quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Programa de vigilância do MJ permite a 55 mil agentes seguir “alvos” sem justificativa

 

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) opera e disponibiliza para mais de 180 órgãos públicos uma poderosa plataforma de dados capaz de monitorar pessoas e veículos nas ruas em tempo real e sem autorização judicial. O MJSP reconheceu à Agência Pública que os 55 mil usuários civis e militares do sistema não estão obrigados a explicar o motivo da escolha de seus “alvos”.

Para fazer o monitoramento, o sistema de vigilância e controle se vale, entre outras informações, de imagens captadas em tempo real por 35,9 mil câmeras espalhadas por lugares públicos em todo o Brasil: rodovias federais, ruas e avenidas urbanas, entradas e saídas de estádios de futebol, entre outros pontos. O sistema conta ainda com uma funcionalidade chamada de “cerco eletrônico”, que na prática consegue monitorar ao vivo veículos por ruas e avenidas pelo país a partir da “leitura” dos caracteres das placas. 

Pública apurou que os usuários do sistema podem vigiar “alvos” em tempo real sem explicar a necessidade, quem ordenou o monitoramento, qual foi o tempo de sua duração nem o resultado da vigilância.

Oficialmente chamado pelo governo federal de Plataforma de Monitoramento Córtexo sistema é usado como ferramenta do setor de “inteligência” do MJSP, em Brasília (DF), condição usada como argumento jurídico para que as consultas ocorram sem prévia análise do Judiciário, fora de inquéritos policiais e processos judiciais.

Indagado pela Pública, o MJSP reconheceu que “não há necessidade de se motivar a consulta [no Córtex], haja vista se tratar de consultas visando atividades de segurança pública (que é o objetivo do sistema). Porém, caso haja suspeita de irregularidades nas consultas, deve haver atuação da auditoria”.

Embora seja o criador, coordenador e mantenedor da plataforma, o MJSP disse à reportagem que não cabe à pasta controlar o acesso das consultas dos “alvos” pelos outros órgãos públicos que usam o Córtex.

“O controle de acesso para a realização de consultas de ‘alvos’ é feito pelo ponto focal de cada instituição, indicado pelo seu representante maior, através de ofício, sendo que todas as consultas realizadas deixam log de quem as realizou, para que seja possível a auditoria”, respondeu o MJSP.

portaria ministerial que regulamenta o uso do Córtex indica que as auditorias devem ser feitas pelos próprios órgãos que têm acesso ao sistema, com envio mensal de relatórios sobre o uso da plataforma pelos 55 mil usuários civis e militares.

Em resposta à Pública, porém, o MJSP afirmou que foram registrados somente 62 relatórios de auditoria no sistema, em uso há mais de quatro anos.

Sobre o baixo número desse tipo de documento, considerando que são mais de 180 órgãos usuários do sistema há anos, o MJSP argumentou que “puxou para si a responsabilidade em realizar relatórios de auditoria, sendo que todos os processos de auditoria do órgão estão sendo revisados. Portanto, os 62 relatórios produzidos foram todos no âmbito do MJSP”.

Monitoramento 24h, por tempo indeterminado

Entre os milhares de usuários do Córtex há membros das Forças Armadas, policiais civis, militares e federais, agentes penitenciários, integrantes do Ministério Público, bombeiros, guardas civis e até servidores de órgãos de fora do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

Em resposta a um pedido feito pela Pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), o MJSP se recusou a dizer quantas pessoas e veículos já foram vigiados por meio do Córtex, sob a alegação de que, “caso a informação seja divulgada, poderá comprometer investigações e/ou operações policiais em andamento”. A reportagem não havia solicitado nomes, mas apenas os números totais, já consolidados.

A negativa ao pedido de LAI da Pública teve respaldo da Controladoria-Geral da União (CGU), que manteve o sigilo das informações, embora tenha admitido à reportagem, também via LAI, nunca ter feito uma auditoria sobre o uso do Córtex.

O MJSP reconheceu, também por meio da LAI, que os “alvos” do Córtex podem ser vigiados por tempo indeterminado, “até que sejam colhidos eventuais indícios” para indiciamentos graças à natureza de “ferramenta auxiliar de investigação”.

Conforme divulgado pelo próprio ministério em resposta a outro pedido feito pela LAI em 2022, um total de 360 mil “alvos” havia sido “identificado” até janeiro daquele ano. De acordo com o então governo Bolsonaro, esses “alvos” seriam “veículos furtados e roubados, pessoas desaparecidas, entre outras bases integradas ao sistema”.

Entretanto, a Pública apurou que não há como confirmar a alegação da gestão bolsonarista.

Uma tentativa de auditoria do próprio MJSP, conduzida em 2023, desistiu de “realizar auditoria do passado”, em referência ao uso do Córtex antes do atual governo. 

O MJSP também identificou casos de venda de senhas e presença de contas robotizadas no sistema, capazes de extrair massivamente dados sigilosos de milhões de pessoas no Brasil. Suspeitas dessa natureza foram denunciadas anteriormente pelo site The Intercept Brasil e pela revista Crusoé

Pública apurou que o ministério descobriu pelo menos um caso de usuário que fez 1 milhão de pesquisas no Córtex em um único dia, o que sugere o uso de robôs para a extração de dados sensíveis.

O MJSP suspeitava também da presença de “laranjas” no sistema, com pessoas sem nenhuma ligação com órgãos de segurança pública operando o Córtex.

Na ausência de um controle externo, independente ou interno eficaz sobre a motivação das consultas ao sistema, a seleção dos “alvos” pode recair sobre adversários políticos do governo e do MJSP e até em benefício de interesses pessoais dos usuários.

Por exemplo: um agente pode rastrear em tempo real o veículo de sua cônjuge graças a imagens obtidas via Córtex sem precisar, antes, indicar a motivação para tal monitoramento. Entre os documentos do MJSP obtidos pela Pública aparece a menção a essa possibilidade, chamada pela equipe do ministério de “rastreio (cônjuge)”.

Outro documento obtido pela reportagem revela que servidores do MJSP chegaram até a discutir a criação de “um alerta quando o policial rastrear o veículo da esposa, considerando os crimes de violência doméstica” no Brasil.

Um total de 108 órgãos municipais e estaduais, como secretarias de Fazenda, de Segurança Pública e de Trânsito, tem acesso à plataforma Córtex por meio de APIs (em inglês, Application Programming Interface), uma funcionalidade que permite a integração de sistemas de informação.

Quando a API é usada, o MJSP em Brasília (DF) pode até saber qual órgão está conectado ao Córtex em determinado momento, mas o controle sobre o uso do sistema fica a cargo dos próprios órgãos com acesso.

Por meio de documentos do MJSP, a Pública apurou que durante o governo Bolsonaro e pelo menos até março de 2023 também detinham a ferramenta API no Córtex:

  1. o setor de inteligência do Exército
  2. o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), ligado ao Ministério da Defesa
  3. o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)
  4. o Ministério Público Federal (MPF), entre outros órgãos.

Todos os 49 órgãos que integram o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) também possuem acesso ao Córtex, incluindo:

  1. a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  2. a Polícia Federal (PF)
  3. a Polícia Rodoviária Federal (PRF) 
  4. o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

O MJSP reconheceu à reportagem que, além das imagens de câmeras de rua, o Córtex dá acesso a dados de veículos, cadastros de pessoa física na Receita Federal, cadastros de embarcações e condutores, restrições judiciais e base nacional de carteiras de habilitação.

Contudo, um documento obtido pela Pública sugere que essa informação oficial está incompleta.

Um ofício assinado em 18 de junho passado pela diretora de Gestão e Integração de Informações do ministério, Vanessa Fusco Nogueira Simões, revela que “as bases de dados internalizadas no Córtex” incluem outros dados sensíveis não mencionados na resposta do MJSP.

O ofício do MJSP lista a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), que contém vencimentos salariais de milhões de pessoas empregadas no Brasil; o Cadastro do Sistema Único de Saúde (Cadsus), com dados sigilosos de pacientes do SUS; e informações não especificadas sobre autoridades em geral qualificadas como Pessoas Expostas Politicamente (PEPs).

O MJSP trabalha para ampliar ainda mais a base do Córtex, agregando dados obtidos por prefeituras, governos estaduais e até concessionárias de serviço público. Para isso, tem estabelecido parcerias.

Para que prefeituras, governos estaduais e outros órgãos tenham acesso irrestrito ao Córtex, basta que deem uma “contrapartida”, ou seja, o acesso a bases de dados que eles já possuem. São então assinados entre o MJSP e a outra parte Acordos de Cooperação Técnica (ACTs), que, em muitos casos, deram acesso ao Córtex para guardas civis e servidores de órgãos fora do Sistema Único de Segurança Pública.

Até março de 2023, o MJSP havia firmado 184 ACTs em todo o país. Outras 191 propostas de acordo aguardavam pareceres e despachos de diferentes setores da pasta. Após seguidas negativas, somente depois de um recurso protocolado na CGU o ministério disponibilizou à Pública cópias dos acordos assinados com estados e municípios. 

Os ACTs mostram que prefeituras alimentam as bases do Córtex com dados diversos, como informações “em tempo real da bilhetagem dos ônibus”, incluindo “CPF e Nome [dos passageiros], Linha e Prefixo [dos ônibus], Data e Hora da Leitura [dos cartões de embarque], Latitude e Longitude [dos ônibus em trânsito]”.

Os documentos dos ACTs sugerem contradições entre compromissos já assinados e o que foi informado pelo MJSP à Pública. Foi assinado, por exemplo, um acordo entre a pasta e os secretários estaduais de Fazenda, Receita, Economia, Finanças ou Tributação de todos os estados mais o Distrito Federal “visando o intercâmbio de informações” e acesso ao Córtex.

O ministério disse à reportagem, porém, que apenas três secretarias estaduais de Fazenda – dos governos de Alagoas, Paraíba e Acre – compartilham seus dados com o Córtex. O MJSP alegou sigilo para não explicar o conteúdo das informações recebidas das secretarias de Fazenda.

Como ministro, Moro comemorou sistema de vigilância

Herdado do governo de Michel Temer (2016-2018), quando ainda operava pontualmente, o Córtex passou a ser usado em larga escala durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), nas gestões dos ex-ministros Sergio Moro (2019-2020), André Mendonça (2020-2021) e Anderson Torres (2021-2022).

O MJSP formalizou o uso do Córtex no seu atual formato em 2021, na gestão de Torres.

Antes, em setembro de 2019, na gestão de Moro, hoje senador pelo União Brasil, já existia um sistema com esse nome, conforme o ex-juiz divulgou naquele mês em sua conta no antigo Twitter: “A unificação dos sistemas de monitoramento viário Alerta Brasil 3.0 da PRF e Córtex da Seopi, ambos do MJSP, levará à redução de custos e a [sic] criação de um sistema integrado com seis mil pontos de monitoramento no país”.

O número de câmeras conectadas ao Córtex aumentou desde então. Em 2021, dois anos após o tuíte de Moro, o sistema já tinha acesso a 26 mil equipamentos espalhados pelo Brasil. Hoje, o número chega a quase 36 mil.

Documentos obtidos pela Pública e variadas fontes com acesso ao sistema, ouvidas sob a condição de anonimato, confirmam que o Córtex é capaz de monitorar o deslocamento em tempo real de veículos e pessoas, além de emitir “alertas de inteligência para alvos de interesse”. Há diversas referências a “alvos móveis”.

O monitoramento se assemelha às capacidades do programa First Mile, foco de um escândalo na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) após a descoberta de que ele consegue acompanhar, em tempo real, usuários de telefones celulares.

O Córtex do MJSP acompanha veículos, em vez de telefones, mas o efeito prático é semelhante: os usuários da plataforma têm a capacidade de saber onde e quando uma pessoa esteve ou por quais ruas e avenidas passou ou costuma passar, bastando reconstituir seu trajeto por meio das câmeras.

Consultas ao sistema podem ser feitas apenas pela placa do carro. As câmeras instaladas em ruas, avenidas e rodovias conseguem “ler” os caracteres das placas e indicar exatamente por onde o veículo passou ou costuma passar em determinado dia ou hora.

“Processo permanente de vigilância”, diz especialista

Sem apresentar todos os detalhes sobre o caso concreto, a reportagem ouviu especialistas sobre os riscos inerentes ao avanço de um sistema de vigilância tão poderoso quanto o Córtex.

“O Córtex dá a possibilidade de nos submeter a um processo permanente de vigilância, identificando todas as vezes que você entra e sai de uma rodovia ou de um shopping center, como se alega que ele seja capaz de fazer. Na prática, nossa presunção de inocência é totalmente ignorada”, disse à Pública Rafael Zanatta, diretor da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa, especializada em direitos digitais.

“Um dos problemas do Córtex é que, do ponto de vista de estratégia de integração e de segurança pública, ele tem uma cara de política pública robusta, mas sua parte normativa é precária”, afirmou Zanatta.

O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) Marcelo Semer disse à Pública em teoria, sem conhecer o caso concreto, que “a consolidação de um projeto de vigilância total deve ser vista com cuidado, pois a reunião irrestrita de dados pessoais pode gerar uma situação de compressão absoluta da privacidade e pode ser utilizado para diversos fins, nem todos lícitos”.

Semer, doutor em criminologia e mestre em direito penal pela Universidade de São Paulo (USP), mencionou uma recente investigação da Polícia Federal (PF). Em 2023, a PF descobriu que criminosos da facção PCC usaram um sistema da polícia de São Paulo para localizar um carro descaracterizado da própria Polícia Civil.

“É preciso transparência acerca dos protocolos, até para impedir que dados que estejam sujeitos à reserva de jurisdição não sejam obtidos sem ela nem sejam compartilhados com empresas para fins próprios”, disse o desembargador.

Vigilância sobre alvos “com ou sem restrições”

A plataforma Córtex recebe imagens geradas dia e noite por 35,9 mil câmeras espalhadas em rodovias e zonas urbanas, as que registram entradas e saídas em estádios de futebol, fluxo em rodovias federais, entre outros lugares.

Graças à função de alertas programados do Córtex, os usuários podem marcar determinada pessoa ou veículo e serem avisados, em tempo real, em caso de avistamento ou atividade ligada ao “alvo”.

O Córtex consegue vigiar 24 horas por dia, sete dias por semana, pessoas e veículos “com ou sem restrições”, conforme os acordos firmados pelo MJSP com órgãos públicos.

Nas prefeituras e estados, o Córtex é mais uma entre outras ferramentas que também possuem “câmeras inteligentes”, isto é, capazes de “ler” os caracteres das placas de carros e monitorar carros e pessoas. Formou-se uma verdadeira indústria em torno do tema, com empresas privadas montando e vendendo os sistemas para as prefeituras.

No interior de São Paulo, destaca-se a empresa Sentry, que se apresenta na internet como “a verdadeira criadora da Muralha Eletrônica”. Um programa com nome semelhante, que repete o modelo do Córtex, é um carro-chefe do governador Tarcísio de Freitas no campo da segurança pública – a chamada Muralha Paulista.

O coordenador da Guarda Civil Metropolitana de Cordeirópolis (SP), Leonardo Maximiliano, explicou à Pública, durante um seminário sobre segurança pública realizado em junho passado em Brasília, como funcionam as “câmeras inteligentes” no dia a dia do município. Ele disse que são instrumentos eficazes no combate ao crime.

“A gente detecta carros clonados até no Acre, até no Amazonas, onde tiver o sistema funcionando. Por exemplo, você tem um carro com uma determinada placa rodando num lugar e a mesma placa rodando em outro. Se eles vão passar por uma câmera inteligente num curto espaço de tempo, o sistema já parametriza. ‘Peraí, essa placa está lá e aqui?’ E manda um alerta automático”, disse o coordenador da Guarda Civil de Cordeirópolis.

Segundo Maximiliano, o sistema da Sentry integra “mais de 140 cidades” no país, incluindo Curitiba (PR), Manaus (AM), Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ). “É um software que está ganhando espaço. Eu posso cadastrar para [receber] um alerta. Se esse carro passar na minha cidade por uma câmera inteligente, ele vai me dar um alerta. […] O sistema tem um caráter preventivo muito forte. A gente identifica os veículos, as ações, e encaminha para o Judiciário. Então, assim, [hoje] é o carro-chefe de qualquer cidade”, disse Maximiliano.

Conforme o coordenador da Guarda Civil, o Córtex “ajuda muito”, principalmente com imagens captadas nas rodovias federais.

À Pública, a Sentry confirmou sua atuação em mais de 130 municípios e nove capitais. A empresa disse que seu sistema “tem como objetivo realizar a ‘análise comportamental’ do deslocamento dos veículos”.

“Quando a câmera identifica o veículo e faz a leitura da placa, automaticamente essa informação chega para o sistema, que realiza através de inteligência artificial e algoritmos a identificação desse veículo. Tendo essa identificação, o sistema tem uma integração com bancos de dados de órgãos públicos”, afirmou à reportagem o setor de marketing da empresa. “A gente consegue, por exemplo, vincular o nosso sistema à iniciativa público-privada, em escolas, universidades, comércios. Porém, o ‘passo inicial’ é sempre feito pelas prefeituras porque é necessário que a cidade possua o sistema para que a gente consiga replicar”, disse a Sentry.

Inteligência do MJSP quer ampliar suas bases de dados

Preocupa aos especialistas o fato de o Córtex ser apenas a ponta do iceberg, pois o MJSP já mantém uma miríade de bases de dados sensíveis em seu poder, além de criar novas ferramentas.

Pública apurou que o governo trabalha, desde o ano passado, para formar uma plataforma ainda mais poderosa, denominada Orcrim (Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado), na qual o Córtex seria inserido como apenas uma das peças.

Na futura base Orcrim, segundo documentos obtidos pela reportagem, estariam relatórios de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda, e um sistema chamado de Projeto Excel – já tratado em reportagem do site The Intercept Brasil –, que agrega e disponibiliza dados extraídos de aparelhos eletrônicos como telefones celulares de investigados e réus em processos e inquéritos criminais no país.

O sistema Orcrim foi institucionalizado por uma portaria assinada por Sergio Moro em março de 2020. Em 2023, o governo Lula anunciou que o Orcrim integra um programa de enfrentamento às organizações criminosas orçado em R$ 900 milhões.

Sistemas ficam no âmbito da “inteligência” do ministério

Tanto no Córtex quanto no Orcrim, esse grande conjunto de informações sensíveis fica sob a administração da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), subordinada à Secretaria Nacional de Segurança Pública do MJSP.

Até janeiro de 2023, o principal braço da Diopi era a Secretaria de Operações Integradas (Seopi). Foi nesse setor que o ministério produziu, em 2020, os relatórios contra 579 policiais e professores antifascistas. Acionado na época pela oposição ao governo Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou ilegal a fabricação de tais dossiês.

Quatro anos depois, a Pública confirma que a produção dos relatórios de inteligência foi uma prática generalizada e intensa no MJSP, com uso de ferramentas como o Córtex e o Excel, entre outras.

O ministério produziu 6.841 relatórios de 2015 a 2023 que, por meio de uma manobra conceitual da pasta, caíram em “sigilo eterno” – ou seja, sem prazo definido para que um dia venham a público. Desse total, 66% foram produzidos durante os quatro anos do governo Bolsonaro.

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Nova NR-1 exige que empresas gerenciem riscos psicossociais no ambiente de trabalho

Nova NR-1 exige que empresas gerenciem riscos psicossociais no ambiente de trabalho.png

Atualização na norma obriga organizações a adotar medidas concretas para prevenir o adoecimento mental dos colaboradores, alinhando-se à Lei 14.831/24, que incentiva práticas de promoção da saúde mental no trabalho.

Juliana Santos | 08 Out, 2024



A Norma Regulamentadora N.º 1 (NR-1), que trata do gerenciamento de riscos nas organizações, foi revisada em 30 de julho, trazendo uma nova exigência: a identificação e o gerenciamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A atualização foi decidida durante a reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, composta por representantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que discutem questões de saúde e segurança no trabalho. Confira quatro passos para entender as principais mudanças: 


1. Entenda as mudanças 

“Na prática, isso significa que as empresas deverão incluir parâmetros psicossociais em seus relatórios de gerenciamento de riscos, que são entregues periodicamente ao governo para garantir o cumprimento das normas de segurança no trabalho. Para isso, serão necessárias ações concretas, como prevenir o adoecimento mental, gerenciar a sobrecarga de trabalho e criar ambientes de trabalho saudáveis, livres de assédio”, explica Tatiana Pimenta, especialista no setor e CEO da Vittude. 


2. Prazo de implementação 

Relacionado: Programa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz identifica questões de saúde mental em trabalhadores


As novas diretrizes foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) em 28 de agosto de 2024 e entrarão em vigor em 26 de maio de 2025, após um período de nove meses. 


3. Conexão com a Lei 14.831/24 

Paralelamente à revisão da NR-1, a Lei 14.831/24, de autoria das Deputadas Federais Jack Rocha (PT/ES) e Maria Arraes (Solidariedade/PE), já estava em discussão. A lei criou o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental, que reconhece empresas que implementam políticas eficazes de promoção da saúde mental. Aprovada pelo Senado em 28 de fevereiro e publicada em 28 de março, a lei oferece um certificado com validade de dois anos para empresas que adotarem boas práticas nesse campo. Tatiana participou de audiência pública em agosto sobre a regulamentação da lei e integra o comitê responsável por definir os critérios para a obtenção do certificado. 


4. Benefícios para as empresas 

“Investir na saúde mental dos trabalhadores traz ganhos além do cumprimento legal. Um exemplo é a redução dos custos com planos de saúde, que são impactados pelo aumento da sinistralidade associada aos transtornos mentais”, destaca. 


Entre 2019 e 2023, o reajuste médio dos planos de saúde empresariais foi de 68,72%, mais que o dobro do IPCA no período. Hoje, as empresas gastam entre 14% e 20% da folha de pagamento com esse benefício, segundo a Deloitte. “Com a introdução do Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental, haverá um incentivo adicional, que pode ser uma vantagem competitiva. Mas com a atualização da NR-1, a adoção de medidas para prevenir o adoecimento mental, gerenciar a carga de trabalho e garantir ambientes livres de assédio passa a ser uma obrigação. Ao atender essas exigências, as organizações não só cumprem a lei, mas demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar de seus funcionários”, conclui. 

Nova NR-1 exige que empresas gerenciem riscos psicossociais no ambiente de trabalho.png

Atualização na norma obriga organizações a adotar medidas concretas para prevenir o adoecimento mental dos colaboradores, alinhando-se à Lei 14.831/24, que incentiva práticas de promoção da saúde mental no trabalho.

Norma Regulamentadora N.º 1 (NR-1), que trata do gerenciamento de riscos nas organizações, foi revisada em 30 de julho, trazendo uma nova exigência: a identificação e o gerenciamento dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. A atualização foi decidida durante a reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente, composta por representantes do governo, sindicatos de trabalhadores e confederações de empregadores, que discutem questões de saúde e segurança no trabalho. Confira quatro passos para entender as principais mudanças: 

1. Entenda as mudanças 

“Na prática, isso significa que as empresas deverão incluir parâmetros psicossociais em seus relatórios de gerenciamento de riscos, que são entregues periodicamente ao governo para garantir o cumprimento das normas de segurança no trabalho. Para isso, serão necessárias ações concretas, como prevenir o adoecimento mental, gerenciar a sobrecarga de trabalho e criar ambientes de trabalho saudáveis, livres de assédio”, explica Tatiana Pimenta, especialista no setor e CEO da Vittude. 

2. Prazo de implementação 

As novas diretrizes foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) em 28 de agosto de 2024 e entrarão em vigor em 26 de maio de 2025, após um período de nove meses. 

3. Conexão com a Lei 14.831/24 

Paralelamente à revisão da NR-1, a Lei 14.831/24, de autoria das Deputadas Federais Jack Rocha (PT/ES) e Maria Arraes (Solidariedade/PE), já estava em discussão. A lei criou o Certificado de Empresa Promotora de Saúde Mental, que reconhece empresas que implementam políticas eficazes de promoção da saúde mental. Aprovada pelo Senado em 28 de fevereiro e publicada em 28 de março, a lei oferece um certificado com validade de dois anos para empresas que adotarem boas práticas nesse campo. Tatiana participou de audiência pública em agosto sobre a regulamentação da lei e integra o comitê responsável por definir os critérios para a obtenção do certificado. 

4. Benefícios para as empresas 

“Investir na saúde mental dos trabalhadores traz ganhos além do cumprimento legal. Um exemplo é a redução dos custos com planos de saúde, que são impactados pelo aumento da sinistralidade associada aos transtornos mentais”, destaca. 

Entre 2019 e 2023, o reajuste médio dos planos de saúde empresariais foi de 68,72%, mais que o dobro do IPCA no período. Hoje, as empresas gastam entre 14% e 20% da folha de pagamento com esse benefício, segundo a Deloitte. “Com a introdução do Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental, haverá um incentivo adicional, que pode ser uma vantagem competitiva. Mas com a atualização da NR-1, a adoção de medidas para prevenir o adoecimento mental, gerenciar a carga de trabalho e garantir ambientes livres de assédio passa a ser uma obrigação. Ao atender essas exigências, as organizações não só cumprem a lei, mas demonstram um compromisso genuíno com o bem-estar de seus funcionários”, conclui. 

STF atende pedido da PGR e suspende indulto de Bolsonaro a condenados do Massacre do Carandiru

 

Tema será avaliado pelo relator do caso, ministro Luiz Fux, e deverá ser analisado pelo plenário do Supremo

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Protesto em 2013 lembrou as vítimas do Massacre do Carandiru
Protesto em 2013 lembrou as vítimas do Massacre do Carandiru - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu, de maneira liminar, trecho do último indulto de Natal concedido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes de deixar o cargo. O texto concedia perdão a agentes de segurança pública condenados pela Justiça, entre eles, policiais envolvidos no Massacre do Carandiru.

A decisão, assinada pela presidenta do STF, ministra Rosa Weber, foi publicada na segunda-feira (16), e terá validade até que o ministro Luiz Fux, relator do caso, analise o tema. A decisão também deverá passar pelo plenário do Supremo, seja qual for a decisão de Fux.

Entenda o caso

Em uma das últimas ações de seu governo, Bolsonaro assinou decreto concedendo perdão a agentes públicos condenados por crimes não hediondos cometidos há mais de 30 anos. O Massacre do Carandiru, ocorrido em 2 de outubro de 1992, completou 30 anos na mesma data do ano passado, portanto.

Na época, o homicídio qualificado, crime pelos quais os agentes públicos foram condenados, não era considerado um crime hediondo. O entendimento jurídico mudou em 1994, após pressão popular em decorrência do assassinato da atriz Daniella Perez pelo então colega Guilherme de Pádua.

No requerimento enviado ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirma que os autores do massacre não devem ser beneficiados pelo indulto, já que na publicação do decreto de perdão, os crimes por eles cometidos já eram considerados hediondos.

Ao avaliar o pedido da PGR, Rosa Weber determinou a suspensão de trechos do decreto para garantir "segurança jurídica", inclusive perante organizações internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que pressionam o Brasil para que o caso seja julgado de maneira justa e os responsáveis exemplarmente punidos.

O Massacre do Carandiru

A chacina, que terminou com 111 mortes, aconteceu sob o pretexto de conter uma rebelião na antiga Casa de Detenção de São Paulo, que ficou conhecida por Carandiru, nome do bairro onde estava instalada.

O ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, disse à Justiça que não ordenou a invasão, mas considerou a medida "legítima e necessária", afirmando que a teria autorizado se fosse consultado. Fleury morreu em novembro de 2022.

As sentenças impostas aos 74 policiais militares envolvidos no massacre variam entre 48 e 624 anos de prisão. Os veredictos foram determinados nos anos de 2013 e 2014. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu o julgamento em 2018, considerando que os policiais foram condenados em desacordo com as provas apresentadas à Corte.

No dia 4 de agosto de 2022, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, decidiu pela manutenção da condenação dos 74 policiais militares, revisando a decisão do TJ-SP. Antes, em seis de junho de 2021, o ministro Joel Ilan Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia restabelecido a condenação dos policiais.

Edição: Glauco Faria

Dia Mundial da Saúde Mental


 "O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado anualmente no 10 de outubro. É uma data celebrada globalmente para conscientizar sobre questões relacionadas à saúde mental. Ela busca reduzir o estigma em torno de transtornos mentais, promover a compreensão e o apoio às pessoas que enfrentam desafios de saúde mental, além de incentivar governos de todo o mundo a destinarem parte de seus recursos para essa área.


 A data é marcada por campanhas de conscientização, eventos educacionais e discussões sobre temas relevantes para a saúde mental. No Brasil, o Ministério da Saúde promove um conjunto de ações dentro da Política Nacional de Saúde Mental que visa fornecer assistência às pessoas com necessidades específicas em saúde mental no país, como ações de prevenção ao suicídio."

"Resumo sobre o Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado anualmente em 10 de outubro.


Surgiu, em 1992, com o intuito de promover a conscientização sobre a saúde mental em nível global.


Visa reduzir o estigma em torno dos transtornos mentais e fomentar o entendimento e apoio às pessoas que enfrentam desafios de saúde mental.


É celebrado com campanhas de conscientização e eventos educacionais relacionados à saúde mental, os quais enfatizam a importância de cuidar da saúde mental e buscar ajuda profissional quando necessário.


Também busca chamar a atenção dos governos para investirem recursos nessa área.


Algumas medidas que podem ser adotadas para manter a saúde mental em dia incluem: praticar atividades físicas regularmente, manter uma alimentação saudável e equilibrada e evitar o isolamento.


No Brasil, há políticas públicas que fornecem suporte para pessoas que enfrentam distúrbios e transtornos mentais."

"Origem do Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental foi celebrado pela primeira vez, em 10 de outubro de 1992, por meio de uma iniciativa do Secretário-Geral Adjunto Richard Hunter da Federação Mundial pela Saúde Mental.


Esse dia foi criado com o objetivo de educar o público sobre saúde mental e reduzir o estigma que envolve as questões ao redor desse termo. Em pouco tempo, a data tornou-se importante para incentivar Ministérios da Saúde em todo o mundo e organizações da sociedade civil a promoverem programas centrados nos cuidados de saúde mental.


O Dia Mundial da Saúde Mental recebe apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), que, além de facilitar e incentivar a rede de comunicação entre diferentes países, desenvolve material técnico para a data.


A partir de 1994, foi incorporado um tema para a data pela primeira vez. Na ocasião, o tema foi Melhorando a Qualidade dos Serviços de Saúde Mental em Todo o Mundo. Desde então, todo ano é incorporado um tema diferente para a data. Os temas já abordados foram:


1994: Melhorando a Qualidade dos Serviços de Saúde Mental em Todo o Mundo


1996: Mulher e Saúde Mental


1997: Crianças e Saúde Mental


1998: Saúde Mental e Direitos Humanos


1999: Saúde Mental e Envelhecimento


2000-2001: Saúde Mental e Trabalho


2002: Os Efeitos do Trauma e da Violência em Crianças e Adolescentes


2003: Transtornos Emocionais e Comportamentais de Crianças e Adolescentes


2004: A Relação entre Saúde Física e Mental: distúrbios concomitantes


2005: Saúde Mental e Física ao Longo da Vida


2006: Construindo Conscientização – Reduzindo Riscos: doenças mentais e suicídio


2007: Saúde Mental num Mundo em Mudança: o impacto da cultura e da diversidade


2008: Tornar a Saúde Mental uma Prioridade Global: ampliar os serviços através  da defesa e ccção cidadã


2009: Saúde Mental na Atenção Básica: melhorando o tratamento e promovendo a saúde mental


2010: Saúde Mental e Doenças Físicas Crônicas


2011: O Grande Impulso: investindo em saúde mental


2012: Depressão: uma crise global


2013: Saúde Mental e Idosos


2014: Vivendo com Esquizofrenia


2015: Dignidade em Saúde Mental


2016: Primeiros Socorros Psicológicos e de Saúde Mental


2017: Saúde Mental no Trabalho


2018: Os Jovens e a Saúde Mental num Mundo em Mudança


2019: Promoção da Saúde Mental e Prevenção do Suicídio


2020: Saúde Mental para todos – Maior Investimento – Maior Acesso


2021: Saúde Mental num Mundo Desigual


2022: Tornar a Saúde Mental e o Bem-Estar para Todos uma Prioridade Global


Em 2023, a ideia é reunir as pessoas para discutirem e refletirem sobre o assunto A Saúde Mental é um Direito Humano Universal, como forma de impulsionar ações que promovam e protejam a saúde mental de todos como um direito humano universal.


Objetivos do Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental tem como principal objetivo chamar a atenção para as patologias mentais e seus impactos na vida individual, no ambiente familiar e de trabalho, e na própria dinâmica de um país.


Com base nisso, a data busca ampliar a conscientização sobre questões relacionadas à saúde mental em escala global, além de representar uma oportunidade para as governanças e as pessoas compartilharem suas experiências e discutirem o que ainda precisa ser feito para tornar os cuidados de saúde mental acessíveis a todas as pessoas no mundo.


Importância do Dia Mundial da Saúde Mental

O Dia Mundial da Saúde Mental aumenta a conscientização sobre a importância de colocar o tema saúde mental em pauta, normalizando as questões relacionadas a ele e visando reduzir o estigma que o envolve. Além disso, essa data incentiva as pessoas a cuidarem de sua própria saúde mental e a oferecerem apoio a outras que enfrentam essas condições, fazendo-as sentir-se menos isoladas.


A criação de uma data para celebrar o Dia Mundial da Saúde Mental também contribui para pressionar os governos a alocarem recursos orçamentários para a saúde mental. Isso é particularmente importante em países de baixa renda, onde o acesso ao tratamento é limitado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020, em média, os governos de todo o mundo alocaram menos de 2% de seus orçamentos de saúde para a saúde mental, destacando a necessidade urgente de investimento e apoio nessa área.


Importante: Saúde mental é um conceito amplo que engloba desde transtornos como o autismo, a dislexia e a depressão até distúrbios psicológicos e de comportamento relacionados às condições de vida impostas pela sociedade atual, como a ansiedade. O Relatório Mundial de Saúde Mental, da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2022, revelou que, em 2019, um bilhão de pessoas vivia com transtornos mentais. Apesar da prevalência dessas condições em todo o mundo, a saúde mental ainda é estigmatizada na sociedade. Pessoas que convivem com esses desafios frequentemente enfrentam discriminação e tratamento diferenciado, resultando em exclusão social. Isso pode ocorrer em diversas áreas da vida, incluindo o ambiente doméstico, escolar, profissional e hospitalar, levando muitos a sentirem vergonha de buscar terapia ou compartilhar seus sentimentos. A importância do "


"Dicas para manter a saúde mental em dia


Manter laços com familiares e amigos e buscar ajuda de um profissional são ações que contribuem para uma boa saúde mental.

Embora pesquisas apontem que alguns distúrbios psicológicos estejam relacionados às pressões sociais e econômicas impostas pela sociedade, e cada transtorno apresente suas próprias particularidades, existem hábitos de estilo de vida que podem ser adotados para reduzir os impactos do cotidiano na saúde mental. Algumas dessas práticas incluem:


Praticar atividades físicas regularmente.


Manter uma alimentação saudável e equilibrada.


Evitar o isolamento, mantendo laços com familiares e amigos.


Estimular-se intelectualmente.


Realizar consultas médicas regularmente.


Quando necessário, seguir o tratamento terapêutico recomendado por um profissional de saúde.


Ações voltadas para a saúde mental no Brasil

O Ministério da Saúde atua na coordenação da Política Nacional de Saúde Mental, que consiste em um conjunto de estratégias e diretrizes destinadas a organizar a assistência às pessoas com necessidades específicas em saúde mental no país.


Além de abranger transtornos mentais, essa política pública oferece cuidados para indivíduos que enfrentam a dependência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína e outras drogas. Para implementar essas iniciativas, a Rede de Atenção Psicossocial foi criada, sendo composta por unidades com funções diversas no Sistema Único de Saúde (SUS). Essas unidades atendem e prestam serviços assistenciais gratuitamente para indivíduos em situações de crise.


Além disso, o Ministério da Saúde atua em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV) na promoção de ações de prevenção relacionadas à saúde mental e à dependência química, incluindo iniciativas voltadas para a prevenção do suicídio.


O CVV oferece apoio emocional e auxílio na prevenção do suicídio de forma gratuita, com atendimento disponível por telefone (número 188), e-mail e chat. Todas as conversas são mantidas em sigilo e o serviço está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana. Você pode acessar o site do CVV clicando aqui.


Fontes


MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde mental. Ministério da Saúde, [s.d.]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-mental.


Pan American Health Organization. ‌World Mental Health Day 2023. Pan American Health Organization, 2023. Disponível em: https://www.paho.org/en/campaigns/world-mental-health-day-2023.


PINHEIRO, R. ‌Dia Mundial da Saúde Mental alerta para efeitos da pandemia. Rádio Senado, 2022. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2022/10/07/dia-mundial-da-saude-mental-alerta-para-efeitos-da-pandemia#.


VARELLA, D. Saúde mental | Entrevista. Drauzio Varella, 2012. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/saude-mental-entrevista/.


World Federation for Mental Health. About the World Mental Health Day. World Mental Health Day, 2022. Disponível em: https://wmhdofficial.com/about-the-world-mental-health-day/.


WORLD HEALTH ORGANIZATION. World Mental Health Day. World Health Organization, c2023. Disponível em: https://www.who.int/campaigns/world-mental-health-day.     "