quarta-feira, 13 de julho de 2022

Câmara conclui aprovação de PEC que dribla lei e permite ao governo criar pacote social pré-eleitoral


Por Gustavo Garcia, Luiz Felipe Barbiéri e Marcela Mattos, g1 — Brasília

 


Câmara aprova da PEC que amplia benefícios sociais temporários em ano eleitoral
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Câmara aprova da PEC que amplia benefícios sociais temporários em ano eleitoral

O plenário da Câmara dos Deputados concluiu na noite desta quarta-feira (13) a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que contorna a legislação a fim de permitir ao governo conceder uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição presidencial.

O texto foi aprovado por 469 votos a 17 em segundo turno e por 393 votos a 14 em primeiro turno. Todos os destaques (propostas de mudança do texto) foram rejeitados. Com a conclusão da análise em segundo turno, a PEC será promulgada pelo Congresso Nacional.

A proposta atende principalmente ao interesse eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que em todas as pesquisas de intenção de voto está atrás do opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre outros pontos, a PEC aumenta o valor do Auxílio Brasil, amplia o Vale-Gás e cria um "voucher" para os caminhoneiros (leia em detalhes mais abaixo). De acordo com o texto, todos os benefícios acabam em dezembro, segundo mês após a eleição. Com a aprovação nesta quarta, o governo prevê começar a pagar os benefícios em 9 de agosto.

Embora contrários ao artifício que autoriza o governo a decretar "estado de emergência" no país a fim de criar e pagar os benefícios a menos de três meses da eleição — o que em condições normais, a legislação proíbe — deputados de oposição contribuíram para a aprovação com votos favoráveis. Eles argumentam que é necessário dar assistência à parcela mais pobre da população, atingida pela crise econômica que fez o Brasil voltar ao Mapa da Fome das Nações Unidas.

Apelidada de “PEC Kamikaze” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes — quando o governo ainda não cogitava patrocinar a medida, considerada então um "suicídio" em razão do desequilíbrio nas contas públicas —, a proposta prevê um gasto adicional de R$ 41,2 bilhões não previsto no Orçamento federal. Nesta terça-feira (12), porém, o ministro afirmou que a PEC não causa impacto fiscal neste ano.

Na Câmara, a matéria tramitou em um rito atípico, conduzido pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL). Com o objetivo de acelerar a tramitação, a proposta foi unificada a outra já em andamento, foram realizadas sessões extraordinárias de modo a acelerar prazos – com direito até a uma sessão de um minuto de duração – e nenhuma mudança foi feita no texto aprovado pelo Senado – se isso acontecesse, a proposta teria de voltar para apreciação dos senadores.

Para garantir que o texto fosse logo à promulgação pelo Congresso, todos os destaques (propostas de alteração à proposta) foram rejeitados. Nos dois turnos de votação, foram derrubados destaques que tinham o objetivo de retirar da PEC a decretação do estado de emergência.

Lira abre nova sessão, mas com permissão de presença virtual, para votar PEC Eleitoral

Lira abre nova sessão, mas com permissão de presença virtual, para votar PEC Eleitoral

Além disso, nesta quarta-feira, Lira mudou as regras de votação a fim de permitir que parlamentares registrassem presença remotamente. A votação à distância, por meio virtual, até então permitida somente às segundas e sextas, foi autorizada. A medida foi chamada de “casuísmo” pela oposição.

O presidente da Câmara respondeu que o procedimento foi necessário em razão de um problema “grave”. Na véspera, uma falha do sistema interrompeu a votação. Lira levantou suspeitas sobre o episódio e insinuou que as falhas poderiam ter ocorrido por causa de uma sabotagem, mas a provedora de internet da Câmara informou que houve um rompimento na fibra ótica. Lira acionou a Polícia Federal, que abriu uma investigação preliminar sobre o caso.

O que prevê a PEC?

A PEC estabelece estado de emergência em 2022, em razão da "elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes".

Com isso, abre caminho para uma série de benefícios. Veja abaixo:

  • Auxílio Brasil: ampliação de R$ 400 para R$ 600 mensais e previsão e cadastro de 1,6 milhão de novas famílias no programa (custo estimado: R$ 26 bilhões);
  • Caminhoneiros autônomos: criação de um "voucher" de R$ 1 mil (custo estimado: R$ 5,4 bilhões);
  • Auxílio-Gás: ampliação de R$ 53 para o valor de um botijão a cada dois meses — o preço médio atual do botijão de 13 quilos, segundo a ANP, é de R$ 112,60 (custo estimado: R$ 1,05 bilhão);
  • Transporte gratuito de idosos: compensação aos estados para atender a gratuidade, já prevista em lei, do transporte público de idosos (custo estimado: R$ 2,5 bilhões);
  • Taxistas: benefícios para taxistas devidamente registrados até 31 de maio de 2022 (custo estimado: R$ 2 bilhões);
  • Alimenta Brasil: repasse de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, que prevê a compra de alimentos produzidos por agricultores familiares e distribuição a famílias em insegurança alimentar, entre outras destinações;
  • Etanol: Repasse de até R$ 3,8 bilhões, por meio de créditos tributários, para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina.

Incentivo aos biocombustíveis

A PEC foi incorporada a outra, conhecida como PEC dos Biocombustíveis, também já aprovada no Senado e que tramitava há mais tempo na Câmara.

Com isso, o relatório do deputado Danilo Forte (União-CE) também incorpora na Constituição um dispositivo que garante uma diferença tributária entre combustíveis fósseis, como a gasolina, e os biocombustíveis, como o etanol.

incorporação foi mais uma manobra de Lira para acelerar o pagamento dos benefícios, fazendo com que a PEC 'Kamikaze' não precisasse passar, por exemplo, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, responsável por examinar a constitucionalidade de todas as matérias a serem votados pelo plenário. Essa manobra abreviou o tempo de tramitação da proposta.

‘PEC do vale-tudo’ x PEC social

No plenário, o partido Novo orientou o voto contra a proposta. A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) classificou o texto como a “PEC do vale-tudo”.

“Esta Casa das leis está barbarizando e passando por cima de muitas leis e de muitas regras. Um outro nome que representa bem essa PEC para mim é ‘PEC da vergonha’ porque todo mundo sabe que está errado, todo mundo vê que está errado, mas fica todo mundo numa apatia moral. Vocês justificam um monte de barbaridades que estão sendo feitas aqui, usando como desculpa os mais pobres”, afirmou a parlamentar.

Parlamentares da oposição declararam voto favorável ao texto, mas criticaram o governo Bolsonaro por avaliarem que a medida tem intenções “eleitoreiras”.

“O Brasil deu a Bolsonaro a oportunidade de governar durante quatro anos, e o que ele fez, além de trazer intranquilidade para a sociedade? O que ele fez, além de ameaçar a democracia? O que ele fez, além de gerar insegurança e de elevar os preços? Agora vem ele com uma PEC que é a ‘PEC Boca de Urna’ para tentar mudar o resultado da eleição”, afirmou Renildo Calheiros (PCdoB-PE).

Hildo Rocha (MDB-MA) defendeu a aprovação da PEC, destacando que a medida aumentará o poder de compra da população que recebe o Auxílio Brasil e, como consequência, melhorará a economia dos municípios.

“Se a economia está aquecida, a oferta de emprego aumenta, o comércio melhora, a indústria produz mais porque o comércio está vendendo. E essas famílias, sem dúvida nenhuma, vão poder, além de ter uma garantia, uma segurança da alimentação, também vão poder comprar material de construção para melhorar a sua moradia, vão poder comprar novos vestuários, novas roupas, calçados, comprar eletrodomésticos, enfim, movimentará bastante a nossa economia”, disse o emedebista.

Capitão Alberto Neto (PL-AM) disse que a pressa na votação se justifica porque há famílias passando fome. “Nós estamos votando hoje mais comida no prato de quem está mais necessitado. Porque, numa crise, a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. E é o nosso dever, como Estado, ajudar os mais carentes”, afirmou o governista.

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11 de jul de 2022 às 07:32

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terça-feira, 12 de julho de 2022

Estas 7 profissões pagam bem e surgiram devido à internet

 


Conheça sete promissoras e rentáveis profissões que só existem por causa do advento da internet no mundo.


Os inevitáveis e benéficos avanços tecnológicos acabaram com algumas profissões e criaram outras para suprir as demandas da população, que acabou adotando um novo estilo de vida. Por isso, selecionamos sete profissões pagam bem e que surgiram devido à internet. Gosta de tecnologia e está curioso para conhecer quais são elas? Basta continuar a leitura.

Veja algumas das novas profissões da era digital

1) Desenvolvedor de aplicativos mobile

Sem sombras de dúvidas, essa é uma das principais profissões que surgiram devido à internet. O desenvolvedor de aplicativos ocupa uma posição de destaque no mercado e tem uma altíssima demanda de trabalho atualmente. Se você tem aptidão para essa área e conhecimentos de linguagens de programação, essa pode ser uma boa chance.

O salário desse profissional pode variar entre R$ 3,5 mil a R$ 5,2 mil, dependendo da sua experiência. O melhor de tudo é que você não precisa ser graduado. Mas caso tenha vontade de se especializar, o curso mais indicado é o de Ciências da Computação ou Desenvolvimento de Sistemas.

2) Segurança da Informação

A promissora área da Tecnologia da Informação (TI) faz menção às soluções e recursos tecnológicos que estão ligados à segurança da informação na internet. Se você sempre teve vontade de investir nesse ramo e tem habilidades compatíveis no que tange a proteção de dados online, pode ser dar bem financeiramente.

Dependendo da experiência do profissional e do porte da empresa, o salário pode chegar a R$ 5,5 mil por mês. Você pode ser um tecnólogo em Segurança da Informação, já que, nessa área, capacitação costuma valer mais do que o diploma de faculdade.

3) Analista de marketing digital

Outra das profissões que surgiram devido à internet e que também têm alta demanda no mercado. Fazer um site marcar presença nos meios digitais através de estratégias para ganhar mais visibilidade online, aumentar as vendas e se tornar uma referência para o seu público-alvo, faz parte das atividades desse profissional.

O salário de um Analista de marketing digital, dependendo da sua especialização e experiência no ramo, pode chegar a R$ 4,1 mil mensais. Se você tem afinidade com essa área e sempre quis atuar nela, trabalho não vai faltar. Ter graduação em Marketing é um diferencial.

4) Influenciador digital

Você sabia que YouTuber é considerado uma profissão? É verdade. Tem muita gente Brasil afora que fatura alto influenciando pessoas com o seu canal no YouTube. Para quem é desinibido em frente às câmeras, domina algum assunto de interesse público e consegue persuadir as pessoas, pode se arriscar nessa área.

O salário de um influenciador digital pode variar bastante. Tudo depende do número de inscritos no canal, da frequência de postagens e da quantidade de visualizações dos vídeos. Mas não é raro nos depararmos com influenciadores digitais famosos que faturam mais de R$ 50 mil por mês.

5) Consultor de e-business

Mais uma das profissões que surgiram devido à internet é essa. Os negócios prosperam na web a todo vapor. A grande questão é que muitos empreendedores não sabem ou não têm experiência para abrir a sua loja virtual, independente do segmento de mercado.

Por isso, contratam um consultor de e-business, que oferece consultoria especializada e elabora um plano de ação para que uma marca seja divulgada estrategicamente na internet. O salário desse profissional também varia muito, pois depende da quantidade de clientes no mês. Os mais experientes e requisitados chegam a faturar até R$ 15 mil mensais.

6) Produtor de conteúdo para web

Se você tem facilidade para escrever, domina a língua portuguesa e manja de estratégias de marketing digital, pode encontrar muito trabalho em portais de notícias, blogs em geral e sites institucionais. O produtor de conteúdo para a internet é uma das profissões que vem ganhando muita notoriedade, por causa da crescente demanda.

O salário desse profissional vai depender exclusivamente da quantidade de trabalho no mês. Mas é bastante comum redatores web faturarem até R$ 4,5 mil trabalhando no conforto de casa e com horários flexíveis.

7) Web designer

Por fim, a última das profissões que surgiram devido à internet é a de web designer. Esse profissional é responsável por cuidar da estética das páginas de um site. As atividades consistem na otimização (ou criação) das imagens e elaborar um layout que seja atrativo para o internauta, dentre outras.

Se você tem noções de computação gráfica, desenho e conhecimento de programação ou linguagem HTML, pode se dar muito bem nessa área. O salário em uma grande agência de publicidade, por exemplo, pode chegar a R$ 3,5 mil

Quase 2 mil jovens da Fundação Casa estão alistados para votar nas eleições

  – O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo alistou neste ano 1.983 adolescentes em situação de internação ou de internação provisória na Fundação Casa, em SP, para votar nas eleições de outubro. Os jovens têm entre 16 e 20 anos.

Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania de São Paulo, atividades de conscientização sobre a importância da participação nas eleições estão sendo realizadas desde maio.



segunda-feira, 11 de julho de 2022

Para os agentes da fundação casa, fim do horário das 09:00 hs as 21:00 hs




SITSESP EM MOVIMENTO | FIM DO HORÁRIO DAS 09H ÀS 21H PARA OS AAS – ENTIDADE SINDICAL NOTIFICA FUNDAÇÃO CASA


Com a homologação do acordo coletivo 2022/2023, o horário das 09h às 21h, que era imposto aos agentes de apoio socioeducativo pela Fundação CASA, não poderá mais ser executado por estes profissionais.


O SITSESP, através da atual gestão, conseguiu tornar realidade mais uma reivindicação dos trabalhadores, com a extinção deste horário que era tão maléfico aos servidores AAS.


A Fundação CASA já foi notificada, via ofício, pela entidade sindical que alguns Centros continuam praticando este horário. Caso permaneçam com esta prática, não restará outra alternativa a não ser ingressar com ação de cumprimento e requerer a multa prevista por descumprimento de cláusula do acordo em vigência.


Abaixo transcrevemos a cláusula 15ª sobre a jornada dos AAS e a cláusula 56ª que impõe a multa em caso de descumprimento:


CLÁUSULA 15ª – JORNADA DE TRABALHO DOS AAS: Fica instituída a manutenção da escala 2×2 (compreendendo dois dias de trabalho por dois dias de folga) para os agentes de apoio socioeducativos e coordenadores de equipe, em rodízio de turnos (70% no diurno e 30% no noturno), com periodicidade de 04 (quatro) meses, nos termos da Portaria Normativa n. 356/2.021, relativamente ao sistema de rodízio. Que a jornada de trabalho terá início às 07h da manhã com término às 19h e início as 19h da noite com término as 07h da manhã. Em todos os turnos será observada a concessão de intervalo de 01 hora para alimentação e descanso.

Parágrafo Primeiro: Fica vedada a adoção pelas unidades de critérios para o revezamento, distintos da Portaria Normativa 356/2.021.

Parágrafo Segundo: Os turnos de trabalho dos Agentes de Apoio Socioeducativo nos Centros de Semiliberdade serão de 50% no diurno por 50% no noturno, sendo que haverá 02 coordenadores de equipe por turno de trabalho diurno e noturno (01 para cada plantão diurno e 01 para cada plantão noturno). A jornada de trabalho terá início às 07h da manhã com término às 19h e início as 19h da noite com término as 07h da manhã. Em todos os turnos será observada a concessão de intervalo de 01 hora para alimentação e descanso.

Parágrafo Terceiro: Fica, ainda, estabelecida a criação de uma comissão tripartite, formada por representantes da gestão da Fundação Casa, do sindicato representante da categoria e de uma comissão de Agentes de Apoio Socioeducativos, eleitos pelos servidores para a discussão dos pleitos da categoria relacionados ao presente ajuste e também a alteração do Inciso III do artigo quarto da Portaria Normativa nº 356/2.021 a ser restabelecida para constar a expressão “tempo de serviço” ao invés de “dias trabalhados” utilizada como critério de desempate, como também, tratar da cláusula 12ª da pauta de reivindicações na parte em que institui a folga aniversário.


CLÁUSULA 56ª – MULTA: Não havendo solução pacífica o Sindicato deverá propor Ação de Cumprimento na Justiça do Trabalho, sendo prevista multa de:

(a) Em caso de mora salarial, incidirá multa moratória de 5% (cinco por cento) do valor do salário inadimplido;

(b) (b.1) Em caso de descumprimento de quaisquer das cláusulas econômicas da norma coletiva, o empregador pagará ao empregado, por evento, multa de 5% (cinco por cento) do salário normativo, excluídas as cláusulas que já tenham cominação específica. A multa será revertida para o empregado;

(b.2) Tratando-se de cláusulas sociais, a multa será única de 10% (dez por cento) do salário normativo. A multa será revertida para o empregado;

(b.3) Tratando-se de cláusulas obrigacionais, a multa será única de 10% (dez por cento) do salário normativo, revertida para o empregado, o empregador ou a entidade sindical, conforme seja a parte prejudicada.


Confira o ofício enviado a Fundação CASA no site