sexta-feira, 22 de julho de 2022

Estado de SP e Fundação Casa são condenados a pagar indenização de R$ 3 milhões por tortura e maus-tratos contra adolescentes

 


Dezenas de internos da unidade Guaianazes I foram agredidos de 2013 a 2015. De acordo com a Defensoria Pública, autora da ação civil pública, trata-se do maior valor de indenização já alcançado na esfera da infância e adolescência no estado de São Paulo. A Fundação Casa disse que vai recorrer.

Por Cíntia Acayaba, g1 SP — São Paulo

 


Jovem com marca de ferimento na unidade Guaianazes da Fundação Casa — Foto: Reprdução/Defensoria Pública
Jovem com marca de ferimento na unidade Guaianazes da Fundação Casa — Foto: Reprdução/Defensoria Pública

O estado de São Paulo e a Fundação Casa foram condenados a pagar cerca de R$ 3 milhões (2,5 mil salários mínimos) de indenização por tortura e maus-tratos contra dezenas de adolescentes da unidade Guaianazes I (Novo Horizonte), na Zona Leste de São Paulo, entre 2013 e 2015.

De acordo com a Defensoria Pública, autora da ação civil pública, trata-se do maior valor de indenização já alcançado na esfera da infância e adolescência no estado de São Paulo.

O acórdão da decisão do Tribunal de Justiça foi publicado em junho e determina ainda que o valor da indenização por dano moral coletivo deve ser revertido para o Fundo Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes da capital paulista. A Fundação Casa disse que vai recorrer da decisão.

O ex-diretor da unidade também foi responsabilizado. Em 2015, ele já havia sido afastado por meio de decisão liminar por tomar ciência da situação e não tomar providências necessárias. Hoje, o funcionamento da unidade Guaianazes está suspenso.

"É uma decisão histórica. É muito importante por reconhecer a existência de uma situação de tortura institucionalizada ao menos naquela unidade e naquele período. Foram muitos meses de situação de violência, de descalabro na unidade, e de omissão da direção na época, e do poder Judiciário. O reconhecimento de que essa situação é inadmissível é fundamental. Temos uma dificuldade muito grande no reconhecimento da tortura contra adolescentes no sistema socioeducativo ou em outros espaços", afirmou Daniel Palotti Secco, coordenador do Núcleo de Infância e Juventude da Defensoria Pública de São Paulo.

Como o g1 revelou, a Defensora reuniu material sobre tortura na unidade de novembro de 2013 a 2015, com atas de audiência, depoimentos de adolescentes e funcionários, fotos e exames de corpo de delito sobre os casos, entre outras provas.

No dossiê, há casos como o de um adolescente que ficou nove dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após ser espancado. Em outro, um funcionário teria mostrado um pedaço de madeira com o nome do adolescente e dizia: "Esse pedaço de madeira vai servir para eu rachar a sua cabeça como eu fiz com Fulano", citando um adolescente que ficou muito ferido e desmaiou.

Jovem com marca de ferimento na unidade Guaianazes da Fundação Casa — Foto: Reprdução/Defensoria Pública
Jovem com marca de ferimento na unidade Guaianazes da Fundação Casa — Foto: Reprdução/Defensoria Pública

Na ação, mais de um adolescente fala do "corredor da morte", quando "os funcionários se posicionam lado a lado, formando uma espécie de corredor, por onde obrigam os adolescentes a passarem, enquanto estes são agredidos". Os jovens também relataram a participação do diretor em algumas agressões.

Todos os adolescentes informaram ser constantemente ameaçados pelos coordenadores para não relatarem as agressões, sob pena de sanções.

"Fatos narrados pelos internos que são coesos quanto ao modo rotineiro de agir dos funcionários no tratamento dos adolescentes, tendo à frente o diretor corréu, que não apenas anuía como participava da prática de condutas inadequadas, de intolerância e agressão. Fatos que estão corroborados nos documentos referentes aos atendimentos e internações hospitalares, constatações de lesões em vários adolescentes, inspeções judiciais e relatórios que concluem pela ocorrência de violência e tortura", diz o recurso da Defensoria ao TJ.

"Uma violência disseminada por todo o sistema socioeducativo; já havia violência na hora da chegada. O adolescente chegava e já passava por uma sessão de agressão e de ameaças", disse Secco.

A desembargadora Ana Luiza Villa Nova considerou que a ação tinha muitas provas das práticas de tortura contra os adolescentes e decidiu pela indenização.

"Uma vez caracterizada a conduta ilícita e danosa praticada pelos réus e que ofendeu a integridade física e psíquica dos internos da Unidade Guaianazes I, surge o dever de indenizar pelos danos morais coletivos, uma vez que além de atingir cada vítima, atinge também toda a sociedade", diz a decisão.

Raposo Tavares

Em 2021, o Brasil foi denunciado à Organização dos Estados Americanos (OEA) por não ter responsabilizado os envolvidos em crimes de tortura ocorridos em uma unidade da Fundação Casa, na cidade de São Paulo, em 2015. O g1 revelou, em julho daquele ano, que ao menos 15 jovens foram espancados na unidade Cedro, na Rodovia Raposo Tavares.

A denúncia foi feita à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da OEA, contra o Brasil, e não contra o governo de São Paulo, porque o órgão só pode se reportar ao estado brasileiro. A Fundação Casa diz que tomou todas as medidas cabíveis à época dos fatos.

A unidade Cedro teve as atividades suspensas em março deste ano, segundo a instituição, "devido à queda no atendimento da instituição", que recebe jovens infratores.


quinta-feira, 21 de julho de 2022

Comunicado oficial da Fundação CASA aos servidores


 

Classif. documental 006.01.10.001

Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente

DRH - DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS

Comunicado

Número de Referência: 34/2022

Interessado: Divisão de Recursos Humanos

Assunto: Acordo de Cooperação entre a Fundação CASA-SP e o SESC

A Divisão de Recursos Humanos da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao

Adolescente – Fundação CASA-SP, no uso das suas atribuições.

Considerando o início da vigência do Acordo de Cooperação entre a Fundação CASA-SP e o

Serviço Social do Comércio-SESC.

COMUNICA

1 – Das inscrições dos titulares

1.1 – Durante o período de 01/08/2022 a 15/08/2022 os servidores interessados em se inscrever ao

SESC, na modalidade de Matrícula de Interesse Social-MIS, deverão efetuar o cadastro através de

link que será disponibilizado pelo SESC a partir de 01/08/2022 e será divulgado aos servidores

através de Comunicado específico.

1.2 – O custo de inscrição será de R$ 30,00 (trinta reais), descontado diretamente na folha de

pagamento do servidor uma única vez para período de 12 (doze) meses

1.3 – Não havendo a disponibilidade de salário líquido suficiente para o desconto, a inscrição não

será efetivada, devendo o servidor aguardar a próxima abertura de inscrições, que deverá ocorrer

entre os meses de julho e agosto de 2023

1.4 – As credenciais serão processadas e encaminhadas pelo SESC aos titulares até 30/09/2022,

através de envio de mensagem via SMS, indicando o download do APP Credencial SESC-SP

FUNDCASASPMEM202207817A


Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente

DRH - DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS

2

2 – Das inscrições dos dependentes

2.1 – Após a efetivação da inscrição do titular, os dependentes poderão ser inscritos, mediante

comparecimento agendado em qualquer unidade do SESC

2.2 – O custo da inscrição de cada dependente será de R$ 30,00 (trinta reais), com pagamento

diretamente ao SESC

2.3 – O final da vigência da inscrição dos dependentes será a mesma do respectivo titular,

independente da data do início da vigência do dependente.

3 – Informações adicionais

3.1 - Conforme esclarecimentos apresentados pelo SESC, a inscrição MIS dará direito aos

profissionais e aos seus dependentes a participarem dos serviços e atividades promovidos nas

Unidades do Sesc São Paulo, observadas as condições de disponibilidade de vagas efetivas das

Unidades, considerando sempre o atendimento preferencial ao matriculado com a Credencial Plena,

público prioritário do Sesc.

3.2 – O SESC esclarece também que a inscrição MIS não dará direito ao tratamento odontológico

(ano todo) e às reservas para estadias na Unidade Bertioga em períodos de alta temporada (meses

de dezembro, janeiro, fevereiro, Carnaval e julho)

São Paulo, 21 de julho de 2022.

SILVIA ELAINE MALAGUTTI LEANDRO 

DIRETOR DE DIVISÃO I 

DRH - DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS

FUNDCASASPMEM202207817A

Assinado com senha por SILVIA ELAINE MALAGUTTI LEANDRO - 21/07/2022 às 13:54:50.

Documento Nº: 47611756-8638 - consulta à autenticidade em

https://www.documentos.spsempapel.sp.gov.br/sigaex/public/app/autenticar?n=47611756-8638