Trabalhadores unem-se ao líder sindical na luta contra privatização da instituição socioeducativa
No estado de São Paulo, os funcionários da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente, conhecida como Fundação Casa, vivenciam um período de inquietação devido à ameaça iminente de privatização da instituição. O crescente fechamento de unidades e as transferências compulsórias para localidades distantes têm suscitado preocupações significativas entre os trabalhadores.
O fechamento de unidades é parte do plano do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visando a privatização da Fundação com as Parceiras Público-Privadas (PPP), gerando desconforto e apreensão entre os trabalhadores, oprimidos com transferências compulsórias, até mesmo para outras cidades, afetando suas próprias vidas e as de suas famílias.
A Fundação Casa é o órgão responsável por executar as medidas socioeducativas de regime fechado (internação e semiliberdade) em todo o estado, seguindo as diretrizes dispostas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Atualmente, cerca de 6 mil profissionais atuam no Estado, dedicando-se à nobre missão de reabilitar jovens infratores, preparando-os para uma reintegração bem-sucedida à sociedade após o cumprimento da medida socioeducativa. Para isso, implementam programas educacionais, capacitação profissional, atividades culturais, esportivas, de lazer e assistência psicossocial. Assim, o plano do governador traz um retrocesso ao colocar em risco a reeducação desses jovens.
A política de fechamento de unidades tem acarretado aos trabalhadores desafios suplementares, tais como preocupações com a segurança e o esgotamento físico e mental. Neemias Souza, líder sindical e defensor dos direitos dos trabalhadores, tem uma trajetória marcada por 23 anos de serviço na Fundação Casa. Recordando os períodos de resistência, como em 2005, quando mais de mil funcionários foram dispensados de forma unilateral, Neemias afirma que a mobilização desempenhou papel fundamental na readmissão desses profissionais pela via judicial.
Preocupados com a possível terceirização, que pode colocar milhares de empregos em risco, os servidores da Fundação seguem em busca de garantias para seus postos de trabalho, especialmente diante dos recentes fechamentos de unidades no interior e do programa de demissão voluntária proposto aos trabalhadores.
Neemias explica que, para resistir e defender o direito dos trabalhadores e a preservação do respeito e dignidade no ambiente de trabalho, a mobilização, a união e a dedicação dos trabalhadores revelam-se cruciais. “Para o trabalhador, somente a luta garante direitos e defende conquistas”, destaca. O tema tem monopolizado sua agenda no processo eleitoral no sindicato da categoria, SITSESP, cujas eleições estão agendadas para o período de 18 a 22 de março.
A renovação da gestão sindical é amplamente defendida pelos trabalhadores, que se veem confrontados com tentativas de obstrução do registro da chapa 2, que se opõe a privatização da Fundação Casa, por meio de manobras jurídicas. Contudo, uma liminar concedida garantiu à Chapa 2 o direito de participar do pleito, destacando a relevância deste momento para toda a categoria.
Para mais informações sobre Neemias Souza e suas propostas, acesse https://www.souchapa2.com.br/