quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Após incluir Covid-19 em lista de doenças do trabalho, Ministério da Saúde volta atrás

 

Por Marta Cavallini, G1

 


Governo volta atrás um dia depois e tira Covid da lista de doenças do trabalho
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Governo volta atrás um dia depois e tira Covid da lista de doenças do trabalho

Durou um dia a inclusão da Covid-19 dentro da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), pelo Ministério da Saúde. A medida estava em uma portaria publicada na terça-feira (1º) — que foi invalidada por outra portaria, publicada nesta quarta (2).

Na portaria de terça-feira, a Covid-19, doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, aparecia classificada como pertencente ao grupo "Doenças Relacionadas ao Trabalho com respectivos Agentes e/ou Fatores de Risco", devido à possível exposição ao vírus em atividades de trabalho.

Sem essa classificação, volta a valer o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). Em abril, a Corte já havia definido que os casos de contaminação de trabalhadores pelo novo coronavírus poderiam ser enquadrados como doença ocupacional. No entanto, esse reconhecimento não é automático. O funcionário precisa passar por perícia no INSS e comprovar que adquiriu a doença no trabalho.

Se a portaria estivesse em vigor, ao pedir afastamento ao INSS, o médico poderia considerar que se tratava de doença do trabalho, sem necessidade de prova. E caberia, então, à empresa, provar o contrário.

Doença ocupacional é aquela adquirida ou desencadeada em função da realização de atividades cotidianas no trabalho. Entre as mais comuns, por exemplo, estão a Lesão Por Esforço Repetitivo (LER), lombalgias, hérnias, doenças de audição e visão e até psicológicas, como a depressão e a ansiedade.

Insegurança

Para Ricardo Calcini, professor de direito do trabalho da pós-graduação da FMU e especialista nas relações trabalhistas e sindicais, a revogação da portaria demonstra que o assunto ainda não está definido e, portanto, acaba trazendo maior insegurança para trabalhadores e empresários.

“Na prática, ao não incluir a Covid-19 na Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT), isso dificultará que o INSS, voluntariamente, conceda o benefício previdenciário por auxílio-doença acidentário, salvo se houver decisão administrativa ou judicial em sentido contrário”, opina.

“Portanto, no atual cenário, a Covid-19 não deve ser entendida, em regra geral, como doença do trabalho, salvo se houver a prova de que o coronavírus foi contraído por força do exercício da atividade laborativa”, resume.

O advogado alerta que a revogação da portaria ministerial não deve ser entendida como sinônimo de ausência de responsabilidade empresarial, em especial nos casos em que, efetivamente, ficar comprovado o nexo de causalidade pela contaminação do funcionário em seu ambiente de trabalho por culpa empresarial.

“Esse nexo continua sendo presumido em atividades envolvendo, por exemplo, os profissionais da área de saúde, em razão da exposição direta e de forma mais acentuada ao vírus se comparada às demais profissões”, observa.

Advogado explica o que muda com a inclusão da Covid-19 na lista de doenças ocupacionais
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Advogado explica o que muda com a inclusão da Covid-19 na lista de doenças ocupacionais

Nexo causal

O advogado trabalhista Eduardo Pragmácio Filho alerta que, para que uma doença seja considerada ocupacional, é necessário que ela seja adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, isto é, que haja um nexo causal entre a doença e o trabalho.

Como a Covid-19 é uma doença endêmica, em princípio, não seria considerada uma doença ocupacional, salvo se, na perícia do INSS, o médico perito entender que existe o nexo causal. Assim, o simples fato de um empregado ser diagnosticado com Covid-19 não implica automaticamente o reconhecimento de doença do trabalho. Mesmo que o INSS conceda o benefício acidentário, a empresa ainda pode recorrer da decisão, juntando contestação médica e documentação pertinente.

"A decisão do STF não modifica o entendimento de que é necessário que um médico perito do INSS caracterize o nexo causal para declarar o Covid-19 como doença do trabalho", explica.

Quando um empregado é afastado por doença ocupacional, ele recebe um auxílio-doença acidentário e a empresa é obrigada a pagar o FGTS do período de afastamento, além de ter que dar estabilidade de 12 meses após a alta do INSS, explica Eduardo Pragmácio Filho.

Governo de SP abre 20 mil vagas gratuitas em cursos tecnológicos para mulheres

 

Quatro cursos online possibilitam profissionalização em Tecnologia da Informação sem sair de casa, além de acesso facilitado a crédito

Seg, 31/08/2020 - 13h21 | Do Portal do Governo 

resumo em 3 tópicos

  • SP abre 20 mil vagas para mulheres em cursos online gratuitos em Tecnologia da Informação (TI)
  • Inscrições devem ser realizadas até o dia 4 de setembro
  • Convocação das candidatas ocorrerá por e-mail e a previsão de início das aulas é em 14 de setembro

O Governador João Doria anunciou, nesta segunda-feira (31), a abertura de 20 mil vagas exclusivas para mulheres em cursos online gratuitos na área de Tecnologia da Informação (TI). Cidadãs residentes nos 645 municípios do estado poderão participar dos cursos virtuais e buscar profissionalização na área. As inscrições estão abertas e devem ser realizadas até o dia 4 de setembro.

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“O Governo de São Paulo abriu 20 mil vagas em cursos de Tecnologia da Informação, exclusivamente para mulheres. São quatro opções gratuitas de cursos com duração de 80 horas. As aulas começarão no próximo dia 14 de setembro e poderão ser feitas remotamente, da própria casa da mulher que se inscrever”, destacou o Governador João Doria.

A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que viabilizou os cursos por meio do programa SP Tech, com o objetivo de criar oportunidades para que mais mulheres tenham formação na área de TI. Levantamento realizado pela pasta aponta que a procura pelos cursos de tecnologia do SP Tech é baixa entre mulheres. De 30 mil inscritos desde o ano passado, apenas 1/3 é do sexo feminino.

Para participar dos cursos, as interessadas devem realizar as inscrições no site www.cursosviarapida.sp.gov.br. Podem se inscrever candidatas a partir de 16 anos, alfabetizadas e domiciliadas no estado de São Paulo. Caso o número de inscritas seja superior ao número de vagas, serão priorizadas as pessoas desempregadas, com baixa renda e com deficiência.

A convocação das candidatas ocorrerá por e-mail e a previsão de início das aulas é 14 de setembro. Para receber o certificado, a estudante deve completar a carga horária total do curso e atingir 7,5 de média nas avaliações.

Sobre os cursos

São quatro opções de cursos introdutórios, oferecidos na plataforma da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). Com duração de 80 horas, que podem ser concluídos em três meses, os cursos são: Lógica de Programação, Banco de Dados, Desenvolvedor Web e Desenvolvedor Mobile.

Todos os cursos oferecem um módulo de empreendedorismo em parceria com o Sebrae, possibilitando acesso a crédito em condições especiais no Banco do Povo. Todas as aulas serão realizadas no formato online, no modelo de Ensino à Distância (EAD), sem que as participantes precisem sair de casa.

Após conclusão dos módulos introdutórios, haverá opções de cursos mais avançados, com matérias conduzidas pela própria estudante. São eles: Ciência de Dados, Desenvolvimento Web/Front-End, Desenvolvimento Web/Back-End e Desenvolvimento Web/Full-Stack. Esses cursos serão oferecidos voluntariamente pelas empresas Alura e Digital Innovation One.

Parceria com o Senac

Além das 20 mil vagas do SP Tech, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico também firmou parceria com o Senac para oferecimento de 500 vagas em cursos avançados, preferencialmente para mulheres. Os cursos são em diversas áreas de TI, com duração de 40 e 200 horas. As aulas virtuais serão ao vivo, com material didático e vinculados a uma unidade fixa do Senac. A preferência é para mulheres que tenham feito os cursos virtuais introdutórios do SP Tech.

Os cursos serão oferecidos em 16 municípios: São Paulo (5 unidades), Araraquara, Bebedouro, Guarulhos, Rio Claro, Itu, Sorocaba, Presidente Prudente, São Vicente, Jundiaí, Osasco, Santos, São José dos Campos, São João da Boa Vista, Sorocaba e São Carlos.

As inscrições começam nesta segunda-feira (31) e devem ser feitas até o dia 4 de setembro pelo site www.cursosviarapida.sp.gov.br. A previsão de início das aulas é 14 de setembro.

SP Tech

Programa idealizado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico que oferece cursos de formação continuada na área de Tecnologia da Informação (TI), em que há a possibilidade de escolher o caminho dos seus estudos nas áreas de ciência de dados e programação.

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Campanha do Serasa para limpar nome por R$ 100 é prorrogada até 8 de setembro


O órgão optou por estender o prazo para que mais pessoas pudessem aproveitar as condições facilitadas. Descontos podem chegar a 98%.

Serasa Experian vai prorrogar a campanha Serasa Limpa Nome, que tem como objetivo quitar dívidas de consumidores por R$ 100. A ação teve início no mês de julho, com encerramento previsto inicialmente para esta segunda-feira, 31. Com a prorrogação, a campanha irá terminar em 08 de setembro.

Segundo o diretor do Serasa Limpa Nome, Lucas Lopes, a iniciativa vem beneficiando muita gente, e por isso, o órgão optou por estender o prazo para que mais pessoas pudessem aproveitar as condições facilitadas. A campanha visa auxiliar pessoas que tiveram dificuldades para receber benefícios durante a pandemia.

Com a campanha, o Serasa já conseguiu quitar mais de 2,5 milhões de dívidas. No total, a ação tem potencial para o pagamento de até 21,5 milhões de débitos. A ação garante o pagamento de contas atrasadas e dívidas negativadas, de forma confiável e segura, com parcelas e condições especiais

A oferta é válida para dívidas cujo valor original varia entre R$ 200 e R$ 1.000, conforme as regras estabelecidas pela empresa credora. Desta forma, o desconto pode chegar a 98%.

São dezenas de empresas participantes, entre elas bancos, redes de telefonia, universidades, financeiras, recuperadoras de crédito e outras. Confira algumas das empresas que possibilitam a renegociação de dívidas a seguir:

  • Banco BMG
  • Banco do Brasil
  • Digio
  • Itaú
  • PagBank
  • Santander
  • Claro
  • Nextel
  • Oi
  • Vivo
  • Sky
  • Casas Bahia
  • Havan
  • Novo Mundo
  • Pernambucanas
  • Ponto Frio
  • Riachuelo
  • Avon
  • Anhanguera
  • Faculdade Pitágoras
  • Uniderp
  • Unopar
  • Crefisa

Como funciona o Serasa Limpa Nome?

Todo o processo de negociação das dívidas na campanha do Serasa é realizado pela internet, sem a necessidade de fazer a solicitação presencialmente. Confira o passo a passo a seguir:

  1. Acesse o site do Serasa Limpa Nome;
  2. Informe seu CPF. Na página, você poderá conferir todas as suas informações financeiras e dívidas em seu nome;
  3. Verifique a oferta disponível para quitar sua dívida. Escolha a opção mais adequada às suas necessidades e conclua o acordo. A negociação é rápida e funcional, e é concluída em menos de 3 minutos;
  4. Por fim, gere o boleto e realize o pagamento da dívida.

A opção de negociação da dívida também pode ser acessada pelo aplicativo do Serasa, disponível para os sistemas operacionais Android e iOS. Outra possibilidade é regularizar os débitos diretamente pelo WhatsApp. Neste caso, basta entrar em contato com o número (11) 988-7025.

O nome do devedor vai ficar limpo em até cinco dias úteis após o pagamento. Se a restrição no CPF persistir após esse prazo, é necessário entrar em contato direto com a empresa que você negociou.

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Identificamos que existe um risco iminente de conflito’, diz sindicato dos delegados sobre PM e Polícia Civil


31/08/20 por Caê Vasconcelos

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Sindicato de delegados e deputados estaduais cobram Secretaria de Segurança Pública após abordagens truculentas da PM contra policiais civis em SP

Caso gerou debate sobre qual corporação teria competência legal para investigar | Foto: Reprodução/SSP

Após a morte de três policiais militares em uma abordagem a um falso policial civil, a tensão entre a Polícia Militar e a Polícia Civil aumentou nas ruas de São Paulo. Quem afirma isso é o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia São Paulo).

Nos últimos dias, desde a madrugada de 8 de agosto, quando os PMs José Valdir de Oliveira Júnior, 37 anos, Celso Ferreira Menezes Júnior, 33, e Victor Rodrigues Pinto da Silva, 29, foram mortos por Cauê Doretto de Assis, 24, que também morreu na ação, policiais militares já abordaram de maneira truculenta mais de 6 policiais civis.

Um dos casos foi o do policial civil Daniel Dambrauskas de Mello, 34, que abriu um boletim de ocorrência contra dois PMs do 24º Batalhão da PM paulista (Vila Madalena) por injúria e abuso de autoridade após abordagem policial em um bairro rico na tarde de 25 de agosto.

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Diante dos abusos da PM, o Sindpesp enviou um ofício ao general João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública de São Paulo, pedindo que a Secretaria da Segurança Pública se posicione. No documento, o sindicato aponta que “a falta de padronização” gera “insegurança em abordagens despreparadas, agressivas e desrespeitosas de policiais militares contra policiais civis”.

Em entrevista à Ponte, a delegada Raquel Kobashi Gallinati Lombardi, presidente do Sindpesp, policiais militares não estão respeitando o estado democrático de direito. “Depois dessas mortes, que são muito tristes, percebemos que começou a ter uma tensão, porque a Polícia Militar começou a realizar abordagens de forma descoordenada, não respeitando o protocolo padrão e, muito pior, mesmo depois dos policiais civis se identificarem os abusos continuaram”.

O sentimento que fica, define a presidente do Sindpesp, é de tristeza profunda “em perceber que situações assim podem desencadear e desestruturar ainda mais uma estrutura que já está em sucateamento por falta de investimento do próprio governo em deixar que duas forças de segurança”.

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Kobashi lembra que carteiras funcionais falsas estão em todas as profissões, não sendo, então, uma exclusividade da Polícia Civil. “Vemos isso na área da medicina, da educação, em várias áreas, os estelionatários têm uma imaginação infinita”.

Para a delegada, a Polícia Civil tem vivido situações que mostram despreparo de policiais militares e, por isso, o sindicato exige uma postura urgente da SSP. “Identificamos que existe um risco iminente de conflito entre as duas forças que estão constitucionalmente aptas a combater o crime e a criminalidade”.

“Queremos uma resolução e uma normatização conjunta com o objetivo que os policiais civis tenham segurança para exercer suas atribuições. É importante que a gente não tenha uma fomentação de uma desagregação institucional, afinal as duas estão ali para combater a criminalidade”, aponta.

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Para tentar impedir esse “iminente conflito”, descrito pelo sindicato dos delegados, o delegado Bruno Lima, que é deputado estadual pelo PSL, protocolou três ofícios na última sexta-feira (26/8): um enviado ao secretário de Segurança Pública, um para o coronel Fernando Alencar Medeiros, comandante geral da Polícia Militar, e outro para Ruy Ferraz, delegado geral de polícia.

Nos documentos, o deputado endossa o que o sindicato dos delegados já havia apontado no ofício enviada à SSP, apontando que é “inadmissível que os integrantes das Forças de Segurança Pública do Estado de São Paulo ajam com violência desproporcional, sem urbanidade e sem respeito uns com os outros”.

Em entrevista à Ponte, o delegado Bruno Lima disse que o sentimento frente às abordagens é de revolta. “Nós entendemos e lamentamos o episódio que ocorreu com a PM, mas os policiais civis estão nas ruas, trabalhando e não são vagabundos para serem tratados como está acontecendo. A nossa luta não é a Policia Civil contra Polícia Militar, nossa luta é contra a criminalidade”.

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Para Lima, cabe ao governo estadual “agir para que o policial civil não passe por situações vexatórias”. O deputado conta que está criando uma Projeto de Lei com “o intuito de garantir a segurança das policiais e servidores da segurança pública por meio de uma plataforma que identifique e garanta sigilo ao policial no momento da abordagem”.

Além de “criar regras comuns para essas abordagens, e atualizar a portaria que foi criada em 1992, ou seja, há 28 anos atrás, blindando não apenas os policiais, mas também os cidadãos”

Quem também enviou um ofício ao secretário de Segurança Pública foi a deputada estadual Isa Penna (Psol), que participa da Comissão Parlamentar de Segurança Pública da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). No documento, a deputada aponta que “a relação harmoniosa entre as instituições policiais do Estado é imperativo para a eficiência da segurança pública e tranquilidade da população”.

“E para que essas ocorrências de abordagens abusivas não gerem crise institucional entre as polícias, com prejuízo à sociedade, é urgente que a Secretaria de Segurança Pública tome as medidas necessárias para o fortalecimento do bom relacionamento entre as polícias do Estado”, complementa o documento.

O problema não é a abordagem, aponta tenente-coronel aposentado

Diógenes Lucca, tenente-coronel aposentado da PM, discorda que haja uma crise entre as polícias. “Não vejo porque criar uma norma, a norma existe e é muito bem-feita, é só aquele que opera fazer direitinho, quem recebe a abordagem colaborar que não vamos ter problemas”, explica.

Lucca reconhece que a morte dos “três bons policiais militares” chocou a instituição e que isso “deixou a casca fina, todo mundo com os nervos à flor da pele em relação à abordagem”, mas não vê a necessidade de mudanças na abordagem policial.

“A abordagem policial é uma das primeiras coisas que aprendemos nas academias de polícia. Isso é algo consagrado, o procedimento não precisa ser modificado, porque o procedimento é fruto de uma experiência muito grande, que já foi aperfeiçoado”, explica.

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O problema aparece, explica o tenente-coronel, quando o procedimento é mal utilizado. “A partir do momento que o PM decide fazer uma abordagem, todo resto é procedimento: a forma de parar a viatura, quem fala, como os outros e posicionam”.

“Da parte daquele que está sendo abordado é a mesma coisa. Em se tratando de um civil, a pessoa pode estar meio assustada e é natural que a pessoa fique tensa, isso também é vislumbrado na ação. Por isso vamos narrando o que ele precisa fazer”.

Apoie a Ponte!

Lucca lembra o tema da Rota, batalhão de elite da PM, como exemplo: “cada abordagem ou é um bandido preso ou um amigo para o Estado”. “É uma frase que mostra muita coisa. A gente faz uma abordagem a partir de uma fundada suspeita, não temos bola de cristal para saber quem é aquela pessoa”.

“É tão treinado que não tem como dar erro. Dá erro quando aquele que faz a abordagem não cumpre o procedimento ou aquele que está sendo abordado começa a se alterar de maneira fora da ordem. Se a pessoa vem firme e a outra parte colabora, não tem porque dar problema”, completa.

O que diz a SSP

Em nota, a SSP informou que “o protocolo em desenvolvimentos pelas duas secretarias executivas da pasta será o primeiro entre policiais no Estado”.

“Até então, as instituições contavam com atos normativos esparsos, incluindo a portaria citada. Conforme informado anteriormente, a decisão pelo protocolo se deu em razão do episódio do último dia 8 de agosto, com a morte de três policiais militares”.