem a consistência dos cursos para os debates nos contextos educativos”, explicou o diretor. 

Zeina Thomé, coordenadora-geral do curso e professora titular da Ufam, apontou que o propósito da formação, nessa parceria entre MEC e Ufam, é contribuir para a atuação da coordenação pedagógica ocorrer de modo significativo. Assim, a expectativa é serem realizadas, no interior da escola, proposições e implementações de planos, projetos, capazes de promover desenvolvimento da aprendizagem, do conhecimento, do trabalho coletivo e interdisciplinar, da ética e da cidadania. 

O coordenador pedagógico Steófanes Candido atua na Secretaria Municipal de Educação e Cultura do município de Pilar, em Alagoas, e para ele a formação oferecida pelo MEC representa uma jornada de construção de conhecimentos na perspectiva das realidades que vivemos em nosso cotidiano educacional”. 

A coordenadora pedagógica Fernanda de Medeiros, que atua na Secretaria de Educação do Estado do Rio Grande do Norte, também se manifestou. De acordo com ela, a proposta formativa é essencial na prática diária de quem atua tanto na gestão das redes quanto na dos contextos escolares. 

Por fim, Paulo Victor Cardoso Venção, coordenador pedagógico da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia do município de Caxias, no Maranhão, destacou que o curso apresenta uma excelente contribuição na prática de quem atua na coordenação de processos de formação e de práticas de gestão na perspectiva de uma educação e uma sociedade com os desafios da inclusão 

 

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB 

Educação e Pesquisa

Estabilidade, burocracia e salários: veja mitos e verdades sobre o serviço público

 

Ingresso no funcionalismo demanda atenção para afastar mitos sobre atividade


Estabilidade, burocracia e salários: veja mitos e verdades sobre o serviço público
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Extra

Por Gustavo Silva

No dia 18 de agosto, o Concurso Nacional Unificado (CNU) terá provas aplicadas em 220 cidades brasileiras. Foram confirmadas 2,14 milhões de inscrições,para uma oferta de 6.640 vagas de níveis médio, técnico e superior, abrangendo diversas especialidades em 21 órgãos federais. Ao optar por uma seleção assim, o candidato busca estabilidade, além de salário competitivo, oportunidade de progressão na carreira e planos de saúde e aposentadoria. Mas o que é de fato verdade dentro do serviço público?

Os processos seletivos podem ser prolongados e altamente competitivos, o que exige dedicação e preparação. Para isso, é importante distinguir o que é real a respeito de funções e carreiras, para não se arrepender da escolha.

Verdades

João Paulo Ribeiro, servidor público federal há mais de 15 anos, compartilha algumas verdades sobre o funcionalismo público.

— Não há atrasos de salários, pois os gestores do serviço público municipal, estadual e federal garantem que os vencimentos estejam sempre em dia, o que nos permite uma organização financeira confiável — diz.

A exceção fica por conta de crises, como a que viveu o Estado do Rio no final da era Sérgio Cabral/Pezão. Outra verdade, segundo ele, é a confiança no emprego, que permite ao trabalhador se planejar seu futuro.

Victor Dalton, funcionário da Câmara dos Deputados ressalta o dinamismo da atividade do servidor.

— O trabalho no serviço público não é burocrático nem enfadonho. Existem diversas atribuições que são extremamente dinâmicas, que não são nem um pouco entediantes, por assim dizer. São trabalhos que não se repetem — afirma.

Mitos

Há também outras questões a serem desmistificadas. Uma das mais comuns é a ideia de que o funcionário público não trabalha.

— Na verdade, trabalha e trabalha muito — diz Carlos Costa, professor do Gran Concursos e servidor há 20 anos: — Houve épocas em que, todos os dias, eu trabalhava muito mais do que as oito horas diárias de expediente.

Também é importante dizer que, diferentemente do que muita gente pensa, o servidor não faz a mesma coisa todos os dias.

— É uma mentira pensar que a pessoa vai ficar sentada numa cadeira, parada, fazendo mais do mesmo — complementa Costa.

Ainda existe o mito de que quem entra no serviço público não sai, já que tem emprego garantido para o resto da vida.

— Dizer que a estabilidade é inquestionável é uma mentira. Se cometer certas falhas previstas na legislação ou no Regime Jurídico Único do estado, do município ou da União, o funcionário responde a um processo administrativo e pode ter como penalização a demissão (exoneração), perdendo o cargo.

Caminho para satisfação é o planejamento

Como funcionário público, uma das maiores vantagens é poder planejar a vida, aponta Rodrigo Lelis, analista processual da Procuradoria-Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE):

— Se você for um servidor público que cumpre as suas tarefas e respeita o seu código de ética e o seu estatuto, você consegue fazer planos de longo prazo, porque não vai ser demitido.

Juliana Saboia, mentora de carreira e negócios, destaca que a trajetória no funcionalismo é desafiadora desde a escolha da área de atuação:

— Construir uma carreira como concursado requer um planejamento estratégico bem elaborado, onde os candidatos devem identificar áreas de interesse e aptidões.

Nesse processo, é preciso considerar aspectos como demanda profissional na área, perspectivas de crescimento e realização pessoal.

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Procurado por tráfico é capturado e encaminhado à Fundação Casa; “Justiça tarda, mas não falha!”

 


 
 
 
 
 

Em uma reviravolta que destaca a velha máxima “A justiça tarda, mas não falha”, um jovem de 18 anos, que completou a maioridade em abril deste ano, foi capturado pela Polícia Civil de Ibaté e encaminhado à Fundação Casa, após uma série de eventos que envolveram a determinação de sua apreensão ainda quando era menor de idade.

O rapaz, que já tinha algumas passagens pela polícia por tráfico de drogas, havia sido alvo de uma ordem de apreensão emitida pelo juiz ainda quando tinha 17 anos. No entanto, devido à demora na emissão do mandado, ele conseguiu completar a maioridade antes de ser capturado.

O desfecho desse caso inusitado começou com a própria genitora do jovem, que, temendo pela segurança do filho nas ruas, decidiu apresentá-lo voluntariamente à Delegacia de Polícia de Ibaté. Ela preferiu que ele se entregasse de forma segura, em vez de correr o risco de ser preso pela polícia durante alguma abordagem nas ruas.

Apesar do tempo transcorrido e do fato de o jovem ter atingido os 18 anos, a ordem judicial determinou que ele fosse encaminhado à Fundação Casa. A decisão se manteve baseada na época em que a ordem de apreensão foi emitida, quando o rapaz ainda era menor de idade.

Este caso não só reflete a lentidão do sistema judicial, mas também reafirma a inevitabilidade da justiça, que, mesmo tardando, chega ao seu destino. A captura do jovem e sua internação na Fundação Casa são um exemplo claro de que, apesar dos atrasos e contratempos, a lei é sempre aplicada.