domingo, 24 de junho de 2018

Justa causa por funcionário não observar normas de segurança é inválida, diz TRT-16



sábado, 23 de junho de 2018

MP quer comissionados com diploma superior no sistema socioeducativo

MP quer comissionados com diploma superior no sistema socioeducativo

Medida foi encaminhada à Secretaria de Promoção de Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e Jovens do DF
Andre Borges/Agência Brasília
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Fernando Caixeta
 
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou à Secretaria de Promoção de Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e Jovens do DF que ocupantes de cargos em comissão para dirigentes do programa de regime de semiliberdade ou de internação tenham formação em curso superior compatível com a natureza da função, experiência comprovada e reputação ilibada. O MPDFT pede para que os ocupantes dos cargos em desacordo com esses critérios sejam exonerados.
O programa é instituído pelo Decreto nº 6.231/2007 para atuar como política pública estratégica de enfrentamento à letalidade infantojuvenil e de preservação da vida de crianças e adolescentes ameaçados de morte. Por isso, o MP acredita que os profissionais atuantes devam ter um grau de responsabilidade, experiência e habilidades evidenciados, sob pena de expor a novo risco crianças e adolescentes já em situação de vulnerabilidade.
O documento considera, ainda, que a função de diretor de qualquer pasta vinculada ao Sistema Socioeducativo exige o respeito ao princípio da supremacia do interesse público, por meio da exigência de qualificação adequada.
Além disso, “o não atendimento aos requisitos implica em dano ao erário, em razão da despesa gerada sem que haja a correspondência esperada para o serviço prestado, bem como o irreparável prejuízo aos adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa”, esclarecem os promotores de Justiça Márcio Costa, Denise Rivas e Renato Varalda.
O GDF e a Secriança têm 30 dias para enviar ao MPDFT cópia dos atos de exoneração dos ocupantes de cargo em comissão que não atendam aos requisitos estabelecidos pela Lei 12.594/2012. O não cumprimento da recomendação pode configurar ato de improbidade administrativa. (Com informações do MPDFT)

Prisões no País são o principal nó da segurança, diz ministro

Prisões no País são o principal nó da segurança, diz ministro

23/06/2018 | 10:00 - Atualizado em 23/06/2018 - 10:03
DA AGÊNCIA BRASIL

Raul Jungmann estima que ao final de 2019, Brasil terá 1 milhão de apenados

Superlotado e dominado pelo crime organizado, o sistema penitenciário brasileiro é o principal nó da segurança no país. A avaliação é do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. O Brasil tem atualmente a terceira maior população carcerária do mundo – atrás dos Estados Unidos e da China –, com um crescimento anual de 7%. 
"Eu acredito que, nesse andar da carruagem, ao final de 2019, nós teremos 1 milhão de apenados. São 756 mil hoje, mas há 564 mil mandados de prisão em aberto", afirma. O déficit do sistema é de aproximadamente 360 mil vagas.
Segundo Jungmann, o governo federal tem recursos para a construção de unidades prisionais, mas esbarra na resistência dos municípios, na judicialização das licitações e nas exigências da legislação. A construção de uma penitenciária demora, em média, de quatro a cinco anos. "O sistema prisional hoje é o maior foco de preocupação aqui no ministério. Nós temos dinheiro, mas a gente não consegue construir presídios e penitenciárias, apesar da necessidade", diz
De acordo com o ministro, o orçamento anual do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) é de cerca de R$ 1,3 bilhão. No ano passado, R$ 600 milhões deixaram de ser aplicados na construção de unidades prisionais. A primeira dificuldade é imposta pelos municípios que não querem aceitar cadeias em seus territórios, por temerem aumento nos índices de violência. "É um inferno para você conseguir que algum município aceite, e eles têm autonomia", conta Jungmann.
Superada a desconfiança dos municípios, o resultado das licitações nem sempre agrada aos concorrentes que apelam à Justiça, emperrando o processo. "Além disso, as regras emitidas pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária são muito rígidas, mas estamos mudando isso", diz o ministro. "Tudo isso junto faz com que se leve de quatro a cinco anos para construir uma unidade prisional. Com esse crescimento explosivo que estamos tendo [da população carcerária], não é sustentável", argumenta.
Além da parte física, a ressocialização é outro fator de preocupação. Segundo dados do Ministério da Segurança Pública, apenas 12% dos presos trabalham e 15% estudam. O ministério está negociando com o Banco Mundial o financiamento de projetos de ressocialização de apenados. A ideia é definir a estratégia, lançar uma chamada pública e escolher ações de ressocialização dos egressos do sistema penitenciário visando a redução da reincidência. "O que não dá é o preso sair sem apoio algum. Muitos deles saem ligados ao crime organizado, e a possibilidade de reincidência é muito alta. A gente tem que cuidar disso", afirma o ministro.
“Cultura de prisão”
Logo após a criação do Ministério da Segurança Pública, Jungmann fez um convênio com os defensores públicos para a realização de mutirões de revisão da situação jurídica dos presos. O objetivo é identificar os que já cumpriram a pena e liberá-los.
Além disso, técnicos do ministério estudam propostas para separar os presos pelo grau periculosidade e pelo tipo de crime que cometeram, ampliar as unidades do regime semiaberto, adotar medidas punitivas alternativas, como o uso de tornozeleiras e prestação de serviços à comunidade.
Segundo o Ministério da Segurança Pública, aproximadamente 74% dos presos brasileiros respondem por furto e por roubo ou são usuários de drogas e pequenos traficantes.
Para Jungmann, há na sociedade e na Justiça brasileira uma “cultura da prisão”. Pesquisa realizada pelo Ibope, em fevereiro deste ano, revela que 54% dos entrevistados concordam que “ir para a prisão é a melhor forma de se pagar por um crime, não importa a gravidade”.
"Temos que rever a cultura que vige na sociedade de prender, prender, prender, sem entender que a prisão em larga escala ou em massa não é sustentável. Nós prendemos muito e prendemos mal. Boa parte desse pessoal faz um juramento para sobreviver e se incorpora às grandes gangues. Então o sistema penitenciário hoje é um sistema que recruta soldados para o crime organizado", afirma