segunda-feira, 15 de maio de 2023

Doenças causam 62% das mortes nas prisões brasileiras

 

Óbitos foram aumentados durante a pandemia, em função da suspensão de atendimentos médicos e da distribuição de remédios

  • CIDADES Agência Brasil

Óbitos foram potencializados durante a pandemia de Covid-19

Óbitos foram potencializados durante a pandemia de Covid-19

VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

As mortes ocorridas dentro das prisões brasileiras são provocadas, em 62% dos casos, por doenças como insuficiência cardíaca, sepse ou infecção generalizada, pneumonia e tuberculose. Os dados constam de um estudo encomendado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

A pesquisa foi conduzida pelas professoras Maíra Rocha Machado, da FGV (Fundação Getúlio Vargas), e Natália Pires Vasconcelos, do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), que se debruçaram sobre mais de 112 mil casos em que houve a extinção da punição em razão da morte da pessoa condenada, entre os anos de 2017 e 2021.



No caso da tuberculose, por exemplo, a chance de se pegar a doença dentro do sistema prisional é 30 vezes maior do que a observada na população em liberdade. O risco de morte por caquexia - enfraquecimento extremo - é 1.350% maior entre quem está na cadeia do que na população em geral, destacou o CNJ.

Os óbitos foram potencializados durante a pandemia de Covid-19, aponta o relatório, em função da suspensão das visitas familiares, em que havia reforço na alimentação, bem como da interrupção de atendimentos médicos e da distribuição de medicamentos para o tratamento de doenças como a tuberculose e HIV/Aids.

• se quase nada. Praticamente não se responsabiliza, tampouco se repara”, diz o documento Letalidade Prisional: uma Questão de Justiça e Saúde Pública.

O estudo indica ainda a ocorrência de subnotificação de mortes e afirma a necessidade de ampliar a oferta de serviços de saúde às pessoas sob custódia estatal. O estudo conclui que a chamada morte natural “é, na verdade, o resultado de um longo e tortuoso processo de adoecimento, falta de assistência, definhamento e óbito”.

As mortes causadas por ferimento de arma de fogo e agressão por objetos cortantes, penetrantes, perfurantes ou contundentes dentro da unidade prisional, somadas às mortes por enforcamento indireto, somam 25% dos óbitos nas prisões. Outros 15% são causados por asfixia mecânica, o estrangulamento, ou sufocação indireta e as asfixias não especificadas.

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No universo pesquisado, entre aqueles que retornaram ao convívio social, o tempo médio de vida foi de 548 dias, com 28% das mortes provocadas por eventos violentos.

O documento recomenda 36 providências, como ações coordenadas para a superação de violações de direitos humanos e a mobilização de juízes e tribunais para garantir medidas estratégicas. A íntegra da pesquisa está disponível no portal do CNJ.


Coordenadores do COMPLEXO VILA MARIA , irão enviar carta pra instituição


 

São Paulo, 12 de Maio 2023

Carta aberta para esclarecimentos

Nós do cargo de Coordenador de Equipe da Fundação Casa

viemos por meio desta informar que não estamos aqui julgando ou

condenando o movimento grevista que ocorre este momento.

Porém vale ressaltar que todos estamos no limite do estado físico

e mental mantendo a rotina do CASA. Mesmo com o auxílio da

gestão os Coordenadores estão trabalhando com escala

diferenciada. Fora os dias excedentes à também a questão

financeira pois muitos moramos distante do CASA que exercemos

a função. Muitos tem familiares adoecidos precisando da nossa

atenção. Familiares que precisam do nosso afeto. 

Contudo estamos aqui para informar que nosso movimento não é

prejudicar a Instituição ou servidores e a medida socioeducativa

mas a sobrecarga e que temos enfrentado estamos adoecendo e

com nossos diretos trabalhistas sendo desrespeitados. 

Solicitamos ao sindicato Sra Cláudia e associação AFCESP

através do sr. Laércio que apoie esse movimento de

Coordenadores uma vez que também somos servidores.

Estamos ADOECENDO.

Este documento será protocolado na SEDE da Instituição. 

 

 Número do protocolo :

 Data de recebimento:

Imagens da greve, dia 15 de Maio de 2023