quarta-feira, 26 de junho de 2019

Governador do RJ anuncia construção de 21 centros SOCIOEDUCATIVOS

Por Bom Dia Rio
 

--:--/--:--
Governo anuncia construção de 21 novas unidades do Degase
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, anunciou a construção de 21 novas unidades do Degase para o cumprimento de medidas socioeducativas por menores infratores. A informação foi dada em uma entrevista ao Bom Dia Rio desta quarta-feira (26).
O Degase é um órgão do Estado do RJ responsável pela execução das medidas socioeducativas, previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e aplicadas pelo Poder Judiciário a jovens em conflito com a lei.
Atualmente, o RJ possui 25 unidades do Degase. A construção dessas novas unidades representa quase o dobro da rede. O custo da construção dessas unidades está previsto em R$ 125 milhões e virá de um remanejamento no orçamento.
“Nós estamos retirando de um lugar para colocar em outro. Estamos retirando uma parte que seria colocada na segurança pública e estamos colocando no Degase. Com isso, queremos depois recompor esse orçamento com outras fontes, que poderão vir de emendas parlamentares, de empréstimos junto ao governo federal e repasses", destacou Witzel.
Dinheiro usado a construção de novas unidades será remanejado de outros setores, principalmente segurança, afirmou Witzel — Foto: Reprodução/ TV GloboDinheiro usado a construção de novas unidades será remanejado de outros setores, principalmente segurança, afirmou Witzel — Foto: Reprodução/ TV Globo
Dinheiro usado a construção de novas unidades será remanejado de outros setores, principalmente segurança, afirmou Witzel — Foto: Reprodução/ TV Globo

Convênio com a Faetec

Segundo a previsão do governador, até o fim do ano, a rede do Degase contará com mais 400 vagas. Ao final do processo de construção das novas unidades, serão mais mil vagas no total em comparação com a capacidade atual.
De acordo com Witzel, a construção prevê um convênio com a Faetec para disponibilizar professores para os jovens internos.
“Eles vão preparar esses jovens para retornar ao convívio com a sociedade em condições de irem para o mercado de trabalho. A situação deles é de, muitas vezes, de falta de apoio familiar, eles não têm família constituída”, afirmou o governador.
Decisão do ministro Edson Fachin motivou antecipação de construção de novas unidades do Degase — Foto: Reprodução/ TV GloboDecisão do ministro Edson Fachin motivou antecipação de construção de novas unidades do Degase — Foto: Reprodução/ TV Globo
Decisão do ministro Edson Fachin motivou antecipação de construção de novas unidades do Degase — Foto: Reprodução/ TV Globo

Decisão do STF

O governador Wilson Witzel confirmou que a decisão de antecipar o processo de ampliação da rede do Degase veio a partir da determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, para diminuir a superlotação destas unidades.
Ele determinou a transferência de menores infratores que estejam em unidades superlotadas de quatro estados para estabelecimentos mais vazios. Ele estipulou que, caso não haja locais de internação mais vazios, os jovens passassem a cumprir internação domiciliar.
Além do Rio, o ministro determinou que unidades de internação do Ceará, Bahia e Pernambuco não podem ultrapassar o limite de 119% da capacidade planejada. No RJ, a previsão é cerca de 400 adolescentes liberados, no total, para diminuir superlotação de unidades.
Os adolescentes beneficiados pela medida são os que cometeram crimes de menor potencial ofensivo, como furto, receptação, invasão de domicílio e tráfico de drogas sem o uso de armas.
O governador afirmou que a decisão não pensou nas consequências .
"As decisões judiciais têm que vir com uma decisão financeira. Não adianta vir com uma decisão judicial para colocar o menor na rua que não resolve o problema. Ele vai para a rua, vai praticar outro ato infracional e vai voltar para o sistema", destacou Witzel.
Governador Wilson Witzel anunciou convênio com Faetec para recuperação de menores infratores — Foto: Reprodução/ TV GloboGovernador Wilson Witzel anunciou convênio com Faetec para recuperação de menores infratores — Foto: Reprodução/ TV Globo
Governador Wilson Witzel anunciou convênio com Faetec para recuperação de menores infratores — Foto: Reprodução/ TV Globo

CCJ do Senado aprova projeto contra abuso de autoridade praticado por juiz e procurador


Por Sara Resende, TV Globo — Brasília
 

00:00/02:30
CCJ do Senado aprova o projeto das dez medidas de combate à corrupção
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (26) o projeto contra abuso de autoridadecometido por juízes ou procuradores. O texto pode ser votado ainda hoje pelo plenário da Casa.
O projeto visa combater situações em que o juiz ou procurador beneficia a si mesmo ou outra pessoa, prejudica alguém, e por "capricho" ou "satisfação pessoal", direciona um processo.
Pelo texto, o magistrado incorrerá em abuso de autoridade se:
  • proferir julgamento quando impedido por lei;
  • atuar com "evidente" motivação política;
  • expor sua opinião, por qualquer meio de comunicação, no meio do processo, comandado por ele ou outro magistrado. Ele só poderá se manifestar por meio do voto ou decisão. Isso proíbe magistrados de dar entrevista sobre processos que ainda não foram concluídos;
  • exercer outro cargo, só é permitido que seja professor além de magistrado;
  • ser sócio de empresas, pode apenas ser acionista;
  • receber recompensa, financeira, por exemplo, pela sua atuação em processos;
O projeto determina que membros do Ministério Público (procuradores) cometerão abuso de autoridade se:
  • instaurarem processo sem provas e indícios suficientes;
  • recusarem a praticar sua função;
  • receberem incentivo financeiro no decorrer do processo;
  • atuarem como advogados;
  • expressarem, por qualquer meio de comunicação, "juízo de valor indevido" no meio de processo que ainda não foi concluído. O membro do MP só poderá se manifestar nos autos;
  • atuarem com "evidente" motivação político-partidária .
A autoridade que violar as regras estará sujeita a uma pena de detenção de seis meses a dois anos mais multa.
A detenção é aplicada para condenações mais leves e não admite que o início do cumprimento seja no regime fechado. Em regra a detenção é cumprida no regime semiaberto, em estabelecimentos menos rigorosos como colônias agrícolas, industriais ou similares, ou no regime aberto, nas casas de albergado ou estabelecimento adequados.
O texto determina que a simples "divergência", discordância na interpretação da lei e das provas não configurará abuso.
De acordo com o projeto, qualquer pessoa poderá denunciar o magistrado se identificar abuso de autoridade. Caso o cidadão não possua documentos que comprovem o crime, precisará indicar o local onde as provas poderão ser encontradas.
A proposta é alvo de críticas de entidades representativas de juízes e procuradores, que alegam que o texto prejudica investigações contra crimes como corrupção.
O coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, procurador Deltan Dallagnol, disse nesta quarta que o projeto tem "pegadinhas", porque permite o "investigado investigar e acusar o próprio investigador".
O relator da matéria na CCJ, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou ao blog da Andréia Sadi que "não tem pegadinha, o projeto pune excessos".

Caixa 2 eleitoral

O projeto também tipifica o crime de caixa 2 eleitoral, que consiste em não declarar dinheiro de campanha eleitoral.
Atualmente, não há legislação que defina esse crime. Quando um político o comete, é enquadrado em artigo do Código Eleitoral sobre falsidade ideológica, com pena de até cinco anos de reclusão.
O crime, conforme o projeto, será classificado por "arrecadar, receber ou gastar o candidato, o administrador financeiro ou quem de fato exerça essa função, ou quem atuar em nome do candidato ou partido, recursos, valores, bens ou serviços estimáveis em dinheiro, paralelamente à contabilidade exigida pela lei eleitoral".
A pena será reclusão de dois a cinco anos. Se a fonte do dinheiro for ilegal, proveniente de crime, as penas podem aumentar de um a dois terços. Quem fornecer ou doar os recursos também pode ser punido.

Corrupção como crime hediondo

O texto inclui a corrupção e outros crimes na lista dos hediondos, que têm penas mais severas
Segundo a proposta, serão considerados crimes hediondos:
  • peculato: desvio de recursos públicos pelo político ou funcionário que o administra;
  • corrupção ativa: consiste em oferecer dinheiro ou bens para que o político faça algo em seu favor;
  • corrupção passiva: solicitar ou receber vantagem indevida;
  • corrupção ativa em transação comercial internacional;
  • inserção de dados falsos em sistema de informações;
  • concussão: exigir vantagem indevida;
  • excesso de exação qualificado pelo desvio: quando um funcionário público exige um pagamento que ele sabe, ou deveria saber, que é indevido;
  • quando a vantagem ou o prejuízo para a administração pública for igual ou superior a dez mil salários mínimos vigentes à época do fato.
289
 
comentários