quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Funcionários da Fundação Casa protestam contra transferência para interior ou litoral

 SÃO PAULO

Por SP1 — São Paulo

 


Trabalhadores da Fundação Casa de SP protestam contra transferência de vagas para interior e litoral do estado
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Trabalhadores da Fundação Casa de SP protestam contra transferência de vagas para interior e litoral do estado

Funcionários da Fundação Casa fizeram um protesto na frente da sede da entidade, na Luz, região central da capital, nesta quinta-feira (30). Eles pedem a revogação de uma medida da presidência da fundação que determina a transferência de 77 servidores da Grande São Paulo para trabalhar em outras unidades do interior ou do litoral, algumas delas a quase 300 quilômetros da capital.

Muitos servidores dizem que foram avisados de uma hora para outra, sem tempo para organizar a mudança, e que não puderam escolher a unidade para onde seriam transferidos. São assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais que atendem jovens que cumprem medida por ato infracional.

A assistente social Ana Paula Lima dos Santos foi à fundação na semana passada para entregar um atestado. Ela acaba de fazer uma cirurgia e está em licença médica. Ana Paula foi avisada que seria transferida da capital para a cidade de Cerqueira César, a quase 300 quilômetros da casa dela.

Funcionários da Fundação Casa protestam nesta quinta-feira (30) contra transferência para unidades do interior ou litoral — Foto: Reprodução/TV Globo

Funcionários da Fundação Casa protestam nesta quinta-feira (30) contra transferência para unidades do interior ou litoral — Foto: Reprodução/TV Globo

“Eu fui comunicada da minha transferência sem ao menos eles saberem da minha situação atual de saúde”, afirma ela.

O assistente social Walan Marques dos Santos está desesperado. Na fundação há quase dez anos, ele tem dois filhos. A mulher tem outro emprego, que complementa a renda da família. Ele acaba de saber que será transferido para Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. De carro, é uma viagem de três horas e meia.

“Aí você tem que abrir mão de família, de tudo o que você está conquistando, casa própria, e pedir para sua esposa largar seu emprego para viver apenas com o salário que você tem, porque você não consegue se manter sozinho”, afirma.

A decisão da fundação é de 20 de setembro, e, segundo ela, a transferência é permitida nas situações em que não é possível suprir a necessidade de pessoal. Ainda de acordo com a decisão, serão priorizados para cessão de servidores, unidades que possuam quadro excedente ou locais que possuam menor defasagem do quadro de vagas.

A portaria que autoriza as transferências considera que elas estão previstas no contrato de trabalho dos servidores da fundação. A mudança pode durar um ano, período que pode ser prorrogado por mais um, mas os servidores que vão transferidos dizem quem nem todas as regras estão sendo cumpridas.

Claudia Maria de Jesus, presidente do sindicato dos trabalhadores da fundação (Sitsep), diz que busca um acordo com a direção e não descarta medidas judiciais.

"Não vamos aceitar que os profissionais sejam prejudicados. Teremos na próxima sexta-feira reunião de mediação para conversar com a instituição para que ela suspenda essa portaria até que encontremos um meio-termo para trabalhar da forma que está colocando”, afirma.

Para o advogado especializado em direito do trabalho Anderson Veloso, mesmo que a transferência seja prevista em contrato, é necessário que o trabalhador concorde com ela. E a medida não pode prejudicar o profissional.

Para funcionários da fundação, a mudança também prejudica o trabalho feito pelos profissionais para ressocializar jovens infratores por causa do vínculo que se estabelece com o interno. Além disso, a transferência forçada deixaria o profissional totalmente desmotivado para dar continuidade ao seu trabalho.

A Fundação Casa esclarece que instituiu portaria normativa para regulamentar a transferência de servidores, por necessidade da administração, entre as possibilidades de troca de lotações e como meio de utilizar racionalmente seus recursos humanos.

A instituição ainda informa que está analisando os recursos dos servidores, conforme solicitações e justificativas apresentadas. Até o momento, dos 77 casos, 18 já foram revistos, caindo para 59 as transferências. Até o final da tarde desta quinta, a Fundação Casa ainda fará uma nova análise.

Atualmente, a Fundação Casa tem 11 mil servidores em seu quadro para atender cerca de 5 mil jovens.


Vejam o vídeo, servidores da Fundação CASA, protestam contra a transferência de unidades


Protesto em frente a sede da instituição
 

Sejusp entrega primeiras carteiras funcionais físicas a Policiais Penais e Agentes Socioeducativos

 

Uma das grandes metas da atual gestão da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública ganhou um capítulo especial na tarde desta terça-feira (28/9). Em uma solenidade simbólica realizada na sede da Sejusp, na Cidade Administrativa, oito Policiais Penais e quatro Agentes de Segurança Socioeducativo receberam das mãos do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, a carteira funcional impressa, expedida pela pasta, em atualização e substituição aos documentos anteriores das extintas Secretaria de Estado de Administração Prisional e Secretaria de Estado de Segurança Pública.

CarteirasFuncionais 4
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A entrega do documento dá continuidade ao processo de expedição dos Documentos de Identificação Funcional aos profissionais de segurança pública da Sejusp, em conformidade com as normativas estabelecidas pelo Decreto Nº 48.145, de 1º de março de 2021, publicado em 2 de março de 2021, e pela Resolução Sejusp Nº 79, de 10 de março de 2021, com publicação em 11 de março de 2021. Os profissionais que já possuem a versão digital do documento emitida e disponibilizada em aplicativo estão aptos a receber a versão física do documento.

Até o momento, 6.931 profissionais de segurança pública - entre Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos - já possuem acesso ao Documento de Identificação Funcional digital. A pasta investiu, até o momento, em torno de R$ 38 mil para a aquisição de impressoras e materiais necessários para a confecção do item. Além disso, uma força-tarefa foi criada no âmbito da Sejusp para que fosse possível entregar aos servidores, em um curto espaço de tempo, o documento que é de extrema relevância para os servidores.

CarteirasFuncionais 1
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Segundo o secretário Rogério Greco, para chegar ao patamar de hoje, vários pontos foram debatidos e inúmeros embates tiveram de ser enfrentados para que o documento saísse da forma como foi entregue nesta terça-feira. “Desde a minha primeira semana eu brigo por isso. Muitos já receberam a carteira digital e agora todos irão receber a carteira física. Eu vejo uma importância muito grande na entrega da carteira física. Quando eu passei no concurso do Ministério Público eu queria ter o prazer de ter a minha carteira como Promotor de Justiça. Parece algo simples, mas isso está relacionado à autoestima e à identificação da função exercida. Foi uma luta muito grande. Esta é mais uma vitória. A nossa equipe trabalhou pesado”, ressaltou o chefe da pasta.

Ainda segundo Greco, se não tivesse sido feito o investimento na aquisição de materiais e empenhada uma força-tarefa para a resolução desta questão, a tropa em sua totalidade levaria em média dois anos para receber o documento, de acordo com as expectativas anteriores, pois as emissões diárias eram muito baixas. No caso dos Policiais Penais, com um quantitativo de quase 18 mil servidores, a Sejusp conseguirá entregar em questão de pouco tempo – cerca de três meses – o documento para todos aqueles que enviarem toda a documentação necessária em conformidade.

CarteirasFuncionais 3
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Para a assessora chefe da Subsecretaria de Gestão Administrativa, Logística e Tecnologia da Sejusp, Mireilli Carvalho Miranda Marinho, “a entrega simbólica do novo DIF aos policiais penais (nomenclatura já empregada no documento) e aos agentes socioeducativos constando o porte de armas, o que jamais aconteceu, é um marco. Esse momento é fruto do empenho conjunto das áreas meio e finalísticas que possibilitaram o atendimento célere da demanda sem comprometer a qualidade da entrega, finalizou.

Assista ao vídeo comemorativo e explicativo:

Texto: Flávia Santana

Fotos: Tiago Ciccarini/Ascom Sejusp

Doria quer transferir compulsoriamente trabalhadores das unidades da Fundação Casa

 



Portaria normativa 367/21 autoriza mudanças dos trabalhadores para cidades distantes de onde moram

 Publicado: 30 Setembro, 2021 - 12h01 | Última modificação: 30 Setembro, 2021 - 12h04

Escrito por: Rafael Silva - CUT São Paulo

 DIVULGAÇÃO
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Uma portaria normativa instituída no último dia 20 de setembro tem causado desgaste e apreensão entre os servidores e as servidoras da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Fundação Casa-SP). De acordo com o documento, o governo de João Doria (PSDB) poderá transferir, a qualquer momento, e de forma compulsória, os trabalhadores entre as unidades da Fundação.

Assinada pelo presidente da instituição e também secretário estadual de Justiça e Cidadania, Fernando José da Costa, a Portaria Normativa nº 367/21 autoriza essa mudança já a partir do dia 4 de outubro. Para os trabalhadores, essa ação pode representar deslocamentos para cidades muito distantes ao de seus locais de moradia, além de reduzir o tempo de convivência com suas famílias, bem como poderá ocasionar situações de adoecimento e de saúde mental.

Na justificava do governo, “a Transferência por Necessidade da Administração será utilizada nas situações em que não é possível suprir a necessidade de pessoal, do local de destino da transferência, utilizando para tanto as demais modalidades de transferência previstas nas normas da Fundação Casa”.

Mas, tão logo a portaria foi publicada, os trabalhadores já começaram a receber e-malis informando sobre a transferência de unidade. Servidores que moram na capital paulista, por exemplo, foram notificados para se apresentarem em cidades como Sorocaba, Franca, Marília, Bauru, entre outras.

“Temos um acordo coletivo que possui uma cláusula que rege sobre as normativas para as transferências dos funcionários. Acontece que a Fundação lançou essa portaria desrespeitando isso e determinando que mais de 100 trabalhadores fossem transferidos para outros municípios. Essa portaria é extremamente assediadora, contra as leis trabalhistas e afasta pais e mães de seus filhos”, relata Angela Aparecida dos Santos, concursada há quase 20 anos e que atua como psicóloga na Fundação.

Ao longo da semana, o sindicato da categoria, o Sitsesp, tem realizado atos para protestar contra a portaria. Um deles ocorreu na manhã desta quinta-feira, 30, em frente à sede da Fundação, no bairro da Luz. A entidade também participará de uma audiência de conciliação com o governo, agendada para a próxima sexta-feira, 1º de outubro, e que será mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).