quinta-feira, 31 de agosto de 2023

A cidadania na infância e na adolescência

 

Grande conquista para garantia dos direitos dos pequenos, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 33 anos em 2023

06:00 | AGO. 31, 2023

  
Na foto, João Gabriel, aluno do Ensino Fundamental, em um de seus lugares favoritos: a biblioteca (foto: Fernanda Barros/O POVO)

Com 33 anos de existência, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) representa uma ruptura dentro da concepção de infância e adolescência no ordenamento jurídico pátrio. Seguindo a tendência democrática da Constituição Federal de 1988, em especial a disposição do art. 227, a Lei nº 8.069/1990 incorporou os avanços professados na Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1989.

Este artigo diz que “o Estado tem o dever de assegurar à criança e ao adolescente o direito à convivência familiar. O objetivo maior da Lei nº 8.069/1990 é a proteção integral à criança e ao adolescente,
aí compreendida a participação na vida familiar e comunitária”.

Para a pesquisadora Ingrid Lorena, do Centro de Defesa e da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), a prioridade absoluta da infância e adolescência traz ao poder público a responsabilidade de direcionar estratégias para a efetivação dos direitos reservados a um grupo social anteriormente invisibilizado.

A partir desse novo paradigma, diversos programas e planos são elaborados sob um novo viés, que paulatinamente passou a observar e identificar as diferentes infâncias e adolescências que existem no Brasil.

Base cidadã

Desta forma, a cidadania vem sendo trabalhada na escola básica, pois segundo a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (nº 9.394/1996), lei que define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição, a educação, enquanto dever do estado, deve objetivar uma formação cidadã, de modo que este seja capaz de exercer funções enquanto indivíduo social.

“Em um contexto mais abrangente, cidadania implica a qualidade de ser cidadão e, por conseguinte, detentor de direitos e responsabilidades”, ressalta Ingrid. A pesquisadora do Cedeca complementa que, atualmente, os consideráveis avanços obtidos nos últimos anos têm direcionado o ambiente escolar a se construir enquanto instituição que preza pelo respeito à diversidade e pela não discriminação.

“Apesar de existirem muitos pontos a serem aprimorados, em especial o que tange à violência escolar, a cidadania dentro da escola tem sido estimulada, inclusive, enquanto diretriz governamental, mas ainda com limitações. É preciso estimular mais”, defende.

Para ir além da escola

Para aumentar o interesse pela cidadania dentro e fora do ambiente escolar, Ingrid acredita que é preciso haver uma construção de processos de participação e elaboração de ações, além da criação de atividades que envolvam cidadania e direitos construídos com as crianças e os adolescentes. “[É preciso] que essas elaborações tenham elementos das realidades vivenciadas por diversas crianças e adolescentes”, afirma.

No seu entendimento, o direito à participação social está conectado à cidadania, e por isso “é importante que as escolas trabalhem de formas interligadas, envolvendo e construindo juntos com as crianças e adolescentes, considerando suas realidades diferentes e desiguais. A escola é um espaço fundamental para essa construção”, completa.

Ingrid ressalta ainda que, para que seja assegurado o direito à educação com qualidade, é preciso envolver o poder público e a ampliação do orçamento público. “Trabalhar com cidadania envolve não só a escola, mas o direito à cidade, à moradia, à educação e o direito à cultura e ao lazer”, finaliza.

Política faz parte do cotidiano das crianças

Estudante da Escola Educar Sesc Fortaleza desde 2014, o aluno do sexto ano João Gabriel Soares Probo, 12 anos, comenta que foi justamente no espaço educacional que conheceu muitos dos seus amigos atuais. Alguns deles, aliás, estão com João desde o Infantil 3, época que entrou na instituição.

Entre suas percepções sobre o espaço escolar onde passa grande parte do seu dia, ele destaca como positivos o método de ensino pedagógico, a inclusão entre as pessoas e forma de atuação dos professores e do espaço em si. “Minha interação com os meus amigos é muito boa, falamos muito sobre música e história em geral”, comenta, destacando aspectos importantes da socialização e integração social cultivada nas escolas.

Grande entusiasta das aulas de história e língua portuguesa, João avalia que as questões relacionadas à educação, à cidadania e à política são muito importantes, e que uma questão acaba sempre atrelada a outra. Mesmo estando ainda na pré-adolescência, ele garante perceber que os três conceitos fazem parte do seu dia a dia. “Elas fazem parte da minha infância e da minha adolescência como políticas e leis que me ajudam e ajudamos outros”, pontua.

No dia a dia, ele conta que conversa sobre as temáticas com os pais, professores e amigos. “Eu converso com todos, principalmente com meus pais, para que me ajudem a decidir o meu futuro na educação e na sociedade em geral”, detalha.

Para o futuro? João quer se formar e seguir carreira em Direito ou em Música e, ainda, ser professor de uma dessas duas formações. “É a educação e a cidadania que vão me ajudar a ter uma carreira”, conclui.

Sobre o Projeto Político, Eu!?!

Nos últimos anos, as produções teóricas têm chamado atenção para a intensificação de sentimentos de desconfiança nas instituições democráticas, de rejeição aos partidos políticos e de desinteresse pela política. No entanto, nesse contexto, tem crescido no debate público a demanda pela construção de espaços para o diálogo sobre política, cultivando a compreensão sobre a democracia, suas instituições e valores.

Compreendendo a relevância dessas reflexões para o exercício efetivo da cidadania na vida cotidiana, a Fundação Demócrito Rocha apresenta o projeto “Político, eu?!”, iniciativa que propõe despertar a cidadania de toda a população, além de promover a formação através de um curso de extensão na modalidade de ensino a distância (EaD), com seis módulos contemplando videoaulas, fascículos digitais e radioaulas.

Curso EAD "Educação Política para Cidadania"

Inscrições: De 14 de agosto a 16 de outubro de 2023, neste link

Período do curso: De 11 de setembro a 16 de outubro de 2023

Cadernos especiais

Veiculação nos dias 22, 24, 29 e 31 de agosto no jornal O POVO

Lives

Quando: 22 e 29 de agosto, às 11h, no Facebook e YouTube da Fundação Demócrito Rocha e do O POVO

Programas de TV

Veiculação nos dias 18, 19, 20 e 21 de setembro no Canal FDR

Comissão aprova projeto que permite aumento de salário e promoções para servidores retroativos à pandemia

 


O programa de enfrentamento à Covid-19 previu medidas para conter despesas com pessoal, como a proibição de reajuste salarial e a criação de cargos, de maio de 2020 a dezembro de 2021

28/08/2023 - 16:45  

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas. Dep. Reimont (PT - RJ)
Reimon: "Proibição trouxe sérias consequências negativas para a maioria dos servidores públicos"

A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou projeto que restabelece a concessão de aumentos salariais, promoções e gratificações por tempo de serviço aos servidores públicos dos estados, Distrito Federal e municípios no período da pandemia de Covid-19.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 143/20 foi aprovado com parecer favorável do relator, deputado Reimont (PT-RJ), na forma de um substitutivo, englobando os 29 apensados.

O substitutivo altera a Lei Complementar 173/20, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus SARS-CoV-2 (Covid-19), com diversas medidas para mitigar os efeitos da pandemia nas contas públicas dos estados e municípios.

Um dos artigos da lei estabeleceu medidas para conter despesas com pessoal, como proibição de reajuste salarial e criação de cargos, a partir da data de publicação da lei (maio de 2020) até 2021.

Pelo texto aprovado na comissão, desde que haja disponibilidade orçamentária e financeira, os entes federativos poderão:

  • conceder vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração de membros de poder ou servidores públicos e militares de forma retroativa e correspondente ao período entre 28 de maio de 2020 e 31 de dezembro de 2021;
  • criar ou majorar auxílios, vantagens, bônus, abonos, verbas de representação ou benefícios de qualquer natureza, inclusive indenizatórios; e
  • contar de forma retroativa o período entre 28 de maio de 2020 e 31 de dezembro de 2021 como de período aquisitivo necessário para a concessão de anuênios, triênios, quinquênios e licenças-prêmio.

Ampliação
O PLP 143/20 é da ex-deputada e atual senadora Professora Dorinha Seabra Rezende (União-TO). Inicialmente, ele beneficiava apenas os trabalhadores da educação. O relator decidiu estender os benefícios para todos os servidores públicos dos entes federativos.

Segundo Reimont, a proibição de aumento salarial durante a pandemia trouxe “sérias consequências negativas para a maioria dos servidores públicos”, que ficaram sem reajustes nos anos de 2020 e 2021.

“As proibições constantes não podem ser mantidas na atualidade, pois, no decorrer da pandemia, os servidores públicos desempenharam papel de extrema importância, mantendo todo o aparato estatal em funcionamento para enfrentar a Covid”, afirmou.

Tramitação
O PLP 143/20 será analisado agora pelas comissões de Finanças e Tributação; e Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois seguirá para o Plenário da Câmara.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Agência Câmara de Notícias

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Comunicado da Fundação CASA, aos servidores


 

Em decorrência da realização das provas do AVALIA 2017, o AVA permanecerá restrito às provas do AVALIA 2017.


A partir do dia 30/08 serão desabilitados os cursos no AVA até o final da realização das provas em primeira chamada do AVALIA 2017.


Haverá simulado no dia 30/08, disponível até dia 31/08.


Prorrogado o prazo para primeiro acesso ao AVA, utilizando login e senha de rede.


Os servidores habilitados a participarem do processo de evolução profissional (movimentação vertical/transversal) e, que porventura, ainda não tenham realizado nenhum acesso à plataforma AVA, deverão realizar seu primeiro acesso até o novo prazo dia 30/08/2023, utilizando seu login e senha de rede.


Os servidores devem realizar o acesso a plataforma, pois só assim poderão ser localizados e inscritos pela UNICASA. Os servidores que não realizarem o acesso ao AVA da Fundação CASA, até o novo prazo, estarão automaticamente desclassificados do processo de evolução profissional do AVALIA 2017.

Desafio recebe redações de internos da Fundação Casa

 


FOTO: DIVULGAÇÃO
      


O Desafio de Redação, realizado pelo Diário há 17 anos, é um evento que pode mudar vidas. Ao longo do tempo, vários dos vencedores se tornaram as primeiras pessoas de suas famílias a ter um curso universitário no currículo. Nesta edição, essa característica de mudança pode ser ampliada, visto que 29 internos da Fundação Casa de Diadema estão participando. Na última semana eles escreveram seus textos sobre o tema ‘Reciclar para Transformar: como a economia circular pode revolucionar nossa sociedade’.

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As inscrições estão abertas e vão até o dia 29 de setembro. Os participantes concorrem a 15 bolsas de estudos na FSA (Fundação Santo André) e vários outros prêmios, como celulares, notebooks e tablets.

Dentro da unidade eles participam de aulas que são ministradas por professores da A EE (Escola Estadual) Professora Antonieta Borges Alves, que na semana passada mobilizou seus alunos para que eles produzissem seus textos.

“A participação de jovens da Fundação Casa no 17º Desafio de Redação, promovido pelo Diário, é uma excelente iniciativa para incentivar a expressão criativa, desenvolver habilidades de escrita e promover a autoestima e confiança desses jovens. Além disso, participar deste concurso de redação pode proporcionar a eles uma sensação de realização e pertencimento, ajudando-os a perceber que têm vozes valiosas e histórias para contar”, afirmou João Veríssimo Fernandes, presidente da Fundação Casa.

Ele considera o estudo uma “poderosa ferramenta” para que os adolescentes possam mudar a sua trajetória de vida. “Esses jovens têm a oportunidade de mudar superar desafios e construir um futuro mais promissor. É crucial que o Estado, a sociedade e família apoiem e promovam a educação como parte fundamental de sua abordagem de ressocialização. A mudança por meio dos estudos é um investimento duradouro no potencial dos jovens e na construção de uma sociedade mais inclusiva e justa”, aponta o presidente.

A Fundação Casa possui nos sete centros socioeducativos na região sendo dois em Santo André, três em São Bernardo, um em Diadema e outro em Mauá, com capacidade para 324 jovens e que, atualmente, está com 226 adolescentes. 

A Secretaria Estadual da Educação, por meio de parceria, disponibiliza os professores que dão as aulas dentro dos centros socioeducativos da Fundação Casa. “O ensino formal é uma parte importante da abordagem de ressocialização e educação dos jovens em conflito com a lei”, afirma João Veríssimo.

Ele destaca que a educação é um dos pilares para que os jovens infratores possam ter uma vida nova. “O ensino desempenha um papel crucial na ressocialização e no desenvolvimento dos jovens autores de atos infracionais. Ele não apenas oferece oportunidades educacionais, mas também ajuda a construir uma base para a transformação positiva desses jovens, preparando-os para uma reintegração bem-sucedida na sociedade”, detalha.

A 17ª edição do Desafio de Redação é realizada pelo Diário e pela Prefeitura de Santo André, patrocinada pelo Vale dos Pinheirais Cemitério Parque & Crematório, tem o apoio da Braskem e o apoio institucional da FSA.