terça-feira, 5 de novembro de 2019

Agentes do Degase entram em greve no RJ, e menores fazem rebelião na Ilha do Governador


Entre as cobranças da categoria estão os pedidos pela liberação do Regime Adicional de Serviço (RAS) e do porte de arma para os agentes. Governo publicou regulamentação no DO, mas medidas ainda não foram aplicadas. Servidores querem novo concurso público.

Por Raoni Alves, G1 Rio
 

Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1
Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1
Os menores infratores do Rio de Janeiro que cumprem medidas socioeducativas nas 25 unidades do Degase estão com algumas atividades suspensas por tempo indeterminado. A falta de atendimento aos adolescentes é consequência da greve dos agentes do órgão, que começou nos primeiros minutos desta terça-feira (5).
A paralisação foi votada em assembleia da categoria na última quinta-feira (31), em frente ao Centro de Socioeducação Dom Bosco, na Ilha do Governador, na Zona Norte da cidade, quando o Sindicato dos Servidores do Degase (Sind-Degase) anunciou que a mobilização começaria 72 horas depois que os órgãos públicos responsáveis fossem comunicados.

Rebelião

Menores infratores arrebentaram cela — Foto: Sind-Degase / Reprodução
Menores infratores arrebentaram cela — Foto: Sind-Degase / Reprodução
Logo após início da greve, houve uma rebelião no Centro de Sócioeducação Gelso de Carvalho Amaral, na Ilha do Governador, segundo Sind-Degase.
Ainda de acordo com o sindicato, menores conseguiram arrebentar a porta de uma cela e invadir uma galeria. Não houve feridos, nenhum adolescente fugiu e o tumulto foi controlado por homens do Grupamento de Ações Rápidas do Degase.
A unidade é conhecida como o antigo centro de triagem de menores. É a porta de entrada do sistema, onde os adolescentes passam poucos dias antes de seguir para unidades de internação provisória.
Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1
Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1
Atividades suspensas nas unidades do Degase, segundo o sindicato:
  • Atividades escolares e de cursos profissionalizantes;
  • Visitação aos internos;
  • Transferências de unidades;
  • Realização de audiências públicas;
  • Escolta e a condução a hospitais para consultas ambulatoriais (Exceto em emergência);
  • Atividades externas;
  • Utilização de viaturas (exceto para diligências relacionadas aos flagrantes de atos inflacionais);
Os trabalhadores reivindicam a implementação do Regime Adicional de Serviço (RAS), a liberação do porte de arma para os agentes, a progressão funcional garantida por lei e a realização de novos concursos públicos para preencher as vagas em aberto.
No início de outubro, 204 funcionários contratados tiveram seus contratos encerrados por uma decisão judicial. O corte aumentou o déficit de pessoal.
O sindicato da categoria informa que, atualmente, cerca de 1,5 mil agentes trabalham no Degase. O número representa um déficit de 25% do quadro efetivo. De acordo com a direção do Degase, um novo concurso público ainda depende da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto com o Ministério Público do Rio (MPRJ), que prevê a necessidade de contratação de 620 servidores.
Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1
Agentes do Degase entram em greve no RJ — Foto: Raoni Alves / G1

Governo tenta negociar

Na última segunda-feira (4), o Governo do Estado publicou no Diário Oficial os decretos que regulamentam a aplicação do RAS e libera o porte de armas. Contudo o presidente do sind-degase, João Rodrigues, afirma que os funcionários não vão voltar ao trabalho normal até que todas as exigências entrem em vigor.
"A categoria deliberou que não retornará aos trabalhos se não tiver acesso aos seus direitos garantidos por lei. Já estamos prejudicados pela falta de recomposição das perdas inflacionárias desde 2014", argumentou o líder dos trabalhadores, sobre os pedidos de progressão funcional.
Para o major Márcio Rocha, diretor geral do Degase, o Regime de Recuperação Fiscal é um fator que dificulta o aumento dos gastos com melhorias salariais.
"Por conta do Regime de Recuperação Fiscal, é preciso uma justificativa para que esse aumento salarial não cause impacto. Estamos construindo com a Casa Civil essa solução. Estou bem esperançoso que os servidores vão se sensibilizar com esse movimento do governo", comentou major Rocha.
Segundo o chefe do órgão, a partir desta terça-feira, o cadastro para a inscrição de servidores no RAS já estará disponível no site do Degase.
"Nós estamos com a expectativa do RAS, com 50 RAS por dia, já a partir de amanhã (terça). Assim vamos dar o suporte para as unidades que perderam mais funcionários. Acreditamos que vamos chegar a um período de normalidade", disse Rocha.
Mesmo antes da greve, o número de funcionários atuando na ressocialização dos menores infratores do RJ não era suficiente para um bom atendimento.
Somente na última semana, duas unidades (Ilha do Governador e Volta Redonda) enfrentaram princípios de rebeliões e a Polícia Militar precisou intervir.
Alguns ex-agentes do órgão alertam que novas rebeliões podem acontecer por conta da redução do efetivo.
"As rebeliões com certeza vão ser frequentes. Isso já é uma realidade. Eu temo pelos colegas agentes que continuam lá e temo pela integridade física dos adolescentes", analisou Breno da Costa Filho, membro da Associação Nacional de Funcionários do Sistema Penal e de Adolescentes em Conflito com a Lei.
"Podem separar os sacos pretos. Infelizmente vai morrer adolescente lá dentro", completou.
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    segunda-feira, 4 de novembro de 2019

    Agente penitenciário é mantido refém em rebelião


    Foto: Colaboração
    Foto: Colaboração
    Um agente carcerário temporário foi tomado como refém em uma rebelião na Casa de Custódia de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, na tarde dessa segunda-feira (4).
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    Conforme informações do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), o trabalhador alvo dos detentos é contratado pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS). A rebelião ocorre na área de ‘shelteres’, espécie de celas modulares instaladas em containers na área externa do presídio.
    Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar, do Centro de Operações Policiais Especiais (COE), da Polícia Civil, que realiza a negociação, além de um grupo da Seção de Operações Especiais (SOE), estão no local. Segundo informações preliminares, os presos pedem transferência do presídio.
    Em nota, o Sindarspen afirma que a ação foi de uma das três facções criminosas que estão na unidade e que há tempos o sindicato vem denunciando as condições precárias de trabalho no local.
    Questionado, o Departamento Penitenciário do Estado do Paraná (Depen) afirmou que a situação começou no inicio da tarde dessa segunda, quando o agente realizava um procedimento em uma das celas temporárias. Ele é mantido refém por três detentos, mas a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) não divulgou as reivindicações dos presos e nem o estado de saúde do agente penitenciário.

    SINDASP SOLICITA DA SAP QUE AGENTES PENITENCIÁRIOS NÃO PASSEM PELOS SCANNERS CORPORAIS PARA EVITAR EXPOSIÇÃO CONSTANTE COM RADIAÇÃO

    SINDASP SOLICITA DA SAP QUE AGENTES PENITENCIÁRIOS NÃO PASSEM PELOS SCANNERS CORPORAIS PARA EVITAR EXPOSIÇÃO CONSTANTE COM RADIAÇÃO

    Carlos Vítolo

    Carlos Vítolo

    Jornalista/Assessor de Imprensa em AASPESP
    ® © (Direitos reservados. A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura do jornalista/assessor e da AASPESP, mediante penas da lei.)
    Estudos apontam que a exposição constante com as radiações oferecem riscos potencialmente graves a saúde
    Em ofício encaminhado ao secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, o Sindasp-SP solicitou que os agentes de segurança penitenciária (ASP) não sejam obrigados a passarem pela inspeção nos scanners corporais a serem instalados nas unidades prisionais do Estado.
    O documento encaminhado ao secretário justifica que “tendo em vista a publicação de diversos estudos que apontam que, a exposição constante às radiações, oferecem riscos potencialmente graves a saúde”, descreve.
    Os scanners corporais serão instalados nas unidades prisionais após diversas solicitações do Sindasp-SP, por meio de ofícios, pautas de reivindicações e audiências, junto ao secretário de Estado da Administração Penitenciária, Lourival Gomes. A confirmação foi publicada no Diário Oficial do mês passado, com edital de abertura de licitação para a locação de equipamentos de inspeção corporal, do tipo “Body Scanner”.
    Os equipamentos servirão para realizar as revistas nos visitantes das unidades prisionais, gerando imagens que irão identificar materiais ilícitos, como por exemplo, drogas, armas, celulares e outros.
    De acordo com a SAP, a concorrência para a licitação será por meio de pregão eletrônico e a sessão está marcada para 26/7. No total, serão beneficiadas 126 unidades prisionais e 165 scanners locados. Serão instalados 39 scanners na Coordenadoria da Região Metropolitana de São Paulo, 33 Região Central, 38 na Noroeste, 34 na Croeste e 21 no Vale do Paraíba e Litoral.
    A empresa contratada deverá fornecer treinamento para até dez funcionários, com duração mínima de dois dias, nas unidades prisionais onde forem instalados os equipamentos. Os funcionários deverão atuar como multiplicadores do conhecimento adquirido e o treinamento incluirá conteúdo teórico e prático.
    De acordo com os requisitos gerais exigidos pela publicação da SAP, todos os equipamentos fornecidos deverão ser novos, sem uso anterior, e deverão ser instalados e configurados pela contratada na unidade prisional.
    O equipamento ofertado deverá ser certificado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para permitir que um mesmo indivíduo possa ser inspecionado, no mínimo, 180 vezes no período de 12 meses.
    Segundo as normas publicadas pela SAP, o equipamento deverá escanear todo o corpo do indivíduo, externa e internamente, inclusive membros artificiais, do alto da cabeça até abaixo do solado do calçado, possibilitando visualizar inclusive o interior das cavidades. Não serão aceitas tecnologias alternativas.
    O scanner deve gerar imagens em tempo real, com qualidade que permita ao operador detectar objetos metálicos e não metálicos que podem estar sendo transportados pelo indivíduo.
    Após anos de luta e insistentes solicitações do Sindasp-SP, a instalação dos scanners corporais irá garantir a segurança das unidades e dos agentes penitenciários. Essa é mais uma conquista do Sindasp-SP para a categoria

    domingo, 3 de novembro de 2019

    Pelo menos um AGENTE penitenciário morre por semana em São Paulo

    https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2019-11-03/desde-2018-pelo-menos-um-agente-penitenciario-morre-por-semana-em-sao-paulo.html
    O sistema penitenciário brasileiro vai muito além do preso. Os profissionais envolvidos incluem ainda os trabalhadores dos presídios, cozinheiros, segurança, diretor, além da estrutura não presente fora da cadeia, como a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Administração Penitenciária. Responsáveis pelo acompanhamento do presos no dia a dia, os agentes penitenciários estão no meio do furacão.


    Segundo o presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Penitenciário de São Paulo (Sifuspesp), Fábio Jabá, diz que de janeiro de 2018 a setembro de 2019 foram registradas, somente no estado, 109 mortes de agentes penitenciários .

    Os principais motivos, segundo o Sindicato , são a forma de trabalho, que inclui muito estresse e pressão de todos os lados.

    “Costumo dizer que o nosso agente fica no fogo cruzado da guerra entre o sistema e a população carcerária. Por conta de toda essa pressão, o profissional acaba desenvolvendo depressão e outras doenças. Não há quem aguente um trabalho tão estressante como esse por tanto tempo”, opina Fábio Jabá.

    JP, de 42 anos, que há 17 anos ingressou no sistema penitenciário de São Paulo como agente de presídios, é um dos que sofre com a profissão. Assim que completou três anos de atuação, após viver a rotina explosiva das cadeias, surgiram os primeiros sinais de que a saúde mental não estava equilibrada.

     https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2019-11-03/desde-2018-pelo-menos-um-agente-penitenciario-morre-por-semana-em-sao-paulo.html