quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Saúde iD: o novo produto do Fleury para quem não tem plano de saúde

 


  • A empresa expandiu sua plataforma de saúde empresarial para pessoas físicas. Por lá, é possível fazer consultas, contratar exames e receber descontos na compra de remédios

Grupo Fleury está de olho nas oportunidades do mercado de brasileiros sem plano de saúde. Apostando suas fichas em soluções digitais, a companhia, conhecida pela medicina diagnóstica, acaba de lançar um serviço para pessoas físicas que dá direito a consultas online, exames e descontos em medicamentos.

Chamada de Saúde iD, essa nova plataforma foi lançada em setembro de 2020 como um serviço adicional para funcionários de empresas clientes do Fleury. Hoje, cerca de 7 milhões de empregados utilizam a solução, que recebeu um investimento de 50 milhões de reais do grupo no ano passado.

Agora, o Fleury decidiu que era hora de abrir o serviço para pessoas físicas que não possuem plano de saúde. Inicialmente, o projeto tem como meta atender a 5.000 pessoas na cidade de São Paulo, mas, a depender dos resultados, pode ser expandido para outras regiões do país ainda este ano.

Há dois modelos de assinatura, o light e o plus. No primeiro, a mensalidade custa 29,90 reais e dá direto a uma teleconsulta com retorno por mês e a 14 exames mensais feitos nas clínicas a+ Medicina Diagnóstica, que são do grupo. No modelo plus, a assinatura é de 59,90 reais. Basicamente, ela oferece o mesmo que a opção mais econômica, com o diferencial de que o cliente poder realizar também consultas presenciais, se desejar.

Na plataforma, as consultas são feitas por médicos de família e clínicos gerais, que ajudam o paciente a resolver o problema e ainda fazem o controle de doenças crônicas (como hipertensão e diabetes). Todo o histórico de consultas, exames, vacinas e medicamentos utilizados pelos clientes ficam salvos no Saúde iD. Essa ferramenta de histórico médico digital também pode ser acessada gratuitamente por não assinantes.

"Nosso objetivo é dar acesso à saúde de qualidade para os 76% da população que não possuem plano de saúde. Para isso, apostamos no modelo de plataforma", diz Eduardo Oliveira, presidente do Saúde iD. Além das soluções próprias, o aplicativo traz benefícios exclusivos de empresas parceiras como ePharma, Far.Me, Hypera Pharma, Danone Nutricia e Sommos DNA.

Eduardo Oliveira, presidente da Saúde iD (Grupo Fleury/Divulgação)

O projeto do Saúde iD começou quando o Fleury adquiriu a empresa de gestão médica SantéCorp, fundada por Oliveira, por 15 milhões de reais em 2018. De lá para cá, a missão do executivo passou a ser desenvolver uma plataforma de saúde inspirada nas big techs, como Google e Microsoft, que oferecem uma série de serviços correlatos para os usuários.

Hoje, 640 pessoas trabalham na empresa desenvolvendo principalmente três frentes de negócio: corporativa, para médicos e para o consumidor final.

Na frente corporativa, a empresa oferece seus serviços sem marca para outras companhias utilizarem, como o Bradesco. Assim, quando um cliente da seguradora usa o serviço de telemedicina, ele está navegando em uma plataforma desenvolvida pela Saúde iD sem saber.

No caso dos médicos, a Saúde iD oferece uma ferramenta de consultório digital, que agrega, em um único lugar, a telemedicina, o prontuário, o receituário eletrônico, o sistema de solicitar exames e de trocar documentos com o pacientes. O serviço pode ser usado gratuitamente, mas a partir de um limite de consultas, passa a ser pago.

"O que a gente busca nesse momento é aumentar a nossa base de clientes no modelo B2B [venda para outras empresas], aprimorar as ofertas de produtos para os médicos e trazer mais parceiros para o B2C [venda para o consumidor final]", diz Oliveira.

Segundo o presidente, depois do lançamento da versão para pessoas físicas, o foco da companhia será o lançamento de novas ferramentas para ajudar na eficiência da telemedicina e do diagnóstico remoto.

Polícia apreende armas, dinheiro e computador na casa de Belo

 


Material estava dentro de um cofre e armas estão registradas legalmente em nome do cantor, preso em investigação sobre show com aglomeração na Maré -- supostamente com autorização do tráfico.

Por Henrique Coelho, G1 Rio

 


Cantor Belo é levado para Polinter após prestar depoimento na Cidade da Polícia

A Polícia Civil do Rio apreendeu, em um cofre encontrado na casa do cantor Beloduas pistolas, munição, dinheiro em espécie e um computador.

Segundo a investigação, as armas estão registradas no nome do artista, que tem posse de arma – ou seja, estão legalizadas.

Em toda operação, incluindo outros imóveis onde a polícia esteve, foram apreendidos ao todo R$ 40 mil, 3.500 euros – o equivalente a R$ 22,8 mil.

Polícia apreende armas dinheiro e computador na casa de Belo — Foto: Reprodução
Polícia apreende armas dinheiro e computador na casa de Belo — Foto: Reprodução

O material foi recolhido em operação realizada nesta quarta-feira (17), que levou à prisão o artista e dois produtores de um show que provocou aglomeração em uma escola municipal no Complexo da Maré, durante o feriado de carnaval.

O chefe do tráfico da comunidade Parque União, onde ocorreu o evento, também teve mandado de prisão expedido – segundo a polícia, foi ele que autorizou o evento.

O material foi apreendido na casa do artista, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Belo foi preso pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) em Angra dos Reis, na Costa Verde.

Cantor Belo é preso por show realizado em escola pública no complexo da Maré

O cantor é investigado pela realização de um show no sábado (13), apesar das proibições devido à pandemia.

A polícia também apura a invasão ao colégio onde foi realizada a apresentação, sem a autorização da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo investigadores, as salas de aula do Ciep 326 – Professor César Pernetta foram utilizadas como camarotes.

Segundo a polícia, ele e os outros três alvos vão responder por:

  • infração de medida sanitária,
  • crime de epidemia;
  • invasão de prédio público;
  • e associação criminosa – o show, segundo a polícia, foi organizado em comum acordo com o tráfico de drogas.

"Até agora eu não entendi o que eu fiz para estar passando por essa situação. Quero saber qual o crime que eu cometi. Subi no palco e cantei", afirmou, ao sair da Cidade da Polícia, onde prestou depoimento. "Se eu não posso cantar para o público, a minha vida acabou." (Leia a íntegra da nota do cantor no fim da reportagem.)

Operação 'É o que eu mereço'

A operação se chama "É o que eu mereço", em referência a uma das músicas do cantor, que chegou à delegacia no Rio por volta das 15h30 desta quarta.

Na chegada, ele afirmou que precisa "saber o que está acontecendo enquanto achar que cantar e fazer musica é crime".

Mulher de Belo, a modelo Gracyanne Barbosa, que visitou Belo na Cidade da Polícia nesta quarta, postou um texto no Instagram. Ela argumentou que o marido "chega pela porta de trás nos locais de shows, vai direto ao camarim e entra no palco" e que "só em cima dele tem o contato e a noção do público".

Gracyanne, mulher de Belo, visita marido na delegacia após prisão

Após ter aberto inquérito para apurar as circunstâncias do show de Belo na Maré, a DCOD cumpriu nesta quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão.

Uma das buscas foi na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, onde foram apreendidos equipamentos, a aparelhagem de som, documentos e veículos. Na casa de Belo, foram apreendidos dinheiro e duas pistolas.

Os quatro mandados de prisão preventiva foram contra:

  • Marcelo Pires Vieira, o Belo, cantor – preso em Angra dos Reis, na Costa Verde;
  • Célio Caetano, sócio da produtora – preso em Macaé;
  • Henriques Marques, o Rick, também sócio da produtora – preso no Rio;
  • e Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União – não havia sido detido até a última atualização desta reportagem.

Outras prisões de Belo

Belo já foi preso em outras duas ocasiões. O músico foi condenado no dia 30 de dezembro de 2002 a seis anos de prisão, acusado de associação para o tráfico depois de, segundo a polícia, negociar drogas e armas pelo telefone com um traficante. Na ocasião, ficou preso por cerca de um mês e conseguiu, após entrar com um recurso, o direito de responder em liberdade.

O Ministério Público recorreu da decisão e a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena do cantor para oito anos. Belo foi preso novamente em novembro de 2004. Ele estava escondido dentro de casa, na Zona Oeste do Rio. Desta vez, passou três anos e oito meses na cadeia.

A íntegra da nota de Belo

“O cantor Belo, sua família e equipe estão surpresos e consternados com o mandado de prisão preventiva cumprido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 17, no âmbito da investigação sobre a apresentação do músico em evento no último sábado, 13, no Complexo da Maré, Zona Norte da capital fluminense. O show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold, conforme comprovam notas fiscais e outros documentos já entregues às autoridades.

O espanto se dá em razão da prisão ter ocorrido mesmo após parecer contrário do Ministério Público (MP) e também da falta de isonomia quando se trata de apresentações artísticas durante a pandemia da Covid-19, pela qual Belo teve a saúde acometida há três meses e a agenda cancelada integralmente há um ano.

Ciente da gravidade da crise sanitária, Belo pede desculpas por ter se apresentado em uma aglomeração. O cantor retomou há pouco uma agenda parcial de shows, com compromissos ainda insuficientes para reverter o prejuízo dos meses em que esteve impedido de trabalhar, enquanto indústria, comércio e outras atividades de lazer — inclusive as casas de show — voltaram a funcionar, ainda que com restrições. Como qualquer brasileiro, Belo é um cidadão com contas a pagar por meio de sua atividade profissional e sempre o fará sem distinções, principalmente de classe social.

Completa o estado de choque do cantor o fato de que o evento de sábado não foi o primeiro e nem será o último em que aglomerações fugiram do controle dos organizadores. No entanto, chamou atenção das autoridades, de maneira mais expressiva, justamente um episódio na Maré, uma das maiores favelas cariocas, onde eventos culturais já são comumente reprimidos pela ideia de que os moradores de comunidades não merecem vivenciar a arte da mesma maneira do que aqueles que residem em áreas mais ricas da cidade. Ecoando o questionamento feito ao longo do dia nas redes sociais, a equipe de Belo também se pergunta se a situação seria a mesma caso o show ocorresse em bairros da Zona Sul e com artistas de gêneros musicais menos negligenciados do que o pagode. Um exemplo dessa distinção é o fato de não haver registro de prisões na interdição de um baile de carnaval realizado na mesma data, na Lagoa.

Em seu show, Belo buscou, como feito em todos os trabalhos da carreira, a proteção de seu staff, dentro das escolhas que lhe cabiam. Os cuidados com o público eram de responsabilidade do contratante, bem como a escolha do local em que a apresentação ocorreu. Não havia conhecimento prévio, por parte do músico, de que o local em questão era a escola municipal Ciep 326. Pai de quatro filhos que estão ou já estiveram em idade escolar, Belo respeita a educação, principalmente a que acolhe crianças da periferia e não compactua com qualquer situação em que seja invadida e desrespeitada uma instituição de ensino.

No mais, Belo e equipe informam que irão buscar reverter a prisão judicialmente, bem como comprovar, com o cantor em liberdade, sua inocência em relação ao caso