domingo, 12 de novembro de 2017

Por que Bolsonaro silenciou em votações de projetos de lei da "bancada da bala"?

Por que Bolsonaro silenciou em votações de projetos de lei da "bancada da bala"?

Luís Adorno
Do UOL, em São Paulo 

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Procurada, assessoria do parlamentar disse que só veria e-mails na semana que vem
Com intenção de se candidatar a presidente em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que costuma utilizar pautas conservadoras em discursos e posições, não se pronunciou em nenhuma das últimas cinco sessões que tinham em pauta o endurecimento de leis da segurança pública, assunto presente em muitos de seus discursos. Todos os textos, aprovados, seguirão para apreciação do Senado.
Em três dias, entre 7 e 9 de novembro, cinco projetos de lei da chamada "bancada da bala" foram aprovados na Câmara dos Deputados. Bolsonaro marcou presença em todas as sessões. No entanto, não pediu a palavra em nenhum momento.

UOL solicitou uma entrevista ao deputado. Até a publicação desta reportagem, a assessoria de imprensa não retornou o pedido. Com o feriado na próxima quarta-feira (15), a Câmara não terá nenhum dia de votações na semana que vem. Às 12h40 desta sexta-feira (10), a assessoria solicitou que o pedido fosse feito via WhatsApp porque só veria os e-mails na semana que vem.
Na terça-feira (7), foram aprovados o projeto que obriga as operadoras de telefonia celular a instalarem bloqueadores de sinal em presídios e o outro extingue o atenuante de penas para pessoas entre 18 e 21 anos de idade que tenham cometido crimes.
Na quarta (8), os deputados aprovaram o texto que extingue a progressão de pena para os acusados de matar policiais. E ontem (9), foram aprovados projetos de lei para a criação de cadastro nacional de desaparecidos (pauta menos conservadora das cinco) e que tornam mais rígidas as regras para a saída temporária de presos.
A pouco menos de um ano das eleições, os projetos que endurecem a segurança pública, com apoio de deputados da bancada da bala, vêm na esteira de lei aprovada no final de outubro deste ano, quando o presidente Michel Temer (PMDB) sancionou o projeto que transformava em crime hediondo o porte e a posse de armas de uso exclusivo das Forças Armadas.
O apoio do Planalto às mudanças nas leis de segurança pública já havia sido anunciado em agosto pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen.

Qual seria a estratégia por trás do silêncio?

Especialistas se dividem. Segundo Vera Chaia, professora de ciência política da PUC-SP, Bolsonaro usa uma estratégia de amenidade para conseguir mais eleitores. Para Luiz Radfahrer, professor de Marketing Político da USP, o deputado tem medo de ser penalizado por fazer campanha antes da hora.
"Ele está se resguardando, não está radicalizando as posições neste momento para não perder eleitorado. É um bom senso dele de não opinar num espaço que vai ter oportunidade. Até porque ele já teve vários processos. Acho que agora ele está pensando antes para depois falar. Amenizar a imagem dele para um eleitorado que ainda está escolhendo seus candidatos", analisou, a pedido do UOL, a professora Vera.
Já segundo o professor Radfahrer, "está todo mundo desesperado para tirar ele da jogada, porque ele é perigoso. Ele e o Lula são os caras que estão mais desesperados para jogar corretamente, porque qualquer atravessar sinal amarelo vai tirar os caras da jogo. Porque o Tribunal Superior Eleitoral está com o olho gordíssimo sobre eles", afirmou.

Não falou na Câmara, mas qual a opinião de Bolsonaro?

Atenuantes de penas para menores de 21 anos (PL 1383/15)
Atualmente, o Código Penal brasileiro prevê que culpados menores de 21 anos à época do crime tenham um atenuante automático da pena e uma redução pela metade dos prazos de prescrição da mesma - isto é, do tempo total para que o crime seja julgado. Ou seja, se um crime prescreve em até 10 anos, para pessoas nessa idade a prescrição cai a 5. Pelo novo projeto, porém, não haveria mais essa redução.
Diretamente sobre o projeto de lei, Bolsonaro nunca se posicionou. No entanto, sobre a redução da maioridade penal e sobre atenuantes para pessoas em conflito com a lei, o parlamentar sempre se posicionou de maneira conservadora. No programa "Mariana Godoy Entrevista", da RedeTV!, o deputado chegou a afirmar que o ideal seria a maioridade penal, que hoje é de 18 anos, seja reduzida para 14.
Bloqueadores de sinal em presídios (PL 3019/2015)
Sobre o projeto em si, Bolsonaro também nunca se posicionou publicamente. Mas, em agosto deste ano, durante uma entrevista a uma rádio pernambucana, o deputado sugeriu, para não haver problemas de ligações de presos, a construção de penitenciárias agrícolas na Amazônia. "Lá não tem sinal de telefone. É satélite", argumentou à rádio Jornal de Caruaru.
"De acordo com o tipo de crime, o elemento vai para lá, de acordo com a sua condenação. Lá você não vai ter problema de o elemento ficar coordenando a criminalidade porque não tem sinal de telefone. É por satélite. E lá talvez você poderia implementar algo voltado para a agricultura, botar os caras para trabalhar. E tirá-los realmente do convívio da sociedade que ele tanto agride", disse Bolsonaro.
Condenados por matar policiais (PL 8504/17)
Militar da reserva, Bolsonaro sempre manteve posicionamento na defesa de policiais e de militares do Exército. O deputado também nega que o Brasil tenha vivido uma ditadura e, constantemente, reforça avanços que teriam existido com os militares no
Mas, durante a divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2015, ele defendeu a morte de civis pela PM (Polícia Militar). "Eu acho que essa Polícia Militar do Brasil tinha que matar é mais. Quase metade dessas mortes são em combate, em missão", disse. Em outubro deste ano, o parlamentar defendeu a venda de pistolas .50 "para nós evitarmos o policial civil, militar, um PRF, ao abater um inimigo, que estava atirando nele, seja condenado por excesso".
Cadastro de desaparecidos (PL 6699/2009)
Sobre a criação de um cadastro nacional de desaparecidos, a única pauta, entre as cinco, mais progressista, prevê que o cadastro passará a reunir informações de cidadãos de qualquer idade e institui uma política nacional para o tema. Bolsonaro também nunca se manifestou sobre o assunto.
No entanto, sobre desaparecidos, o deputado sempre se envolve em polêmicas quando o assunto passa pelos desaparecidos políticos da ditadura. Em 2009, ele chegou a fazer um protesto contra as indenizações "bilionárias" concedidas aos ex-presos políticos e familiares de desaparecidos forçados. "A mentira deles não é a verdade da história. O povo tem de dar graças a deus aos militares."
Saída temporária de presos (PL 388/2015)
Na Câmara, durante a votação, ele não se posicionou. No entanto, sempre se demonstrou contra o benefício da saída temporária. Em fevereiro deste ano, ele gravou um vídeo, na região do presídio da Papuda, em Brasília, criticando os presos que estavam deixando o cárcere para a saída temporária do Carnaval.
"Lógico, reconheço que alguns aí cometeram crime de pequeno potencial, mas tem muito bandido aí que não tem recuperação, não. Saidão de Carnaval, é isso aí, vamos sambar. Dinheirinho no bolso, auxílio reclusão, alguns têm até bolsa família, numa boa, isso aí é Brasil. Tá ok? Essa mamata vai acabar, hein, galera?! Pode esperar", narrou.
Recentemente, pelo Twitter, Bolsonaro afirmou: "Se o marginal não quer perder direitos, que pense 1000 vezes antes de matar ou estuprar alguém. Cadeia também é pra pagar seus erros, não é colônia de férias

sábado, 11 de novembro de 2017

Com reforma trabalhista, hospital de SP elimina folga para quem trabalhar durante o feriado


Com reforma trabalhista, hospital de SP elimina folga para quem trabalhar durante o feriado

RENATO JAKITAS - O ESTADO DE S.PAULO
10 Novembro 2017 | 16h51

Para advogada, funcionários podem recorrer na Justiça; com cerca de 700 trabalhadores, a nova medida impacta uma boa parte da equipe do hospital Dom Alvarenga

Com a entrada em vigor da reforma trabalhista neste sábado, 11, um hospital da zona sul da cidade de São Paulo decidiu cancelar o direito a folgas e remuneração em dobro até então pagas para quem trabalha durante o feriado. A mudança – anunciada em um comunicado que aponta a Lei 13.467/2017, pela qual foram sancionadas as novas regras trabalhistas, como referência da decisão – vai atingir exclusivamente os funcionários que cumprem a escala de um dia trabalhado para um dia de folga.



++Em pronunciamento, ministro do Trabalho reforçará discurso de que reforma 'não retira direitos'
++Leia mais notícias no portal de E&N
O comunicado direcionado pela administração do hospital "aos colaboradores 12x36h" (submetidos à jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso) indica o trecho exato da nova lei trabalhista que altera folgas e remuneração de quem trabalha em feriados. "Com o início da vigência da Lei 13.467/2017 em 11/11/2017, (a) qual altera alguns artigos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), a Súmula 444 do TST (Tribunal Superior do Trabalho) – que assegurava folga em dobro nos feriados trabalhados – perderá a eficácia, passando a vigorar o Artigo 59-A da nova CLT", diz o texto (veja foto abaixo).
++Pergunta e resposta: o que muda com a reforma trabalhista
Com cerca de 700 funcionários, a nova medida impacta uma boa parte dos funcionários do hospital Dom Alvarenga, que funciona no bairro do Ipiranga. A escala 12h x 36h é adotada para os profissionais que atuam diretamente no atendimento aos pacientes.
++ARTE Entenda a reforma trabalhista

Com reforma trabalhista, hospital de SP elimina folga para quem trabalhar durante o feriado
Comunicado fixado na parede do hospital Dom Alvarenga, na zona sul de SP Foto: Renato Jakitas

HÉLIO ZYLBERSTAJN Quem perde com a reforma trabalhista?
"Temos muitos funcionários também no modelo de seis dias trabalhados por um dia de descanso. Mas esses continuam contando com as folgas de feriado", afirma Camila Tinti, do departamento jurídico do hospital.
Para a advogada Flavia Azevedo, sócia da área trabalhista do escritório Veirano Advogados, a medida adotada pelo hospital pode ser questionada na Justiça. Segundo ela, a nova CLT deixa margem de interpretação por parte dos juízes se mudanças como estas valem apenas para novos contratos de trabalho ou podem ser aplicados para contratos antigos.
"Até agora, nas conversas e eventos que participei, os juízes estão se manifestando contrários a mudanças como essas. O entedimento parece ser de que essa alteração para contratos antigos pode ser prejudicial ao trabalhador", afirma Flavia.
Como justificativa para a afirmação, a especialista cita justamente o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, segundo o comunicado do hospital, perderia a validade. Em 2012, o TST publicou a súmula 444 afirmando que feriados trabalhados na escala 12h x 36h são remunerados em dobro

Reforma trabalhista: mudança em regras da CLT começa a valer


Reforma trabalhista: mudança em regras da CLT começa a valer

11/11/2017 | 07:10 - Atualizado em 11/11/2017 - 09:17
DE A TRIBUNA ON-LINE 

Veja o que continua igual e as principais mudanças que afetam os trabalhadores brasileiros

Novas regras da reforma trabalhista, aprovadas em julho, passam a valer neste sábado (Foto: Divulgação/MTE)
Começa a valer neste sábado (11) a reforma trabalhista, que modifica mais de 100 pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Após muita polêmica e protestos, principalmente das centrais sindicais, o texto-base da proposta foi aprovado pelo Senado em 11 de julho, com 50 votos favoráveis e 26 contrários, além de 1 abstenção. 
Com as novas regras, chega ao fim a contribuição sindical obrigatória de um dia de salário dos trabalhadores (se torna opcional).
Há também mudanças nas férias, que poderão ser parceladas em até três vezes no ano, e novas regras para o trabalho remoto, também conhecido como home office. Os trabalhadores que desejam pedir demissão do emprego poderão ainda entrar em acordo com o trabalhador para garantir alguns benefícios. 
A Tribuna On-line separou algumas das mudanças principais que ocorreram na CLT:
> FériasCom a nova lei em vigor, o trabalhador mantém o direito a 30 dias de férias. A diferença está no fracionamento que, até então, só era permitido em até duas vezes. Agora, os dias de descanso podem ser divididos em até três períodos, sendo que o primeiro período não pode ser menor que 14 dias. 
Na hora de inciar as férias, não podem ser escolhidas as datas que antecedem feriados ou os dias de intervalo. A escolha do mês de férias segue como prerrogativa da empresa.
> Demissão consensualAs novas regras da Reforma Trabalhista criaram uma nova possibilidade para o funcionário se desligar da empresa, em acordo prévio com o empregador.
O trabalhador terá menos direitos do que se fosse demitido, porém mais do que se pedisse as contas. Pela demissão consensual, o empregado receberá metade do aviso prévio, se for indenizado, e não o valor total, como ocorreria se fosse mandado para o olho da rua.
Já a multa rescisória sobre o saldo do FGTS será de 20% e não de 40%, como quando o funcionário é demitido. Nos casos em que o próprio empregador pede para sair, não há esse bônus. Veja aqui outras mudanças sobre essa questão.
> Despesas de ações na JustiçaO acesso à Justiça do Trabalho ficará mais restrito e caro. Caso tenha o pedido judicial julgado improcedente, o trabalhador terá de pagar os honorários do advogado da empresa, em percentuais que poderão variar de 5% a 15% do valor da sentença, conforme decisão do juiz.
Se, por exemplo, a ação tiver três requisições e só uma delas for julgada procedente, o trabalhador vai ganhar o dinheiro por esse direito reconhecido, mas terá de pagar honorários pelos outros dois pedidos negados. Na regra antiga, o funcionário que entrasse com a ação não pagava nada. Confira outras informações sobre a mudança das ações judiciais. 
> Contrato temporárioAs contratações deste fim de ano vão ocorrer com as novas regras em vigor. Embora as mudanças não mexam nos direitos dos temporários - que são praticamente os mesmos dos efetivos -, os contratos desta vez poderão ter duração maior.
É que a lei de terceirização aprovada em março pela Câmara dos Deputados e sancionada pelo presidente Michel Temer aumenta o prazo máximo de contratação temporária, de três para seis meses, com possibilidade de renovação. Veja mais detalhes sobre essa questão.
> Jornada de trabalho e home officeSe bem negociada com o empregador, com as mudanças, a jornada de trabalho poderá oferecer flexibilidade de horário ao empregado.
A reforma aumenta para até 12 horas o período diário de trabalho, mas mantém a jornada semanal em 44 horas e a mensal em 220 horas. Com isso, o contratado pode propor, por exemplo, uma jornada diária de dez horas, de segunda a quinta-feira, e de quatro horas na sexta-feira.
As mudanças trabalhistas também tornam-se interessantes às pessoas que trabalham de suas casas. Na atual CLT, não há nada previsto. No entanto, a partir deste sábado (11), tudo está regulamentado. 
Quem trabalha em casa receberá por produtividade, e não por horas trabalhadas.
Itens da CLT que continuam iguais
Apesar de tantas mudanças, os direitos básicos do empregado brasileiro não serão alterados. Confira abaixo na imagem o que continua igual na CLT:

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Lei que agiliza pensão para famílias de agentes públicos mortos passa a valer

Lei que agiliza pensão para famílias de agentes públicos mortos passa a valer

A medida vale para bombeiros, agentes penitenciários da SEAP e do Degase, além de policiais civis e militares

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Placas com nomes de PMs mortos em 2017 - Antonio Scorza/25-07-2017 / O Globo
RIO - Uma lei que concede pensão a familiares de agentes públicos mortos mais rápido passou a valer nesta sexta-feira. O texto da lei 7.779/17, sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão, foi publicada nesta sexta no Diário Oficial. A medida vale para bombeiros militares, agentes penitenciários da SEAP e do Degase, além de policiais civis e militares.
Uma das principais determinações da medida é que os documentos necessários para o requerimento do benefício - como o exame cadavérico e registro de ocorrência - sejam enviados pela polícia diretamente ao órgão responsável pela pensão. Atualmente, os parentes do agente são responsáveis por obter os documentos.
Assinam a lei a deputada Martha Rocha (PDT), e os deputados Zaqueu Teixeira (PDT), Paulo Ramos (PSol), Wagner Montes (PRB) e Flávio Bolsonaro (PSC).
Nesta sexta-feira, morreu em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, o 117º policial militar no Rio. O soldado, identificado como Joubert dos Santos, foi baleado no pescoço e chegou a ser socorrido ao Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era lotado no 7º BPM (São Gonçalo

Nem a Rota entra em favela de SP, afirma diretora da polícia de Alckmin

Nem a Rota entra em favela de SP, afirma diretora da polícia de Alckmin

     COTIDIANO• ROGÉRIO PAGNAN - DE SÃO PAULO• 09/11/2017 - 17:24

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Diretora do Departamento de Homicídios da Polícia Civil de São Paulo, a delegada Elisabete Sato disse nesta quinta-feira (9) que o Estado vive um período "muito complicado" para a segurança pública e que até mesmo a Rota, a tropa de elite da PM, não tem conseguido entrar em favelas da capital paulista.

Essa é a primeira vez que um integrante da cúpula da Segurança Pública do governo Geraldo Alckmin (PSDB) admite haver territórios controlados pelo crime, como ocorre no Rio de Janeiro. Alckmin é pré-candidato à Presidência da República.

A delegada, uma das mais respeitadas da polícia e com 40 anos de carreira, falou sobre homicídios e latrocínios durante evento do MPD (Ministério Público Democrático) em São Paulo. Também participaram do encontro promotores, jornalistas e o comandante da Polícia Militar na região central da cidade.

Aos presentes, Elisabete Sato disse que vivemos um "caos social" que provocou mudanças na população e, em especial, nas favelas paulistanas. Disse ainda que não será a polícia sozinha que conseguirá resolver um problema social dessa magnitude -que passa por todo o sistema da Justiça criminal, incluindo "legislações arcaicas".

"A realidade mudou. As favelas, as comunidades mudaram. Nas últimas semanas tivemos o duplo homicídio das meninas [de três anos] e para entrar lá naquela favela do Jardim Lapena [zona leste], entramos porque foi homicídio. É muito complicado. A gente precisa muito pensar nessas coisas", disse ela, em referência ao estupro e assassinato de Beatriz Moreira dos Santos e Adrielly Mel Severo Porto.

A delegada continuou. "Eu converso muito com nossos investigadores. E nossos investigadores me falaram na semana passada: 'Diretora, está difícil entrar em Paraisópolis [...] Nem a PM nem a Rota estão entrando lá'", disse.

Paraisópolis é uma das maiores favelas de São Paulo e um dos principais redutos da facção criminosa PCC na capital. É de lá que Francisco Antônio Cesário da Silva, o Piauí, ordenou em 2012 a morte de PMs em São Paulo e que, no mesmo ano, levou a PM a ocupar a comunidade.

Ainda de acordo com a delegada, além do crime organizado a ser enfrentando, há um problema da própria forma como a sociedade vê seus policiais. "A população odeia a sua polícia. Qualquer lugar que a gente vá, a polícia é hostilizada. O que está acontecendo?", disse.

Presente no mesmo evento e indagado sobre o assunto, o coronel da PM Francisco Alves Cangerana Neto negou haver áreas controladas por criminosos e repetiu a versão oficial sustentada pelo governo."Posso afirmar aqui que a polícia entra em qualquer área em São Paulo, tranquilamente. Evidentemente que tem locais que precisa ter precaução com segurança", afirmou ele. "É óbvio que tem local que tem o risco muito grande, por isso é preciso ter o ferramental adequado, as táticas adequadas para entrar. Mas afirmamos aqui que entramos em qualquer local em São Paulo."

As declarações levaram parte do público presente ao evento a questionar se há o risco de São Paulo "tornar-se "um Rio de Janeiro", com uma série de áreas controladas por criminosos armados. "São Paulo não vai virar um Rio", disse o coronel. "Já respondi essa pergunta 26 anos atrás. E volto a responder de novo: Não vai acontecer em São Paulo", afirmou ele.

O presidente do Conseg (Conselho de Segurança) do Portal do Morumbi, Celso Cavallini, disse que Sato tem razão em suas afirmações. Disse que há determinados momentos e circunstâncias que os carros da polícia, tanto Civil quanto Militar, não entram na região. "Esses dias atiraram numa viatura da Rota que estava perseguindo uma moto roubada."

Cavallini disse ainda que alguns policiais evitam entrar na favela porque o risco de confronto é grande e os policiais são transferidos de batalhão quando há mortes em confronto.

Em nota no início da noite, o secretário Mágino Alves Barbosa Filho (Segurança Pública) reagiu à afirmação da delegada da Polícia Civil. "A afirmação de que as polícias de São Paulo têm dificuldade em cumprir seu trabalho, seja em comunidades ou em qualquer outro lugar, é o mais completo absurdo." Ele cita operações e prisões recentes na favela de Paraisópolis.

Também em nota, o comandante interino da PM, coronel Mauro Ricciarelli, e o delegado-geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin, foram na mesma linha do secretário.

O líder comunitário Gilson Rodrigues também afirmou que a delegada está equivocada em relação à realidade de Paraisópolis que, segundo ele, é uma comunidade acolhedora e está muita distante do cotidiano das favelas do Rio. "Aqui você não vê ninguém com fuzis vendendo drogas. O governador vem tomar café aqui de 15 em 15 dias: como a polícia não vem?

SERVIDORES DA CARREIRA SOCIOEDUCATIVA INICIAM LUTA CLASSISTA APÓS ATO PÚBLICO.

SERVIDORES DA CARREIRA SOCIOEDUCATIVA INICIAM LUTA CLASSISTA APÓS ATO PÚBLICO.

No dia 06/11/2017 os servidores da carreira socioeducativa promoveram Assembleia Geral Extraordinária, seguida de Ato Publico em Defesa do Sistema Socioeducativo. A manifestação contou com a participação dos aprovados no concurso da SECRIA.
Para o presidente do SINDSSE/DF o ato foi uma forma dos servidores mostrarem luto e homenagearem os colegas envolvidos na ocorrência de tentativa de homicídio e por todos aqueles os quais sofreram algum atentado no Sistema Socioeducativo.
O evento representou também a indignação dos Servidores diante das notícias informais sobre a retirada de direitos conquistados com muito suor pela categoria. Estes fatos foram relevantes para despertar os servidores que há tempos estavam desmotivados.
Em Assembleia ficou decidido pela realização de outro ATO em frente a SECRIA, seguido de carreata até o palácio do Buriti, caso não haja um diálogo e caso nossos direitos sejam novamente ameaçados.
Nessa semana POSSIVELMENTE teremos reunião com o secretário da pasta. E destacamos bem o POSSIVELMENTE tendo em vista virmos percebendo um aparente desinteresse por parte dos senhores secretario e subsecretário em dialogar em prol de efetivos melhoramentos para a carreira socioeducativa, com o SINDSSE, legítimo representante da carreira socioeducativa. No caso de avanços, comunicaremos a categoria.
Agradecemos a todos os servidores e futuros servidores que compareceram ao Ato. Não nos calaremos perante o desrespeito ao direito maior que é a vida dos servidores.
Restou decidido como pauta geral:
1 – Reestruturação da Carreira: encaminhamento do projeto ao Legislativo.
2 – GTIT – desindexar a gratificação para vincula-la ao vencimento. Garantindo tratamento isonômico em relação às demais categorias.
3 – Cumprimento do acordo de greve realizado em 2015.
4 – Priorizar a contratação de servidores para o Sistema Socioeducativo e o cumprimento do cronograma de nomeações apresentado pelo SINDSSE/DF.
5 – FIM da perseguição e coação contra os servidores.
6 – Disponibilizar efetivamente equipamentos para gerenciamento de crise como: spray espargidor, tonfa, capacete antitumulto, colete antiperfurantes, coletes balísticos para escoltas, escudos antitumulto, capa antichamas, fardamento entre outros que sejam necessários à preservação da vida e integridade física e da ordem.
União é força!
Diretoria SINDSSE/DF.
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