domingo, 17 de novembro de 2024

Tribunal de Contas suspende contratações para programa de terceirização de escolas

Conselheiro Fábio Camargo determinou que a Assembleia Legislativa do Paraná fiscalize os contratos já existentes

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) suspendeu nesta sexta-feira (15) as contratações para o programa Parceiro da Escola, que prevê a terceirização dos serviços administrativos em 204 estabelecimentos de ensino no estado. O pedido de medida cautelar foi protocolado pelo deputado estadual Professor Lemos (PT), que alegou ausência de estudos técnicos e violações à Constituição Federal. A medida cautelar foi concedida pelo conselheiro do TCE Fábio Camargo, que ainda determinou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) que fiscalize os contratos.

Segundo Camargo, o projeto que aprovou a terceirização não possui os estudos necessários para demonstrar “a igualdade de condições entre os ingressos ao sistema de ensino e a justificativa adequada para o ingresso do serviço público por ausência de concurso público”. O projeto aprovado pela Alep deixa as contratações a cargo das empresas. 

O projeto ainda não deixaria clara a forma de como seria o sistema híbrido, “incompatível para o exercício da mesma função no setor público, havendo risco de danos ao erário público”. Fábio Camargo pontuou que é vedada a terceirização do sistema pedagógico, por ser ato inerente ao Poder Público; e que há ausência de garantia ao fornecimento de alimentação adequada aos alunos. Além disso, o ensino público é incompatível com o lucro, afirmou Camargo.

Leia mais: Empresa que administra escola terceirizada recebeu R$ 6 milhões sem prestar contas, diz deputada

Além de suspender novas contratações no âmbito do Parceiro da Escola, o conselheiro determinou a expedição de ofício à Assembleia Legislativa do Paraná, solicitando que, “no exercício de sua função fiscalizadora, proceda à verificação das contratações anteriores realizadas no âmbito do Programa Parceiro da Escola, averiguando a regularidade à luz das exigências legais e constitucionais”.

No mês passado, uma auditoria da 2ª Inspetoria de Controle Externo do TCE-PR verificou sete irregularidades nas duas escolas apontadas pelo governo do Paraná com modelo para o programa Parceiro na Escola, que prevê a terceirização dos serviços administradores em 204 estabelecimentos. Aprovado em maio deste ano pela Assembleia Legislativa, o programa Parceiro na Escola teve como base as experiências dos colégios Anibal Khury, em Curitiba, e Anita Canet, em São José dos Pinhais, que passaram a ser administradas por empresas em 2022.

O Parceiro na Escola foi instituído pela Lei nº 22.006/2024, aprovada durante a greve de professores estaduais. Os deputados da base do governo votaram em seus gabinetes, de forma remota, depois que servidores ocuparam as galerias na Alep para pedir a suspensão da votação. O projeto permite a terceirização de serviços como manutenção, limpeza, segurança e gestão administrativa e abre a possiblidade para que as empresas contratem professores sem concurso público.

“Reafirmamos que o governo precisa investir no ensino público ao invés de repassar dinheiro para empresários que não têm compromisso com a educação paranaense, com os nossos estudantes, com os professores e funcionários de escola. É o sucateamento do ensino”, disse o deputado Professor Lemos. Logo após a aprovação da lei estadual, o PT nacional entrou com uma Ação Direita de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a assessoria do governo do Paraná, um edital foi aberto na última segunda-feira, mas nenhum contrato referente às 204 escolas foi assinado.

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    Servidor público concursado: o culpado de tudo

     


    É notório que o Brasil passa por momentos de dificuldade em vários setores: indústria, comércio, arrecadação, enfim, todos sentem a realidade de uma economia que há dois anos vem se retraindo gradativamente. Entre as razões que levaram a tal cenário, sem dúvida, são os grandes escândalos envolvendo as cúpulas dos Poderes no Brasil, especialmente o Executivo e o Legislativo Federal, os responsáveis por tal cenário. Contudo, não é assim que a população do nosso país enxerga.

    O engraçado (e irônico), é que para combater o cenário sombrio que se instalou, aliada a insatisfação popular com o panorama, percebo que foi instalado um verdadeiro movimento de CAÇA ÀS BRUXAS aos servidores públicos. Isto é: "tais funcionários são titulares de muitas regalias, privilégios, logo, vamos acabar com todos eles".

    Realizando um levantamento junto aos sistemas de proposições legislativas pelo Brasil, observo que são CENTENAS DE MILHARES de projetos que suprimem, restringe, ou mesmo acabam, com vários direitos que são inerentes aos servidores públicos de carreira.

    O mais recente deles, é sem dúvida a Proposta do Senado Federal que acaba com a estabilidade dos servidores públicos, através da instituição da avaliação de desempenho, conforme o art. 41§ 1ºIII, da Constituição Federal.

    A estabilidade existe justamente para compensar o atrito político que existe na cúpula de cada Poder. É uma garantia do servidor, para poder exercer sua função. Já existe na Constituição a avaliação de desempenho durante o estágio probatório. Muita gente não sabe a realidade profissional das repartições públicas. Em muitos casos (felizmente nunca passei nem perto de tais situações), conflitos pessoais se sobrepõem à qualidade do serviço. Teremos avaliação para um servidor que logrou aprovação no concurso, após MUITA dedicação, mas os comissionados, por exemplo, não terão a mesma exigência de desempenho.

    Essa avaliação é boa sim, há funcionários que não merecem o cargo que ocupam, mas essa imagem negativa do servidor público TEM que acabar.

    Outras propostas que destaco, são a PEC 132/2015, e o PLS 449/2016 (6726/2016 Câmara) que estabelecem os limites remuneratórios, e em seu texto, inclui inúmeras parcelas de natureza claramente indenizatórias, dentro do teto do art. 37XI, e os parágrafos 9º e 11, do mesmo dispositivo, da Constituição Federal.

    Não discordo das razões e intenções das medidas, que possuem sim elementos interessantes, todavia, tais razões são pautadas num clamor popular desmedido, que atribui ao servidor público a responsabilidade pelos erros da Nação.

    Pouca gente sabe, mas o servidor possui suas tarefas definidas por lei, numa súmula de atribuições, seguindo a hierarquia da instituição, agindo conforme o alto escalão determina. Logo, é da cúpula do Poder, dos cargos de natureza política, a responsabilidade pelos erros do Estado. NÃO DO SERVIDOR CONCURSADO!

    Não se vê por parte do Parlamento, nenhuma intenção de modificar a estrutura dos cargos de livre nomeação (COMISSIONADOS), do art. 37V, da Constituição Federal, afinal, são publicamente tidos como cabides de emprego, e uma moeda de troca valiosa do Presidencialismo de Coalizão que possuímos.

    Por fim, vejo que hoje em dia, o funcionário público tem a imagem de vilão, de responsável por tudo de ruim que o nosso país viveu, e infelizmente, é fácil para uma parte da classe política atribuir essa culpa para alguém que prestou um concurso, do que tomar para si a responsabilidade que, de ofício, é sua

    sábado, 16 de novembro de 2024

    Nova faixa de isenção do Imposto de Renda pode impactar as finanças do trabalhador; entenda

     

    Visando cumprir uma promessa feita durante a campanha presidencial de 2022, o Governo Lula anunciou uma nova política de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores com salários de até R$ 5 mil por mês. Veja quais são os benefícios. 

    Nova faixa de isenção do Imposto de Renda pode impactar as finanças do trabalhador; entenda
    Imagem: FDR

     

    Apesar disso, segundo a Agência Brasil, o presidente Lula ainda defendeu que a faixa de isenção do IPRF possa ser ainda maior do que a dos R$ 5 mil prometidos para seu governo durante a campanha presidencial. 

    A especialista Lila Cunha comenta sobre o Imposto de Renda, confira.

    Benefícios da isenção do Imposto de Renda para os trabalhadores

    Segundo a especialista do FDR, Laura Alvarenga, a isenção do Imposto de Renda oferece uma série de vantagens para a população de baixa e média renda. Veja quais são:

    • Aumento da renda líquida disponível: com menos impostos a pagar, as famílias têm mais recursos para arcar com despesas essenciais, como alimentação, saúde e educação.

    • Incentivo ao consumo: com mais dinheiro em mãos, a população tende a consumir mais, impulsionando o comércio local e movimentando a economia em geral.

    • Redução da burocracia: milhões de brasileiros, que antes precisavam fazer a declaração anual, agora estarão livres dessa obrigação, tornando o processo maia simples e rápido.

    • Menor carga tributária: a isenção para quem ganha até R$ 5 mil promove uma justiça fiscal, aliviando a carga tributária sobre trabalhadores de baixa e média renda.

    • Maior capacidade de poupança e investimento: com mais recursos disponíveis, as famílias têm a chance de melhorar sua capacidade de poupar e investir, o que pode resultar em maior estabilidade financeira e qualidade de vida.

    Quais são as novas regras do Imposto de Renda?

    A Receita Federal anunciou novas regras para o Imposto de Renda 2024. É importante lembrar que os brasileiros devem declarar os rendimentos de 2024, porém, apenas no próximo ano!

    Confira o novo regulamento:

     

    Marina Costa SilveiraMarina Costa Silveira
    Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
    Ir para o topo • Versão normalFabio Lobo