segunda-feira, 6 de julho de 2020

Fies: estudantes podem suspender parcelas no BB a partir de hoje


A medida vale para clientes em situação de adimplência com seus contratos, antes do dia 20 de março, data em que foi decretado o estado de calamidade pública no país

Estudantes que contrataram Financiamento Estudantil (Fies) por meio do Banco do Brasil (BB) podem requerer a suspensão do pagamento de até quatro parcelas a partir de hoje (6). A manifestação pode ser feita pelo app BB. A medida vale para clientes em situação de adimplência com seus contratos, antes do dia 20 de março, data em que foi decretado o estado de calamidade pública no país.

A opção de suspensão pode ser feita por meio do aplicativo do BB. Para isso, o cliente precisa acessar sua conta (efetuar login), clicar no Menu, em seguida em Solução de Dívidas e selecionar Suspensão FIES.

Segundo o BB, a solicitação será efetivada de forma simples, sem assinatura de termo aditivo e sem necessidade da presença do fiador em qualquer dependência do banco. No entanto, são obrigatórias a ciência e a concordância do estudante para as condições de pausa e, consequentemente, para os reflexos no contrato de financiamento.

Caso o estudante não tenha acesso ao mobile, ele pode solicitar a suspensão nas agências do BB. Para o atendimento presencial, diz o BB, deve ser observado o contingenciamento adotado pelo sistema bancário por conta da pandemia do novo coronavírus e das recomendações da Organização Mundial da Saúde.

Condições

As condições para a suspensão obedecem ao estabelecido na Lei nº 13.998/2020 e na Resolução nº 38/2020, ambas publicadas em maio pelo Ministério da Educação. O pedido pode abranger até quatro parcelas, observada a fase do contrato de cada estudante financiado, de acordo com a legislação vigente:

Contratos em fase de utilização ou carência: a suspensão alcançará até duas parcelas, que serão incorporadas ao saldo devedor do contrato do estudante financiado, nos termos e condições contratados. Essa medida é válida para contratos formalizados até o 2º semestre de 2017.

Contratos em fase de amortização: a suspensão alcançará até quatro parcelas, que serão incorporadas ao saldo devedor do contrato do estudante financiado, nos termos e condições contratados. Nesse caso, o período das parcelas suspensas será acrescentado ao vencimento final do contrato.

Está prevista a incidência de juros contratuais sobre as parcelas suspensas, os quais serão contabilizados no saldo devedor do contrato do estudante. A adesão às novas condições pode ser registrada até o dia 31 de dezembro deste ano.

Para tirar dúvidas, os clientes podem acessar as soluções digitais do BB, como o aplicativo BB (smartphone), o portal, além do WhatsApp (61) 4004-0001, da Central de Atendimento BB (0800-729-0001) e das redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e Linkedin). Fonte: Agência Brasil

"É no mínimo incoerente", diz policial sobre veto a máscaras em presídios


Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva em Brasília - Reuters
Presidente Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva em BrasíliaImagem: Reuters

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

06/07/2020 11h45

A classe dos agentes penitenciários do Brasil disse ter recebido com um misto de revolta e tristeza a notícia de hoje sobre os vetos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que deixam de tornar obrigatório o uso de máscaras em presídios em meio à pandemia do novo coronavírus.

A reportagem entrevistou dois agentes penitenciários estaduais de São Paulo e um agente penitenciário federal que atua em Porto Velho, onde está parte da cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital). Os três dizem que a decisão de Bolsonaro prejudica a classe.

Fábio Jabá, presidente do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), afirmou que recebeu a informação "com um pouco de revolta" e que a decisão do presidente "é, no mínimo, incoerente". Ele diz que os atuais agentes penitenciários foram transformados em policiais penais.

"A gente está fazendo de tudo para os trabalhadores terem condições dignas e aí você vê um presidente indo na contramão do que toda a ciência diz e contra a nossa luta contra o vírus", afirmou Jabá.

Já temos 21 policiais penais mortos em São Paulo [por covid-19] e cada dia fica mais difícil. Essa situação vem embananar, confundir a cabeça de todo mundo.Fábio Jabá, presidente do sindicato

Ainda de acordo com o sindicalista, "veio uma lei dessa destruir tudo o que está sendo feito. É muito ruim". Ele diz que, como presidente do sindicato, tem feito o que pode para proteger a classe. Enquanto isso, o presidente do Brasil não está nem aí para a saúde da população", avalia.

Um outro agente penitenciário, que atua no interior de São Paulo e que pede para não ser identificado por receio de penalizações do estado, afirma que testou positivo para a covid-19 no fim de março.

"A gente vê que chegam equipamentos de proteção, mas insuficientes. Vi colegas trabalhando com sintomas. E é complicado, porque se um reeducando tiver com o vírus e passar para mim, quando eu voltar para casa, de ônibus, eu posso repassar para outras pessoas", diz o policial penal.

Ele afirma que a decisão do governo federal desconsidera que presídios não são feitos apenas por pessoas que cometeram crimes. "Olha, todos sabem o que o presidente gostaria de fazer com presidiários. Ele quer que eles morram. Mas ele pode acabar matando a gente que não cometeu crime nenhum e que vai todo dia trabalhar pela segurança do estado", acrescenta.

Já o agente penitenciário de Porto Velho afirma que, desde que integrantes da cúpula do PCC chegaram ao presídio federal de Rondônia, policiais penais estão sendo desrespeitados tanto pelos criminosos quanto pelo governo.

"Nos largaram aqui. Todas as nossas demandas não são atendidas. Desde que criminosos perigosos chegaram aqui, a gente tem exatamente a mesma segurança de antes. A única coisa que mudou foi que começamos a ser ameaçados de morte", afirma.

"Não bastou a gente estar em guerra contra o maior grupo criminoso da América do Sul, a gente ainda também tem que lidar com o risco de morrer por conta de um vírus. Quem vai dizer para minha mãe que eu morri depois de contrair um vírus no meu trabalho?", questionou.

SEGURANÇA PÚBLICA