terça-feira, 9 de agosto de 2022

Cerca de R$ 25 bi estão à espera de trabalhadores que contribuíram com PIS/Pasep

 

Por Jornal Nacional

 


Cerca de R$ 25 bi estão à espera de trabalhadores que contribuíram com PIS-Pasep
00:00/03:34

Cerca de R$ 25 bi estão à espera de trabalhadores que contribuíram com PIS-Pasep

Enquanto o número de famílias inadimplentes bate recorde, R$ 25 bilhões estão na Caixa Econômica à disposição dos trabalhadores que contribuíram com PIS/Pasep.

O aposentado João Eustáquio Lima trabalhou de carteira assinada nas décadas de 1970 e 1980. Agora, foi a uma agência da Caixa saber se tinha direito a cotas do PIS/Pasep, mas descobriu que já havia sacado o dinheiro.

“É um tempo muito longo, né? Na ocasião é o que a gente fazia: aposentava, a gente já ia no INSS e a gente já era orientado para isso. Tudo que tinha referente a PIS foi retirado", explica.

Tem direito ao benefício quem trabalhou com carteira assinada na iniciativa privada ou como servidor público nos anos de 1971 a 1988. Antes, o valor só podia ser sacado em casos específicos, como aposentadorias ou doenças graves. Mas em 2019, uma medida provisória passou a permitir que todos os participantes cadastrados no fundo pudessem realizar o saque integral dos valores.

Mas pouca gente foi buscar o dinheiro. São mais de 10 milhões de pessoas que estão deixando quase R$ 25 bilhões parados no banco. O problema é que o valor só vai ficar disponível até 2025. Depois disso, o dinheiro voltará para as contas do governo.

No dia 1º de agosto, a Defensoria Pública da União solicitou que a Caixa Econômica Federal comunique os beneficiários que têm direito ao saque.

“A partir do momento que o PIS/Pasep foi extinto e todo recurso foi migrado para o FGTS, cabe ao governo federal e à Caixa Econômica Federal dar ampla publicidade ao cidadão desse direito. De que ele tem esse depósito, tem esse recurso a seu favor, e que ele tem um prazo para levantar. Porque, atingindo o prazo, que é 2025, esse dinheiro vai passar a ser patrimônio da União e o trabalhador vai perder o direito do saque”, afirma André Porciúncula, defensor nacional de Direitos Humanos.

A consulta do saldo pode ser feita nas agências da Caixa, lotéricas, canais de comunicação do banco ou pelo aplicativo do FGTS.

Quem tem o direito ao benefício e é correntista da Caixa, o crédito pode ter sido realizado automaticamente. Os que possuem o Cartão do Cidadão, o saque pode ser feito no autoatendimento, lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, para valores de até R$ 3 mil; e para aqueles que não possuem vínculo com o banco, a retirada do dinheiro deve ser feita em uma agência da Caixa, levando documento com foto.

Se o titular da conta já tiver falecido, os beneficiários legais precisam comparecer até a uma agência da Caixa com a certidão de óbito e um documento que comprove o vínculo familiar, como uma declaração de dependentes habilitados à pensão por morte expedida pelo INSS, ou o alvará judicial designando o sucessor/representante ou ainda inventário. Dinheiro que pode tirar muita gente do aperto.

“Primeiro porque é um direito das pessoas e, segundo, porque esse dinheiro parando na mão das pessoas que estão, digamos, em maior necessidade financeira nesse momento, vira basicamente o consumo essencial das famílias, o que faz girar a economia, gera emprego, gera renda para todo mundo”, destaca o professor de economia da UFMG Rafael Ribeiro.

A Caixa Econômica Federal informou que vai fazer uma nova campanha de divulgação dos direitos de quem contribui para o PIS/Pasep

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Juiz manda internar dois adolescentes por brigas em escola de Rio Preto

 


Jovens de 15 e 16 anos vão permanecer em internação por 45 dias

Marco Antonio dos Santos
Publicado em 05/08/2022 às 22:54Atualizado em 06/08/2022 às 09:13
Juiz Evandro Pelarin aceitou o pedido para internação feito pela promotora Renata Sanches Fernandes (Johnny Torres 25/7/2022)

Juiz Evandro Pelarin aceitou o pedido para internação feito pela promotora Renata Sanches Fernandes (Johnny Torres 25/7/2022)

O juiz da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto, Evandro Pelarin, mandou internar provisoriamente na Fundação Casa dois estudantes, de 15 e 16 anos, da Escola Estadual Victor Britto Bastos. As apreensões foram feitas na quinta-feira, 4, a pedido da promotora de Justiça Renata Sanches Fernandes, após uma série de denúncias de brigas dos jovens com outros alunos.

A decisão pela internação foi adotada pela Justiça, de forma preventiva, para evitar mais violência no ambiente escolar, porque os pais dos garotos agredidos pelos adolescentes ameaçavam ir à porta da escola para revidar as agressões.

“Nós já tínhamos uma audiência marcada para a próxima semana, mas infelizmente fomos forçados a agir antes, porque os adolescentes que tinham sido denunciados pela direção da escola, com o retorno das aulas, voltaram a bater em outros alunos. Para evitar o pior, eles vão ficar internados provisoriamente”, diz a promotora.

Segundo o Ministério Público, a própria direção da escola já tinha adotado várias medidas para cessar a violência. Os adolescentes chegaram a ser suspensos e pais e responsáveis foram convocados. Os estudantes chegaram a parar com as brigas por algum tempo, mas depois voltaram a ameaçar outros estudantes.

A Polícia Militar cumpriu os mandados de apreensão dos adolescentes na manhã de quinta-feira, 4. Eles primeiro foram apresentados na Central de Flagrantes, passaram pela carceragem da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto, e foram encaminhados para a Fundação Casa de Lins.

Segundo a Justiça, os dois jovens já tinham passado por uma série de medidas socioeducativas, antes de serem internados.

Durante os 45 dias iniciais que irão ficar na Fundação, os adolescentes vão passar por avaliação, inclusive com acompanhamento de suas famílias. Com base nestes relatórios, será decidido se o tempo de internação será ampliado.

“Queremos que esses adolescentes passem por uma avaliação psicológica para ver o que tem motivado tanta agressividade. Precisamos entender o que acontece com eles, antes de decidirmos qual o tipo de medida que iremos aplicar, porque nossa meta também é de recuperação deles”, diz a promotora.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Rio Preto informou que “tomou todas as medidas necessárias constantes no Regimento Escolar, que preservem o direito à Educação