domingo, 24 de novembro de 2024

Pente-fino do INSS corta mais da metade dos auxílios-doença e deve continuar em 2025

 

Dos 535 mil segurados convocados para a perícia, 277 mil tiveram a renda cortada

Por Agências
Publicado em 22 de novembro de 2024 | 18:37
Segundo o Ministério da Previdência Social, a intenção é realizar 800 mil perícias de revisão até o final deste anoFoto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O pente-fino do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) feito em auxílios-doença cortou 51,7% dos benefícios que passaram por exame médico com um perito da Previdência Social entre julho e outubro deste ano. Dos 535 mil segurados convocados para a perícia, 277 mil tiveram a renda cortada. Quem perde o auxílio, mas acredita que ainda está incapacitado para o trabalho, pode recorrer contra a decisão no próprio INSS ou procurar a Justiça.

Segundo o Ministério da Previdência Social, a intenção é realizar 800 mil perícias de revisão até o final deste ano e seguir com o programa em 2025, ainda sem data específica para terminar.

Chamado de benefício por incapacidade temporária após a reforma da Previdência de 2019, o auxílio-doença é pago a quem fica temporariamente incapacitado para o trabalho. Caso a doença torne um impeditivo permanente à atividade profissional, é paga a aposentadoria, que também pode ser revisada.

Por lei, segurados que recebem aposentadoria por invalidez devem passar por perícia de revisão a cada dois anos. No caso do auxílio-doença, o prazo é de seis meses.

Ao passar pelo exame pericial, o segurado pode receber três respostas do perito médico: o beneficiário pode ter alta, o que faz com que o auxílio seja cortado; pode continuar recebendo a renda; ou ter o benefício convertido em aposentadoria por invalidez, hoje chamada de aposentadoria por incapacidade permanente.

As respostas são sempre informadas ao fim do dia, e nunca na hora da consulta

Ao todo, a Previdência informa que 36 mil auxílios foram convertidos em aposentadoria por invalidez.

O segurado está sendo convocado para a perícia de revisão durante o período em que recebe o seu auxílio. A convocação é por carta enviada para a residência, aviso no sistema bancário e SMS. Para ser convocado, é preciso manter dados como telefone e endereço atualizados no Meu INSS.

O que fazer se o benefício for cortado?

Caso ocorra o corte indevido do benefício e o cidadão considere que tem direito a ele, é possível recorrer. O primeiro recurso é feito no INSS, mas pode demorar a sair. Neste caso, o cidadão pode ir à Justiça. De qualquer forma, precisa ter documentos e laudo comprovando a incapacidade.

Dessa forma, ainda sim é importante reunir uma série de documentos que comprovem o enquadramento do segurado no benefício e o torne apto ao seu recebimento.

Quem fica fora do pente fino?

Por lei, há três perfis de segurado que não devem ser convocados para o pente-fino:

1. Segurados a partir de 55 anos e que recebem o benefício por incapacidade há mais de 15 anos 
2. Segurados a partir de 60 anos de idade, protegidos pelo Estatuto do Idoso 
3. Segurado aposentado por incapacidade permanente por HIV  

Como conseguir o auxílio pelo Atestmed? 

- Acesse o aplicativo ou site Meu INSS 
- É necessário ter senha do Portal Gov.br; informe CPF e, depois, a senha 
- Clique em "Pedir benefício por incapacidade" 
- Os agendamentos de perícia vão aparecer na próxima página, mas, para fazer a solicitação, é preciso clicar em "Novo requerimento" 
- Vá em "Benefício por incapacidade (Auxílio-doença)" e, depois, em "Ciente" 
- Leia as informações na tela e clique em "Avançar" 
- Na próxima página, informe os dados pessoais, como CPF, número de telefone, endereço e email 
- Escolha "Sim" para acompanhar o número do processo pelo aplicativo, email ou pela Central Telefônica 135 
- Indique se é autônomo ou empregado de empresa privada (neste caso, é preciso informar a data do último dia de trabalho e o CNPJ da empresa) 
- Abaixo, clique no sinal de mais e inclua os seus documentos, como o atestado e os laudos médicos, além dos documentos pessoais 
- A cada inclusão, clique em "Anexar", depois, em "Avançar" 
- Em seguida, indique o CEP da residência para que se possa escolher a agência do INSS mais próxima ao qual estará vinculado 
- Confira as informações, clique em "Declaro que li e concordo com as informações acima" e vá novamente em "Avançar"  

(Cristiane Gercina/Folhapress)

Tarcísio planeja fechar salas de aula em 43 escolas de SP

 

Levantamento da Apeoesp mostra previsão de fechamento de pelo menos 101 classes do ensino médio noturno e 5 classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para 2025

O alcance pode ser ainda maior, já que informações de algumas escolas não indicam o número de docentes e alunos prejudicados
O alcance pode ser ainda maior, já que informações de algumas escolas não indicam o número de docentes e alunos prejudicadosCréditos: Rovena Rosa/Agência Brasil
BRASIL

Levantamento realizado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) mostra que está previsto para 2025 o fechamento de pelo menos 101 classes do ensino médio noturno e 5 classes de Educação de Jovens e Adultos (EJA), em 43 escolas estaduais da rede pública paulista de ensino

Segundo a Apeoesp, os números ainda são parciais, levantados junto a suas 95 subsedes desde 12 de novembro e, com os fechamentos previstos, pelo menos 3.917 estudantes e 382 professores serão atingidos. Contudo, o alcance pode ser ainda maior, já que informações de algumas escolas não indicam o número de docentes e alunos prejudicados.


O sindicato alerta que as mudanças afetam os direitos de pessoas que não puderam estudar na idade certa. "Milhares de estudantes trabalham, frequentam outros cursos ou desenvolvem outras atividades durante o dia e não podem ter seu acesso ao conhecimento tolhido por decisão de um governo que visa apenas cortar despesas com a Educação", diz nota da entidade.

Cortes na Educação

O fechamento de salas está dentro do contexto dos cortes que o governo paulista pretende fazer na educação ao alterar a Constituição do estado e permitir que recursos hoje obrigatórios possam ser retirados do setor.


Hoje, o estado é obrigado a gastar 30% da receita de impostos com educação e 12% com saúde. A PEC 9/2023 de Tarcísio de Freitas, aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 13 de novembro, reduz a obrigatoriedade na área educacional de 30% para 25% e a diferença pode ser direcionada para uma ou outra área.

Quando encaminhou o projeto à Alesp, o governo paulista alegou que não estava "propondo a redução de investimentos", mas uma "desvinculação de até 5%". E afirmou ainda que ocorre uma "queda na demanda por educação (dado o menor número de crianças por família) e ampliando a necessidade por recursos na área da saúde". A questão é que a justificativa não considera a superação do déficit educacional, como o ensino a pessoas atendidas pelo EJA, por exemplo.

"O retrocesso que está acontecendo na rede pública paulista do estado de São Paulo é profundamente preocupante", aponta a segunda presidenta da Apeoesp e deputada estadual paulista Professora Bebel (PT). "E por que eu digo que é preocupante? Há anos nós vivemos com superlotação de salas de aulas, professores com superjornadas, alunos sem condições de estudo e professores sem condições de trabalho. Não bastasse, a secretaria do Estado da Educação, hoje, com essa política de fechamento de classes de ensino médio e educação de jovens adultos, está, na verdade, atacando ou atingindo aqueles estudantes que, enfim, não têm condições de estudar no ensino médio integral e precisam do noturno."

Ela aponta ainda para a falta de integração do governo do estado com políticas do governo federal voltadas para o ensino médio. "Nós temos uma política do governo federal que é o Pé de Meia, que poderia ser devidamente implantado no estado de São Paulo. Mas essa política, me parece, não é do governador, portanto, ele não abraça como deveria abraçar, até para que os jovens que não têm condições de estudar no ensino médio integral pudessem minimamente fazer uso desse recurso, que é um recurso público e depende da efetivação da parceria do Estado com a União, que, aliás, está feita, mas não concretizada pelas ações do governo estadual."

"Por isso, nós vamos ter um ato público na Praça da República, na próxima terça-feira (26), exatamente para evitar que essa escalada de fechamento, de enxugamento de salas de aula, de superlotação de salas de aulas aconteçam para que a política ultraliberal do governo do Tarcísio não atinja a educação pública básica do estado de São Paulo", pontua Bebel.

Em nota divulgada ao jornal Folha de S. Paulo, a secretaria de Educação do governo paulista não informou quantas salas serão fechadas e nem o número de escolas e estudantes afetados. "As unidades que não tiverem número de alunos suficientes que justifiquem o período noturno terão seus alunos transferidos para outras escolas, com transporte garantido se residirem a uma distância maior de 2 km da unidade", afirma a secretaria.

 

sábado, 23 de novembro de 2024

Novamente, os agentes de segurança socieducativos

Nessa última quinta, 21, agentes de segurança do Sistema Socioeducativo mais uma vez escoltavam cinco menores infratores, também para irem ao cinema e dar um bordejo pela Praça da Estação.

Eis que, no cruzamento da rua Jacuí com avenida do Contorno, dois jovens despediram-se dos amigos, arrombaram a porta do veículo e bateram em retirada. Havia apenas dois agentes no serviço, tornando impossível de ir atrás dos fujões.

Mais uma vez, essa é a dinâmica: a PMMG prende, a Justiça dá ordem para serem recolhidos aos centros socioeducativos e nas saídas para o cinema, há o sumiço.

É fundamental para a “socioeducação” colocar cinco menores infratores com denso prontuário policial, alguns que já praticaram crimes graves como feminicídio, homicídio, furtos, roubos, estupros, dentro de um veículo e os mandar ao cinema no shopping, numa tarde de primavera?

Como fica a segurança das outras pessoas que estão no mesmo cinema e foram lá apenas para assistir a um filme?

Onde no mundo que tais passeios promovem a recuperação de infratores?

No Rio de Janeiro, é possível que estejam levando à praia do Leblon, ou ao Pão de Açúcar?