Exclusivo: Semiliberdade da Fundação Casa de Araraquara vai fechar
Menores deverão ser transferidos para Ribeirão Preto ou São José do Rio Preto
- ACidadeON/Araraquara
- Willian Oliveira
Unidade de Semiliberdade da Fundação Casa fecha as portas dia 30 em Araraquara (Amanda Rocha/ACidadeON/Araraquara)
Araraquara está prestes a perder a Unidade de Semiliberdade da Fundação Casa. A informação foi confirmada com exclusividade pelo portal A Cidade ON Araraquara. A partir do dia primeiro de julho, os menores infratores condenados a esse tipo de regime, pela Vara da Infância e Juventude, deverão ser transferidos para Ribeirão Preto ou para São José do Rio Preto.
A subutilização do local e da medida socioeducativa são algumas das justificativas da Fundação Casa para encerrar as atividades. Em nota, a assessoria de imprensa da instituição disse que o espaço, localizado na Rua Imaculada Conceição (Rua 12), na Vila Yamada, tem capacidade para 20 menores contudo, recebe apenas 10 infratores, em média.
A semiliberdade está prevista como uma das seis políticas socioeducativas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nela, o adolescente que cometeu um crime que não é considerado grave, dorme na unidade e durante o dia, sob orientação pedagógica e monitoramento, faz atividades educativas externas. Os infratores são ainda obrigados a frequentar o ensino formal e cursos de educação profissional.
Na sede de Araraquara trabalham cerca de 25 funcionários. O destino deles ainda é incerto. Perguntamos a Fundação Casa para onde os servidores seriam transferidos, mas não obtivemos respostas.
“Nós estamos jogados. Há dias que estão nesse processo de desmonte aqui, fazendo auditoria, levantamento de patrimônio e os trabalhadores largados, sem saber para onde serão transferidos”, disse um dos agentes de segurança.
“Nós estamos jogados. Há dias que estão nesse processo de desmonte aqui, fazendo auditoria, levantamento de patrimônio e os trabalhadores largados, sem saber para onde serão transferidos”, disse um dos agentes de segurança.
Outro funcionário teme ser obrigado a pedir demissão: “Estão falando que teremos que trabalhar em Ribeirão Preto ou São José do Rio Preto, mas que jeito? Quem vai pagar as passagens, ou como iremos deixar nossas famílias aqui?”, questiona outro servidor.
Os funcionários temem se identificar por medo de represálias. Embora o Estado não diga, eles sabem que a outra unidade da Fundação Casa em Araraquara, que atende jovens do regime fechado, não conseguirá abrigar todos os trabalhadores do prédio da Vila Yamada.
Quem gostou da notícia foram os vizinhos. Embora incidentes envolvendo internos quase nunca são registrados no bairro, moradores ouvidos pela reportagem acreditam que a região ficará mais segura.
“Não é preconceito, mas ninguém quer bandido perto de casa, ainda mais dando voltas na rua como se não tivessem cometido crime algum. Para nós será um alívio. Esse prédio nem deveria ter se transformado nisso”, disse uma moradora que também preferiu o anonimato.
“Não é preconceito, mas ninguém quer bandido perto de casa, ainda mais dando voltas na rua como se não tivessem cometido crime algum. Para nós será um alívio. Esse prédio nem deveria ter se transformado nisso”, disse uma moradora que também preferiu o anonimato.
A desativação da unidade está prevista para sexta-feira (30).
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