segunda-feira, 5 de maio de 2025

Como é a prisão de Alcatraz que Trump vai reabrir 'para abrigar os criminosos mais violentos da América

 

Por La Nacion — Buenos Aires

 


O presidente Donald Trump anunciou, no fim de semana, que ordenou que seu Gabinete reabra e expanda Alcatraz, antiga prisão em uma pequena ilha da Califórnia fechada há seis décadas. Em uma mensagem publicada em seu site Truth Social na noite de domingo, Trump escreveu:

“Por muito tempo, os Estados Unidos foram atormentados por criminosos violentos, cruéis e reincidentes, a escória da sociedade, que só contribuem para a miséria e o sofrimento. Quando éramos uma nação mais séria, no passado, não hesitávamos em prender os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem prejudicar. É assim que deve ser. (...) A reabertura de Alcatraz servirá como um símbolo de lei, ordem e justiça”.

Corredores da prisão de Alcatraz, nos EUA — Foto: Cayce Clifford/The New York Times
Corredores da prisão de Alcatraz, nos EUA — Foto: Cayce Clifford/The New York Times

A prisão, famosa por sua fuga inevitável devido às fortes correntes oceânicas e às águas frias do Pacífico que a cercam, era conhecida como "The Rock" e abrigava alguns dos criminosos mais notórios do país, incluindo o gangster Al Capone e George "Machine Gun" Kelly.

Faz parte do imaginário cultural há muito tempo e foi tema de vários filmes, incluindo The Rock, estrelado por Sean Connery e Nicolas Cage. Durante os 29 anos em que esteve aberta, 36 homens tentaram 14 fugas diferentes, de acordo com o FBI. Quase todos foram capturados ou não sobreviveram à tentativa.

Cena de "Fuga de Alcatraz" — Foto: Reprodução
Cena de "Fuga de Alcatraz" — Foto: Reprodução

O destino de três presos em particular — John Anglin, seu irmão Clarence e Frank Morris — é objeto de debate e foi dramatizado no filme Escape from Alcatraz, de 1979, estrelado por Clint Eastwood.

A Ilha de Alcatraz é hoje um importante local turístico administrado pelo Serviço Nacional de Parques e declarado Marco Histórico Nacional. O fechamento da prisão federal em 1963 foi atribuído à deterioração da infraestrutura e aos altos custos de reparo e abastecimento das instalações, já que tudo, do combustível à comida, tinha que ser transportado por navio.

Um porta-voz do Bureau of Prisons disse, em um comunicado, que a agência “cumprirá todas as ordens presidenciais”. O porta-voz não respondeu imediatamente às perguntas da Associated Press sobre a viabilidade de reabrir Alcatraz ou o papel da agência no futuro da antiga prisão, dado o controle da ilha pelo Serviço de Parques Nacionais.

O Bureau of Prisons atualmente opera 16 prisões que desempenham as mesmas funções de alta segurança de Alcatraz, incluindo sua unidade de segurança máxima em Florence, Colorado, e a Penitenciária dos EUA em Terre Haute, Indiana, que abriga a câmara de execução federal.

Dúvidas sobre o devido processo legal

A ordem foi emitida em um momento em que Trump vem enfrentando conflitos judiciais ao tentar enviar suspeitos de gangues para uma megaprisão em El Salvador sem o devido processo legal. Trump também mencionou sua intenção de enviar cidadãos americanos para aquela prisão e outras estrangeiras, mesmo que isso desafiasse a lei.

Críticos argumentam que Trump está minando o devido processo legal. Em particular, eles mencionam o caso de Kilmar Ábrego García, um salvadorenho que vivia em Maryland e foi deportado "por engano" — segundo a Casa Branca — para El Salvador e preso sem comunicação.

Trump alega que Ábrego García faz parte de uma gangue transnacional violenta, a MS-13, e está tentando transformar a deportação em um caso de teste para sua campanha contra a imigração ilegal, apesar de uma ordem da Suprema Corte que diz que o governo deve trabalhar para devolver o migrante aos Estados Unidos. Questionado se tanto cidadãos americanos quanto não cidadãos merecem o devido processo legal, conforme consagrado na Quinta Emenda da Constituição, Trump foi inconclusivo.

— Não sei. Não sou, não sou advogado. Não sei — disse Trump em entrevista à NBC News.

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    CGU aponta "indústria de descontos indevidos" em benefícios do INSS

     

    Órgão fez auditoria que subsidiou investigações da Polícia Federal
    André Richter - Repórter da Agência Brasil
    Publicado em 29/04/2025 - 16:01
    Brasília
    De acordo com a lei, é da competência da Controladoria-Geral da União (CGU) a apuração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos
    © Iano Andrade/Portal Brasil
    Versão em áudio

    Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que há indícios da existência de uma "indústria de descontos ilegítimos" nos benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

    O relatório da CGU faz parte da investigação da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal (PF), deflagrada na semana passada para combater descontos não autorizados nos benefícios. O segredo de Justiça da apuração foi derrubado nesta segunda-feira (28).

    Em um dos trechos do documento, o órgão cita um dos casos de suspeita de fraude. A CGU constatou o envio à Dataprev, empresa pública de tecnologia da Previdência Social, de duas autorizações de desconto para o mesmo beneficiário. O envio ocorreu no mesmo dia e por duas associações diferentes.

    Segundo os auditores, as suspeitas indicam a possível utilização indevida das informações cadastrais dos beneficiários. 

    "Nesse cenário, reiteram-se os indícios da existência de uma indústria de produção de termos de descontos ilegítimos, utilizados ilegalmente pelas entidades associativas", constata o órgão.

    Em outro ponto da auditoria, a CGU também constatou que a maioria dos aposentados e pensionistas entrevistados pelo órgão desconheciam as entidades que realizavam descontos de mensalidades associativas não autorizadas. 

    Entre os meses de abril e julho de 2024, a CGU fez entrevistas em todos os estados com beneficiários que têm descontos em folha. Segundo o órgão, dos 1.273 entrevistados, apenas 52 confirmaram filiação às entidades, e somente 31 autorizaram os descontos.

    Suspensão

    Logo após a deflagração da operação da PF, o INSS suspendeu todos os descontos oriundos dos acordos com as entidades. 

    Para reaver o dinheiro retroativo aos anos anteriores, a Advocacia-Geral da União (AGU) montou um grupo para buscar a reparação dos prejuízos.

    Outro lado

    Após a retirada do sigilo das investigações, o INSS informou que não comenta decisões judiciais em andamento.

    Em nota divulgada após a operação, o instituto declarou que, das 11 entidades investigadas, somente uma teve acordo assinado em 2023. Segundo o órgão, "os descontos vinham ocorrendo em governos anteriores”.

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