sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Quer estudar fora? Veja quais universidades aceitam o Enem


A Universidade de Coimbra foi a primeira portuguesa a firmar parceria com o MEC - Wikimedia
A Universidade de Coimbra foi a primeira portuguesa a firmar parceria com o MECImagem: Wikimedia
Colaboração para o UOL
18/10/2019 04h00Atualizada em 18/10/2019 17h27

RESUMO DA NOTÍCIA

  • 42 universidades portuguesas têm convênio com o MEC e aceitam o Enem
  • As notas de corte para estudar em Portugal variam entre 500 e 600 pontos no exame
  • Em outros países, o Enem não é o único teste para estudantes brasileiros

Quem sonha em estudar fora pode utilizar a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 como porta de entrada em universidades internacionais. Em Portugal, 42 universidades conveniadas ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) aceitam o Enem.
A nota do exame, que acontece nos dias 3 e 10 de novembro, também pode ser usada para o ingresso em instituições de ensino superior de outros países, como o Reino Unido e o Canadá
As universidades lusitanas conveniadas ao Inep podem escolher como a nota do exame fará parte da avaliação do aluno nos cursos de graduação. Em geral, a nota de corte fica entre 500 e 600 pontos, podendo ser mais alta para cursos mais disputados.
Mais de 1.200 brasileiros já ingressaram em instituições portuguesas por meio dos convênios.
A maior parte das instituições aceitam o Enem como critério único, mas é bom lembrar que, em Portugal, mesmo públicas, as universidades cobram mensalidades e taxas de matrícula dos estudantes.
Alexandre Lopes, presidente do Inep, disse que esse modelo "é uma forma de facilitar o acesso de estudantes brasileiros a outras instituições de ensino no exterior, não só a universidades nacionais".
O Inep disse já ter iniciado tratativas com a embaixada da Espanha para que o país venha a aceitar o Enem como prova de acesso.
Os critérios para outros países variam bastante. O Enem funciona, para algumas universidades, como um certificado de conclusão e qualidade do ensino escolar. Por isso, apesar de aceito, ele não é o único teste para ingressar nessas universidades. A proficiência na língua do país pode ser também um critério de seleção.
O mais indicado, para os estudantes que já sabem que universidades querem cursar, é entrar nos sites oficiais e entender quais são os pré-requisitos e valores dos cursos. Veja abaixo universidades estrangeiras que aceitam o Enem.

PORTUGAL

Localizada em Braga, é a mais recente universidade a usar o Enem como porta de entrada. A instituição exigirá como um mínimo de 650 pontos no exame. A redação terá como classificação mínima de 65% de acerto.
Há cursos de informática de gestão, educação social, gestão, educação básica, turismo e educação física e desporto. O número de vagas disponíveis a brasileiros é definido anualmente pela presidência do IESFafe, em articulação com a Direção Geral de Ensino Superior de Portugal.
Em Coimbra, é uma das universidades mais antigas (fundada em 1290) e a mais cosmopolita de Portugal. A Universidade de Coimbra (UC) oferece cursos como arquitetura, educação, engenharia, humanidades, direito, matemática, medicina, ciências naturais, psicologia e ciências sociais.
Esta universidade faz parte do Espaço Europeu de Ensino Superior, o que significa que o diploma UC é reconhecido em dezenas de países europeus. A taxa de inscrição custa 50 euros (cerca de R$ 230) e a anuidade cobrada é de 7.000 euros (R$ 32 mil). Aqui você encontra mais informações para candidatos brasileiros.
Universidade do Algarve, em Portugal - Divulgação
Universidade do Algarve, em PortugalImagem: Divulgação
Localizada no sul de Portugal, em Faro, capital do Algarve, a universidade exige dos estudantes brasileiros um mínimo de 500 pontos na prova de redação e pelo menos 475 pontos em cada uma das restantes provas.
São diversos cursos de formação em artes, comunicação e patrimônio, ciências sociais e da educação, ciências e tecnologias da saúde, ciências exatas e naturais, economia, gestão e turismo e engenharias e tecnologias.
As anuidades giram em torno de 4.000 euros (cerca de R$ 18 mil). E os candidatos podem ver mais informações aqui.
Wikipedia
Imagem: Wikipedia
De acordo com informações do site da ULisboa, no caso dos estudantes brasileiros, é considerada a classificação obtida no Enem em uma das áreas de conhecimento que compõem o exame: área das ciências humanas e suas tecnologias ou área de linguagens, códigos e suas tecnologias, bem como na redação. Ou seja, não será exigido o desempenho em todas as áreas, irá variar conforme o curso de escolha.
No entanto, é obrigatório ter pelo menos 500 pontos na área do saber relevante para o curso de licenciatura a que se candidata e pelo menos 550 pontos da redação para poder se candidatar a vaga.
Reitoria da Universidade do Porto - Divulgação
Reitoria da Universidade do PortoImagem: Divulgação
A universidade tem uma página dedicada aos estudantes brasileiros. São 14 faculdades com cursos como arquitetura, ciências naturais, biologia, belas artes, engenharia, economia e letras. As anuidades vão de 3.000 a 6.000 euros (entre R$ 13,8 mil e R$ 27,6 mil).
Confira aqui a lista completa das universidades portuguesas aceitam o Enem.

REINO UNIDO

Área comum da Escola de Negócios da Universidade de Kingston - Divulgação
Área comum da Escola de Negócios da Universidade de KingstonImagem: Divulgação
A instituição, em Londres, exige uma pontuação mínima no Enem de 55% e pede como pré-requisito proficiência na língua inglesa. Se você não atingir a pontuação necessária, pode ser selecionado para de um curso de inglês.
Torre do histórico Wills Memorial Building, na Universidade de Bristol - Wikimedia
Torre do histórico Wills Memorial Building, na Universidade de BristolImagem: Wikimedia
Também na Inglaterra, a instituição exige a conclusão do "foundation programme" da universidade, espécie de primeiro ano preparatório cursado por estudantes internacionais.
Para entrar no programa, é preciso, também comprovar proficiência em inglês com certificados internacionais (no caso de Bristol, o IELTS). Os candidatos que concluíram o primeiro ano de um curso universitário brasileiro (licenciado / bacharel) com boas notas podem ser considerados para admissão. A instituição, no entanto, avisa que a concorrência é alta.
Wikemedia
Imagem: Wikemedia


A tradicional instituição escocesa aceita o Enem, mas também exige que o candidato seja aprovado em um programa de um ano na universidade.
The Queen's College, Universidade de Oxford - Wikimedia
The Queen's College, Universidade de OxfordImagem: Wikimedia
A nota do Enem não é suficiente para a admissão.
O estudante brasileiro precisa fazer uma prova da universidade ou já ter feito um primeiro ano de faculdade no Brasil —e ter notas boas. Como outras instituições do Reino Unido, a nota é avaliada e somada a outros critérios, como fluência no idioma, desempenho no ensino médio e atividades extracurriculares.

CANADÁ

Campus St. George, na Universidade de Toronto - Wikimedia
Campus St. George, na Universidade de TorontoImagem: Wikimedia
A instituição aceita a nota do Enem como um dos critérios, mas exige que o estudante seja aprovado em um teste de proficiência de língua.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Agentes do Degase ameaçam entrar em greve


Enquanto a pauta da categoria não avança, servidores se mobilizam e cogitam paralisação

POR PALOMA SAVEDRA
Os agentes de segurança socioeducativos do Degase apresentaram, nesta quinta-feira, um indicativo de paralisação nos serviços nas unidades. O motivo é a falta de avanço da pauta de reivindicações da categoria, como a regulamentação do porte de arma (fora das unidades onde ficam os jovens internos) e o pagamento do RAS (Regime Adicional de Serviço).

Os servidores do departamento sinalizaram a possibilidade de greve durante audiência pública realizada nesta quinta-feira pela Comissão dos Servidores da Alerj. Além da questão do porte e do regime adicional, a categoria pede ainda o reforço de pessoal para repor cargos vagos.

“O governo do estado está empurrando a categoria para uma paralisação. É um clamor da base, que se sente massacrada. Se não tivermos resposta até a próxima semana, vou convocar uma audiência com indicativo de greve para decidirem. Temos entendido que só assim seremos ouvidos”, cravou o presidente do Sind-Degase, João Rodrigues.

O deputado Bruno Dauaire (PSC), que preside a comissão, afirmou que vai enviar um ofício ao governador Wilson Witzel (PSC) pedindo que ele receba os representantes do Degase para dar as respostas sobre o cumprimento das leis aprovadas e sancionadas, mas que ainda não foram regulamentadas.


"Eu sou testemunha da luta e angústia de vocês. Entendo que esperaram até demais. A comissão vai enviar um ofício pedindo que o governador receba vocês", disse Dauaire na audiência.

Ao fim da audiência, a Secretaria da Casa Civil enviou um representante para tratar da pauta. Aliás, o secretário de Educação, Pedro Fernandes, e Moura vão se reunir com os agentes do Degase, como a Coluna informou nesta quinta-feira.

No lugar de André Moura estava o porta-voz Guilherme Punti. Na ocasião, ele confirmou para a próxima segunda-feira a reunião que ocorrerá com o chefe da Casa Civil.

“Vou pautar o André em todos os pontos colocados para que ele possa buscar soluções”, disse o representante da Casa Civil, que pediu aos servidores paciência.

STJ manda juiz verificar superlotação antes de mandar internar jovem


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A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu que o juiz de execução de medidas socioeducativas de menores do Espírito Santo confira a superlotação das unidades de cumprimento antes de determinar a internação de jovens. Se não houver vaga, o juiz deve autorizar o recolhimento domiciliar. A decisão é do dia 1º de outubro.
Juiz de execução de medidas socioeducativas deve verificar lotação das unidades antes de determinar internação, afirma ministro Ribeiro Dantas
Sergio Amaral
O colegiado seguiu o entendimento do ministro Ribeiro Dantas. Segundo ele, o Estatuto da Criança e do Adolescente trata o recolhimento de jovens como medida ressocializadora e educadora.
Por isso, antes de enviar os jovens para as unidades de internação, o juiz responsável pela decisão deve verificar se elas têm condições de abrigar os jovens com respeito à dignidade deles e garantir a educação e a ressocialização deles.
“Recomendo ao juízo das execuções da medida socioeducativa que verifique as condições locais de internação do menor, e, caso afrontem a dignidade humana e o escopo educador e ressocializador da medida, analise a possibilidade de conversão desta em internação domiciliar”, afirma o trecho do voto do ministro que se refere à questão.
A decisão foi tomada num Habeas Corpus. Os pedidos foram todos negados pela turma. A Defensoria Pública do Espírito Santo pedia o relaxamento da condenação do jovem, preso por roubo majorado por uso de arma de fogo.
De acordo com o HC, a punição, de três anos, era desproporcional ao crime cometido. E a unidade para que o jovem fora enviado está superlotada.
Ribeiro Dantas, no entanto, observou que o ECA não trata a internação como punição, mas como medida educadora. E a superlotação, segundo ele, não foi comprovada nos autos, além de não ter sido alegada na origem, o que impossibilitava sua discussão pelo STJ.
“Ante a ausência de flagrante ilegalidade ou abuso de poder, a convicção probatória do tribunal a quo não pode ser infirmada e comprovado o cometimento do ato infracional com grave ameaça e violência à pessoa (ECA, artigo 122, inciso I) e a reiteração na prática de atos infracionais (ECA, artigo 122, inciso II), impõe-se a confirmação do acórdão que aplicou fundamentadamente medida socioeducativa consistente em internação ao adolescente”, afirma o ministro, no voto.
Na média
A Defensoria do Espírito Santo vem fiscalizando as unidades de internação de menores do estado. É deles um HC coletivo em que o ministro Luiz Edson Fachin mandou a unidade de Linhares reduzir a quantidade de internos.
A unidade em questão estava com 201 jovens e precisava reduzir esse número para 90. Assim, chegaria a uma superlotação de 119%, média da superlotação de 16 estados, segundo levantamento de 2013 do Conselho Nacional do Ministério Público.
Na decisão, Fachin determinou que os menores retirados de Linhares fossem enviados para outras unidades. A decisão do STJ deu um passo além, na avaliação da Defensoria, mas por influência da decisão de Fachin.
Clique aqui para ler o acórdão
HC 513.199