quinta-feira, 20 de março de 2025

Entenda por que R$ 44,1 bilhões em precatórios ficaram fora do Orçamento

 

relatório final do PLOA (Projeto de Lei Orçamentária) prevê superávit de R$ 15 bilhões nas contas públicas, desde que a conta não inclua os precatórios.

Entenda

Precatórios são títulos de dívidas do poder público reconhecidas pela Justiça. Eles permitem que empresas ou pessoas físicas recebam esses valores, que podem ser referentes a aposentadorias, salários, indenizações por morte ou invalidez, ou também por desapropriações, indenizações tributárias, dentre outros.

Em 2021, o governo Bolsonaro criou um teto para o pagamento de precatórios. O limite seria válido entre 2022 e 2026. O dinheiro economizado pelo não pagamento de parte dos precatórios iria para programas de transferência de renda. A criação do teto gerou um passivo de precatórios nos exercícios de 2022 e 2023.

No final de 2023, uma decisão do STF derrubou o teto. A decisão determinou que a União quitasse a dívida com precatórios acumulada e retirou as despesas com precatórios do teto de gastos, inclusive dos precatórios expedidos entre 2023 e 2026.

O STF autorizou a União a abrir créditos extraordinários, fora do Orçamento, para o pagamento dessas dívidas. Em dezembro de 2023, foram abertos créditos no montante de R$ 93 bilhões, sendo R$ 27,7 bilhões para precatórios do INSS. Na ocasião, esses valores foram cobertos com recursos do excesso de arrecadação e de superávit financeiro de anos anteriores.

Como fica em 2025

O texto do Orçamento de 2025 fala em R$ 44,1 bilhões em precatórios. Esse montante foi excluído do Orçamento porque excede o limite estabelecido em 2021, conforme a decisão do STF.

PLOA projeta déficit primário de R$ 40,4 bilhões em 2025. O resultado representa -0,33% do PIB (Produto Interno Bruto) previsto para este ano, segundo as estimativas apresentadas pelo relatório final. Feita a exclusão do valor referente aos precatórios, a projeção para o resultado primário em 2025 alcança o saldo positivo de R$ 3,7 bilhões.

Além dos precatórios, a estimativa de excesso de arrecadação ajuda a melhorar os resultados. Essa estimativa está ligada à repartição tributária com estados, Distrito Federal e municípios e à complementação da União ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

Siga UOL Economia

PUBLICIDADE


quarta-feira, 19 de março de 2025

STF revoga decisão judicial e autoriza que governo de SP abra licitação para privatizar gestão de 33 escolas estaduais

 


Ministro Luís Roberto Barroso avaliou que a 'descontinuidade dos contratos já assinados impõe custos de desmobilização, atrasos na entrega de novas unidades escolares'.

Por Redação TV Globo e g1 SP

 


Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. — Foto: TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a decisão da Justiça de São Paulo que havia suspendido o decreto estadual que autorizou privatizar a administração de 33 escolas em São Paulo. Com isso, o governo poderá avançar na concessão da gestão dessas escolas estaduais à iniciativa privada.

O ministro Luís Roberto Barroso avaliou que a descontinuidade dos contratos já assinados impõe custos de desmobilização, atrasos na entrega de novas unidades escolares e pode impactar mais de 34 mil novas vagas na rede estadual.

O decreto para a abertura da licitação foi publicado pela gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no Diário Oficial em 11 de junho de 2024.

Nele consta que as empresas serão responsáveis por construção, manutenção, conservação, gestão e vigilância das escolas. Já as atividades pedagógicas seguem sob responsabilidade da Secretaria da Educação.

Com investimento de R$ 2,1 bilhões, metade das unidades deve ser entregue em dois anos e o restante até janeiro de 2027.

Ainda conforme o decreto, as escolas serão divididas entre os lotes Leste e Oeste. Cada concessionária ficará com um lote.

As cidades que vão fazer parte da Parceria Pública-Privada (PPP) estão localizadas no interior do estado e na Grande São Paulo. São elas: Arujá, Guarulhos, Suzano, Diadema e Carapicuíba.