segunda-feira, 11 de junho de 2018

sistema socioeducativo é vetado no projeto SUSP

Temer sanciona lei que cria Sistema Único de Segurança Pública

Texto, aprovado no Congresso, determina integração entre órgãos de segurança federais, estaduais e municipais. Presidente assinou medida que passa verba de loterias para Ministério da Segurança.

Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília
 

O presidente Michel Temer (Foto: Cesar Itiberê/PR)O presidente Michel Temer (Foto: Cesar Itiberê/PR)
O presidente Michel Temer (Foto: Cesar Itiberê/PR)
O presidente Michel Temer sancionou nesta segunda-feira (11), em uma cerimônia no Palácio do Planalto, a lei que cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
O texto, aprovado pela Câmara e pelo Senado, estabelece diretrizes para a atuação conjunta de diferentes órgãos de segurança federais, estaduais e municipais. Farão parte do sistema, por exemplo, a Polícia Federal e as polícias civis e militares.
As ações e metas do Susp ainda serão definidas pela União em um plano nacional, em elaboração e sem prazo para ser divulgado. Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a previsão é o plano ser apresentado até o fim do ano.
A partir desse documento nacional, estados, Distrito Federal e municípios terão dois anos para elaborar e implantar os planos para a área da segurança sob pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou ações no setor.
No discurso, Temer disse que a criação do Susp é "um passo importantíssimo para garantir mais tranquilidade ao povo brasileiro".
Ao citar a questão da segurança pública no país, afirmou tratar-se de "uma inaceitável tragédia humana".
"Como puderam perceber, a violência também tem um custo econômico para a sociedade estimado em mais de 4% do PIB", disse.
Na solenidade, Temer também assinou uma medida provisória que transfere parte dos recursos arrecadados pelas loterias federais para o Ministério da Segurança Pública.

Susp

O objetivo é que o novo sistema padronize os procedimentos no setor de segurança pública. Para isso, os órgãos que fazer parte do sistema deverão compartilhar informações e promover troca de conhecimentos técnicos e científicos.
Principais pontos do sistema:
  • Operações combinadas, planejadas e desencadeadas em equipe;
  • estratégias comuns para atuação na prevenção e controle qualificado de infrações penais;
  • compartilhamento de informações;
  • intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos.
Os registros de ocorrência policial e as investigações também terão que seguir um padrão.
Caberá ao Ministério da Segurança Pública pasta fixar metas anuais, de acordo com a competência de cada órgão, que deverão ser baseadas em indicadores públicos para demonstrar os resultados de forma objetiva.
A nova lei também cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que estipula princípios para a atuação dos órgãos de segurança, como o uso comedido e proporcional da força.
Temer volta a focar a segurança pública como prioridade

R$ 800 milhões

Após o evento no Palácio do Planalto, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a estimativa é a pasta receber R$ 800 milhões a mais neste ano com os repasses de recursos de loterias – R$ 13 bilhões já estão previstos no Orçamento.
Em 2022, a previsão é que a verba repassada pelas loterias alcance R$ 4,3 bilhões.
No entanto, neste cálculo, além do repasse de parte do que for arrecadado por loterias esportivas, já está sendo considerada outra loteria que ainda será criada, a Loteria Instantânea Exclusiva, a Lotex.

Vetos

Entre os pontos vetados por Temer estão trechos que incluíam no Susp o sistema socioeducativo, voltado para o atendimento de jovens infratores.
G1 apurou que a inclusão tinha sido patrocinada por parlamentares da bancada da segurança pública no Congresso, que se autointitula "bancada da bala", mas foi vetada a pedido do ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.
Segundo Rocha, a transferência do atendimento socioeducativo da pauta de direitos humanos para a segurança pública fere as normativas internacionais, em especial os princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, dos quais o Brasil é signatário.
Além disso, de acordo com o ministro, a proposta não está alinhada com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com a lei que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase

Projeto SUSP será sancionado hoje

Sistema Único de Segurança será sancionado nesta segunda

Presidente se reuniu com ministro da Segurança neste domingo e deverá sancionar lei nesta segunda em cerimônia no Palácio do Planalto

O Estado de S.Paulo
10 Junho 2018 | 21h50
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer se reuniu neste domingo, 10, no Palácio do Jaburu, com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Os dois conversaram sobre o novo Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), modelo pelo qual instituições federais, estaduais e municipais devem atuar em operações combinadas e compartilhar informações. Pela proposta aprovada na Câmara e no Senado, os registros de ocorrência e investigações serão, agora, padronizados. A cerimônia de sanção da lei que cria o SUSP será realizada nesta segunda-feira, às 16 horas, no Palácio do Planalto.
O projeto foi aprovado pelo Senado em 16 de maio e seguiu para sanção presidencial. No mérito, a matéria é considerada importante por representantes de diferentes correntes políticas por tratar da segurança pública, um dos principais temas a serem debatidos na eleição deste ano. 
O texto aprovado prevê que instituições de segurança federais, estaduais e municipais atuem em operações combinadas e compartilhem informações. Pela proposta, os registros de ocorrência e as investigações serão padronizados e deverão ser aceitos por todos os membros do SUSP. Se aprovado, o sistema integrado será coordenado e gerido pelo Ministério Extraordinário de Segurança Pública, chefiado pelo ministro Raul Jungmann