quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Nova reforma trabalhista é 'escravidão' e precariza vagas, dizem sindicatos

 

Texto-base da proposta foi aprovada ontem, por 304 votos a favor e 133 contra - Amanda Perobelli/Reuters
Texto-base da proposta foi aprovada ontem, por 304 votos a favor e 133 contraImagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

11/08/2021 15h08

As centrais sindicais divulgaram hoje uma nota criticando os "jabutis" da MP 1.045, cujo texto-base foi aprovado ontem na Câmara. O texto muda uma série de regras para os trabalhadores, por exemplo, criando modalidades de emprego sem carteira assinada e sem direitos trabalhistas e previdenciários. São apelidadas de "jabutis" as emendas que acrescentam matérias estranhas ao conteúdo original de uma proposta. O relator ampliou as mudanças sem alarde, com a sessão em andamento, pouco antes de o relatório ser votado.

As novas medidas de flexibilização laboral e afastamento dos sindicatos das negociações mais uma vez seguem a linha da precarização e aumentarão a vulnerabilidade dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Nota das centrais sindicais

Para as centrais, o governo está ressuscitando, na MP, pontos da Carteira Verde Amarela, uma medida provisória que o governo revogou porque não seria votada a tempo e perderia validade. Elas defendem que mudanças na legislação trabalhista sejam "objeto de projeto de lei específico, devidamente analisado e debatido nas instâncias do Congresso Nacional, com ampla participação das representações dos trabalhadores, dos empregadores e do governo".

A nota é assinada pelos presidentes de onze centrais: CUT, Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CSP - Conlutas, Intersindical - Central da Classe Trabalhadora, Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor. A íntegra do texto pode ser vista neste link.

Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), disse em nota que o projeto é um "desastre" e que se parece com a reforma trabalhista que foi aprovada em 2017, no governo Michel Temer, "que não criou os seis milhões de empregos prometidos à época. Ao contrário, só destruiu o trabalho".

Com a MP 1045, o presidente Bolsonaro e os governistas na Câmara dos Deputados atacam, mais uma vez, os direitos da classe trabalhadora e trazem de volta à cena a famigerada Carteira Verde Amarela, que é a carteira de trabalho sem direito nenhum, e trabalho sem direitos tem nome: é escravidão
Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT

"A CUT vem denunciando e pressionando o Parlamento contra a MP 1045 e seus jabutis, cujo mecanismo não gera emprego qualificado, mas sim a substituição de emprego formal por vaga precária", disse Nobre.

Para Nobre, a medida é ruim especialmente para os jovens, "que têm de estudar para se desenvolver profissionalmente, estabelecer uma carreira, estruturar a vida com emprego de qualidade para que possa sustentar mais tarde uma família. A MP 1045 tira o futuro dos jovens, inviabiliza a eles as condições para ficar nas escolas".

O texto-base da proposta foi aprovado por 304 votos a favor e 133 contra. O projeto ainda pode sofrer alterações porque os deputados ainda votarão os destaques. Depois, será encaminhada ao Senado.

O comunicado dos sindicatos lista quatro pontos principais que constam no texto e podem prejudicar os trabalhadores, como restrições de acesso à Justiça gratuita e a criação dos programas Priore e Requip.

Esses programas permitem contratações com regras mais flexíveis, com menos direitos para os trabalhadores. O relator da medida, o deputado Christino Áureo (PP-RJ), nega que a proposta seja uma reforma trabalhista e diz que o objetivo é estimular a geração de empregos.

Veja algumas das principais mudanças da nova reforma trabalhista

  • cria uma modalidade de trabalho sem direito a férias, 13º salário e FGTS
  • cria outra modalidade de trabalho, sem carteira assinada (Requip) e sem direitos trabalhistas e previdenciários; trabalhador recebe uma bolsa e vale-transporte
  • cria programa de incentivo ao primeiro emprego (Priore) para jovens e de estímulo à contratação de maiores de 55 anos desempregados há mais de 12 meses; empregado recebe um bônus no salário, mas seu FGTS é menor
  • reduz o pagamento de horas extras para algumas categorias profissionais, como bancários, jornalistas e operadores de telemarketing
  • aumenta o limite da jornada de trabalho de mineiros
  • restringe o acesso à Justiça gratuita em geral, não apenas na esfera trabalhista
  • proíbe juízes de anular pontos de acordos extrajudiciais firmados entre empresas e empregados
  • dificulta a fiscalização trabalhista, inclusive para casos de trabalho análogo ao escravo

*Com Agência Brasil


ECONOMIA

Fundação CASA, entra com pedido de efeito suspensivo do vale refeição dos servidores


 

COMUNICADO | A Fundação CASA entra com pedido de efeito suspensivo no Tribunal da liminar proferida pela 74ª Vara do Trabalho no processo do VR.


Por enquanto não há análise ainda do pedido.


O jurídico do sindicato já está acompanhando e assim que houver um posicionamento do Tribunal informaremos a categoria.


Continuemos organizados!


Valorização, saúde e segurança!


Fundação CASA abre chamamento público para contratar OSC

 


Foco é formalizar termo de colaboração para preparar e inserir jovens atendidos no mercado de trabalho; edital está disponível

 

A Fundação CASA lança nesta quinta-feira (12) edital de chamamento público para selecionar organização da sociedade civil (OSC) para celebrar termo de colaboração a fim de implementar práticas e preparar os adolescentes em atendimento socioeducativo na Instituição para o mercado de trabalho, inclusive com encaminhamento para vagas de emprego.

O orçamento previsto é de cerca de R$ 30,7 milhões para um termo de colaboração com vigência inicial de 22 meses, podendo ser prorrogáveis até 60 meses. A íntegra do edital do chamamento público já está disponível.

Todo o processo é regido pela Lei Federal nº 13.019/2014, podendo ser selecionada uma OSC ou a atuação em rede de duas ou mais organizações da sociedade civil, desde que a OSC a celebrar o termo atenda aos requisitos da lei e do edital.

A sessão pública para o recebimento das propostas e das declarações complementares ocorrerá no dia 13 de setembro, às 11h, na Sede da Fundação CASA, em São Paulo

Confirmada greve de servidores contra reforma administrativa em 18 de agosto

 


Publicado em Servidor

Trabalhadores do serviço público das três esferas farão uma greve de 24 horas, manifestações e paralisações, contra a Proposta de Emenda à Constituição 32 de 2020 (PEC32), que define as regras da reforma administrativa, em discussão no Congresso Nacional

A data foi definida no Encontro Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público, que aconteceu no final do mês de julho organizado pelas centrais sindicais, os movimentos organizados dos trabalhadores, Frentes Parlamentares e fóruns, entre eles, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef).

O Encontro, que representou servidores das esferas municipais, estaduais e federais, resultou na construção de uma agenda nacional de mobilizações e atos contra a PEC 32.

O próximo e principal evento desta agenda e a freve do setor público – Dia Nacional de Mobilização, no dia 18 de agosto.

Também está na pauta de reivindicações a luta contra as privatizações e a inflação, a defesa do auxílio emergencial de R$ 600, por vacina já para todos, e a defesa de emprego para os trabalhadores e trabalhadoras.

“A greve e manifestações no dia pretendem ampliar o engajamento da sociedade no enfrentamento a esta reforma, que, caso aprovada, acarretará no desmonte dos serviços públicos além de abrir as portas para a privatização”, informam os organizadores.