segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Governo reduz pra 965 reais o salário mínimo em 2018

Governo reduz projeção para salário mínimo em 2018

Valor, que estava fixado originalmente em R$ 969, foi reduzido para R$ 965

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Notas de cinco, dez, vinte e cinquenta reais - Divulgação
BRASÍLIA — O governo apresentou, nesta segunda-feira, os novos parâmetros da proposta orçamentária de 2018. Segundo dados do Ministério do Planejamento, o salário mínimo, que estava fixado originalmente em R$ 969, foi reduzido em R$ 4,00, para R$ 965. Atualmente, o mínimo nacional é de R$ 937.
A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se manteve em 4,2% ao ano, enquanto a taxa de juros da economia (Selic) esperada para o fim de 2018 que vem caiu de 8% ao ano para 7,25%. Já a projeção para o crescimento da economia foi mantida em 2%.
Os novos parâmetros serão enviados ao Congresso numa mensagem modificativa. Ela é necessária porque o governo alterou a meta fiscal de 2018 de um déficit primário de R$ 129 bilhões para R$ 159 bilhões.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, explicou que a queda no salário mínimo ocorreu porque a projeção para inflação em 2017 caiu. Esse número é utilizado no cálculo da remuneração mínima, junto ao PIB de dois anos antes. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) neste ano teve uma retração de 3,5% para 3,1%.
VEJA: Rombo do setor público atinge R$ 152,4 bi em 12 meses, informa BC

Oliveira enfatizou que o valor previsto na proposta orçamentária não é definitivo, mas apenas uma projeção. E ressaltou que o governo não tem escolha e precisa obedecer a regra para o cálculo do salário mínimo. Qualquer modificação nela – para mais ou para menos – tem que ser feita via Congresso Nacional.
— O governo não tem o poder de definir o salário mínimo, ele tem que atribuir a inflação. É preciso tomar cuidado para não dar incorretamente a informação de que o governo está fixando o salário mínimo.
PREVISÃO DE RECEITAS SOBE PARA R$ 1,23 TRILHÃO
A previsão de receitas estimadas pelo governo para o ano que vem cresceu de R$ 1,19 trilhão para R$ 1,23 trilhão. Junto à mensagem modificativa que altera a meta fiscal, a equipe econômica vai encaminhar ao Congresso uma série de medidas que visam aumentar a arrecadação. Entre elas estão a ampliação do Imposto de Renda cobrado sobre fundos exclusivos e a ampliação da alíquota previdenciária de servidores. Além disso, conta com a aprovação da reoneração da folha de pagamentos.
Por outro lado, a previsão de despesas para 2018 também subiu e foi de R$ 1,32 trilhão para R$ 1,37 trilhão. O aumento ocorre mesmo apesar das medidas que o governo vai enviar ao Congresso para conter o gasto com o funcionalismo, como o adiamento do reajuste de servidores públicos. Também com a intenção de enxugar despesas, a equipe econômica reviu a alíquota do Reintegra prevista para o ano que vem.
Ao alterar a meta fiscal de 2018, o governo foi obrigado a rever também as projeções para o comportamento da dívida pública. Segundo a mensagem modificativa do Orçamento de 2018 enviada ao Congresso nesta segunda-feira, a dívida bruta (principal indicador de solvência observado pelo mercado) saltará de 75,7% do Produto Interno bruto (PIB) em 2017 para 80,7% do PIB em 2020. Já a dívida líquida do setor público aumentará de 52,2% para 59,1% do PIB no mesmo período.
Com um rombo maior no ano que vem, o governo também conseguiu ampliar sua projeção para os gastos discricionários, onde estão concentrados os investimentos públicos. De acordo com a mensagem modificativa, eles passarão de R$ 200,2 bilhões na proposta orçamentária original para R$ 250,2 bilhões. Mesmo assim, o número não representa uma grande ampliação em relação a 2017. Este ano, as despesas discricionárias estão fixadas em R$ 245,7 bilhões.

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Jovem infrator esfaqueia três agentes dentro de unidade socioeducativa

Jovem infrator esfaqueia três agentes dentro de unidade socioeducativa

Três agentes socioeducativos foram atacados por um menor, neste domingo (29), na Unidade de Internação do Recanto das Emas (Unire). O ataque ocorreu no horário da entrega das marmitas e um dos servidores sofreu um corte na testa.
O assistido, que tem 18 anos, tentou fugir, mas acabou interceptado por outros agentes, depois de conseguir abrir o quarto – como são chamadas as celas onde ficam os menores. No momento em que ocorreu o ataque, apenas dois agentes socioeducativos cuidavam de 50 jovens.
O jovem conseguiu pegar a chave e avançou pelos corredores tentando incitar outros jovens a segui-lo. Agentes de outros módulos interceptaram o detento que acabou quebrando o dedo de um deles e machucando o joelho de outro. Todos foram levados para o hospital e passam bem.

Terceirizados param reforma na penitenciária, após atraso salarial

Terceirizados param reforma na penitenciária, após atraso salarial

Trabalhadores afirmam que estão desde setembro sem receber. Empresa diz que teve problema de organização financeira e acabou atrasando salários.

Por Emily Costa, G1 RR
 
Lourival Gomes, presidente do Sintracomo, diz que trabalhadores só voltarão ao trabalho quando receberem (Foto: Emily Costa/G1 RR)Lourival Gomes, presidente do Sintracomo, diz que trabalhadores só voltarão ao trabalho quando receberem (Foto: Emily Costa/G1 RR)
Lourival Gomes, presidente do Sintracomo, diz que trabalhadores só voltarão ao trabalho quando receberem (Foto: Emily Costa/G1 RR)
Trabalhadores de uma empresa terceirizada que faz a reforma da Penitenciária Agrícola de Monte Cristoem Boa Vista paralisaram as atividades nesta segunda-feira (30) para cobrar salários atrasados.
Segundo Lourival Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil e Imobiliário (Sintracomo-RR) , cerca de 23 trabalhadores estão há quase dois meses sem receber nada. Eles só devem voltar às atividades quando forem pagos.
"O trabalhador não recebe e não tem como vir trabalhar. Quem sustenta a família sabe o peso que é ficar sem salário. Vamos levar esse caso ao Ministério do Trabalho", declarou Lourival Gomes.
Um operário ouvido pelo G1 contou que sem o salário enfrenta dificuldades para pagar as contas e até para ir ao local de trabalho. Ele também reclama da falta de segurança no local da reforma, que é dentro da penitenciária.
"Já peguei dinheiro emprestado para botar gasolina e vir aqui. Não dá mais para continuar desse jeito. Não tem mais como. Chegou no limite", disse o trabalhador que não quis ter o nome divulgado.
Placa mostra prazos e locais onde reforma é feita no presídio (Foto: Emily Costa/G1 RR)Placa mostra prazos e locais onde reforma é feita no presídio (Foto: Emily Costa/G1 RR)
Placa mostra prazos e locais onde reforma é feita no presídio (Foto: Emily Costa/G1 RR)

Empresa admite atraso

Procurado, um representante da empresa terceirizada Eloa Servicos e Comercio de Terraplanagem admitiu o atraso e disse que a situação ocorreu devido a uma "falta de programação financeira".
"Não conseguimos pagar todo mundo, mas agora pela manhã já há um funcionário no banco organizando os pagamentos", disse Hozan Oliveira, gerente da empresa.
Ele afirmou ainda que apenas o salário de setembro é que está atrasado. Ele deve ser pago na terça (31).
"Já o salário de outubro, que não está atrasado, já que o mês não fechou, será pago até o quinto dia útil de novembro", finalizou, acrescentando que esta é a primeira vez que a empresa atrasa os salários dos funcionários.
G1 fez contato com a Secretaria de Comunicação do governo para saber o posicionamento da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) acerca da paralisação e aguarda retorno