Cerca de 1,5 mil trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) participaram, nesta quarta-feira (24/9), de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra a proposta do governo Romeu Zema (Novo) de privatizar a estatal. O número foi fornecido pelo Sindágua (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais). O Auditório José Alencar ficou lotado, e o Espaço Democrático precisou ser aberto e foi tomado pelos manifestantes. 

Antes da audiência, os trabalhadores ocuparam a entrada da ALMG, na Rua Rodrigues Caldas, na região Centro-Sul da capital, com um trio elétrico e palavras de ordem contra a venda da empresa. A audiência, realizada pela Comissão de Trabalho, teve presença em peso de deputados de oposição, como Bella Gonçalves (PSOL) e Betão (PT).

A mobilização pressiona diretamente o Palácio Tiradentes e os parlamentares em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, enviada por Zema, que tramita na Casa. A PEC pretende retirar da Constituição mineira a exigência de consulta popular para a venda da estatal. Atualmente, empresas públicas como a Copasa, Cemig e Codemig só podem ser privatizadas após aprovação em referendo.

Na semana passada, a PEC avançou na Assembleia ao ser aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Agora, será analisada por uma comissão especial antes de ir a plenário.

Do lado do governo, a justificativa é que a privatização abriria espaço para investimentos privados, melhorando a eficiência do setor. A proposta, no entanto, enfrenta resistência entre sindicatos, servidores e parte dos deputados estaduais.