segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Brasil bloqueia fronteira com Paraguai no Mato Grosso do Sul após fuga de 76 presos

Por G1 e GloboNews — Brasília
 

00:00/06:29
Fronteira entre Brasil e Paraguai em MS é bloqueada após fuga de mais de 70 presos
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou, neste domingo (19), o bloqueio da fronteira entre Brasil e Paraguai no trecho que corresponde ao Mato Grosso do Sul. Mais cedo, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça chegou a informar que a fronteira havia sido fechada, mas depois corrigiu a informação.
O bloqueio é motivado pela fuga de 76 integrantes de uma facção brasileira que estavam na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na madrugada de domingo. A cidade fica na fronteira com Ponta Porã (MS). Segundo o governo paraguaio, há cidadãos dos dois países entre os fugitivos.
A ação determinada pelo ministro Sergio Moro é um reforço de policiamento com helicópteros e barreiras. "Isso é chamado pela polícia de bloqueio, mas a fronteira não está fechada no MS. Brasileiros e paraguaios continuam podendo ir e vir", informou a assessoria.
De acordo com o ministério, ainda não é possível dizer se a fronteira também será bloqueada no Paraná. Isso só acontecerá se houver um pedido do governador do estado, Ratinho Junior (PSD) – a exemplo do que fez o governo do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB).
Até as 19h, nenhum dos países havia divulgado informações sobre a recaptura dos fugitivos.
O governo brasileiro também pediu ao Paraguai a lista com os nomes dos 76 integrantes do grupo. Segundo a Secretaria de Operações Integradas do ministério, equipes da Operação Hórus, que combate o contrabando em regiões de fronteira, foram alertadas.
Antes de decidir pelo bloqueio da fronteira, Moro já tinha afirmado que o governo federal estava trabalhando junto com os estados para impedir a entrada dos detentos no Brasil.
A ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Perez, informou pela manhã que 91 presos conseguiram escapar da prisão por volta das 4h (3h, em Ponta Porã) e disse que eles são integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Mais tarde, a procuradora Reinalda Palacios declarou que o número de fugitivos foi atualizado para 75, de acordo com o jornal "ABC Color". O número passou para 76 no fim da tarde.
Uma lista de foragidos brasileiros e paraguaios foi divulgada pelo Ministério da Justiça. Entre eles, estão o brasileiro Timóteo Ferreira, apontado como líder da facção dentro do presídio, e seis supostos integrantes do grupo de matadores de aluguel ligados ao tráfico "Minotauro". Eles atuam na fronteira e na semana passada buscavam deixar a prisão com uma ordem judicial.

Fuga na madrugada

Roupas são vistas na entrada de um túnel na prisão de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por onde dezenas de presos fugiram na manhã deste domingo (19) — Foto: Marciano Candia/APRoupas são vistas na entrada de um túnel na prisão de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por onde dezenas de presos fugiram na manhã deste domingo (19) — Foto: Marciano Candia/AP
Roupas são vistas na entrada de um túnel na prisão de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, por onde dezenas de presos fugiram na manhã deste domingo (19) — Foto: Marciano Candia/AP
O Ministério Público informou que vídeos das câmeras de segurança do presídio mostram uma movimentação intensa desde as 4h deste domingo. Para a promotoria, é impressionante que os guardas não tenham agido diante das imagens que tinham à disposição.
Cinquenta dos detidos estavam em um piso superior e 25 no inferior, onde o túnel foi cavado. Para ter acesso ao piso inferior, os detentos precisam passar por um portão, que deve permanecer trancado.
O que chamou a atenção dos promotores foi que esse portão estava trancado no momento em que Ministério Público foi visitar o local após a fuga.
As autoridades paraguaias investigam se houve uma rede de corrupção que facilitou a fuga. A ordem de captura dos foragidos deve ser emitida em algumas horas. Até a última atualização dessa matéria, nenhum deles havia sido recapturado.

Segurança do lado brasileiro

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul informou que está em contato com as autoridades paraguaias. O policiamento em Ponta Porã e Dourados, maior cidade da região e possível destino de fugitivos, foi reforçado com equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil.
Fuga de presos no Paraguai — Foto: Guilherme Pinheiro/G1Fuga de presos no Paraguai — Foto: Guilherme Pinheiro/G1
Fuga de presos no Paraguai — Foto: Guilherme Pinheiro/G1

domingo, 19 de janeiro de 2020

FUGA NO PARAGUAI: 30 agentes são presos, todos trabalhavam na penitenciária de Pedro Juan Caballero


Polícia detém agentes penitenciários da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, de onde 75 presos, entre eles membros do PCC, escaparam neste domingo.





INTERNACIONAL
Fábio Fleury, do R7
 19/01/2020
Ministra da Justiça do país Cecília Perez

O governo do Paraguai anunciou na tarde desde domingo (19) a prisão de todos os 30 agentes penitenciários da Penitenciaria Regional de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil. Eles serão investigados pela fuga de 75 presos, a maioria do PCC (Primeiro Comando da Capital) que estavam na unidade.

A prisão provisória dos carcereiros foi confirmada em uma entrevista coletiva pela ministra da Justiça do país, Cecília Perez. Ela chegou a entregar o cargo ao presidente Mario Abdo Benítez, mas ele a manteve no governo.

A ministra afirmou que é "impossível" que os presos tenham conseguido fugir sem tem a colaboração de funcionários da penitenciária. A suspeita é que eles tenham saído por um túnel encontrado em uma das celas.

Plano de fuga

Segundo o jornal La Nación, há cerca de um mês já havia sido protocolada uma denúncia junto ao Ministério Público paraguaio, sobre um possível plano de fuga na unidade. Os membros do PCC envolvidos teriam oferecido US$ 80 mil (cerca de R$ 333 mil) a agentes penitenciários que ajudassem.

Na coletiva, Cecilia Perez relembrou a denúncia, afirmou que o governo federal reforçou a segurança no local, mas disse que "outras instituições" da segurança interna do país não colaboraram e nem fizeram apurações. A última inspeção no presídio aconteceu há cerca de um mês.

Funcionários terceirizados

De acordo com o jornal La Nación, um grupo de 30 carcereiros, entre funcionários do Ministério da Justiça e da empresa de segurança terceirizada Tapití, estão presos no Departamento de Investigações da Polícia Nacional de Amambay, um distrito local.

“Pedro Juan é uma prisão muito particular onde custa trabalhar pela permeabilidade da corrupção”, descreve a ministra Cecília Perez. “Não pode ser que um poço esteja sendo cavado em sua casa e você não ouça nada. Não pode ser que 75 estejam fugindo e não se veja nada. Aqui existe uma responsabilidade por ação ou omissão”.





Fonte: R7

sábado, 18 de janeiro de 2020

Servidores denunciam agressão contra adolescentes


A acusação é contra a direção e a coordenação da unidade. O caso já foi apresentado ao MP à Justiça
18/01/2020

Matéria e foto: Ana Carolina Godoy
Servidores da Fundação Casa de Marília denunciam a direção e a coordenação da unidade por violência física contra adolescentes apreendidos. O caso já foi apontado para a instituição, em São Paulo, para o Ministério Público e a Justiça.
Agora a acusação chega ao Jornal da Manhã. Uma das agressões teria ocorrido no dia 23 de dezembro, mas trabalhadores afirmam que o fato já se repetiu várias vezes nos últimos anos.
De acordo com os servidores, a violência ocorre principalmente nos dormitórios, onde não há câmeras de segurança, evitando registros no circuito interno de imagens.
Os servidores contam que fizeram ligações à direção regional do serviço e à ouvidoria da Fundação Casa em São Paulo. No entanto, não teria dado resultado.
Por conta dessas denúncias, os menores G.L.S; R.T.; e C.S.L.N chegaram a comparecer no Fórum no dia 3 de dezembro para serem ouvidos, mas teriam sido ameaçados de transferência para São Paulo caso mencionassem as agressões.
Uma mãe também teria presenciado o filho com sinais de agressão e mencionou ao diretor que iria até a imprensa, mas, da mesma forma, recebeu ameaça de transferência do filho.
“Toda vez que ocorre uma agressão, os meninos são coagidos a dizer que se machucaram de outra forma”, relatou um dos trabalhadores. A acusação mencionou que as agressões têm acontecido nos últimos três anos, no mandato do atual diretor, Marcelo Gil Capelloci, por parte dele próprio e de coordenadores.
Os servidores temem uma rebelião na unidade por conta da revolta entre os adolescentes. Em novembro do ano passado as denuncias foram formalizadas ao MP e ao juiz da Vara da Infância e Juventude, José Roberto Nogueira, que chegou a comparecer à Fundação Casa para apurar as denúncias. No entanto, o silêncio teria prevalecido por parte dos envolvidos.
No dia 23 de dezembro os servidores afirmam que as agressões voltaram a acontecer, dessa vez contra os menores de iniciais J.L.M.; N.M.O.; J.C.B.; e K.C.L. Os denunciantes mantêm seus nomes em sigilo por conta do receio em haver retaliações.

A reportagem do Jornal da Manhã tentou contato ontem com o juiz José Roberto Nogueira e com o promotor da Vara da Infância e Juventude, Gustavo Henrique de Andrade Cordeiro, mas até o final desta edição não conseguiu encontrar nenhum dos dois.