segunda-feira, 12 de abril de 2021

SP volta à fase vermelha nesta segunda; veja o que abre e o que permanece fechado

 


Fase emergencial, iniciada em 15 de março, terminou neste domingo (11). Com a mudança, escolas podem voltar a receber alunos presencialmente e restaurantes têm autorização para oferecer serviço de retirada no local.

Por G1 SP — São Paulo

 


Homem caminha em rua com lojas e barracas fechadas no Centro de São Paulo.   — Foto: Marcelo Brandt/G1
Homem caminha em rua com lojas e barracas fechadas no Centro de São Paulo. — Foto: Marcelo Brandt/G1

O estado de São Paulo retornou nesta segunda-feira (12) à fase vermelha da quarentena, na qual deve permanecer até 18 de abril.

mudança permite o retorno das atividades presenciais nas escolas das redes pública e privada, desde que autorizadas pelas prefeituras, além da abertura de alguns serviços que estavam vetados e a retomada de competições esportivas profissionais (veja vídeo).

Veja mais abaixo o que muda na fase vermelha e tudo o que pode e o que não pode funcionar.

O fim da fase emergencial, que vigorou de 15 de março a 11 de abril, ocorreu após o estado registrar uma ligeira queda na taxa de ocupação dos leitos de UTI, que, no entanto, segue na faixa de 86%. A média diária de novas internações caiu de 2.732 em 15 de março para 2.715 em 9 de abril.

O número de casos e mortes pela doença também seguem altos no estado. Na última terça-feira (6), São Paulo registrou novo recorde ao atingir a marca de 1.389 mortes em 24 horas (veja vídeo ao final da reportagem). Já são mais de 80 mil mortes no estado desde o começo da pandemia, com total de quase 83 mil neste domingo e 2.643.534 casos confirmados.

VÍDEO: Veja o que muda com o retorno à fase vermelha em SP

Na capital paulista, as escolas voltaram a receber alunos presencialmente nesta segunda. Já na rede estadual, os estudantes retornam às escolas a partir de quarta-feira (14).

O atendimento presencial em comércios, bares e restaurantes segue proibido em todo o estado.

Toque de recolher e rodízio na capital

Algumas restrições da fase emergencial, como o toque de recolher das 20h às 5h, foram mantidas na fase vermelha.

O cumprimento da medida continua a ser fiscalizado por uma força-tarefa composta por integrantes das vigilâncias sanitárias, da Polícia Militar e do Procon.

Na madrugada desta segunda-feira, uma blitz interrompeu mais uma balada ilegal na capital paulista. Mais de 130 pessoas foram flagradas em uma casa noturna no Capão Redondo, Zona Sul da cidade, sendo que 133 delas não usavam máscaras e várias dividiam narguilés, como mostra o vídeo abaixo.

VÍDEO: Blitz interrompe balada ilegal na Zona Sul de SP

Na cidade de São Paulo também permanece o esquema de rodízio noturno, que opera nos dias úteis, no sábado e nos feriados, das 20h às 5h, e não nos horários tradicionais - das 7h às 10h, e das 17h às 20h.

Veja abaixo o que muda e o que pode funcionar em cada fase:

O que muda:

  • Escolas poderão receber alunos presencialmente, desde que autorizadas pelas prefeituras e com até 35% dos alunos matriculados a cada dia;
  • Competições esportivas profissionais, como o Campeonato Paulista de Futebol, podem retornar, sem público;
  • Serviços de retirada (take-away) dos restaurantes e funcionamento de lojas de material de construção, embora já estivessem permitidos por meio de liminar judicial, agora passam a ser autorizados pela gestão estadual.

O que permanece:

  • Proibição de cultos religiosos presenciais;
  • Teletrabalho (home office) obrigatório para escritórios, atividades administrativas, repartições públicas, serviços de telecomunicações ou de tecnologia da informação (TI);
  • Recomendação do escalonamento de horários alternados para os setores de serviços, comércio e indústria;
  • Toque de recolher das 20h às 5h.

O que pode funcionar na fase vermelha?

  • Escolas e universidades (cursos da área da saúde);
  • Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários);
  • Supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento, feiras livres;
  • Delivery, retirada (take-away) e drive-thru para bares, lanchonetes e restaurantes;
  • Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis e lojas de materiais de construção;
  • Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos;
  • Serviços de segurança pública e privada;
  • Construção civil e indústria;
  • Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
  • Outros serviços: igrejas e estabelecimentos religiosos, lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais.

O que não pode funcionar na fase vermelha?

  • Academias;
  • Cultos, missas e celebrações em igrejas e templos religiosas;
  • Salões de beleza;
  • Cinemas;
  • Teatros;
  • Shoppings;
  • Lojas de rua com atendimento presencial;
  • Concessionárias de veículos;
  • Escritórios administrativos;
  • Parques;
  • Clubes.

Comércio na região central de Campinas (SP) na manhã desta quarta-feira (7) — Foto: LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Comércio na região central de Campinas (SP) na manhã desta quarta-feira (7) — Foto: LEANDRO FERREIRA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

VÍDEO: SP bate novo recorde e registra 1.389 mortes por Covid-19 em 24 horas

Pastoral do Menor e Fundação Casa: 14 anos de histórias

 


A Pastoral do Menor deve encerrar os trabalhos na Fundação Casa de Franca, no dia 31 de outubro. Funcionários lamentam o final do vínculo. Eles contam os trabalhos realizados e os ensinamentos que levam. Fica a preocupação daqueles que saem sobre o trabalho que será realizado durante a gestão plena do Governo do Estado de São Paulo.

Franca 6 horas atrás
  
Pedro Baccelli
da Redação
 
Imagem da faixada da Fundação Casa de Franca 
Arquivo/GCN
Em janeiro de 2008, há 13 anos, Sílvia Helena Gonçalves, de 60 anos, iniciou um trabalho de valorização na Fundação Casa. Ao final do ano, quando sair, ela deixará um legado de vidas transformadas. “Durante o trabalho desenvolvido na Fundação Casa procuramos sempre valorizar os jovens e suas famílias tratando com respeito e carinho”. 
 
Inúmeros jovens chegaram sem perspectiva de futuro. “Sempre tentamos incutir na cabeça destes jovens que o futuro depende das escolhas que eles fazem hoje. Assim, procuramos mostrar que é possível a construção de um futuro longe do meio ilícito”. 
 
Casada e mãe de uma filha. Este sentimento materno instiga a moradora do bairro São Joaquim a querer acompanhar o retorno dos seus “filhos adotivos” a sociedade. “O futuro a Deus pertence. Mas gostaria de continuar acompanhando estes jovens em seu retorno ao convívio social”.
 
Lindsay Lemos Ferreira, de 34 anos, atuou como assistente social durante dez anos. Hoje, como gerente administrativa, ela olha o trabalho já realizado na Fundação Casa e descreve como uma experiência muito rica. “É uma experiência que contribuiu muito para a minha prática profissional. A minha formação em serviço social. É algo que me faz aprender todos os dias, com as histórias de vidas dos adolescentes e famílias”.
 
A moradora do Jardim Piratininga encara como uma regressão a saída da Pastoral. “A gente consegue conhecer cada um deles, com a sua individualidade. A Pastoral do Menor saindo acredito que vai cair muito a qualidade do trabalho. Por que a gente tem a equipe sempre completa de profissionais. Conseguimos oferecer um trabalho de qualidade”. 
 
Casada e mãe de um casal, Lindsay cogita a possibilidade de continuar trabalhando na área de ação social pós-Fundação Casa. “Estou concluindo mestrado na Unesp (Universidade Estadual Paulista). Acredito ser que siga nesta área (assistência social). Mas ainda não tenho nada em vista”.
 
Renata Oliveira Pimenta, de 30 anos, enxerga os adolescentes além de seus erros. A psicóloga explica que os jovens precisam ser estimulados. “O adolescente não é só o ato infracional ou a rebeldia normalmente apontada no período de evolução da adolescência. É um ser que necessita ser acolhido, escutado e estimulado nas diversas temáticas”.
 
Há um ano e seis meses no trabalho, Renata, junto à equipe da Pastoral, deixa um “legado de humanidade, acolhimento e escuta inenarrável”, segundo definiu. A moradora da Colina do Espraiado explica que todos os adolescentes foram tratados com dignidade. “Todos os adolescentes foram tratados com dignidade e quando era percebido o contrário, as medidas cabíveis eram acionadas”. 
 
Renata espera que o Estado esteja preparado para assumir o serviço após a não renovação da gestão compartilhada com a Pastoral. Para o futuro profissional, segue o desejo de atender o público infanto-juvenil. “Mas espero continuar trilhando o caminho no atendimento à criança e adolescente”.
 
Despedida
Patrícia Aparecida Carloni, de 30 anos, começou a trabalhar na Fundação Casa em 2014. Diferente das demais, ela deixou o local no início deste ano. A moradora do Jardim Paulistano leva a vivência com diferentes realidades como aprendizado. “Foi um período enriquecedor. Nós vivemos muitas realidades, que às vezes estavam distantes e, agora, estão próximas. É um amadurecimento como ser humano”. 
 
Patrícia é auxiliar administrativa. Ela encara como uma perda o final do vínculo com a casa socioeducativa. “Acho que é uma grande perda, porque todos os agentes que estão lá veem aquilo como uma missão, não só um trabalho. Todos se dedicam muito, acreditam na melhora do adolescente que está lá. E acreditar faz toda diferença no desenvolver do trabalho”.
 
Casada e mãe de um filho. Patrícia diz “não ter palavras” para definir o final desta trajetória.