terça-feira, 14 de maio de 2019

Comissão do Senado aprova projeto que obriga presos a pagarem por suas despesas

Comissão do Senado aprova projeto que obriga presos a pagarem por suas despesas

Texto será analisado pelo plenário; proposta prevê que detento que não tiver recursos deverá trabalhar

A senadora Soraya Thronicke, na Comissão de Direitos Humanos WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO/13-05-2019
POR AMANDA ALMEIDA
Atualizado: 
BRASÍLIA — A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado aprovou, nesta terça-feira, projeto de lei que obriga presos a pagarem por suas despesas na prisão. O texto segue para a análise do plenário da Casa.
De autoria do ex-senador Waldemir Moka (MDB-MS), a proposta altera a Lei de Execução Penal, acrescentando a obrigatoriedade de o peso ressarcir o Estado pelos gastos com a sua "manutenção no estabelecimento prisional".
A proposta prevê que, se o preso não tiver recursos para arcar com o ressarcimento, “deverá valer-se do trabalho”. Em seu parecer, a relatora Soraya Thronicke (PSL-MS) fixou um desconto mensal em até um quarto da remuneração recebida.
Caso o preso tenha condição financeira de pagar suas despesas e não o faça, o projeto prevê que ele seja inscrito na "dívida ativa da Fazenda Pública". No caso de presos que comprovadamente não tiveram como arcar com o valor, Soraya acrescentou em seu parecer a suspensão da dívida por cinco anos. Se a situação financeira dele não mudar nesse período, a obrigação do pagamento é extinta.
"Ainda que o preso trabalhe e que a remuneração viabilize os descontos em favor do Estado, pode ser que o valor auferido durante a execução da pena seja insuficiente para custear todas as despesas de manutenção", diz a senadora.
Ela completa: "para que o preso hipossuficiente não saia da prisão já como um devedor, o que seria um primeiro obstáculo a sua ressocialização, e para que fique bem claro que o objetivo da proposta não é criminalizar a pobreza, estamos propondo, na forma do substitutivo apresentado ao final, a suspensão da exigibilidade do débito por até cinco anos, em caso de hipossuficiência, para que se aguarde eventual modificação da condição econômica do devedor, extinguindo-se a obrigação após esse prazo".
No caso de presos provisórios, Soraya aceitou emenda prevendo que "as quantias apuradas pelo Estado serão depositadas judicialmente e deverão ser revertidas para o pagamento das despesas de manutenção somente no caso de condenação transitada em julgado". "No caso de absolvição, os valores depositados serão restituídos ao preso", explica a senadora, no parecer.
Na justificativa, Soraya diz que, ao dar parecer favorável ao projeto, está "escutando a voz do povo". "Aprender que o trabalho é o meio pelo qual se ganha o dinheiro para custear o que queremos e o que precisamos em nossas vidas é princípio para se viver em sociedade. Saber o valor do trabalho e o valor do dinheiro é questão básica para reinserção social", registra a senadora

Presos do PCC torturam agentes durante rebelião em presídio


Um dos reféns teve o rosto cortado e recebeu diversas perfurações de faca artesanal. Os outros três servidores também foram agredidos

13 MAI 2019 • POR Da redação/Jornal A Cidade • 15h44

Reprodução/Jornal A Cidade
Os presos da facção brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) fizeram quatro servidores penitenciários como reféns durante rebelião ocorrida na noite de ontem, no presídio de Concepción, no Paraguai. As vítimas foram torturadas e o desfecho só não foi pior porque os agentes da Polícia Nacional conseguiram controlar o conflito e libertá-las.
Segundo informações do Porã News, os criminosos tomaram a ala de condenados e renderam os funcionários da unidade. Um dos reféns teve o rosto cortado e recebeu diversas perfurações de faca artesanal. Os outros três também foram agredidos.
Após a libertação, as vítimas foram encaminhadas ao Hospital Regional de Concepción. Os demais internos deram apoio à rebelião que só foi controlada com a chegada da Polícia Nacional. Não foi divulgado o número total de presos envolvidos. Assim como no Brasil, o PCC tem vários internos em diversos presídios no Paraguai que, apesar da restrição da liberdade, prestam apoio às ações do crime organizado na fronteira