Amigas somem após entrarem em carro desconhecido em SP: 'Preocupados'
Sara e Geiza, ambas de 16 anos, desapareceram juntas em Mongaguá, no litoral paulista. WhatsApp das jovens foi desativado durante o fim de semana.
Por G1 Santos
Amigas Sara e Geiza, que moram em Mongaguá (Foto: Arquivo Pessoal)
Duas amigas de Mongaguá, no litoral de São Paulo, estão desaparecidas desde o último sábado (7). Elas saíram de casa, entraram em um carro e não foram mais vistas. As famílias das meninas estão preocupadas e temem que algo grave possa ter acontecido com elas. A polícia está investigando o caso, que ganhou grande repercussão nas redes sociais.
Sara Santos Barbosa e Geiza Lima Santos, ambas de 16 anos, são vizinhas e amigas. De acordo com os familiares, as duas estavam na casa de Sara e saíram por volta das 14h. Elas caminharam até um ponto de ônibus, que fica a cerca de 700 metros da residência, e, pouco tempo depois, foram vistas entrando dentro de um carro branco.
O pai de Sara, Juliano Ribeiro Soares, conta que as duas usavam roupas pretas e bolsas verde e marrom. Ainda no sábado à tarde, uma delas postou um vídeo em que aparecia a Ponte Pênsil, em São Vicente, à beira do mar e, depois, outro vídeo que mostrava o interior de um elevador. Após essas imagens, os celulares das amigas foram desligados.
Amigas de Mongaguá estão desaparecidas (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
“Passou da meia-noite e elas não chegavam. Ficamos preocupados. Vimos que os celulares delas não funcionavam mais. O WhatsApp foi desativado e a gente não sabe o que aconteceu” , disse Soares em contato com a redação do G1.
Ele diz, ainda, que a filha pediu, há algumas semanas, para participar de um clipe de funk e que ganharia R$ 1.000 pelo trabalho. O pai não autorizou. Soares suspeita que as duas meninas tenham sido influenciadas por outras pessoas e estejam em perigo.
“Eu imagino que ela foi fazer alguma coisa e acabou perdendo o controle da situação. A gente não sabe se estão bem, se estão mortas. Estamos preocupados. Elas nunca fizeram nada disso, nunca faltou nada para elas. Mas, infelizmente, hoje tem tanta gente ruim. Tem muitas pessoas ligando, mas só com informações desencontradas. Ela queria gravar um clipe de funk”, explica Soares.
Os familiares das jovens registraram um boletim de ocorrência em São Vicente. A polícia já começou a fazer as buscas mas, até o fechamento desta reportagem, ainda não havia informações sobre o paradeiro das garotas.
Mulher é morta pelo ex-companheiro dentro da viatura da polícia
O casal era levado para a delegacia de Teófilo Otoni (MG) após a vítima descobrir câmera instalada no banheiro da casa dela; autor atacou a mulher com uma faca que estava escondida no tênis.
Por Cristiane Rodrigues, G1 Vales de Minas Gerais
Laís foi atacada dentro da viatrua (Foto: Facebook/Reprodução)
Uma atendente de 30 anos foi assassinada pelo ex-companheiro dentro de uma viatura da Polícia Militar na noite deste sábado (7). O casal era levado de Pavão (MG) para a delegacia de Teófilo Otoni (MG) quando o crime aconteceu. Os dois eram conduzidos após uma denúncia da vítima, Laís Andrade Fonceca, que descobriu que o homem tinha instalado uma câmera dentro do banheiro da casa dela.
Quase ao fim do trajeto – de aproximadamente 96 quilômetros – o homem, de 34 anos, atacou a mulher com uma faca, depois golpeou o próprio pescoço e saltou da viatura. Ele foi capturado e preso, já a atendente não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro do veículo.
Os militares começaram a acompanhar o caso depois que a atendente chegou ao quartel da PM, em Pavão (MG), para registrar a denúncia. Ela descobriu que a câmera estava instalada no banheiro da casa e que as imagens eram gravadas em tempo real na CPU de um computador, localizada na laje do imóvel.
A mulher temia que o homem pudesse divulgar as imagens dela e, principalmente, do filho, de 8 anos, que usa com frequência o banheiro. Os equipamentos foram entregues aos militares. Ao ser questionado, o homem disse que instalou os aparelhos porque desconfiava que a mulher estaria em um novo relacionamento.
Segundo a Polícia Militar, ao finalizar o boletim de ocorrência, a vítima não teria manifestado interesse em fazer uma representação criminal contra o companheiro, mas mudou de ideia. De acordo com a PM, isso aconteceu após uma orientação do delegado de plantão em Teófilo Otoni de levar o casal e os equipamentos eletrônicos para a delegacia.
Ainda segundo os militares, o casal foi colocado no banco traseiro da viatura e dormiu na maior parte da viagem. Ao chegar no perímetro urbano de Teófilo Otoni, ainda na BR-116, os policiais foram surpreendidos com o ataque. O homem deu uma facada no pescoço da mulher, depois esfaqueou o próprio corpo e pulou da viatura em movimento. Ele foi detido e após ser atendido por uma equipe do SAMU, foi encaminhado ao presídio . Já a mulher morreu antes de receber os atendimentos médicos.
O G1 não conseguiu contato com o comando da Polícia Militar em Teófilo Otoni para se pronunciar sobre o caso, mas, por telefone, o delegado da Polícia Civil de plantão neste domingo (08), Eduardo Gil, esclareceu como o homem conseguiu entrar armado na viatura. “Ele passou por uma busca pessoal, com é feito de praxe, mas antes de seguir viagem pediu para passar em casa para pegar alguns documentos. Foi neste momento que ele pegou uma faca e escondeu dentro do tênis. Situação que não foi notada pelos militares, nem pela ex-companheira”, explicou.
Ainda segundo o delegado, durante os fins de semana e feriados funciona o esquema de plantão regionalizado. Tabalha apenas a principal unidade da Polícia Civil de determinada região. Desta forma, em casos de flagrantes nas cidades que compreendem esta região, os envolvidos precisam comparecer à delegacia regional para prestar depoimento
Candidato descobre inscrição de ex-secretária e pede suspensão de concurso
Segundo autor do pedido, ex-adjunta de Gestão participou de elaboração de edital e escolha de banca organizadora
GILSON NASSER
Da Redação
Um advogado que prestará o concurso de delegado da Polícia Civil, que terá início neste domingo (07), ingressou com pedido de liminar junto a Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá requerendo a suspensão do certame. O pedido de liminar deve ser apreciado nas próximas horas e a prova pode até não acontecer.
A principal fundamentação para o pedido é de que o certame estaria com “cartas marcadas”. Ele cita como fato principal para a suspeita as inscrições da ex-secretária-adjunta de Gestão, Divanete Dias da Silva Ribeiro, e da assessora técnica da pasta Eluana Rodrigues Veloso.
Segundo a representação, ambas teriam participado da elaboração do edital e do processo de contratação da Cespe UNB como banca organizadora do concurso.
“No momento em que foi contratada a banca Cespe UNB, ambas eram ocupantes de cargos de grande relevância na Seges. E só foram exoneradas no dia 5/9/2017, véspera da prova que vai ocorrer dia 8/10/2017”, diz a representação.
O candidato ao cargo de delegado aponta ainda que existem, pelo Brasil afora, denúncias de irregularidades em concursos organizados pela Cespe. Ele ainda faz questionamentos sobre a idoneidade do certame diante das inscrições das ex-servidoras públicas.
“Como pode uma adjunta, secretária de Estado, que participou de todas as reuniões e contratação, até mesmo, de forma indireta, ter ajudado a elaborar o edital, hoje participar como candidata do certame”, questionou.
O advogado ainda solicita a suspensão da prova prevista para este domingo, para evitar questionamentos que resultem em sua anulação. “Caso essa prova ocorra no dia 08/10/2017, da forma como está no edital, ocorrerá chuvas de liminares, logo, isso trará prejuízos aos candidatos, principalmente os que de outros Estados cogitam virem, pois terão custos elevadíssimos de deslocamento e hospedagem”, assinala.
REPRESENTAÇÃO NO MPE
Irregularidades no edital do referido concurso também já resultaram em representações no Ministério Público Estadual. Uma representação apontou privilégios a policiais que prestarem o concurso.
O artigo questionado prevê que servidores da carreira de policial civil ganharão um ponto a mais por cada ano trabalhado na pontuação final da prova de títulos. Ele afirma que a regra beneficia “agentes públicos da instituição por já serem policiais civis”.
“Se o poder público que está realizando o concurso público no mínimo o que nós candidatos esperamos e o mínimo de transparências e uma prova onde seja aprovado de fato quem estudou para o cargo e está apto para serem aprovados, fato este que fica obscuro, mostra e sim beneficiando agentes públicos da instituição por já serem policiais civis”, diz a representação do candidato
Registro de armas pelo sistema do Exército brasileiro quadruplica em dois anos
Carlos Madeiro Colaboração para o UOL, em Maceió
O número de armas registradas pelo Exército no Brasil disparou desde o ano passado. A média de armas registradas entre 2016 e 2017 quase quadruplicou em comparação aos dois anos anteriores, saltando de 16 registros diários em 2014 para 60 este ano.
No Brasil, existem dois sistemas de registro de armas: o Sigma (Sistema de Gerenciamento Militar de Armas), gerenciado pelo Exército, e o Sinarm (Sistema Nacional de Armas), da PF (Polícia Federal). O Sigma é exclusivo para registro de armas para militares e, no caso de civis, para caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CAC (que representam 90% do total da demanda).
Cada uma das modalidades tem tópicos específicos, mas em nenhum deles é permitido registro de arma para defesa pessoal --o que é restrito ao sistema controlado pela PF.
Na PF, existem duas modalidades: o porte (que é o direito de transitar com a arma e só é concedido em casos devidamente justificados e autorizados) e a posse (que é o direito de ter uma arma em casa).
O Exército afirma que "não há estudos que apontem as causas do aumento de solicitações". Entretanto, para Isabel Figueiredo, integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, advogada e ex-diretora da Secretaria Nacional de Segurança Pública, o crescimento de registros no Exército chama muito a atenção e aponta para um indício de desvio de finalidade de um dos sistemas. Ou seja, a pessoa se registraria no cadastro do Exército para, com ele, ter direito a possuir a arma em casa. Entretanto, ela vê o risco de a pessoa sair de casa com a arma, tendo-a como instrumento de defesa pessoal, o que seria ilegal.
A reportagem do UOL solicitou por duas vezes à PF, nos dias 3 e 4, o número de armas registradas no Sinarm nos últimos anos, mas a instituição não respondeu.
"Você pode praticar tiro com sua própria arma"
Apesar de não ter essa finalidade, na internet não é difícil achar empresas e organizações que orientam e até atuam como despachantes para interessados em ter uma arma para defesa pelo registro do Exército. Há até quem indique a possibilidade de "porte" para quem se registrar como atirador.
"Assim, minha escolha e indicação [entre os dois sistemas], para aquele que quer se proteger e ter uma arma em casa, é o Certificado de Registro de Atirador, pelos seguintes motivos: É um direito, não uma concessão de alguma autoridade. Você pode praticar tiro com sua própria arma. Você pode se locomover minimamente com a arma, por meio da guia de tráfego. Você pode ter um número maior de armas", diz uma página, que se apresenta como "empresa de assessora e consultoria para pessoas que buscam ter uma arma própria".
Minha escolha e indicação é o Certificado de Registro de Atirador: é um direito, não uma concessão de alguma autoridade. Você pode ter um número maior de armas
Orientação de página que se apresenta como "empresa de assessora e consultoria para pessoas que buscam ter uma arma própria"
Segundo a normatização do Sigma, o transporte da arma só pode ser feito entre os locais de guarda e de treinamento.
O UOL solicitou uma entrevista com o responsável do site no contato indicado, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
Outras páginas oferecem o serviço de despachantes para quem se interessa em ter uma arma. Há lista de profissionais em praticamente todos os grandes municípios do país. Em muitos fóruns de debates é comum ler perguntas de pessoas interessadas em ter armas em casa, mas que querem informações de como se registrar pelo Sigma. Há respostas de pessoas que conseguiram e profissionais que se dispõem a ajudar.
A reportagem ligou para um dos despachantes indicados e perguntou sobre a possibilidade de obter uma arma para proteção pessoal, mas pelo sistema do Exército. "É um pouco mais caro, demora, mas pode também", diz o homem. "Você se cadastra como atirador, mas antes vai ingressar em um clube de tiro... Você poderá praticar [tiro], e para muita gente é melhor [que o sistema da PF] por isso", explica, afirmando ter clubes para indicar filiação. O serviço, segundo ele, custa em torno de R$ 250.
"Estratégia para ter acesso mais fácil a arma"
Para Isabel Figueiredo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a prática sugerida nos sites são na verdade uma burla à lei que estabelece critérios aos registros. "Eles mostram os dois sistemas e sugerem qual escolher como se isso fosse uma escolha. Não é assim! Tem regras! A questão não é de onde é mais fácil conseguir, a questão é o que tem de ficar onde. Quando começa a ter essa discussão, começa a mostrar que tem uma certa enganação", diz.
Figueiredo afirma que, no pedido à PF para conseguir registrar uma arma, é necessário que a autorização seja dada por um delegado --e isso levou, por exemplo, a críticas dos diferentes padrões de autorização pelas superintendências nos Estados. Isso poderia tornar mais difícil o pedido de posse e porte de arma.
O que me parece é que esses sites e fóruns acabam mapeando o fluxo de registro, percebem que um deles é mais fácil, mais barato, seja o que for. A ideia da escolha é contrária ao que preconizam os sistemas
Isabel Figueiredo, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Para ela, isso só ocorre porque a fiscalização nesse setor é falha. "É algo que, se tivéssemos uma política mais séria nessa área, alguém do governo iria investigar para ver porque esse aumento [pelo Sigma] acontece. A suspeita acaba sendo que as pessoas usam a dualidade como uma estratégia para ter mas acesso a arma", afirma.
Como uma solução, ela defende a unificação de registros como uma forma de pôr fim a isso. "Se fosse um sistema único, com regra clara, em todas as unidades da federação, acaba sendo uma decisão mais política do delegado."
"As pessoas se cadastram no Sigma porque querem atirar"
Para Lucas Silveira, presidente do Instituto Defesa e instrutor-chefe da Academia Brasileira de Armas, a legislação para se registrar uma arma não é mais simples no Exército do que na PF. Ao contrário, ele vê mais burocracia. "Para ser atirador, por exemplo, tem que estar filiado a um clube de tiro. Para comprar uma arma, tem que primeiro ter o certificado de registro, depois ter autorização para depois comprar", diz, citando que --como o instituto é defensor do armamento-- o aumento nos registros do Exército é algo "positivo".
Silveira defende a liberdade do cidadão em ter uma arma e diz acreditar que um dos motivos para a alta do Sigma está relacionado às possíveis negativas da PF e às diferenças das possibilidades entre os registros.
"No Exército você se cadastra como atirador. O Sinarm não parece ter compromisso com as armas que vende, porque elas são registradas, mas não se permite que se use. Muitas pessoas acabam se cadastrando no Sigma porque querem atirar, e com as armas no Sinarm não conseguem. É absurdo, e acho que o motivo acaba sendo esse", diz.
Muitas pessoas acabam se cadastrando no Sigma porque querem atirar, e com as armas no Sinarm não conseguem. É absurdo
Lucas Silveira, presidente do Instituto Defesa e instrutor-chefe da Academia Brasileira de Armas
Assim como a integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ele defende que o país tenha apenas um sistema. "O correto seria haver uma gestão única das armas. Não há por que termos dois órgãos", diz.
Exército não sabe razão de aumento
Questionado sobre a razão do aumento abrupto de registros, e indagado sobre se seria indício de que o cadastro seria burlado por pessoas que querem ter arma pessoal, o Exército afirmou que "não há estudos que aponte as causas do aumento de solicitações".
Entretanto, o Exército esclareceu que a lei oferece a qualquer cidadão o direito de ter o registro, desde que siga as normas. "Qualquer cidadão pode requerer, junto ao Exército Brasileiro, o Certificado de Registro (CR) para CAC, para tanto deve atender às condições impostas na seguinte legislação. Cumprido todos os requisitos, terá o direito à concessão do CR e poderá exercer a atividade de CAC", informou.
Entre as normas previstas para conseguir o registro estão a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais e não responder a inquérito policial ou a processo criminal. Além disso, é preciso um atestado de aptidão psicológica