domingo, 18 de fevereiro de 2018

Agentes são atacados na Zona Oeste

Agentes são atacados na Zona Oeste

O caso aconteceu no Educandário Santo Expedito
Dois homens efetuaram disparos em direção ao portão da instituição (Foto: Reprodução Internet)
Agentes de Segurança de uma unidade do Departamento Geral de Ações Sócio-Educativas foram atacados por criminosos no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com o presidente do Sind-Degase, João Luiz Pereira Rodrigues, o caso aconteceu na madrugada deste domingo (18), no Educandário Santo Expedito, espaço de internação masculina.
Dois homens em uma moto passaram em frente a unidade e efetuaram disparos em direção ao portão da instituição. Ninguém ficou ferido, mas um dos tiros acertou o muro e outro perfurou o portão e atingiu um bebedouro.
A Polícia Militar não foi acionada e o Degase ainda não se pronunciou.
Por Christiano Pinho, às 18/02/2018 - 15:56
  • Um dos tiros acertou o muro e outro perfurou o portão
  • Um dos tiros acertou o muro e outro perfurou o portão
  • Um dos tiros acertou o muro e outro perfurou o portão
  • Um dos tiros acertou o muro e outro perfurou o portão

sábado, 17 de fevereiro de 2018

DIA ESTADUAL DOS AGENTES SOCIOEDUCADORES, parabéns a todos socioeducadores





DIA ESTADUAL DOS AGENTES SOCIOEDUCADORES

(17 DE FEVEREIRO)
O Dia Estadual dos Agentes Socioeducadores em 17 de fevereiro de cada ano, é uma comemoração no Estado brasileiro de São Paulo, que foi instituída pela Lei Nº 16.202 de 20 de abril de 2016.


Essa data comemorativa do Estado de São Paulo surgiu a partir de uma sugestão do SITRAEMFA [Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo], através dos Agentes Socioeducadores paulistas, Maria Helena Machado, Aline Louise Salvador e Edson Brito Cavalcanti, e está relacionada com a data de 17 de fevereiro de 2005, e um movimento grevista histórico de Agentes Socioeducadores paulistas por melhores condições de trabalho, que culminou com demissões (punitivas) de 1751 servidores, em sua maioria atuando então nas sedes da Fundação CASA [Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente], antiga FEBEM [Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor] do Estado de São Paulo, apresentados à sociedade como maus funcionários, espancadores de menores, banda podre da instituição, conforme noticiado pela imprensa à época, e, de acordo com representantes desse trabalhadores, injustamente demitidos, pois a atividade socioeducativa, nos diversos centros de recuperação de adolescentes em conflito com a lei do Estado de São Paulo, normalmente está associada ao estresse no ambiente de trabalho: necessidade de acompanhamento psicológico, falta de tempo para lazer, turnos de trabalho, insatisfação com o local de trabalho, baixos salários, necessidade de afastamento por problemas de saúde, escala de trabalho insuficiente...

Segundo o Projeto de Lei Nº 1.273 de 18 de setembro de 2014 da Assembleia Legislativa de São Paulo, há necessidade de buscar melhores condições de trabalho para os Agentes Socioeducadores paulistas, com a efetivação de um serviço de saúde do trabalhador atuante, no sentido de minimizar os efeitos das demandas psicológicas no trabalho desses agentes, que são elementos estratégicos na promoção do processo da educação, por isso, a instituição desse dia festivo visa criar um momento de reflexão e de busca da melhoria das condições de trabalho desse grupo de educadores, tanto nas relações multiprofissionais quanto em relação ao adolescente, suas famílias e a comunidade.

Para conhecimento, no Brasil, o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] ou Lei Nº 8.069 de 13 de julho de 1990 regulamenta quais são e em que casos devem ser aplicadas as medidas socioeducativas a adolescentes que cometeram atos infracionais, e, por sua vez, uma orientação de 2006 do SINASE [Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo], informa as diretrizes de como deve ser a execução das medidas, bem como a estrutura física e organizacional das unidades de atendimento socioeducativo, visto que a internação do adolescente em um Centro de Socioeducação não deve ter caráter meramente punitivo; o objetivo maior é a sua ressocialização, cabendo aos Agentes socioeducadores participar desta tarefa, possibilitando condições para que os adolescentes reflitam sobre as consequências de seus atos, mudem o seu modo de pensar e agir e possam voltar ao convívio social. Entretanto, ambos instrumentos tratam muito superficialmente dos profissionais que executam as medidas socioeducativas, e que têm dupla função: socioeducador e de segurança, proporcionando um ganho qualitativo para o Estado do ponto de vista administrativo e de custo, pois duas funções – segurança e socioeducador – puderam ser atribuídas ao mesmo profissional.

Para o exercício da função de agente socioeducador no Brasil, não se exige formação específica, apenas o ensino médio completo. O indivíduo que exerce a função de agente socioeducador, foi aprovado em concurso público, mas não há um preparo direcionado ao desempenho da função propriamente dita, visto que a capacitação recebida apenas dá noções básicas das atribuições que irá executar. Além do salário, em vários Estados brasileiros, o agente socioeducativo recebe algum tipo de adicional pelos riscos que corre, que, no Estado brasileiro de Santa Catarina, por exemplo, se chama adicional de atividade de segurança socioeducativa, e é devido de acordo com a função exercida (fora ou dentro da respectiva unidade), conforme a Lei Complementar Nº 675 de 3 de junho de 2016, mas noutros Estados do Brasil, o agente socioeducador tem que buscar o reconhecimento da necessidade do recebimento do adicional de periculosidade na Justiça do Trabalho, afinal, esse profissional convive intensamente com os adolescentes, pode ser tomado como refém em caso de rebelião e, ao fazer as revistas nos internos, está sujeito a doenças contagiosas, devido ao contato direto com os internos, suas roupas e objetos pessoais.

Como dito acima, os agentes socioeducativos têm como função desenvolver atividades de caráter educativo e de segurança, estando inclusas as ações de cunho preventivo e ainda, ações de cunho interventivo, repressivo, caso a prevenção falhe. A segurança das unidades socioeducativas envolve a complexidade de um sistema que é grade e "tranca", fugas e rebeliões. a segurança, um dos pilares das unidades de socioeducação - "Entendem-se como condições seguras, aquelas que garantem a integridade física, moral e psicológica dos adolescentes, funcionários e visitantes e que promovem a confiabilidade e a estabilidade nas relações interpessoais e intersetoriais de trabalho". Já na função socioeducador, basicamente, a função do agentes socioeducativo é atuar no papel de referência, como, por exemplo, passando informações que contribuam para o aprendizado do adolescente. Pode-se também considerar que cada profissional possui um modelo, uma concepção, do que considera socioeducação e segurança. Como exercem também atividades de segurança, os agentes socioeducativos passam boa parte de seu turno literalmente trancados junto com os adolescentes, vivenciando situações desconhecidas dos demais socioeducadores, os quais têm contato com os adolescentes somente nos atendimentos.

Fontes consultadas:

www.al.sp.gov.br/…
www.al.sp.gov.br/…
funcanews.blogspot.com.br/…
sitsesp.org.br/…
pt.wikipedia.org/…
essencialconcursos.com.br/…
leisestaduais.com.br/…

Fonte: http://datas.blog/dia-estadual-dos-agentes-socioeducadores-17-de-fevereiro/

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Governo federal fará intervenção na segurança do Rio

Governo federal fará intervenção na segurança do Rio

Enquanto a intervenção vigorar, não pode haver alteração na Constituição. Ou seja, nenhuma Proposta de Emenda Constitucional pode ser aprovada.

Andreza Matais, Tânia Monteiro e Vera Rosa
16 Fevereiro 2018 | 00h16
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
O presidente Michel Temer decidiu decretar intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. O Exército irá assumir a segurança pública do Estado, com responsabilidade sobre as polícias, bombeiros e a área de inteligência, inclusive com poder de prisão de seus membros. O interventor será o general Walter Braga Neto. Ele, na prática, vai substituir o governador do Rio na área de segurança pública.
A decisão, segundo apurou a Coluna, contou com o aval do governador do Rio, Fernando Pezão (MDB).
Pela Constituição, cabe ao presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), convocar sessão para que as duas Casas Legislativas aprovem ou rejeitem a intervenção em dez dias. O decreto tem validade imediata.

Enquanto a intervenção vigorar, não pode haver alteração na Constituição. Ou seja, nenhuma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pode ser aprovada. É o caso da reforma da Previdência, que começa a ser discutida na próxima segunda-feira pela Câmara dos Deputados.
A Coluna apurou que uma ideia é decretar a intervenção e suspender seus efeitos apenas por um dia, para votação das mudanças nas regras da aposentadoria.
A decisão foi tomada em reunião tensa, que acabou depois da meia noite entre o presidente Temer, ministros e representantes do Congresso, no Palácio da Alvorada.
No mesmo encontro, Temer bateu o martelo sobre a decisão de criar o Ministério da Segurança Pública. A proposta partiu do presidente do Senado. Não se trata de uma ideia nova, mas foi desengavetada agora pelo Palácio do Planalto, na tentativa de emplacar uma agenda popular, a sete meses e meio das eleições.
Pesquisas encomendadas pelo Planalto mostram que a segurança é uma das principais preocupações da população, ao lado da saúde. Na avaliação de auxiliares de Temer, a iniciativa de decretar a intervenção na segurança pública do Rio e criar um ministério para cuidar da área passa a imagem de que o governo federal não está inerte e age para enfrentar o problema, embora a competência seja nesse setor seja dos Estados.
A Coluna apurou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), precisou ser convencido da decisão. Ele se queixou que não foi convidado a participar de reuniões sobre a crise na segurança desde o início. Maia teria se irritado fortemente com o ministro da Justiça, Torquato Jardim. Inicialmente contra a intervenção no Rio, o deputado foi avisado de que ele seria responsabilizado publicamente pela crise na segurança do Estado e acabou cedendo. Durante o encontro, a situação vivida no Rio foi comparada a uma “guerra civil”.
O decreto com os termos da intervenção será publicado nas próximas horas. O texto foi preparado nesta quinta-feira.
A intervenção é prevista no artigo 34 da Constituição, segundo o qual “a União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para manter a integridade nacional…” O artigo 60, parágrafo primeiro, diz que “a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Agente é encontrado morto dentro de casa em Correntes


Agente  é encontrado morto dentro de casa em Correntes

Publicado em 
TV Jornal
Reprodução/TV Jornal
A Polícia Civil de Pernambuco investiga morte de agente da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), em Correntes, no Agreste de Pernambuco. Abdias Ribeiro da Silva, de 37 anos, era lotado na Funase de Garanhuns, e foi encontrado morto dentro de casa.
De acordo com a Polícia Militar, o agente não apresentava marcas de violência. Até o momento nenhuma linha de investigação foi descartada. O corpo de Abdias Ribeiro da Silva foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, também no Agreste

Pagamento da folha do Estado muda do Banco do Brasil para o Bradesco



Pagamento da folha do Estado muda do Banco do Brasil para o Bradesco

5
   
O governo do Estado anunciou, nesta sexta-feira (29), que a administração do pagamento da folha de servidores ativos, aposentados e pensionistas em breve não será mais feita pelo Banco do Brasil, mas sim pelo Bradesco.
A secretária da Administração, Livânia Farias contou que a mudança acontece porque o contrato com o Banco do Brasil acabou e o Estado achou a proposta apresentada pelo Bradesco no processo de licitação mais vantajosa. A apuração é da jornalista Sandra Macedo, da Rádio Correio.
Livânia Farias garantiu que nenhum servidor será prejudicado pela mudança. Segundo ela, ficou acertado com o Bradesco que novas agências deverão ser abertas para assegurar atendimento a todos os servidores.
A previsão do Estado é que 300 empregos diretos e 200 indiretos sejam gerados nessa transição, que deve ser finalizada no prazo máximo de 90 dias.
Atualmente, o Estado desembolsa cerca de R$ 330 milhões mensalmente com o pagamento de 130 mil servidores. Neste montante estão incluídos também os gastos com prestadores de serviço.
O governo não comentou a possibilidade de o servidor optar pela portabilidade e continuar recebendo suas remunerações pelo Banco do Brasil. No entanto, procurado pelo Portal Correio, o secretário do Procon-JP, Helton Renê, destacou que esse é um direito do servidor, assegurado por Lei Federal.
“Caso prefira, o servidor poderá sim continuar recebendo pelo Banco do Brasil e isso não acarretará a ele nenhum custo ou taxa. A portabilidade é um direito e, portanto, gratuito”, enfatizou Renê

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Concurso tem 416 vagas nas penitenciárias de SP

Concurso tem 416 vagas nas penitenciárias de SP

Larissa Quintino
do Agora
A SAP (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária) tem concurso público com 416 vagas abertas. A maioria das oportunidades, 316, é para candidatos com ensino médio completo.
As inscrições podem ser feitas até o dia 23 de fevereiro no site da MS Concursos (www.msconcursos.com.br). As taxas de inscrição são de R$ 40, para candidatos de nível médio, e R$ 65, para nível superior. O edital está disponível no site.
A carreira com mais vagas é a de oficial administrativo, com 265 colocações. O salário oferecido para a jornada de 40 horas é de R$ 1.544, já com o adicional de insalubridade. Há também bônus por desempenho de R$ 190
prazo de inscrição do concurso daSAP/SP (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária de São Paulo). Sob organização da MS Concursos, a seleção visa o preenchimento de 416 vagas, sendo 316 são para cargos com exigência de ensino médio e 100 para nível superior
As inscrições serão recebidas até o dia 23 de fevereiro. A ficha de cadastro está disponível no endereço eletrônico da MS Concursos (www.msconcursos.com.br). Os valores da taxa de participação são de R$ 40 para ensino médio e R$ 65 para nível superior. 
O candidato poderá se inscrever para mais de um cargo, desde que a prova objetiva seja aplicada em dias distintos, especificado a seguir: no dia 24 de março para oficial administrativo, técnico de enfermagem, agente técnico de assistência à saúde (assistente social, psicólogo e terapeuta ocupacional), cirurgião dentista e enfermeiro; e dia 25 de março para analista administrativo e analista sociocultural - pedagogo.

Nível médio e técnico

Das vagas para cargos de ensino médio, 265 são para a carreira de oficial administrativo, que é comum para toda a administração pública estadual, com atribuições específicas variando de acordo com o órgão de lotação. Neste caso, a remuneração inicial da categoria é de R$ 1.544 acrescido do Prêmio de Desempenho Individual (PDI) de até R$ 190.
Ainda no caso de ensino médio, o concurso da SAP/SP 2018 conta com 51 vagas para o cargo de técnico de enfermagem, com remuneração inicial de R$ 1.754,74. Neste caso, além da escolaridade, os interessados deverão possuir formação de cunho técnico.

Nível superior

Para nível superior, as vagas são para o cargo de agente técnico de assistência à saúde nas especialidades de psicólogo (23), assistente social (22) e terapeuta ocupacional (5), com R$ 2.179,02 para as duas primeiras funções e R$ 2.389,02 para a última, além de analista sociocultural - pedagogo (5 vagas, R$ 2.570,84 acrescido do Prêmio de Desempenho Individual de até R$ 374,50) e analista administrativo (25, R$ 2.570,84, acrescido do PDI de até de até R$ 374,50).
Por fim, há mais oito vagas para cirurgião dentista, com R$ 3.243,02; e 12 postos para a carreira de enfermeiro, com inicial de R$ 2.885,83. 

Provas do concurso da SAP/SP 2018

concurso da SAP/SP 2018 será constituído de uma única etapa: prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório. A avaliação será aplicada na capital paulista para os cargos de analista sociocultural - pedagogo e agente técnico de assistência à saúde - terapeuta ocupacional, e nas cidades de São Paulo, Bauru, Campinas, Presidente Prudente e Taubaté para as demais carreiras. A previsão é de que as provas sejam realizadas nos dias 24 e 25 de março. 
Para os cargos de agente técnico de assistência à saúde, cirurgião dentista e enfermeiro, a seleção contará com cinco questões de conhecimentos gerais e 35 de conhecimentos específicos. 
Para analista sociocultural - pedagogo serão 70, sendo 20 de língua portuguesa, cinco de matemática, 15 de conhecimentos gerais e 30 de conhecimentos específicos. Para analista administrativo serão 30 de língua portuguesa, cinco de matemática, 40 de conhecimentos gerais e cinco de conhecimentos de informática. 
Para o cargo de oficial administrativo serão 30 de língua portuguesa, cinco de matemática, 20 de conhecimentos gerais e cinco de conhecimentos de informática, enquanto que para técnico de enfermagem serão 10 de língua portuguesa, 10 de matemática, 10 de conhecimentos gerais e 20 de conhecimentos específicos. 
As provas serão elaboradas em quatro versões diferentes, com questões contando com cinco alternativas. Os exames contarão com limite de 100 pontos, sendo necessário atingir um mínimo de 50 para ser aprovado.    
A previsão do órgão é de aproximadamente 38 mil inscritos

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Governo reduz 10.3% em segurança pública

Governo Temer reduz em 10,3% gastos em políticas de segurança pública

"A União está abrindo mão de um protagonismo para a indução de mudanças estruturais e está se contentando com ações de resultados midiáticos e eleitorais", afirma pesquisador da UnB
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Segurança_Pública
Para Arthur Trindade, Brasil segue sem ter qualquer política de segurança pública para reduzir a violência
São Paulo – Um retrato preocupante do padrão de violência no país no revelado nesta segunda-feira (30) por meio do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Com base em indicadores de 2016, os dados mostram que 61.619 pessoas foram assassinadas de maneira violenta – o maior número já registrado pelo estudo em uma década. Dito de outra forma, os 61 mil assassinatos cometidos no Brasil equivalem ao total de vítimas da explosão da bomba atômica em Nagasaki, no Japão, em 1945.
Entre tantas informações apresentadas no Anuário, como roubo seguido de morte (2.703 pessoas morreram em latrocínios), letalidade das polícias (4.224 pessoas vítimas de intervenções policiais), desaparecidos (71.796 notificações de pessoas desaparecidas), estupros (49.497 ocorrências registradas), entre outras. No entanto, há uma que passou quase que despercebida: os gastos com políticas públicas de segurança.
Segundo o documento, União, estados e municípios gastaram, juntos, R$ 81 bilhões em 2016. Aparentemente elevada, a cifra representa, na prática, uma redução de 2,6% em relação ao ano de 2015. Quando analisado de modo separado dos entes federados em segurança pública, o dado indica que o governo federal, sob a presidência de Michel Temer (PMDB), foi quem menos investiu – uma redução de 10,3%, a maior verificada desde que o Anuário começou a ser elaborado pelo Fórum Brasileiros de Segurança Pública.
“Não basta aumentar os gastos em segurança para se diminuir os crimes. Agora, é pouco provável que reduzindo os gastos o quadro vai mudar. O dado mais relevante não é a queda geral dos gastos em segurança, mas é a queda dos gastos do governo federal”, afirma Arthur Trindade, professor de sociologia da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Ele explica que, no Brasil, os principais responsáveis pela aplicação de recursos em segurança pública são os estados, com cerca de 90% do total. Trata-se de dinheiro utilizado para pagamento de salários, previdência e custeio. No que se refere a investimentos, os repasses do governo federal são a principal fonte, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública – que no governo Temer teve uma redução de 30,8%. Conforme Arthur Trindade, esses recursos são prioritariamente destinados a aquisição de equipamentos de proteção, viaturas, armamentos, construção de novas instalações e implementação de projetos.
“Se a gente quer mudar o quadro e fazer diferente, os investimentos são fundamentais, como criar um programa novo ou capacitar os policiais em uma nova tecnologia. Caso contrário, vamos continuar sempre no 'mais do mesmo'. Então essa redução dos gastos federais significa redução em investimentos. E isso agrava ainda mais porque, além de reduzir os gastos em segurança pública, a União está direcionando os gastos para a Força Nacional”, avalia o professor.
Enquanto o ajuste fiscal do governo federal cortou recursos em praticamente todas as áreas, não faltou verba para a Força Nacional, cujo aumento, em 2016, foi de 73,6% em comparação com o ano anterior.
“A Força Nacional é um grande band-aid. Ela é cara, os policiais são pagos com diárias, e ela é empregada nos estados para ações emergenciais, ficando algumas semanas e não incidindo na questão estrutural. Ajuda muito pouco. Com esse desenho orçamentário, a União está abrindo mão de um protagonismo para a indução de mudanças estruturais em segurança pública e está se contentando com ações imediatas e de resultados normalmente midiáticos e eleitorais”, afirma Arthur Trindade.

Luz, câmera, ação

A mágica contábil para aumentar em 73,6% os recursos da Força Nacional passa pelas mãos do ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante sua gestão à frente do ministério, ele alterou a lei que rege o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), permitindo que tais recursos possam ser destinados ao custeio da Força Nacional. A medida, somada a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou que o Ministério da Justiça não contingenciasse o Funpen, fez com que os recursos do Fundo Penitenciário Nacional aumentassem em 80,6% em 2016.
“O aumento do Fundo Penitenciário, que em tese seria bem vindo, na verdade não é bem isso, porque está sendo empregado para custear a Força Nacional. Por isso que nesse cenário todo de redução de gastos há o aumento dos recursos para a Força Nacional”, explica o membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Arthur Trindade ainda destaca outra alteração na legislação, que permitiu o ingresso de ex-militares das Forças Armadas, uma medida que, segundo ele, agrava ainda mais a “precariedade da Força Nacional”.
“Se o seu emprego já é na forma de band-aid, com pouquíssimos efeitos a médio e longo prazo, agora piorou mais ainda, com pessoas que não são da área e sem nenhum treinamento especial”, afirma, reforçando a falta de conhecimento desses militares na atividade de policiamento. “No pouco tempo que ficou lá, ele fez muita coisa ruim”, afirma Arthur Trindade, se referindo à passagem de Alexandre de Moraes pelo Ministério da Justiça.
Crítico da utilização da Força Nacional como política pública de segurança, ele questiona o que um contingente de 100 ou 200 policiais pode fazer quando é enviado para algumas cidades brasileiras. Mas ele mesmo trata de responder. “Se do ponto de vista prático a Força Nacional contribui muito pouco para a mudança da situação a médio e longo prazo, do ponto de vista midiático e eleitoral, é uma ação muito concreta. É muito mais interessante enviar a Força Nacional do que repassar recursos equivalentes ao que será gasto com ela. Isso dá uma manchete, o ministro aparece, mas efetivamente tem poucos efeitos. Então essa guinada tem muito mais a ver com pretensões eleitorais do que com uma política de segurança pública efetiva”.

Cenário do país

Em que pese a crítica ao modo como o governo Temer tem usado os recursos públicos na área da segurança, o professor de sociologia da UnB pondera que o contexto de violência no Brasil é consequência de muitos anos sem investimento e política específica para enfrentar o problema, o que inclui o período da presidência de Dilma Rousseff.
Ele lembra que, na campanha de 2010, a proposta da então candidata era incrementar e aperfeiçoar o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), criado no governo Lula. Após a eleição, no começo de seu governo, o então ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, chegou a apresentar o Plano Nacional de Redução de Homicídios, uma proposta que, no entanto, não foi adiante.
Para Arthur Trindade, a razão talvez tenha sido alguma orientação política, em função da dimensão do problema. “Governantes têm muita dificuldade em trazer, para dentro do palácio, o problema da criminalidade. Não é bom, do ponto de vista midiático e do marketing político. Todos os marqueteiros aconselham manter distância desse tema, porque só traz desgosto”, diz ele. “O Plano Nacional de Redução de Homicídios foi o único programa elaborado com foco específico e isso já era diferente. Então, estamos basicamente há sete anos sem nenhuma iniciativa do governo federal voltada para a redução de homicídios. E os dados estão aí.”
Para 2018, ele diz que os dados de homicídios computados até o mês de setembro de 2017 já superam os do ano passado em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, assim como o número de policiais mortos no Rio de Janeiro.
“O prognóstico para o ano que vem é muito ruim. Vamos entrar em 2018 com aumento de homicídios, queda nos gastos e sem nenhuma política nacional para o tema, que é o que mais impressiona. Não temos nada”, lamenta