segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: De volta para o futuro Angela Gandra Martins*

  

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Após 75 anos, completados em 10/12, a Declaração Universal de Direitos Humanos ainda não conseguiu garantir os direitos previstos neste documento para as pessoas. A confirmação disso são os conflitos no mundo, as guerras, além das violações diárias de direitos como alimentação, saúde e habitação. No Brasil, não é diferente.

Tive a oportunidade de participar do V Transatlantic Summit promovido pelo Political Network for Values, no último dia 17, na sede da ONU, em Nova York, celebrando os 75 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, sob o tema “Afirmando os Direitos Humanos Universais – Unindo Culturas em Prol da Vida, da Família e das Liberdades”, com 200 políticos e líderes de 40 países. Juntamente com o Presidente da Rede, Jose Antonio Kast, estavam presentes Erwin Ronquillo, Ministro de Proteção à Criança do Equador; Raúl Latorre, Presidente da Câmara dos Deputados do Paraguai; Margarita la Pisa, do Parlamento Europeu; Paivi Rasanen, membro do Parlamento da Finlândia, entre tantos. Do Brasil, estavam também os Deputados Nikolas Ferreira, Chiara Biondini,Cristiano Caporezzo e Pablo Almeida, de Minas Gerais.

Os debates giraram em torno dos originais direitos humanos, glosados e claramente defendidos por um documento gerado pela atrocidade do holocausto e condenado segundo o direito natural, em contraposição a um “direito “ positivo que o violava.

Partindo do próprio cerne da Declaração, que se fundamenta na dignidade da pessoa humana e seus corolários, revisitamos o direito à vida desde a concepção, que já abriga todo o código genético do novo ser; o valor da mulher e da família, sua proteção e projeção bem como o direito prioritário à educação, tocando ainda o respeito à cada criança, seu coração e afetividade, evitando sua manipulação precoce, à revelia dos pais, etc.

Tocamos ainda o tema da liberdade constitutiva e a defesa das liberdades civis, desde a religiosa que engloba a liberdade de consciência e o próprio código moral de cada pessoa, à hoje tão violada liberdade de expressão, impactada pela seletividade e pela cultura de cancelamento, bem como por um falso conceito de democracia.

Os assuntos foram abordados por parlamentares, líderes da sociedade civil e organizações não governamentais que trabalham os tópicos supramencionados, tais, como, por exemplo, o Global Center of Human Rights; Center for Fundamental Rights; Live Action, entre outros.

Foi ainda abordado pelo Dr. Bernard Garcia Larrain, do “Juristes pour L’Infance”, o conteúdo evocado pela Declaração de Casablanca – da qual também sou signatária -, que pôde apresentar com clareza o que envolve a prática do que denominamos no Brasil de “barriga de aluguel” , no que se refere ao cativeiro da mulher e ao nocivo desenvolvimento da criança.

De minha parte, além de destacar o exercício de cidadania que tenho comprovado como altamente saudável, dando vazão à democracia participativa como liberdade civil, trouxe também a questão da propriedade, que projeta a família e a liberdade, como bem afirma Frederick Bastiat, em seu livro “A Lei”.

No que se refere à vida, pareceu-me oportuno sublinhar que, se o primeiro direito humano, sem o qual outros não podem ser exercidos, é nascer, o segundo é comer, para manter a vida.

Nesse sentido, podemos, muitas vezes, ocupar o tempo com “direitos” que não são nem direitos nem humanos, e perder de vista o essencial: a segurança alimentar, seguida da qualidade de vida, do cuidado, da vulnerabilidade, etc.

Particularmente, penso em nosso Brasil, que pode alimentar o mundo, e, que, por falta de políticas públicas focadas efetivamente no bem comum, de um lado, e, por excesso de absolutização axiológica da terra em detrimento do ser humano, de outro, acaba por faltar a esse dever básico, que pode ser seguido, diga-se de passagem, pela oferta de trabalho, que a própria terra fornece.

Por fim, os jovens que participaram do evento, leram a proposta de Declaração preparada para a ocasião, ressaltando os direitos originais que se encontram ameaçados, para que possam ser mais amplamente divulgados e defendidos, garantindo um futuro humana e socialmente mais próspero.

Cito aqui alguns pontos nevrálgicos dessa Declaração: paz; respeito à soberania dos países; segurança; proteção da maternidade e da infância; liberdade de opinião sem perseguição; informação sem ideologização; apoio à formação das famílias, em bom ambiente, com estabilidade e de acordo com suas próprias convicções morais; fomento da saudável convivência entre culturas e suas manifestações, e, assim por diante.

Enfim, uma rajada de ar fresco para lembrar como e o quanto somos, como diria Hannah Arendt, simplesmente humanos, e, que, não se pode subestimar nossa capacidade de desejarmos ser tratados e nos realizarmos como tal, não como meios para fins utilitaristas, mas como fins em si mesmos, com toda a potencialidade e riqueza que nossa natureza encerra em cada um de seus exemplares únicos.

*Angela Gandra Martins
Presidente do Instituto Ives Gandra de Direito Filosofia e Economia
Professora de Filosofia do Direito da Universidade Mackenzie
Sócia da Gandra Martins Law
Diretora Jurídica da Federação de Agricultura de São Paulo
Ex- Secretária Nacional da FamíliaCOMPARTILHE:

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sábado, 6 de janeiro de 2024

Marinho: Trabalhador não deve ter direito individual de rejeitar contribuição obrigatória ao sindicato

 


Em entrevista à CNN, ministro do Trabalho e Emprego argumentou que empregado não abriria mão de benefícios do acordo coletivo e, portanto, não deveria ter direito à recusa

Luiz Marinho em entrevista à CNN
Luiz Marinho em entrevista à CNNReprodução/CNN

Da CNN

em Sâo Paulo

Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (5), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu que o trabalhador não deve ter direito individual de rejeitar a contribuição sindical obrigatória.

Para o ministro, em uma organização coletiva, as decisões devem ser tomadas da mesma forma.

“A decisão, na minha opinião, deveria ser tomada nas assembleias de trabalhadores e de empregadores, eles decidem. Portanto, não caberia direito individual em mandar uma ‘cartinha’, por exemplo, se recusando a contribuir. Até porque esse trabalhador abriria mão dos benefícios do acordo coletivo? Do aumento do salário, das cláusulas sociais, da proteção ao trabalho? Evidentemente que não”, afirmou.

Marinho comparou a decisão individual dos trabalhadores com a contribuição das empresas para o Sistema S — obrigatório para as companhias.

“As empresas podem também dizer: ‘eu não quero contribuir com o Sistema S’, por exemplo? Evidentemente que não”, argumentou.

Para o ministro, a decisão da recusa de forma individual não é “legítima” e nem “democrática”.

O ministro enfatizou que o Imposto Sindical não irá retornar, mas disse que a Contribuição Negocial — uma espécie de retribuição do trabalhador às conquistas salariais obtidas pelos sindicatos — continua em debate.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Práticas restaurativas qualificam atendimento socioeducativo na Fase

 


Aplicada pela Fundação desde 2005, metodologia também promove qualidade de vida no trabalho

Publicação: 

Foto tirada de cima para baixo, mostrando o chão, onde estão dispostos livros, cadernos, fitas coloridas e uma planta. Ao redor, aparece as pernas e os pés das pessoas envolvidas. Todos trajam calça e usam calçados.
Atividade abrange servidores, socioeducandos e famílias dos jovens - Foto: Divulgação Fase

Há 18 anos, a Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), do governo do Estado, adota procedimentos restaurativos, por meio dos Círculos de Construção de Paz, em todos os seus espaços no Rio Grande do Sul. Entre os anos de 2022 e 2023, foram realizadas mais de 200 atividades fundamentadas nesses princípios e valores, e a metodologia tem resultado na qualificação do atendimento, garantindo um acolhimento mais humanizado aos adolescentes e promovendo um ambiente de trabalho melhor nas unidades da instituição. O trabalho abrange servidores, socioeducandos e as famílias dos jovens. O objetivo é tratar conflitos, fortalecer as equipes e discutir temas do cotidiano.

As práticas restaurativas (ou procedimentos restaurativos) são métodos alternativos à justiça tradicional para solucionar desavenças. Buscam o estabelecimento de um processo colaborativo entre as partes interessadas na decisão de como reparar o dano causado por uma transgressão.

Na Fase, o uso da Justiça Restaurativa teve início em 2005, e a execução das ações se apoia na Comunicação Não Violenta (CNV) e de Construção de Paz. A iniciativa funciona em parceria com o Tribunal de Justiça, o Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre (JIJ) e o Programa de Justiça para o Século 21. “Foram instituídas novas perspectivas ao atendimento socioeducativo, de forma especial no atendimento aos adolescentes, com os Círculos Familiares e os Círculos de Compromisso, inserindo um fazer institucional fundamentado em princípios e valores da Justiça Restaurativa”, pontua a especialista em Justiça Restaurativa e responsável pela Coordenação de Formação Permanente da Fase (CFP), Lúcia Capitão.

De acordo com o presidente da Fase, José Stédile, faz parte do Planejamento Estratégico da instituição para a gestão 2022-2026 a proposta de consolidar os valores e as práticas restaurativas no cotidiano institucional das unidades de privação nas oito regionais do RS. “É mais um compromisso da gestão para qualificar a socioeducação em todo o Estado. Promover a Justiça Restaurativa exige um processo de reaprendizagem, de ruptura e de mudanças culturais”, ressalta.

Olhar ao servidor

Destinada inicialmente aos socioeducandos, o trabalho inovou ao aplicar as práticas restaurativas aos servidores. Nos últimos dois anos, a Fase realizou 60 Círculos de Construção de Paz, 147 pré-círculos e 11 pós-círculos para servidores, liderados pela Diretoria de Qualificação Profissional e Cidadania (DPQC).

Além de trabalhar na resolução de conflitos e no fortalecimento das equipes, os círculos também são aplicados em debates temáticos que promovem a reflexão entre os socioeducandos e os servidores. O mais recente deles ocorreu em 20 de dezembro de 2023, em alusão aos 25 anos do Centro de Atendimento Socioeducativo de Uruguaiana (Case). “Os Círculos de Construção de Paz são ferramentas de fortalecimento das relações, permitindo tanto a realização do trabalho de forma preventiva quanto em situações de conflito já instalado”, explica a assistente social do Núcleo de Provimento e Relações de Trabalho (NPRT), Márcia Pinto. “Ao participarem dos círculos, os servidores desenvolvem um olhar mais atento e cuidadoso, aproximando-se uns dos outros através do diálogo e do compartilhamento de experiências.”

Atendimento aos jovens

Entre os resultados colhidos no último ano, destacam-se a realização de Círculos Familiares que restauram o vínculo com os parentes, propiciam a evolução da horizontalidade na relação dos profissionais com os adolescentes e fortalecem a promoção do respeito com os internos e a família. “Muitas oficinas e cursos de profissionalização são iniciadas com um círculo, traçando as diretrizes que darão norte à atividade, promovendo o fortalecimento do vínculo entre socioeducandos e professores”, destacou a pós-graduada em Justiça Restaurativa e diretora do Centro de Convivência e Profissionalização da Fase (Ceconp), Josiane Mônaco. “No dia da formatura, colocamos em prática a mesma proposta, mas, desta vez, com a presença de familiares revisando inclusive os valores acordados no círculo inicial. São momentos intensos que a Fase proporciona aos socioeducandos e socioeducadores.”

Acompanhamento de Egressos

A Fase conta ainda com o Núcleo de Acompanhamento de Egressos e de Procedimentos Restaurativos (NAEPR), que oportuniza articulação e integração entre os profissionais dos Centros de Atendimento e a equipe do Programa de Oportunidades e Direitos (POD Socioeducativo), desenvolvido em conjunto com o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee/RS).

A chefe do NAEPR, Márcia Nunes, cita que os jovens que se encontram no período avaliativo, próximos da conclusão da medida socioeducativa, também são contemplados com práticas restaurativas. Desta vez, porém, os exercícios são conhecidos como Círculos de Compromisso, uma variante dos Círculos Restaurativos. O trabalho abrange socioeducandos, analistas, familiares, responsáveis, a respectiva comunidade de apoio e a rede externa (parcerias com os municípios), tendo por objetivo a pactuação do Plano Individual de Atendimento (PIA) Egresso. “É neste momento que o socioeducando escolhe se participará ou não do POD Socioeducativo. Antes disso, o jovem participa de oficinas de sensibilização para conhecer as diretrizes do trabalho”, conta Márcia.

Os procedimentos restaurativos na Fase visam à construção de novas perspectivas de atendimento ao socioeducando, conforme preconiza o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), promovendo mudanças na prática institucional a partir de um paradigma embasado em valores restaurativos e na horizontalidade. O trabalho garante o exercício da cidadania e a responsabilização de todos os participantes envolvidos.

Texto: Saul Teixeira/Ascom Fase
Edição: Secom

Tarcísio fará pente-fino em mais de 600 mil cargos do funcionalismo paulista

 



Após reduzir comissionados e funções de confiança, governador quer mapeamento completo de servidores.

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A legislação aprovada pelo governador Tarcísio de Freitas pouco antes do final do ano, que resultou na redução de 20% no número de cargos de comissão e funções de confiança no estado de São Paulo, representa o primeiro passo de uma estratégia mais ampla. A partir de agora, a administração paulista planeja uma revisão completa em toda a estrutura do funcionalismo estadual.

O objetivo é otimizar a máquina governamental, identificar sobreposições, ajustar salários inadequados em relação às responsabilidades e detectar possíveis irregularidades no preenchimento de cargos públicos. A iniciativa visa corrigir, por exemplo, disparidades salariais resultantes de benefícios e adicionais considerados injustificados, os conhecidos “penduricalhos”.

O plano também tem como meta identificar servidores designados para áreas que não estão alinhadas com suas atribuições originais. Adicionalmente, a intenção é nivelar as condições de trabalho e salariais de servidores que desempenham a mesma função, mas que atualmente possuem remunerações divergentes.

Inicialmente, esse esforço será focalizado nos mesmos cargos de comissão e funções de confiança que passaram por reestruturação no final do ano, mas a intenção é expandir esse levantamento para abranger todo o funcionalismo público de São Paulo.


“O governo fará um grande recenseamento de concursados e comissionados, para entender exatamente o que cada um faz e encontrar formas de melhorar a eficiência do serviço prestado à população”, afirmou o secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lima, em declaração à CNN Brasil. A pasta dele será responsável por coordenar todo o plano de reorganização administrativa.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Comunicado da Fundação CASA aos servidores


 Fundação CASA promove palestra virtual sobre plano de saúde 


 


Na sexta-feira (05), às 10h, representante da Notredame Intermédica apresentará nova operadora e sanará dúvidas 


 


Na próxima sexta-feira (05), às 10h, a Fundação CASA promove uma palestra virtual sobre a implantação do plano de saúde pela nova operadora, a empresa Notredame Intermédica S/A, por meio da plataforma Microsoft Teams. O novo contrato entra em vigor no sábado (06). 


 


Acesse o link da palestra virtual. 




https://teams.microsoft.com/l/meetup-join/19%3ameeting_Mjg4YTAzOGMtMGEzZS00ZDBlLTg4NTktMDNjMjYzYjk4MzE1%40thread.v2/0?context=%7b%22Tid%22%3a%223a78b0cd-7c8e-4929-83d5-190a6cc01365%22%2c%22Oid%22%3a%227b17b408-ee90-4cd6-8a0d-17dfcdfb2ddf%22%7d

https://teams.microsoft.com/l/meetup-join/19%3ameeting_Mjg4YTAzOGMtMGEzZS00ZDBlLTg4NTktMDNjMjYzYjk4MzE1%40thread.v2/0?context=%7b%22Tid%22%3a%223a78b0cd-7c8e-4929-83d5-190a6cc01365%22%2c%22Oid%22%3a%227b17b408-ee90-4cd6-8a0d-17dfcdfb2ddf%22%7d

 


O executivo de Implantação, João Lima de Oliveira, e a executiva de Contas Pós-Venda/Implantação, Thamiris Lorenço, que atuam na empresa, apresentarão o benefício aos servidores e ainda responderão a dúvidas gerais sobre os novos planos. Os servidores poderão enviar perguntas por meio da ferramenta de chat da plataforma durante a transmissão. 


 


O objetivo é apresentar de forma geral aos servidores os serviços a serem prestados pela operadora, os planos contratados, beneficiários com direito a uso, procedimentos cobertos, coparticipação, dentre outros prontos. Para acompanhar a exposição, o servidor pode baixar o conteúdo do material de referência da empresa. Futuramente haverá palestras direcionadas a cada região do Estado. 


 


Sobre o novo convênio 


A partir do sábado (06), os servidores que possuem plano de assistência médica oferecido pela Fundação CASA passarão a ser atendidos pela Notredame Intermédica, conforme a informação divulgada no Comunicado DRH nº 058/2023. 


 


A transição dos planos de saúde da antiga operadora para a nova ocorrerá automaticamente, não havendo interrupção no serviço de saúde para os profissionais da Instituição e seus dependentes e agregados já existentes, assim como para os servidores inativos (DAP).