Terceiro colocado no pleito de Mauá em 2020 diz que tentará novamente o Paço e crava que deputado estadual está inelegível
Atual presidente da Fundação Casa, Juiz João (PSD) anunciou que será candidato à Prefeitura de Mauá na eleição do ano que vem. Será a segunda vez que o pessedista ingressará em uma corrida eleitoral – em 2020, terminou na terceira posição, com 37.675 votos.
Segundo o pessedista, a candidatura surgiu de uma construção coletiva a partir do entendimento de que é necessário unir forças do que a classe política chama de terceira via. O primeiro passo foi estreitar relações com o empresário Zé Lourencini (PSDB), quarto colocado há três anos, e firmar aliança também com o ex-prefeito de Ribeirão Pires Clovis Volpi (PSD), que costurava candidatura própria em Mauá pelo PL, mas foi preterido pela cúpula da legenda em detrimento do projeto do vereador Sargento Simões (PL).
Para Juiz João, o cenário atual é diferente de 2020 porque ele crê que o deputado estadual e ex-prefeito Atila Jacomussi (SD) estará juridicamente fora da disputa. “O Atila está inelegível, com série de contas rejeitadas, com vício insanável e um histórico que, na hora em que o juiz analisar seu registro, não será nada favorável. Além da questão administrativa, o Atila foi preso duas vezes, denunciado por suspeita de roubo de merenda. Isso, na hora do registro, pesa”, pontuou João. “Se o Ministério Público Eleitoral não entrar com pedido de impugnação (da chapa de Atila), eu entrarei.”
Superado por Marcelo em 2020 por uma diferença de 655 votos – o petista foi para o segundo turno na segunda colocação e venceu Atila na reta final do pleito –, João elogiou o fato de Marcelo ser “um homem de bem”, porém, disse que o atual prefeito e sua equipe “não são muito de trabalhar”. “Sei que Mauá tem jeito. Assim como sei que o que aí está não tem condição de ficar. Ele (Marcelo) não gosta de ser prefeito. Os índices mostram que ele tem altos índices de rejeição. Pelo mesmo fato o (ex-) presidente da Argentina (Alberto Fernandéz) desistiu da reeleição”, citou.
Depois da derrota na eleição de 2020, Juiz João optou pela neutralidade no segundo turno e liberou seus aliados. Em janeiro de 2021, foi convidado pelo prefeito de Santo André, Paulo Serra, para compor a equipe de governo, na assessoria especial vinculada ao gabinete. Lá ficou até janeiro de 2023, quando foi convidado para assumir a Fundação Casa, órgão do Estado.
Neste período, a classe política criticou João por certo afastamento dos assuntos da cidade, algo que o pessedista refuta. “Esse tipo de assunto nunca me preocupou. Eu moro em Mauá há mais de 50 anos, meus filhos nasceram em Mauá, minha família é da cidade. Nunca larguei Mauá. Fui convidado para trabalhar em Santo André. Posso não ter continuado com as redes sociais, de postar fotos com criança, porque esse não é meu perfil. Sou de trabalhar. Em Santo André, aprendi muito com o Paulinho (Serra). Foi um grande professor”, afirmou. “O meio político fala muito isso, mas eu nunca saí de Mauá.”
Questionado sobre o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) – suporte também batalhado por Atila e por Simões –, João diz que “Atila é carta fora do baralho”, apesar de estar na base de sustentação de Tarcísio, e que o PL de Simões, embora seja partido intimamente ligado ao governo, vai esbarrar na relação construída por ele junto ao governador. “Quem foi convidado a compor o governo Tarcísio fui eu, não foi o Sargento. Estou no governo e trabalho com o Tarcísio. O governador não tem obrigação nenhuma de me apoiar, mas em todas as agendas que peço ele me atende na hora. Acho que isso diz algo. Estou otimista com relação ao apoio dele.”
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