segunda-feira, 5 de junho de 2023

Lei que prevê psicólogos e assistentes sociais nas escolas continua só no papel

 

Profissionais têm que ser inseridos em equipes multiprofissionais da política de educação

Por Caroline Maldonado e Natália Olliver | 05/06/2023 16:03
     
Estudantes em primeiro dia letivo de 2023 na Escola Municipal Tomaz Ghirardelli (Foto: Henrique Kawaminami)  
Estudantes em primeiro dia letivo de 2023 na Escola Municipal Tomaz Ghirardelli (Foto: Henrique Kawaminami)  

Há 23 anos, o então deputado federal José Carlos Elias (PTB/ES) propôs que cada escola tivesse um assistente social. O projeto foi substituído para incluir psicólogos, porém sem a obrigação de um profissional por escola. Lá se foram mais 20 anos de tramitação, o texto foi provado no Congresso Nacional e vetado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). Os parlamentares derrubaram o veto e a Lei 13.935 foi promulgada, há três anos e meio, em dezembro de 2019. 

Em Mato Grosso do Sul, 40 municípios afirmam que estão cumprindo a norma, enquanto a Prefeitura de Campo Grande não levou adiante a promessa de abrir concurso e executar a política gradativamente, a partir de 2021. O Governo do Estado contratou profissionais por meio de processo seletivo, em 2022. 

Apesar do prazo de um ano previsto na lei e constantes discussões sobre a importância desses profissionais frente às dificuldades que educadores enfrentam nas salas de aula, garantir que a lei seja cumprida ainda é uma luta das categorias. 

Na Capital, após um ano e meio de lei, o então secretário municipal de Finanças e Planejamento de Campo Grande, Pedro Pedrossian Neto, chegou a anunciar que a cidade teria concurso em 2022 para a inclusão dos profissionais na equipe multiprofissional da política educacional das 205 escolas da rede municipal. 

A promessa não se concretizou e a atual gestão investe no Programa de Valorização da Vida. A Cpae (Coordenadoria de Psicologia e Assistência Educacional) é responsável pelo serviço e conta com equipe multidisciplinar, que inclui psicólogos e assistentes sociais.  

O programa não atende exatamente o que a lei prevê, na avaliação da presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 21ª Região, Carmen Barbosa. Ela conta que seis entidades formaram a Coordenação Estadual Pró-Regulamentação da Lei 13.935.

Em reuniões com representantes da prefeitura ficou acordado que o município iria contratar 20% do total de profissionais necessários em 2022, 20% em 2023, 30% em 2024 e 30% em 2025, ou seja, instituir o quadro gradativamente, como o secretário mencionou. 

O acordo era inserir a proposta gradativamente no PPA (Plano Plurianual), o planejamento que prevê metas para quatro anos, mas, no fim, a matéria foi vetada e o então secretário disse que a prefeitura passava por dificuldades e não teria recurso, segundo Carmen. 

Programa - "Enquanto isso, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) afirma, desde o começo, que tem um programa chamado Valorização da Vida que foca na saúde mental dos alunos, como questões de depressão, transtornos, automutilação, entre outros”, detalha a presidente do conselho.

Carmen pondera que o programa é importante, porém a lei é voltada para a atuação dos psicólogos em projetos e trabalhos coletivos e não em atendimentos clínicos, assim como o assistente social também não vai realizar assistência social dentro da escola. 

O Serviço Social atua em várias políticas públicas, uma delas é Assistência Social, outra é Saúde, outra é Educação e cada política tem a sua particularidade. Esses profissionais têm que estar inseridos nessa política, entendendo profundamente dessa política para atuar junto a equipe pedagógica para atuar numa visão psicossocial para levar a escola esse olhar para colaborar com a política pedagógica da escola”, explica Carmen. 

Presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 21ª Região, Carmen Barbosa, em audiência sobre o tema em maio deste ano, na Câmara Municipal da Capital. (Foto: Izaías Medeiros/CMCG)
Presidente do Conselho Regional de Serviço Social da 21ª Região, Carmen Barbosa, em audiência sobre o tema em maio deste ano, na Câmara Municipal da Capital. (Foto: Izaías Medeiros/CMCG)

Em agosto de 2022, a prefeitura divulgou que, em quatro anos, o programa atendeu 50 mil pessoas, entre familiares, alunos, professores e demais funcionários das escolas. Na época, durante o “II Seminário de Saúde Mental: Compartilhando práticas com o Programa Valorização da Vida”, foi destacado o foco de prevenção ao suicídio.  

Recurso - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem remunerar, com a parcela dos 30%, não subvinculada aos profissionais da educação, os portadores de diploma de curso superior na área de Psicologia ou de Serviço Social, desde que integrantes de equipes multiprofissionais previstas na Lei 13.935. 

A previsão sobre o recurso financeiro foi incluída em 2021 na Lei 14.113, que regulamenta o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O projeto de lei que instituiu a lei foi elaborado pelo ex-deputado federal José Carlos Elias (PTB). 

A SED (Secretaria de Estado de Educação) e a Semed foram procuradas pela reportagem para atualizar as informações e comentar o andamento do cumprimento da lei, mas não deram retorno até então. 

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FUNDAÇÃO CASA INFORMA AUSÊNCIA DE POSICIONAMENTO DA CPS. JUÍZA DETERMINA, VIA OFÍCIO, INTIMAÇÃO DO PRESIDENTE DA CPS PARA RESPONDER EM 48 HORAS SOBRE O PLEITO E MARCA NOVA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO PARA O DIA 13


 




Na audiência de conciliação desta segunda-feira (05.06), a Fundação CASA informou que em relação a progressão linear do PCCS 2017 a CPS - Comissão Política Salarial ainda não finalizou seus estudos para responder sobre a questão.


O representante do Ministério Público exigiu que a Comissão de Política Salarial apresente as informações da aplicação do PCCS 2017 em até 48h.


Não sendo possível avançar nas tratativas, a audiência foi redesignada para uma nova data, dia 13 de junho, às 14h.

A assembleia da categoria socioeducativa está mantida para amanhã, terça-feira (06.06), às 09h30 em primeira chamada e às 10h em segunda chamada.


Confira no site do SITSESP a ata da audiência de hoje (05.06).

https://sitsesp.org.br/novo/fundacao-casa-informa-ausencia-de-posicionamento-da-cps-juiza-determina-via-oficio-intimacao-do-presidente-da-cps-para-responder-em-48-horas-sobre-o-pleito-e-marca-nova-audiencia-de-conciliacao-par/


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domingo, 4 de junho de 2023

João Veríssimo Fernandes foi condenado pela Justiça Eleitoral de Mauá, por afixar em diversos pontos da cidade, faixas alusivas à sua pré-candidatura a prefeito

 

Juiz dá mau exemplo e acaba condenado por “propaganda extemporânea”


O juiz João Veríssimo Fernandes, pré-candidato a prefeito na cidade de Mauá dá mau exemplo. O magistrado foi condenado pela Justiça Eleitoral por “propaganda extemporânea”, ou seja, fora dos prazos legais, espalhou faixas pela cidade alusivas ao Dia das Mães com foto sua com pré-candidatos a vereança e com slogan, que consta, inclusive em redes sociais.

Apesar da publicidade não apresentar pedido explícito de votos, o partido Patriota, de Mauá, ingressou com a ação, que ainda traz a seguinte informação no despacho do juiz eleitoral Paulo Antonio Canali Campanella: “ainda, que tais faixas não obedecem ao padrão estabelecido para a propaganda eleitoral e que, por sua expressiva quantidade, representam abuso do poder econômico”.

De forma liminar, o magistrado determinou a “retirada das faixas fixadas, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00, bem como a abstenção do representado (João Veríssimo) quanto à utilização de novas faixas em vias públicas ou em bens particulares”.

“No caso em apreço, da análise da documentação acostada aos autos, verifica-se que, em que pese não haver pedido explícito de votos para o pré-candidato a prefeito Juiz João, ora representado, as faixas afixadas possuem conteúdo eleitoral”, destaca o magistrado em sua decisão. O juiz eleitoral ainda diz: “sob o pretexto de homenagem ao Dia das Mães, as faixas estão estampadas com a imagem do representado sempre associada a um pré-candidato a vereador, com o mesmo slogan utilizado em sua pré-campanha e igualmente utilizado em suas redes sociais. Tal fato, ao menos em cognição sumária, demonstra o caráter eleitoral do conteúdo veiculado”.

Procurado, o juiz João Veríssimo Fernandes, não havia retornado aos pedidos do REPÓRTER até o fechamento desta edição.