Organização criminosa, segundo a Polícia Federal, se aproximava de advogados através de um aplicativo de mensagens
12/02/2020 ÀS 09H12
A Polícia Federal, com o apoio da Caixa Econômica Federal, deflagrou nesta manhã (12) a Operação Eleazar. O objetivo é desarticular uma organização criminosa que realizava saques fraudulentos de precatórios – dívidas reconhecidas em decisões judiciais – em diversas regiões do país. Até o momento foram detectados prejuízos de quase R$ 2 milhões aos cofres públicos.
O grupo realizou levantamentos fraudulentos de precatórios em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Amazonas.
A investigação teve origem em uma tentativa de saque em Capivari de Baixo, no Sul do Estado, quando informações sobre fraudes similares em diversas agências da Caixa Econômica Federal foram descobertas.
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No curso da investigação foram obtidos indícios de que a organização criminosa se aproximava de advogados através de um aplicativo de mensagens.
O objetivo era realizar os levantamentos dos precatórios utilizando-se de documentos ideologicamente falsos, obtidos, principalmente, em cartórios do Maranhão e Piauí.
Após os saques ilegais, os criminosos faziam sucessivas movimentações financeiras dos valores em contas de terceiros para afastar a origem ilícita dos recursos e dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiados com as fraudes.
Cumprimento de mandados
Cerca de 70 policiais federais estão dando cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão e a um mandado de prisão preventiva. As ações são realizadas no Maranhão, Piauí, Pará e São Paulo.
Também foram expedidas duas medidas cautelares de prisão contra servidores da Caixa e determinado o bloqueio de contas e sequestro de bens.
Os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa, estelionato majorado, violação de sigilo funcional e lavagem de dinheiro.
O que é precatório?
Precatório é uma espécie de requisição de pagamento de determinada quantia a que a Fazenda Pública foi condenada em processo judicial, para valores totais acima de 60 salários mínimos por beneficiário.
Nome da operação
Eleazar é o nome em hebraico de Lázaro, o qual, de acordo com o Evangelho, teria sido ressuscitado por Jesus Cristo.
Trata-se de uma referência à “Operação Lázaro”, deflagrada pela Polícia Federal em junho de 2016, que investigou o mesmo esquema. Um grupo criminoso selecionava precatórios disponíveis para saques, preferencialmente de pessoas já falecidas, mediante a falsificação de documentos
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