quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Lula e centrais discutem alternativa ao imposto sindical para financiamento de entidades

 

Por Luiz Felipe Barbiéri, Alexandro Martello e Guilherme Mazui, g1 — Brasília

 


O presidente eleito, Lula, durante reunião com centrais sindicais em Brasília — Foto: Cláudio Kbene/Divulgação

O presidente eleito, Lula, durante reunião com centrais sindicais em Brasília — Foto: Cláudio Kbene/Divulgação

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e representantes de centrais sindicais discutiram nesta quinta-feira (1º) formas de financiamento de sindicatos alternativas à volta da obrigatoriedade do imposto sindical, que se tornou opcional na reforma trabalhista de 2017.

Participaram do encontro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, as seis maiores centrais sindicais do país: CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB – além de outras entidades que representam trabalhadores.

Segundo os participantes, na reunião, além do financiamento da atividade sindical, foi debatida a necessidade de reajuste real do salário mínimo, ou seja, com acréscimos acima da inflação (veja mais abaixo nesta reportagem).

Imposto sindical

Após a reunião, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerge, afirmou que as centrais não reivindicam a volta da obrigatoriedade da contribuição sindical, mas disse que uma forma de financiar as entidades precisa ser discutida.

"Nós deixamos claro que não queremos o imposto sindical. Os sindicatos defendem o não retorno do imposto sindical. O que queremos é que os trabalhadores decidam de forma livre o financiamento dos seus sindicatos", afirmou Selerge.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, afirmou que durante o encontro foi colocada a necessidade de uma alteração legislativa para permitir que as categorias definam uma forma de financiamento dos sindicatos.

"Queremos que haja uma legislação para que nas negociações coletivas a gente possa debater uma forma de manter os sindicatos", afirmou.

De acordo com nota divulgada pelo PT, após a reunião, Lula afirmou que o governo eleito e as centrais terão de "convencer" o Congresso sobre a necessidade de financiamento dos sindicatos.

“Vamos ter que convencer a Câmara dos Deputados de que as finanças dos sindicatos serão decididas pelos trabalhadores em assembleia livre e soberana”, afirmou Lula segundo nota divulgada pelo PT.

Lula faz reunião com centrais sindicais e com PT
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Lula faz reunião com centrais sindicais e com PT

'Repactuação' de normas

Ricardo Patah disse também que alguns temas trabalhistas terão de ser "repactuados" juntamente com o Congresso Nacional, como a questão do contrato de trabalho intermitente e a retomada das homologações por parte dos sindicatos em casos de rescisões de contratos.

Já Juruna disse que a ideia é retomar mesas de negociação tripartite, com a participação de empresários, governo e sindicalistas, com o objetivo de rever legislações consideradas prejudiciais aos trabalhadores.

De acordo com os participantes, Lula disse ser favorável à mesas de negociação nesse formato. Na mesma linha, Patah disse que o Congresso será "fundamental" para a construção da nova reforma sindical e trabalhista.

Salário mínimo

Os representantes sindicais disseram que no encontro também foi discutida a questão do salário mínimo e que Lula teria reforçado o compromisso com o reajuste real, acima da inflação, do valor pago aos trabalhadores. O ganho real para o salário mínimo é uma das promessas de campanha do presidente eleito.

“Ele [Lula] tem esse compromisso de campanha e, com certeza, vê isso com bons olhos. Imagino que uma das medidas mais importantes do começo do ano é a política do salário mínimo que vai colocar uma questão de valor importante para as pessoas. Não dá pra comprar remédio, valor muito baixo”, afirmou Ricardo Patah após o encontro.

Segundo Juruna, secretário-geral da Força Sindical, as centrais sugeriram que seja retomada a fórmula adotada nas gestões anteriores do PT, levando em conta a inflação e o PIB de dois anos anteriores.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerge, afirmou que Lula mostrou comprometimento com o reajuste real do salário mínimos.

“Nós falamos da importância do salário mínimo. Ele [Lula] não disse a data, mas o movimento sindical deixou claro para ele que é importante recompor o poder de compra do salário mínimo”, afirmou Selerge.

“Ele confirmou que é importante a questão da recomposição do salário mínimo, é um compromisso dele com os trabalhadores que ele já foi bem claro na campanha”, completou o sindicalista.

Coordenador de Lula para o Orçamento, o senador eleito, Wellington Dias (PT-PI), disse logo após a eleição que a nova gestão prevê ganho real de 1,3% ou 1,4% para o salário mínimo de 2023.

Dias explicou que a ideia do novo governo é reajustar acima da inflação e levando em conta uma média do PIB de cinco anos anteriores.

REUNIÃO COM A FUNDAÇÃO CASA NESTA QUINTA-FEIRA 01/12

 

A Presidente do SITSESP, no uso de suas atribuições, solicitou reunião com a executiva da Fundação CASA para hoje (01/12) às 14h00.
Além da presidente, estarão presentes membros da direção sindical, delegados e servidores.

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Trabalhadores com carteira assinada podem sacar R$ 1.000; confira se você tem direito

 


Se você tem carteira assinada pode ser que você tenha direito ao saque de R$ 1.000, entenda como funciona.

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Em período de fim de ano, os gastos aumentam e alguns deles podem até fugir do controle. Pensando nisso, o Fundo de Garantia dos Trabalhadores (FGTS) liberou a oportunidade de saque no valor de R$ 1000, neste ano.

Além disso, o ‘Saque Extraordinário’ do FGTS é uma opção para quem precisa de dinheiro extra para gastos do fim de ano, bem como para outros fins. Descubra se você tem direito:

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Saque Extraordinário do FGTS: O que é e quem tem direito

Este tipo de saque consiste em um valor que será liberado inicialmente apenas para trabalhadores celetistas, ou seja, de carteira assinada. Sendo assim, desde o início do ano o Saque Extraordinário está sendo liberado a fim de movimentação da economia nacional, que foi severamente afetada pela pandemia causada pelo vírus Covid-19.

Nenhum trabalhador é obrigado a fazer o saque. Contudo, 12 milhões de pessoas ainda não tiveram acesso ao mesmo. Desta forma, o FGTS deu até o dia 15 de novembro para que seja movimentado.

Como realizar o saque

Para realizar o saque extraordinário, é bem simples. O procedimento pode ser feito através do aplicativo do FGTS, disponível para Android e iOS. Confira passo a passso:

  • Abra o aplicativo e entre em sua conta cadastrada (ou faça um novo registro);
  • Selecione a opção “Saque extraordinário”;
  • Responda algumas questões informando os documentos solicitados;
  • Após isso, clique na opção “Realizar saque” para enviar o dinheiro para uma de suas contas bancárias cadastradas no aplicativo.

Após isso, o dinheiro será disponibilizado em sua conta Caixa Tem. Mesmo que o trabalhador não possua conta ativa em seu nome, ela será aberta automaticamente e o valor estará disponível para movimentação em até 15 dias.

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É importante lembrar que o valor deve ser movimentado em até 90 dias, caso o trabalhador não movimente, será devolvido ao FGTS.

Imagem: rafastockbr/shutterstock.com