segunda-feira, 11 de março de 2019

Empresário morto a facadas tinha relacionamento amoroso com um dos menores apreendidos pelo crime

Por G1 Bauru e Marília
 

Corpo de empresário foi encontrado em matagal de Vera Cruz — Foto: Reprodução/TV TEMCorpo de empresário foi encontrado em matagal de Vera Cruz — Foto: Reprodução/TV TEM
Corpo de empresário foi encontrado em matagal de Vera Cruz — Foto: Reprodução/TV TEM
A Polícia Civil concluiu a investigação sobre a morte do empresário de Marília (SP) que foi encontrado carbonizado no domingo (3), em um cafezal de Vera Cruz (SP). Os três adolescentes suspeitos foram apreendidos e confessaram o crime à polícia.
De acordo com o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) Valdir Tramontini, o empresário Jair Viveiros, de 53 anos, não só conhecia os suspeitos como tinha um relacionamento amoroso com um dos adolescentes apreendidos.
Segundo Tramontini, a informação foi passada por parentes da vítima, que era dona de uma casa noturna. O caso está sendo investigado como latrocínio, que é roubo seguido de morte, e ocultação e destruição de cadáver.
Ainda conforme o delegado, os três menores deram diferentes versões para tentar omitir a verdadeira motivação do assassinato. O adolescente de 16 anos confessou o crime, mas não teria demonstrado arrependimento, conta o delegado.
Empresário foi encontrado carbonizado em cafezal — Foto: Reprodução/TV TEMEmpresário foi encontrado carbonizado em cafezal — Foto: Reprodução/TV TEM
Empresário foi encontrado carbonizado em cafezal — Foto: Reprodução/TV TEM
Tramontini conta que, na versão apresentada pelo menor, a vítima queria que ele e outro adolescente tivessem relação sexual com ela. Os outros dois apreendidos negaram essa versão e disseram que o crime ocorreu por cobrança de dívida.
O adolescente mais velho, de 16 anos, ainda contou à polícia que outro menor esfaqueou a vítima. Entretanto, o adolescente de 15 anos, apontado como agressor, disse que teria matado o homem, já esfaqueado, porque ele estava sofrendo com os golpes.
O terceiro adolescente, também de 15 anos, teria ficado do lado de fora vigiando a casa, de acordo com uma das versões apresentadas à polícia.
Carro da vítima foi encontrado abandonado em Marília — Foto: Reprodução/TV TEMCarro da vítima foi encontrado abandonado em Marília — Foto: Reprodução/TV TEM
Carro da vítima foi encontrado abandonado em Marília — Foto: Reprodução/TV TEM
O trio então enrolou a vítima em um cobertor e o colocou no carro. Eles seguiram para Vera Cruz, onde deixaram o corpo em um cafezal e atearam fogo.
A faca utilizada no crime foi localizada no carro da vítima. O exame necroscópico indicou que ele morreu após choque hipovolêmico devido ferimentos cortantes.
Os três seguiram para Bauru com o carro da vítima e após gastar o dinheiro roubado com roupas e drogas, voltaram para Marília. Eles ainda deram carona para uma jovem de 29 anos e uma adolescente de 15 anos, que de acordo com a polícia não tiveram participação no crime.

Crime

O corpo do empresário Jair Viveiros foi encontrado carbonizado em um matagal em Vera Cruz na tarde de domingo (3). O homem estava desaparecido desde sábado (2) à noite. Jair, de 53 anos, era dono de uma boate da cidade.
Um adolescente de 16 anos foi apreendido após a polícia encontrar o carro da vítima abandonado Parque das Vivendas, em Marília. O menor teria confessado o crime e contou o lugar onde estava o corpo da vítima.
A vítima foi identificada pelos documentos ao lado do corpo. Ele ainda disse à polícia que outros dois adolescentes de 15 anos participaram do latrocínio. Os dois se entregaram à polícia e também confessaram o crime.
Ainda de acordo com o delegado, o adolescente assumiu o crime. Ele alegou à polícia que eles já conheciam a vítima e entraram na casa sem invasão, quando houve um desentendimento.
A polícia encontrou sinais de violência na casa de Jair Viveiros. “A vítima teria sido morta a facadas no tórax, abdômen e pescoço. Eles saíram com o veículo da vítima, abandonaram o corpo no cafezal, onde atearam fogo”, diz.
00:00/01:15
Segundo adolescente suspeito de matar empresário encontrado em matagal se entrega
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Contra resistências, governo estuda reduzir aperto em benefício para idoso pobre

Contra resistências, governo estuda reduzir aperto em benefício para idoso pobre

Valor do BPC pode subir de R$ 400 para R$ 600, entre os 62 e os 68 anos

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Bruno Boghossian
BRASÍLIA
A equipe econômica discute uma proposta alternativa para as regras do BPC —Benefício de Prestação Continuada, destinado a deficientes e idosos em situação de miséria. O objetivo é amenizar resistências do Congresso às mudanças incluídas no projeto de reforma da Previdência.
 
Integrantes do governo estudam ajustar o valor e a idade de acesso ao pagamento. Uma das versões debatidas prevê um benefício de R$ 600 por mês a cidadãos de baixa renda a partir dos 62 anos e de um salário mínimo a partir dos 68 anos.
 
A ideia representa uma flexibilização do plano original do Ministério da Economia. O projeto de reforma enviado ao Congresso prevê pagamentos de R$ 400 a idosos a partir dos 60 anos e de um salário mínimo só a partir dos 70 anos.
 
 
O endurecimento das regras do BPC foi um dos pontos mais atacados da reforma por deputados e senadores de diversos partidos. Atualmente, o benefício de um salário mínimo é pago aos cidadãos com 65 anos ou mais e renda por pessoa da família inferior a 1/4 do salário mínimo (equivalente a R$ 250 neste ano).
 
O principal receio da equipe econômica é que as regras mais duras sobre um benefício destinado a idosos miseráveis contaminem a reforma. Diante da reação dos congressistas, o time do ministro Paulo Guedes já admite internamente ajustes que podem ser feitos na medida.
 
Integrantes da cúpula do ministério consideram pouco significativa a economia gerada pelo endurecimento das regras do BPC. Alguns deles já admitem descartar essas mudanças de uma vez.
 
De acordo com cálculos da IFI (Instituição Fiscal Independente), ligada ao Senado, a proposta original do governo de mudanças nas regras do BPC representa economia de R$ 28,7 bilhões em dez anos —ou 2,7% da economia de R$ 1,072 trilhão estimada para toda a reforma.
 
A apresentação de um plano B para o benefício, ainda em fase inicial de discussão, seria uma primeira contraoferta do governo. Parte da equipe envolvida nas negociações da reforma aposta em um meio-termo para evitar que as mudanças no BPC sejam derrubadas por completo.
 
Qualquer ajuste no texto ainda dependeria de um processo de negociações com o Legislativo. A reforma poderá passar por alterações na Câmara e do Senado.
 
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, é um dos defensores do endurecimento das regras do BPC. Em discussões internas e alguns pronunciamentos públicos, ele costuma dizer que o pagamento de um salário mínimo a idosos miseráveis carrega distorções.
 
Marinho argumenta que os trabalhadores que contribuem com a Previdência e se aposentam com um salário mínimo são desfavorecidos nesse modelo, porque passam a receber o mesmo valor que é pago aos idosos de baixa renda que não fazem nenhuma contribuição.
 
Em entrevista à rádio Jovem Pan na sexta-feira (8), o secretário disse que a proposta do governo beneficia cidadãos que, já aos 60 anos, teriam acesso a um valor maior do que o pago pelo Bolsa Família.
 
“O cidadão que tem 60 anos tem dificuldade de se inserir no mercado de trabalho e recebe em média R$ 129 [pelo Bolsa Família]. Se perguntar se essa pessoa gostaria de ganhar R$ 400, três vezes mais do que ganha hoje, não tenho dúvida da reposta”, declarou.
 
Marinho e Paulo Guedes já tiveram ao menos uma conversa sobre a possibilidade de apresentação de uma proposta alternativa para o benefício.
 
O presidente Jair Bolsonaro já disse publicamente que o projeto inicial do governo em relação ao BPC pode ser revisto. Em um encontro com jornalistas convidados pelo Palácio do Planalto no fim de fevereiro, ele incluiu as mudanças no benefício entre os pontos de gordura que poderiam ser cortados do texto.
 
Alterações no BPC são consideradas uma fonte preocupante de resistências à reforma da Previdência, principalmente no Norte e no Nordeste —que têm 216 das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados e 48 dos 81 assentos no Senado. As duas regiões concentram pouco mais de 40% dos idosos que recebem o benefício.
 
Segundo o boletim da Previdência de dezembro de 2018, há 4,7 milhões de beneficiários do BPC, dos quais 56% são deficientes, e 44%, idosos. A despesa calculada no ano passado com o pagamento foi de R$ 52,6 bilhões.
 
BPC (Benefício de Prestação Continuada)
COMO É HOJE
O BPC/Loas, que é o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social, paga um salário mínimo para:
  • Idosos a partir dos 
  • 65 anos
  • Deficientes de qualquer idade
 
Requisitos
  • Comprovar renda por pessoa menor do que um quarto do salário mínimo
 
Valor
  • Um salário mínimo, hoje em R$ 998
 
O QUE A PEC PREVÊ
  • Para quem tem entre 60 e 69 anos, o valor do benefício será de R$ 400
  • Para quem tem 70 anos ou mais, o benefício será de um salário mínimo
  • Para os deficientes, nada muda
 
O QUE PASSOU A SER DEBATIDO COMO ALTERNATIVA 
  • A partir dos 62 anos, benefício de R$ 600 por mês 
  • A partir dos 68 anos, um salário mínimo
 
R$ 28,7 bi
é a economia em dez anos —ou 2,7% do total estimado para toda a reforma— com as mudanças no BPC previstas no projeto original do governo, segundo cálculos da IFI (Instituição Fiscal Independente)