sexta-feira, 25 de maio de 2018

Protesto das Vans escolares na br-116 Taboão da Serra contra o aumento abusivo do combustível em Apoio aos CAMINHONEIROS.







Condutores de vans escolares realizam protesto na manhã desta sexta-feira em Taboão

por Redação

 PAULO FAVARON
Paulo Favaron
Mais de 100 vans escolares bloquearam a rodovia Régis Bittencourt no sentido Embu das Artes
Rose Santana
Depois de caminhoneiros e motoqueiros, agora são os condutores de vans escolares que realizam protestos em Taboão da Serra. Por volta das 7h30 desta sexta-feira, dia 25, um grupo se reuniu na frente da prefeitura onde promoveu um buzinaço, cerca de 30 minutos depois, cerca de 100 vans pararam a rodovia Régis Bittencourt no sentido Embu das Artes por cerca de 10 minutos.
As reivindicações dos condutores de vans são o alto preço do combustível e, aqui em Taboão da Serra, o número de alto de roubos a esse tipo de veículos, que já soma seis casos em pouco mais de dois anos.
As vans escolares seguiram pela rodovia Régis Bittencourt em um lento comboio, causando um grande congestionamento. Líderes do movimento irão se pronunciar após a manifestação. Não foi divulgado se, com a paralisação, os alunos foram transportados para as escolas normalmente.
Na noite de ontem, cerca de 200 motoqueiros pararam completamente a rodovia Régis Bittencourt nos dois sentidos na altura da praça Nicola Vivilechio. A manifestação em apoio à paralisação dos caminhoneiros por causa do aumento nos combustíveis. A via ficou interditada por quase uma hora, causando um grande congestionamento na pista Embu das Artes.
Na manhã desta sexta-feira a maioria dos postos de Taboão da Serra, Itapecerica da Serra e Embu das Artes seguem fechados sem combustível para a venda. O transporte público nas cidades segue com interrupções pontuais.
Em São Paulo a circulação de ônibus está com apenas 60% da sua capacidade, o rodízio municipal de veículos está suspenso. Os condutores de vans da capital também realizam protestos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que ainda não registra nenhuma desmobilização de pontos de manifestação de caminhoneiros nas rodovias do país, após o anúncio de um acordo com o governo nessa quinta-feira (24).
Na Régis Bittencourt, em São Paulo, carretas e caminhões permanecem estacionadas ao logo da rodovia. O mesmo ocorre em rodovias no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estado que apresenta 74 pontos de manifestação. No Distrito Federal, a PRF registra manifestação de caminhoneiros na BR-020, BR-060, BR-070 e BR-080.
Em Brasília, durante toda a madrugada e no começo desta manhã, motoristas ainda fazem filas para abastecer seus carros nos postos que mantêm estoques de gasolina e diesel, caso do posto Shell da Quadra 307, na Asa Norte, no Plano Piloto. No local, a fila de carros para abastecer chega a entrar na área de estacionamento da quadra residencial.
Acordo
Pelo acordo firmado ontem à noite entre o governo e representantes dos caminhoneiros, a paralisação será suspensa por 15 dias. Em troca, a Petrobras mantém a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias, enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. A Petrobras mantém o compromisso de custear esse desconto, estimado em R$ 350 milhões, nos primeiros 15 dias. Os próximos 15 dias serão patrocinados pela União.
O governo também prometeu uma previsibilidade mensal nos preços do diesel até o fim do ano, sem mexer na política de reajustes da Petrobras, e vai subsidiar a diferença do preço em relação aos valores estipulados pela estatal a cada mês. “Nos momentos em que o preço do diesel na refinaria cair e ficar abaixo do fixado, a Petrobras passa a ter um crédito que vai reduzindo o custo do Tesouro”, disse o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
O governo também se comprometeu a zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o diesel até o fim do ano. Também negociará com os estados, buscando o fim da cobrança de pedágio para caminhões que trafegam vazios, com eixo suspenso. “Chegou a hora de olhar para as pessoas que estão sem alimentos ou medicamentos. O Brasil é um país rodoviário. A família brasileira depende do transporte rodoviário. Celebramos esse acordo, correspondendo a essas solicitações, dizendo humildemente aos caminhoneiros: precisamos de vocês”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Para cumprir a proposta de previsibilidade mensal nos preços do diesel até o fim do ano, o governo precisará negociar com o Congresso o projeto aprovado ontem na Câmara que zera o PIS/Cofins para o diesel. A ideia – apresentada nessa quinta-feira – é que o tributo não seja zerado, mas usado para compensar a Petrobras em tempos de alta no valor do barril do petróleo e para manter os preços estáveis.
Quanto ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que já tem projeto de alteração tramitando no Senado, o governo também precisaria negociar com os governadores, pois se trata de um imposto estadual. Segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a discussão será sobre a alteração do cálculo desse imposto, que varia de acordo com o preço do combustível. Ou seja, se o diesel aumenta, o ICMS também aumenta.
“PIS/Cofins e Cide têm um valor fixo por litro. Como um dos problemas é a previsibilidade em função da política de preços, vamos conversar com os governos estaduais para discutir uma sistemática de cálculo do ICMS semelhante à do PIS/Cofins, ou seja, com uma base fixa”, disse Guardia.
A decisão de suspender a paralisação, porém, não é unânime. Das 11 entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros, que participaram do encontro, uma delas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil trabalhadores, recusou a proposta. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião no meio da tarde e disse que continuará parado. “Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, da Cofins e da Cide, que está embutido no preço do combustível”, afirmou Lopes.
Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Valter Casimiro (Transportes) e o general Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) se sentaram à mesa com representantes dos caminhoneiros, em busca de uma trégua na paralisação, que afeta a distribuição de produtos em todo o país. Os ministros entendem que o governo e a Petrobras têm mostrado iniciativa suficiente.
Os representantes dos caminhoneiros pedem o fim da carga tributária sobre o óleo diesel. Eles contam com a aprovação, no Senado, da isenção da cobrança do PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre o diesel até o fim do ano. A matéria foi aprovada ontem pela Câmara e segue agora para o Senado. Caso seja aprovada, a isenção desses impostos precisará ser sancionada pelo presidente da República

São Paulo tem cerca de 60% da frota de ônibus circulando

São Paulo tem cerca de 60% da frota de ônibus circulando

Do UOL, em São Paulo 
Marcelo Justo/Folhapress
24.mai.2018 - Movimentação de passageiros no terminal de ônibus de Santo Amaro, na Zona Sul de SP, no 4º dia de protestos dos caminhoneiros.
Apenas 59% da frota prevista para o horário estava circulando em São Paulo, a maior cidade do país, às 8h desta sexta-feira (25), reflexo da greve dos caminhoneiros que tem afetado o abastecimento de combustível dos ônibus em todo o país. A zona sul é a que está com maior número de reclamações de usuários, seguida da região de São Miguel, na zona Leste, e dos bairros de Santana e Cachoeirinha, na zona norte.
Mais cedo, às 6h, a cidade tinha 61% da sua frota circulando. A queda no número de ônibus nas ruas na cidade deve se intensificar após o horário de pico da manhã, que termina às 8h30.

Mesmo após o anúncio do governo federal de que foi fechado um acordo para suspender a greve dos caminhoneiros por 15 dias, a Prefeitura de São Paulo informou na noite de quinta (24) que a cidade permanecerá com uma série de medidas de contingência nos serviços públicos nesta sexta (25) –entre eles, a suspensão do rodízio, da coleta de lixo e a redução na frota de ônibus.
O serviço de coleta de lixo também será afetado nesta sexta. A coleta de resíduos domiciliares (lixo comum e reciclável) está suspensa, e a orientação da prefeitura é para que o lixo não seja colocado nas ruas até que seja retomada a operação dos caminhões.
Segundo a prefeitura, serviços críticos como "limpeza de pós feiras, recolhimento de animais mortos e coleta de resíduos hospitalares" serão executados normalmente. De acordo com a prefeitura, todas as unidades de saúde estão funcionando normalmente e as ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão abastecidas. Na rede municipal de educação, as aulas estão mantidas nesta sexta.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, é preciso aguardar o desbloqueio das estradas e a consequente chegada dos combustíveis até as bombas para que os ônibus possam ser abastecidos, já que é possível que haja ajustes na frota ao longo da manhã, após um eventual abastecimento de parte dos ônibus da capital paulista.
Na quinta, as empresas conseguiram colocar na rua até 97% da frota programada durante o horário de pico da manhã. No entrepico -- das 8h30 às16h --, as empresas foram autorizadas a reduzir suas frotas em 40%. À tarde e noite, as empresas conseguiram manter 85% da frota prevista circulando, segundo a prefeitura. A frota de trólebus esteve 100% operacional.
A SMT informa que metrô e trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) operam com 100% da sua capacidade também nos horários de entrepico para compensar a ausência de parte dos ônibus. No entanto, Mais cedo, os trens da linha 12 - Safira, da CPTM, estavam circulando com intervalos maiores entre as estações Brás e Calmon Viana no início da manhã, por causa de uma falha técnica. O problema começou a ser normalizado por volta das 6h30. 

Serviço é afetado no Rio

A cidade do Rio de Janeiro chegou ao fim de quinta com 57% da frota de ônibus circulando. No Estado, a Fetranspor estima que a paralisação atingiu entre 30% e 40% dos coletivos. Para hoje, a previsão é que o número caia ainda mais. Não há, no entanto, uma estimativa de quantos ônibus devem deixar de circular.
De acordo com a Fetranspor, o abastecimento vem sendo feito de forma emergencial em postos de gasolina, mas a oferta de óleo diesel é cada vez menor. As empresas também estão utilizando o combustível armazenado em veículos da reserva técnica ou que estão em manutenção preventiva.
O BRT montou uma operação especial para atender os passageiros durante a madrugada. De meia-noite às 4h vão circular, em caráter excepcional, com saída de hora em hora, as linhas Alvorada - Santa Cruz, Alvorada - Madureira, Recreio - Vila Militar e Jardim Oceânico - Centro Olímpico.
Ainda não foi informado, no entanto, o número de coletivos que irão sair às ruas nesta sexta (25) -- nesta quinta, 50% da frota permaneceu na garagem.
A SuperVia, que administra o transporte ferroviário urbano do Rio, informou que aumentou o número de composições circulando. O MetrôRio também se dispôs a estender a operação de horário de pico até mais tarde nesta sexta. A CCR Barcas anunciou que o serviço de travessia entre Niterói e o Rio de Janeiro estará suspenso no fim de semana. As linhas Charitas, Paquetá e Cocotá tiveram parte das viagens cancelas.
De acordo com a rodoviária Novo Rio, algumas viagens podem sofrer alterações nos horários. A recomendação é de que o passageiro entre em contato com as empresas de ônibus antes de se direcionar à rodoviária. Até o momento, não há registro de viagens canceladas

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Governo e caminhoneiros anunciam acordo para suspender greve por 15 dias

Governo e caminhoneiros anunciam acordo para suspender greve por 15 dias

Crédito:  AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
Caminhoneiros seguram uma faixa com "greve" ao bloquearem a estrada Régis Bittencourt, a 30 quilômetros de São Paulo, durante o quarto dia de greve para protestar contra o aumento do custo do combustível no Brasil (Crédito: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL)
Após sete horas de reunião entre governo e representantes dos caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na noite desta quinta-feira, 24, que houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias. Nove das 11 entidades presentes aceitaram a proposta do Executivo, que prevê prazo de 30 dias para reajustes no preço do diesel. Esta era uma das principais demandas dos caminhoneiros, que queriam mais previsibilidade nos reajustes.
Para não interferir na política de preços da Petrobras e ao mesmo tempo garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda) informou que haverá um mecanismo de compensação do governo a cada 30 dias, que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal adotaria e o adotado. “O compromisso da Petrobras (do desconto no preço do diesel) é por 15 dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços continua preservada até a porta da refinaria”, assegurou Guardia.
O acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do desconto de 10% no diesel por 30 dias. Nesta quinta-feira, a Petrobras anunciou a medida por 15 dias, que será bancada pela estatal. A União se compromete a pagar uma compensação financeira à Petrobras pelos outros 15 dias acordados para “garantir a autonomia” da estatal.
A estimativa inicial do Ministério da Fazenda é que esta compensação pelo desconto de 10% por 15 dias represente R$ 350 milhões, porém o valor ainda terá que ser atualizado. Segundo Guardia, o governo terá “dotação orçamentária para fazer frente a essa despesa” e também a compensação a cada mês.
Depois dos 15 dias de suspensão da greve, haverá uma nova reunião entre as entidades e o governo para verificar como está o cumprimento dos 12 itens que constam no acordo. Também consta entre compromissos a realização de encontros periódicos a cada duas semanas.
Antes da reunião acabar, o presidente Michel Temer contou ao jornalista Kennedy Alencar, da rádio CBN, que orientou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a proporem que a redução de 10% do preço do diesel fosse mantida por 60 dias, o que acabou não se confirmando. O ministro Eliseu Padilha ressaltou que Temer autorizou o acordo.
Logo após a reunião acabar, foi convocada uma coletiva de imprensa com os ministros Eliseu Padiha, Carlos Marun (Secretaria de governo), Valter Casimiro (Transportes) e Eduardo Guardia (Fazenda) e também com os representantes das entidades dos caminhoneiros que firmaram o acordo. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não assinaram o documento.
Veja alguns pontos do acordo:
–  Preço do diesel será reduzido em 10% e ficará fixo por 30 dias. O valor ficará fixo em R$ 2,10 nas refinarias pelo período
– Os custos da primeira quinzena com a redução, estimados em $ 350 milhões, serão arcados pela Petrobras. As despesas dos 15 dias restantes ficarão com a União como compensação para a petrolífera.
– A cada 30 dias, o preço do combustível será ajustado conforme a política de preços da Petrobras e fixado por mais um mês.
– Não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de cargas
– Tabela de frete será reeditada a cada três meses
– Ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas
– Multas aplicadas aos caminhoneiros em decorrência da paralisação serão negociadas
– Entidades e governo terão reuniões periódicas
– Petrobras irá contratar caminhoneiros autônomos como terceirizados para prestação de serviços
Em nota, a Petrobras comemorou o acordo:
A Petrobras considera o acordo realizado entre o governo e os representantes dos caminhoneiros altamente positivo e um ganho inquestionável para o país.
Do ponto de vista da empresa, o ressarcimento proposto pela União preserva integralmente a política de preços da companhia ao mesmo tempo em que viabiliza maior previsibilidade para os consumidores