sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Juízes querem mudar as leis trabalhistas

Juízes dizem que mudança na CLT trará incertezas

MARCELO OSAKABE - O ESTADO DE S.PAULO
09 Outubro 2017 | 17h38

Para principal entidade de magistrados do Trabalho, legislação que entra em vigor dia 11 de novembro criará 'caos jurídico'

A pouco mais de um mês para entrar em vigor, a reforma trabalhista ainda enfrenta forte resistência de parte dos juízes do Trabalho, que apontam pontos do texto em conflito com a Constituição ou com acordos firmados internacionalmente.



Diante desse quadro, magistrados e advogados consideram que os primeiros meses de aplicação das novas regras podem ser turbulentos, causando incerteza jurídica e dificultando o planejamento das empresas.
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Juízes dizem que mudança na CLT trará incertezas
Entre os pontos mais citados pelos ouvidos pela reportagem do Estadão/Broadcast Político, estão questões como o trabalho insalubre para gestantes e lactantes. Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Entre os pontos mais citados pelos ouvidos pela reportagem do Estadão/Broadcast Político, estão questões como a terceirização, os trabalhos intermitente e o insalubre para gestantes e lactantes, a tarifação de dano moral e parte dos itens de prevalência do negociado sobre o legislado.
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À frente das críticas, está a Associação Nacional dos Magistrados (Anamatra), para quem muitos trechos correm o risco de "não pegar". Aprovada às pressas e com erros técnicos, diz a Anamatra, a reforma trabalhista criará um "caos jurídico", caso seja aplicada com literalidade, como querem os defensores da mudança.
"Para se ter uma ideia, a nova lei resolveu regular o dano extrapatrimonial, especificar que bens podem ser violados e dar margem para dano moral. Mas na lei você não encontra direito à vida, à liberdade, à expressão religiosa. Se esses bens forem violados na relação do trabalho, não vai ter espaço para danos morais?", exemplifica o presidente da associação, Guilherme Feliciano.
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Juíza do Trabalho em Belém (PA), Maria de Nazaré Medeiros se mostra inclinada a não aplicar parte das mudanças como a da atividade intermitente. Apesar de afirmar que juízes só podem aplicar o chamado controle difuso de constitucionalidade - posicionarem-se caso a caso -, Maria de Nazaré vê grandes chances de que esse ponto seja julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O trabalho intermitente "atenta contra o valor social do trabalho, que está lá na Constituição", diz.
Parte desses questionamentos, no entanto, podem ser reduzidos através da Medida Provisória (MP) que o governo do presidente Michel Temer deve editar para acompanhar a promulgação da reforma, prevista para 11 de novembro. A MP foi uma promessa do Planalto para evitar que o Senado alterasse o texto aprovado na Câmara, o que atrasaria sua tramitação.

20/07/2017

Dissidência. A posição da Anamatra gerou uma reação dentro categoria. Em agosto, surgiu uma nova associação de magistrados do trabalho, a Ajutra, no Rio de Janeiro. Com cerca de 60 integrantes, a entidade tem como objetivo representar o que seria a "maioria silenciosa" da classe. "Existe um senso geral de que juízes do trabalho são contra qualquer mudança da legislação, o que não é verdade. Queremos dar voz a grande parte da magistratura", diz Otavio Calvet, presidente do órgão.
Segundo Calvet, a Ajutra nasceu de uma insatisfação da Anamatra que precede o debate da reforma, mas o tema tornou-se agudo com as diferenças. "Nascemos regionais, mas dependendo das adesões, nada impede que vire uma organização nacional", afirmou o juiz, para quem o texto aprovado em julho pelo Congresso será aplicado em sua maioria, à exceção de uma minoria de pontos identificados por juízes e também por advogados.
"Como foi o caso do novo Código Civil em 2015, toda nova lei causa dúvida. Isso é natural, não pode ser confundido com aversão contra reforma trabalhista ou bandeira ideológica", diz.
Em meio à discussão, a Anamatra realiza entre hoje e amanhã uma jornada para discutir especificamente a reforma. No evento, que contou com 650 inscritos - o dobro do registrado na jornada anterior -, magistrados, advogados e procuradores vão propor e discutir enunciados sobre como podem ser interpretadas as mudanças trazidas pela Lei nº 13.467/2017. Os enunciados aprovados devem ser distribuídos aos associados.
A organização do evento causou polêmica dentro da categoria, com acusações de que ali poderia estar sendo preparada uma cartilha para orientar os que não desejam aplicar a nova lei. "Isso vem de segmentos conservadores dentro da magistratura, sabem perfeitamente que são ilações absolutamente levianas", rebate Feliciano. "Alguns acreditam ser possível aplicar a lei sem interpretá-la, mas a função do juiz é exatamente esta", critica.


Judicialização. As incertezas podem, ao menos num primeiro momento, prejudicar um dos principais benefícios da reforma trabalhista, segundo seus defensores: a redução do número de processos na Justiça. Para o procurador Roberto Rangel Marcondes, do Ministério Público do Trabalho de São Paulo, a tendência é que o volume de ações cresça no curto e médio prazo. "Vão existir muitas dúvidas e questionamentos", ponderou. Em sua opinião, essa tendência só deve se reverter à medida em que essas divergências forem chegando ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) ou até o STF, instâncias que podem uniformizar a interpretação.
Tal expectativa gera apreensão do outro lado. Presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Glaucio Geara comenta que os empresários com quem conversa receiam um aumento da insegurança jurídica no início do processo. "Estão todos cautelosos. Acredito que (a reforma) será bom tanto para o empregado quanto para o trabalhador, mas precisamos ver como vão ser esses primeiro meses de aplicação", disse. "Se você consultar hoje vinte advogados, vai encontrar 20 posições diferentes".
Já o advogado Claudio Eduardo Dantas Costa, sócio da Peixoto e Cury Advogados, acredita no contrário. E um dos principais motivos deve ser a mudança nas regras sobre o pagamento dos honorários de sucumbência. "Agora se o trabalhador perder, ele paga os honorários do advogado da parte contrária em relação a cada pedido" indeferido pelo juiz, explica. "Então aqueles processos fantasiosos tendem a desaparecer. A reclamação trabalhista vai passar a ser mais justa no sentido de que vai refletir mais o que é de direito".
Para o procurador jurídico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Marco Antônio Guimarães, as empresas não vão querer esperar o TST ou STF se posicionarem para colocar em práticas as mudanças. "Um julgamento no TST pode demorar oito anos, não vamos esperar tudo isso", diz. "Obviamente, algumas situações devem ser declaradas inconstitucionais", pondera, dando como exemplo a quitação anual do contrato de trabalho. "Cabe a cada empresa analisar o que pode vir a ser declarado inconstitucional em seu planejamento".
Supremo. Além do cenário em que as divergências sobre a interpretação dos pontos da reforma façam esse caminho "mais longo", galgando as instâncias superiores, existe ainda a possibilidade de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) ou entidades como confederações de sindicatos e partidos políticos provoquem diretamente o STF como fez, em agosto, o então procurador-geral Rodrigo Janot. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de Janot questiona a imposição do pagamento dos honorários advocatícios para beneficiários da Justiça gratuita.
"Num País onde 90% dos assalariados recebe até dois salários mínimos, é fácil presumir que a maioria dos trabalhadores se beneficia de Justiça Gratuita", afirma o desembargador Cássio Colombo, do TRT do Paraná, sobre as chances da ADI vingar. Apesar da convicção, Colombo crê que, com tanta diversidade de opiniões, é pouco provável que outras ADIs surjam. "Acho que ninguém vai provocar o STF como fez a PGR. Eles escolheram esse tema justamente para sentir o chão", disse, acrescentado que, com a troca de procurador-geral - Raquel Dodge assumiu no mês passado - é difícil saber quais serão os próximos passos nesse sentido.
Marcondes, do MPT-SP, concorda. "Foi mais um balão de ensaio. Tanto que o artigo que escolheram foi a dedo", diz. Para o procurador, a atual composição do Supremo e o momento mais conservador da sociedade torna "temerário" ingressar com novas ADIs, já que a palavra do STF é final. "O que o MP pretende fazer é ir no varejo: entrar com ações, arguir a inconstitucionalidade dos pontos, formar uma jurisprudência que vai amadurecendo até chegar ao Supremo

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Morre Daniel Grandolfo, presidente do Sindasp

Morre Daniel Grandolfo, presidente do Sindasp

Além de Grandolfo (37 anos), também faleceram os diretores José Cícero de Souza, Lobó, (54 anos) e Edson Chagas, Cebolinha, (57 anos)
Carlos VítoloJornalista/Assessor de Imprensa do Sindasp. ® © (Direitos reservados. A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura do jornalista e do Sindasp-SP, mediante penas da lei.)
É com imenso pesar, que o Sindasp-SP comunica à categoria dos agentes de segurança penitenciária, e à sociedade, o falecimento do presidente do Sindasp-SP, Daniel Grandolfo (37 anos), na madrugada desta quinta-feira (12).  
Grandolfo não resistiu ao acidente sofrido na madrugada de ontem, quando retornava de Brasília-DF, com outros dois diretores do Sindasp-SP, José Cícero de Souza, “Lobó” (54 anos) e Edson Chagas “Cebolinha” (57 anos). José Cícero e Edson Chagas faleceram no local do acidente. Grandolfo estava internado em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital de Base de São José do Rio Preto e passava por uma cirurgia.
Os diretores do Sindasp-SP estiveram durante toda a terça-feira (10) no Senado Federal para o acompanhamento da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 14/2016, que cria a Polícia Penal federal, nos estados e no Distrito Federal. A votação não ocorreu por falta de quórum no Senado.
O acidente ocorreu na Rodovia Assis Chateubriand, no município de José Bonifácio, cerca de 50km de São José do Rio Preto, em um choque com um caminhão carregado de tijolos.
Velórios e sepultamentos: o corpo de Daniel Grandolfo será velado em Presidente Prudente, na Casa de Velório Athia, ainda sem horário definido, aguardando a chegada do corpo vindo de São José do Rio Preto. (possivelmente a partir das 15h). No mesmo local está sendo velado o corpo de José Cícero de Souza, “Lobó”, que será sepultado às 14h, em Álvares Machado. O corpo de Edson Chagas foi encaminhado para São Paulo, onde está sendo velado e sepultado.

Nós do agentes na Net, desejamos a todos um feliz dia das crianças





Feliz dia das crianças! Hoje é dia de homenagear as crianças, as que ainda são, mas também as que já cresceram. Pois um dia também foram crianças, e basta um pequeno esforço para recordar toda a mágica desse tempo.

Aos que hoje abandonaram essa criança ao passado, e se recusam a deixá-la regressar, eu digo que estão cometendo um terrível erro. Pois crescer e amadurecer não deve significar ser sério, cínico e desapaixonado. 

Além disso não há nada melhor que por uma vida inteira carregar no coração o sonho e a ilusão de uma criança.

Hoje eu quero desejar um dia maravilhoso para todas as crianças que são o futuro deste país, lembrando a sua importância e que as devemos cuidar, proteger e orientar. 

Mas quero também homenagear todos aqueles que através do tempo souberam manter a sua criança interior viva, e também a criança que todos nós fomos um dia

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Governo anuncia concurso para agentes penitenciários e socioeducativos

Governo anuncia concurso para agentes penitenciários e socioeducativos

Certame visa a substituição dos trabalhadores contratados na área de segurança em Minas Gerais
Por Tribuna
11/10/2017 às 16h59 - Atualizada 11/10/2017 às 17h05
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O Governo de Minas Gerais informou que irá realizar concursos públicos para substituir trabalhadores contratados na área de segurança, como agentes penitenciários e socioeducativos. O anúncio foi feito pela subsecretária de Estado de Gestão de Pessoas, Warlene Salum Rezende, na última terça (10), durante audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG), em Belo Horizonte. Não foram dadas informações sobre prazos previstos para publicação de edital e homologação do concurso.
Uma das preocupações dos trabalhadores é que, com a ausência de um cronograma, o Estado não consiga suprir a defasagem de agentes penitenciários que atualmente chega a seis mil vagas, conforme informações da União Mineira dos Agentes Prisionais (Unimasp). “O último concurso foi realizado em 2013 e só agora estão ocorrendo as efetivações. Não podemos esperar quatro anos para preencher essa lacuna, pois o Estado continua demitindo. Se vai abrir concurso, precisa de informar o cronograma, pois infelizmente não dá para confiar no Governo”, declarou o presidente da Unimasp, Ronan Rodrigues.
Durante a audiência, foi debatida a possibilidade de manutenção dos contratos. Na ocasião, os agentes destacaram que as demissões conferem prejuízo para milhares de pais de família que perderão seus empregos e risco ao sistema de segurança diante da perda de profissionais experientes e, também, do aumento da defasagem de trabalhadores. “Nós temos medo de ocorrer uma tragédia, pois as cadeias estão superlotadas e há falta de agentes”, afirma Rodrigues. Segundo ele, esta é uma situação observada em todo o estado

Nova sede pros servidores associados do sindicato da Fundação casa

Quando trabalhamos com a verdade, sabedoria, paciência e com os pés no chão, sem oba oba sempre alcançaremos nossos objetivos. Esta conquista não é só desta direção, mas de todos trabalhadores, que lutaram e nos ajudaram a construir uma sede própria somente para os trabalhadores da Fundação CASA. Aguarde inauguração.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Mais benefícios pros agentes, mudança no Estatuto do Desarmamento



Senado vota pacotaço que endurece penas para bandidos e muda Estatuto do Desarmamento

Projetos aumentam penas por porte de arma branca, destinam recursos para Segurança Pública e dão mais benefícios a Agentes Penitenciários. Votações são resposta política à crise na favela da Rocinha

A semana é curta, com feriado na quinta-feira (12), mas a pauta do Senado traz um pacotaço de medidas para a segurança pública, incluindo mudanças sobre porte de armas, recursos para as polícias estaduais, penas mais duras para porte de armas brancas e para assaltos e roubos com uso de explosivos, além da equiparação da carreira de agentes penitenciários ao policial. As votações são uma resposta política à crise que levou àocupação da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, pelo Exército, há duas semanas.
O pacote inclui mudança no Estatuto do Desarmamento. O projeto de lei que será votado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na quarta-feira autoriza a aquisição de uma arma de fogo de uso permitido por residentes em áreas rurais. O autor da proposta, Wilder Moraes (PP-GO) afirma que o objetivo é aumentar a proteção de moradores de áreas rurais, distantes de postos policiais, de ataques de criminosos e animais silvestres. Com o apoio do relator, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), o projeto tramita em caráter terminativo e seguirá para a Câmara dos Deputados se não houver recurso ao Plenário, caso aprovado. 

No pacotaço também há projetos que endurecem a lei para porte de armas e para crimes com armas. Na CCJ do Senado, está em análise projeto para inserir no Código Penal o crime de porte de arma branca (facas, estiletes e canivetes). O projeto do senador Raimundo Lira (PMDB-PB) estabelece como punição pelo porte de arma branca detenção de um a três anos e multa. Porém, o texto diferencia o porte de objeto perfurante, cortante ou contundente para uso em ofício, arte ou atividade para o qual foi fabricado. A tramitação do projeto também é também terminativa. 
Outro projeto que altera o Código Penal aumenta a pena para o crime de roubo praticado com uso de arma de fogo ou de explosivo, aumentando a pena atual, que é de é de quatro a dez anos de reclusão, em dois terços do tempo. O senador Otto Alencar (PSD-BA), autor do projeto, justifica que tem aumentado o número de assaltos a agências bancárias com explosivos. O texto também tramita em caráter terminativo na CCJ. 
Um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) também está no pacote da segurança, para criar as carreiras de polícias penais federal, estaduais e distrital. O objetivo do projeto é dar aos Agentes Penitenciários os mesmos direitos e benefícios dos policiais. Segundo o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), autor do projeto, além de igualar os direitos das carreiras, a proposta libera as polícias civis e militares das atividades de guarda e escolta de presos. A PEC já foi aprovada em primeiro turno e está pronta para a votação em segundo turno pelo Plenário. Se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados. 
Para oferecer mais recursos para a Segurança Pública, outra PEC pode ser votada nesta semana, para criar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Segurança Pública (FNDSP). O objetivo é financiar ações de aparelhamento, capacitação e integração das forças policiais dos estados

CONASSE VAI À CÂMARA FEDERAL EM BUSCA DE APOIO À PEC 365/2017



CONASSE VAI À CÂMARA FEDERAL EM BUSCA DE APOIO À PEC 365/2017

O CONASSE se fez presente hoje, 10, na Câmara Federal em busca de apoio à PEC 365/2017, que inclui o SSE no Artigo 144 da Constituição Federal e também aos demais projetos que tramitam pela casa de interesse de toda a categoria.
Mais uma vez estamos avançando em busca de reconhecimento para que possamos estar contemplados com aposentadoria especial, porte de armas e com a profissão de Agente de Segurança Socioeducativo regulamentada.

#PelaInclusãoDoSocioeducativoNoArt144DaCF

restrição ao comércio de armas no Brasil só beneficia bandidos

 restrição ao comércio de armas no Brasil só beneficia bandidos

Sob a alegação de que o Estatuto do Desarmamento não protege ninguém, ou melhor, só garante mais e melhores armamentos para os criminosos, o senador Wilder Morais (PP-GO) apresentou projeto de lei revogando o documento que está em vigor desde 23 de dezembro de 2003.
Regulamentado pelo Decreto 5123, de 1º de julho de 2004, o Estatuto do Desarmamento, Lei nº 10826, "dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição."
A lei proíbe o porte de armas por civis, à exceção de casos de comprovada necessidade. Na ocorrência de tais casos, será fixada pela autoridade uma duração previamente determinada e a pessoa tem de provar, periodicamente, que a situação de risco persiste, permitindo-lhe então portar arma de fogo.
O estatuto determina a exigência de registro e porte junto à Polícia Federal (Sinarm), para armas de uso permitido, ou ao Comando do Exército (Sigma), para armas de uso restrito, mediante pagamento de taxas. O porte porém pode ser cassado a qualquer tempo, principalmente se o portador for abordado com arma em condições de embriaguez ou sob efeito de drogas ou medicamentos que provoquem alteração do desempenho intelectual ou motor.
Para o senador Wilder Morais (PP-GO), autor do projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento, o dispositivo tornou-se inteiramente inadequado para a população, uma vez que só protegeria criminosos, expondo "a população de bem", e, por isso, tem de ser revogado. Mas, antes que isso aconteça e depois da devida tramitação nas duas casas legislativas (Senado e Câmara dos Deputados), o senador pretende promover uma consulta popular, junto com as eleições de outubro de 2018, sobre o tema.
"Nós estamos fazendo a revogação do Estatuto do Desarmamento, que será acompanhada por um plebiscito, junto com as eleições de 2018. Faremos a consulta popular junto com o pleito para economizar custos. Vamos perguntar à população: a primeira: 'Deve ser assegurado o porte de armas de fogo para cidadãos que comprovem bons antecedentes e residência em área rural?'. A segunda: 'O Estatuto do Desarmamento deve ser revogado e substituído por uma nova lei que assegure o porte de armas de fogo a quaisquer cidadãos que preencham requisitos objetivamente definidos em lei?'. E a terceira, quase idêntica à anterior, substitui apenas 'o porte de armas' por 'a posse de armas'. Nossa avaliação é de que o Estatuto do Desarmamento, em dez anos de vigência, não diminuiu em nada a violência. As armas estão em poder dos bandidos, cada vez melhor equipados", explicou ele em entrevista à Sputnik Brasil.
Atualmente, o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aguardando parecer do relator, senador Sérgio Petecão (PSD-AC), que, de acordo com Morais, deverá promover algumas audiências públicas, por se tratar de um caso polêmico.
"Por isso, queremos que a população participe. Nós queremos ouvir todas as opiniões, inclusive de quem é contra o nosso projeto. Se a pessoa não quer ter arma, que não tenha. Mas há quem queira se defender, defender sua família e seu patrimônio. E se for uma pessoa de bem, capacitada por testes psicológicos a ter arma de fogo e se comprometer a utilizar estas armas somente para autodefesa e de sua família, por que o Estado não pode permitir que ela se arme? Hoje, nós vivemos a insegurança na cidade e no campo, e a nossa população de bem precisa se proteger e estar protegida."
Especialista na área penal, o advogado e professor universitário Jonas Tadeu Nunes concorda com o senador Wilder Morais, embora reconheça que o momento atual, de intenso acirramento de ânimos provocado pela violência rural e urbana, não seja o mais adequado para propor à sociedade esse tipo de debate:
"Pode não ser o momento adequado para se propor este tipo de debate que, no entanto, é procedente, no sentido de revogar o Estatuto do Desarmamento. Nós temos no mundo países como Alemanha, Suécia, Áustria, que têm como base 30 armas para cada grupo de 100 habitantes. Com estes números, os números de homicídios nestes países são baixíssimos. Também temos outro exemplo, Honduras, o país mais violento do mundo, onde o porte de armas e a compra de armas pelos cidadãos comuns são proibidos, e os índices de violência e homicídios são incalculáveis. Então, a revogação do Estatuto do Desarmamento, possibilitando maior e melhor acesso ao porte de arma de fogo, não vai fazer aumentar a violência. Eu, particularmente, sou a favor do porte de arma para qualquer profissional, qualquer cidadão, desde que preencha os requisitos imprescindíveis para esta obtenção, como preparação adequada, habilitação em teste psicológico e utilização da arma somente para legítima defesa. No meu entender, a licença para porte de arma só deve ser concedida a quem for aprovado em testes de capacidade, física e psicológica, integridade moral e após prévia investigação social."
Tadeu concorda com o senador sobre o fato de que quanto mais se restringe o direito do cidadão, devidamente habilitado dentro das normas legais, a obter armas, mais os criminosos se fortalecem e mais se consolida o mercado clandestino de armamentos e munições:   
"Quanto mais proibição, quanto mais restrição à venda de armas de fogo para pessoas de bem, mais os bandidos se beneficiam. São eles, os criminosos, e o mercado clandestino de armas os que mais se beneficiam com estas restrições, de modo que é muito importante revogar o Estatuto do Desarmamento e substituí-lo por um documento bem mais adequado, que permita ao cidadão honesto se proteger, além de proteger sua família e seu patrimônio

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

CONASSE VISITA EMBAIXADA DO CHILE PARA TROCA DE EXPERIÊNCIAS

CONASSE VISITA EMBAIXADA DO CHILE PARA TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Conselheiros do CONASSE visitaram na tarde de hoje, 09, a embaixada do Chile em Brasília.
O encontro foi solicitado pelo Deputado Federal e Presidente da Frente Parlamentar Mista em favor dos Profissionais do SSE, Roney Nemer (PP/DF), para buscarmos informações mais fidedignas sobre o Código Penal Juvenil do Chile.
Segundo o Embaixador do Chile no Brasil, Gasmuri Mujica, houve uma certeza que não dava mais para tratar em uma mesma lei as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e os adolescentes quem cometiam crimes. Ainda segundo o Embaixador houve uma grande discussão no país. “ Vários setores foram ouvidos com seus prós e contras e chegou-se a um grande acordo para a aprovação deste importante código, a lei ainda é nova mas acreditamos que em curto prazo teremos bons resultados.”
O Deputado Roney frisou a importância da categoria ser reconhecida como segurança pública e que não dá mais para viver de tentar remendar o ECA. “ Há uma pressão grande dos defensores dos direitos humanos que negligenciam a segurança nas unidades socioeducativas e temos que resolver esta questão, os agentes e demais profissionais têm que ser incluídos nas discussões de mudanças.”
Ficou definido que haverá um outro encontro para buscar uma agenda em conjunto dos Deputados Federais que compõem a frente parlamentar, CONASSE e Embaixada do Chile para uma visita ao país em caráter oficial no intuito de conhecer a realidade mais de perto da Justiça Penal Juvenil do Chile e aí ter mais condições de buscar o melhor para o SSE do Brasil.

Comissão da Câmara permite porte de arma para trabalhador rural

Comissão da Câmara permite porte de arma para trabalhador rural

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento prevê idade mínima de 25 anos para a compra de armas no País e exige comprovação da efetiva necessidade

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural aprovou, nesta quarta-feira (4), proposta que permite a concessão de licença para o porte de arma de fogo para proprietários e trabalhadores rurais maiores de 21 anos.
O objetivo, segundo o texto, é proporcionar a defesa pessoal, familiar ou de terceiros, assim como a defesa patrimonial.
Conforme a proposta, a licença será concedida mediante requerimento, com a apresentação dos seguintes documentos: documento de identificação pessoal; comprovante de residência ou de trabalho em área rural; e nada consta criminal.
O comprovante de residência poderá ser substituído pela declaração de duas testemunhas e o nada consta criminal, pela declaração da autoridade policial local.
O texto aprovado foi o substitutivo do relator, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), ao Projeto de Lei 6717/16, do deputado Afonso Hamm (PP-RS). Fraga considera “oportuno” disciplinar a matéria.
O relator alterou o projeto original, que permitia a concessão de porte rural de arma de fogo para maiores de 25 anos. Além disso, procurou deixar claro que a licença não será “uma análise subjetiva ao direito de legítima defesa por parte da autoridade competente pela emissão do porte”.
O deputado João Daniel (PT-SE) apresentou voto em separado, contrário à proposta. Para ele, facilitar o acesso às armas é “criar um ambiente propício à tragédia”.
Segundo Daniel, países como os Estados Unidos vêm com frequência os resultados do uso irrestrito das armas de fogo. “Esta semana mais um atentado ocorreu, levando à morte 59 pessoas em Las Vegas, por um único atirador que usou as prerrogativas de ter direito a portar arma de fogo”, destacou.
Validade
Conforme o texto aprovado, a licença para o porte rural de arma de fogo terá validade de dez anos e será restrita aos limites da propriedade rural, condicionada à demonstração simplificada, à autoridade responsável pela emissão, de habilidade no manejo.
A arma licenciada será cadastrada e registrada no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal. O extravio, furto ou roubo deverá ser imediatamente comunicado à unidade policial mais próxima, que providenciará sua comunicação ao Sinarm.

Estatuto atual

Atualmente, o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) prevê idade mínima de 25 anos para a compra de armas no País e exige, para o registro, que o interessado comprove a efetiva necessidade da arma, o que permite que a licença venha a ser negada pelo órgão expedidor.
Proposta de novo estatuto – já aprovada em comissão especial da Câmara e aguardando análise do Plenário – assegura a todos os cidadãos que cumprirem os requisitos mínimos exigidos em lei o direito de possuir e portar armas de fogo para legítima defesa ou proteção do próprio patrimônio.

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.